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1.

(FCC – Sefaz/SC 2018)

Considere que um grupo de entes federados, dentre eles os municípios integrantes de determinada região metropolitana, pretenda constituir um consórcio público para atuar no setor de serviço de transporte intermunicipal. A viabilidade do consórcio pretendido

a) demanda autorização legislativa para que cada ente federado possa celebrar o protocolo de intenções que disciplinará o consórcio, a forma e os valores que deverão ser repassados para a consecução das atividades do órgão.

b) consiste na constituição de uma pessoa jurídica de direito privado, o que viabilizará a flexibilização das contratações necessárias para exploração do serviço público, apartando-se do regime jurídico de direito público obrigatório para os entes federados.

c) demanda, para sua constituição, autorização legislativa de cada um dos integrantes para ratificação do protocolo de intenções, dependendo ainda de posterior celebração de contrato de rateio para que possam repassar recursos à pessoa jurídica criada.

d) depende da celebração de contrato de programa, por meio do qual serão previstos os recursos que serão repassados pelos entes integrantes do consórcio para que este possa prestar os serviços públicos em questão, vedada a transferência dominial de bens imóveis.

e) admite a constituição da pessoa jurídica de direito público por um dos futuros integrantes do consórcio, que fica criado com a adesão dos demais entes interessados na participação.

Comentário: A questão trata de consórcios públicos, cuja contratação é regulamentada pela Lei 11.107/2005.

Com base na referida lei vamos analisar cada umas das alternativas:

(a) ERRADA. Em primeiro lugar, o contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções, então a autorização legislativa não é prévia ao protocolo de intenções, o que a alternativa dá a entender ao afirmar que a viabilidade do consórcio pretendido demanda autorização para a sua celebração (art. 5º, Lei 11.107/2005).

Essa ratificação é dispensada apenas quando o ente da Federação, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplina por lei a sua participação no consórcio público, mas essa é uma exceção e não a regra sobre a autorização legislativa necessária (art. 5º, §4º, Lei 11.107/2005).

Ademais, a determinação dos valores e as das condições de transferências de recursos por parte de cada ente consorciado é feita por meio de contrato de rateio (art. 13, Lei 11.107/2005).

(b) ERRADA. Os consórcios públicos são pessoas jurídicas e podem ter tanto personalidade jurídica de direito privado quanto personalidade jurídica de direito público, assumindo a forma de associações públicas e natureza autárquica nesse último caso (art.6º, Lei 11.107).

A discrepância relatada acima já é suficiente para identificar o erro na questão, mas note que mesmo quando assume personalidade jurídica de direito privado não é ocorre a flexibilização das contratações necessárias para exploração do serviço público, apartando-se do regime jurídico de direito público obrigatório para os entes

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federados, como descrito pela alternativa. No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (art. 6º, §2º, Lei 11.107/2005).

(c) CERTA. Os momentos principais da constituição de um consórcio são a subscrição do protocolo de intenções, que é um instrumento por meio do qual os interessados manifestam a intenção de formar o consórcio não se assumindo direitos e obrigações, mas apenas definindo as cláusulas que serão observadas em caso de o consórcio vir a ser formado. Após, temos a ratificação do protocolo pelo legislador total ou parcialmente, seguida pela celebração do contrato de consórcio, personificação do consórcio e, eventualmente, a celebração de contrato de rateio e contrato de programa (trata da gestão associada de serviços públicos, mas não foi abordado pela alternativa, sendo uma possibilidade conferida aos entes pelo legislador).

Como expomos anteriormente, o contrato de rateio é o instrumento adequado para que os entes consorciados repassem recursos financeiros ao consórcio público, como descrito pela alternativa.

(d) ERRADA. O contrato de programa tem por objetivo constituir e regulamentar as obrigações que um ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão associada de serviços públicos. O repasse de recursos, como explicado, depende do contrato de rateio.

Note que a celebração de um contrato de programa é condição imprescindível para a prestação de serviços públicos mediante cooperação federativa, mesmo que a prestação não se dê no âmbito de um convênio de cooperação, nem no de um consórcio público, e, por outro lado, o consórcio público pode ter por objeto qualquer outra relação de cooperação federativa que não seja, obrigatoriamente, a gestão associada de serviços públicos. Como consequência a criação do consórcio não depende de contrato de programa em todos os casos.

Por fim, é permitido no contrato de consórcio a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos (art. 4º,

§3º, Lei 11,107/2005).

(e) ERRADA. O consórcio adquire personalidade jurídica após a subscrição do protocolo de intenções, sua ratificação por autorização legislativa seguida da celebração do contrato de consórcio. Apenas no passo seguinte ele adquire personalidade jurídica não sendo mera pessoa jurídica criada por determinado ente com adesão dos demais interessados.

É isso o que determina a lei ao dispor expressamente que o consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções (art. 3º, Lei 11.107/2005).

Gabarito: alternativa “c”

2.

(FCC – Sefaz/SC 2018)

Como formas de organização administrativa, um ente federado pode optar pela desconcentração e pela descentralização,

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a) acarretando, nos dois modelos, a delegação de competências próprias desse ente às pessoas jurídicas criadas para exercer as funções executivas.

b) não sendo formas excludentes, pois a desconcentração envolve a criação de órgãos desprovidos de personalidade jurídica, integrantes da estrutura da Administração direta, enquanto a descentralização enseja a criação de pessoas jurídicas, que passam a integrar a Administração indireta.

c) envolvendo, no segundo modelo, a transferência de competências e de titularidade de serviços públicos às pessoas jurídicas que forem criadas, independentemente do regime jurídico a que se sujeitam.

d) não impedindo, nos dois modelos, a coexistência das pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta, submetidas ao regime jurídico de direito privado, com os entes que integram a Administração direta.

e) dependendo, nos dois modelos, de lei para definição, distribuição de competências e de atribuições aos entes, órgãos e pessoas jurídicas envolvidas.

Comentário: Antes de analisar cada uma das alternativas vamos definir o que é desconcentração e descentralização em Direito Administrativo.

Ao estudar organização administrativa aprendemos que essa ocorre, tradicionalmente, por meio de duas técnicas: a desconcentração e a descentralização.

A desconcentração representa uma especialização de funções dentro da mesma estrutura, sem que isso implique a criação de uma nova entidade. Em outras palavras, consiste em distribuição interna de atividades dentro de uma mesma pessoa jurídica. O resultado desse fenômeno é a criação de centros de competências, como os órgãos públicos.

Por outro lado, a descentralização representa a transferência da atividade administrativa para outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou não do aparelho estatal.

Exemplos são a descentralização por serviços, com a criação de outra pessoa jurídica que integra a administração indireta, e a descentralização por colaboração, em que a transferência da execução de atividades depende de ato administrativo unilateral ou contrato, como ocorre nos casos de concessão de serviços públicos.

Feita essa introdução, vejamos as alternativas:

(a) ERRADA. Não existe a criação de outra pessoa jurídica na desconcentração. A título de informação, sobre o uso do termo “função executiva” note que essa não é uma expressão comum na doutrina, mas é utilizada por Maria Sylvia di Pietro como sinônima a “função administrativa”.

(b) CERTA. De fato, a desconcentração e a descentralização não são formas excludentes.

Como explicado introdutoriamente, a desconcentração envolve a criação de órgãos desprovidos de personalidade jurídica enquanto a descentralização leva a criação de pessoas jurídicas que passam a integrar a administração indireta no caso da descentralização por serviços. Isso significa que entidades criadas através da descentralização podem se desconcentrar, como fundações públicas, que podem se dividir internamente em órgãos.

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Além disso, a desconcentração e a descentralização servem a propósitos distintos. Temos na desconcentração uma reorganização que permite melhor funcionamento de determinada entidade e na descentralização temos especialização na prática de atividades, o que depende de autonomia.

Apesar de a alternativa afirmar especificamente que a desconcentração envolve a criação de órgãos desprovidos de personalidade jurídica, integrantes da estrutura da Administração direta, o que não está errado, em si, esses órgãos também podem integrar a estrutura das entidades da administração indireta.

(c) ERRADA. Tratando da descentralização por serviços temos sim a criação de pessoas jurídicas e podemos ter a transferência de competências e titularidades de serviços às entidades criadas, tenham elas personalidade jurídica de direito público ou privado, segundo a doutrina majoritária (excetua-se aqui José dos Santos Carvalho Filho que não admite a transferência de titularidade dos serviços).

A banca, entretanto, considerou a alternativa errada e isso pode decorrer de algumas interpretações distintas.

A questão afirma que a descentralização, de forma genérica, envolve a transferência de competências e de titularidade de serviços públicos às pessoas jurídicas que forem criadas, independentemente do regime jurídico a que se sujeitam.

Em primeiro lugar, a descentralização pode ser por serviços, com a criação de pessoas jurídicas distintas, ou pode ser por colaboração, não envolvendo a criação de outras entidades, e a alternativa faz referência apenas a características da descentralização por serviços.

Além disso, apenas a descentralização por serviços leva à transferência de titularidade, não ocorrendo o mesmo com a descentralização por colaboração, que transfere apenas a execução de um serviço, geralmente a pessoas privadas. É possível, então, que a banca tenha considerado tal generalização como errada ao tratar da descentralização.

Por fim, o regime jurídico a que as pessoas jurídicas se sujeitam restringe as atividades e competências transferidas. Não se transfere competência sancionatória ligada ao poder de polícia a pessoa jurídica de direito privado da administração indireta, que conta com regime jurídico híbrido de direito privado e direito público.

Além disso, não se transfere exploração de atividade econômica às pessoas jurídicas de direito público que se submetem ao regime jurídico-administrativo, como as autarquias. Ou seja, existe uma dependência entre a competência transferida e o regime jurídico a que a entidade se submete, o que pode ter sido considerado pela banca.

(d) ERRADA. Existem pessoas jurídicas de direito público (autarquias e fundações públicas de direito público) e pessoas jurídicas de direito privado na administração indireta (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado).

(e) ERRADA. A descentralização por serviços depende de lei para a criação de pessoas jurídicas de direito público ou autorização por lei para a criação de pessoas jurídicas de direito privado. A descentralização por colaboração, por outro lado, é feita por contrato ou ato unilateral da administração.

Além disso, a desconcentração, com reorganização interna da estrutura de determinada entidade não depende necessariamente de lei. Fique atento, pois a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública federal dependem de leis de iniciativa do Presidente da República, nos termo do art. 61, §1º, II, ‘e’, cumulado

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com o art. 84, VI, da Constituição Federal, mas a reorganização de uma autarquia específica, por exemplo, pode ser feita por normas infralegais expedidas no âmbito da própria autarquia. Essa reorganização por resoluções, por exemplo, é comum em universidades públicas.

Gabarito: alternativa “b”

3.

(FCC – ALESE 2018) Considere:

I. Desempenham serviço público descentralizado.

II. Sujeitam-se a controle administrativo exercido nos limites da lei.

III. Respondem diretamente pelos seus atos, ou seja, apenas no caso de exaustão de seus recursos é que irromperá responsabilidade do Estado.

IV. Não detêm capacidade de autoadministração, haja vista que tal função é considerada exclusiva do Estado.

No que concerne às características das autarquias, está correto o que consta em a) I, II, III e IV.

b) I, II e IV, apenas.

c) II e III, apenas.

d) I, II e III, apenas.

e) III e IV, apenas.

Comentário:

Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua a autarquia como “pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei”. Vamos aproveitar a questão para relembrar as características da autarquia:

I – CERTO. As autarquias resultam da descentralização administrativa por serviços, fenômeno pelo qual um ente federado cria uma pessoa jurídica e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público. No caso das autarquias, estas desempenham atividade típica de Estado. Assim, está correto dizer que desempenham serviço público descentralizado.

II – CERTO. As autarquias, como entidade da administração indireta, estão sujeitas a controle administrativo, especialmente o controle finalístico (também denominado de tutela), que tem como objetivo assegurar que a entidade da administração indireta não se desvirtue de suas finalidades.

III – CERTO. Por serem pessoas jurídicas, as autarquias são capazes de contrair direitos e obrigações por si próprias e, assim, respondem diretamente por seus atos e condutas, sendo que a responsabilidade da administração direta é apenas subsidiária.

IV – ERRADO. As autarquias detêm capacidade de autoadministração, podendo organizar seus próprios serviços e as matérias específicas que lhe foram destinadas. Nas palavras de Maria Sylvia Di Pietro, essa

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capacidade não deve ser confundida com a autonomia dada aos entes federados, que podem criar o próprio direito, por atribuição constitucional.

Assim, estão corretos apenas os itens I, II e III, sendo a alternativa “d” o gabarito da questão.

Gabarito: alternativa “d”

4.

(FCC – ALESE 2018)

No que concerne aos órgãos públicos, é correto afirmar:

a) a criação e extinção dos órgãos públicos independem de lei.

b) no desempenho das atividades inerentes a sua competência, os órgãos públicos atuam em nome da pessoa jurídica de que fazem parte.

c) os órgãos públicos têm personalidade jurídica própria.

d) a regra geral é a de que os órgãos públicos detêm capacidade processual.

e) os órgãos públicos são unidades de atuação integrantes apenas da estrutura da Administração direta, haja vista que as unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração indireta denominam-se entidades.

Comentário:

Vamos analisar cada assertiva.

a) ERRADA. A criação e extinção dos órgãos da administração pública dependem de lei em sentido estrito (art.

48, XI, CRFB/88). De outro lado, a organização e o funcionamento dos órgãos do Poder Executivo podem ser disciplinados mediante decretos autônomos, desde que não ensejem aumento de despesas (art. 84, VI, a, CRFB/88).

b) CORRETA. Conforme a teoria do órgão, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos que a compõem, sendo que quando os órgãos (ou os agentes públicos que os integram) atuam, é como se o próprio Estado o fizesse.

c) ERRADA. Os órgãos públicos são centros de competência que não possuem personalidade jurídica própria.

d) ERRADA. Em regra, os órgãos públicos não possuem capacidade processual, uma vez que não possuem personalidade jurídica, de modo que não podem figurar no polo ativo ou passivo de uma ação judicial. As principais exceções a essa regra são a impetração de mandado de segurança por Câmara Municipal contra prefeito para obriga-lo a prestar contas e a previsão do Código de Defesa do Consumidor de que órgãos da administração pública destinados à defesa dos interesses dos consumidores podem propor liquidação e execução de indenização (art. 82, III, Lei 8.078/1990).

e) ERRADA. A administração indireta também pode ser integrada por órgãos públicos, a exemplo dos órgãos que compõem uma autarquia, como o Instituto Nacional do Seguro Social. A palavra “entidade”, na verdade, faz referência às pessoas jurídicas integrantes da administração indireta.

Gabarito: alternativa “b”

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5.

(FCC – ALESE 2018)

Considere: Y é empresa pública federal e Z é sociedade de economia mista, também de âmbito federal.

Levando em conta as características de tais entidades,

a) ambas poderão revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

b) Y deve, obrigatoriamente, estar estruturada sob a forma de sociedade anônima.

c) ambas admitem a presença de pessoas da iniciativa privada em seu capital.

d) apenas a empresa Y apresenta a característica da vinculação aos fins definidos na lei instituidora.

e) o capital de Z poderá ser formado da conjugação de recursos oriundos das pessoas de direito público ou de outras pessoas administrativas, de um lado, e de recursos da iniciativa privada, de outro.

Comentário:

A questão traz características básicas das empresas estatais, com as sociedades de economia mista representadas por ‘Z’ e as empresas públicas representadas por ‘Y’.

Vamos analisar cada assertiva.

a) ERRADA. As empresas públicas podem revestir-se de qualquer forma admitida em direito (no âmbito da União a forma de sociedade anônima é preferencial, mas não obrigatória, conforme art. 11 do Decreto 8.945/2016), enquanto as sociedades de economia mista são constituídas necessariamente sobre a forma de sociedade anônima.

b) ERRADA. Conforme explicado anteriormente, ‘Y’, que é uma empresa pública, pode revestir-se de qualquer forma admitida em direito e, sendo uma empresa pública federal, atualmente adota de forma preferencial a forma de sociedade anônima (art. 11, Decreto 8.945/2016).

c) ERRADA. Em relação às sociedades de economia mista é certo afirmar que há conjugação de capital público e privado, mas empresas públicas são formadas por capital integralmente público (com possibilidade de participação das entidades da Administração Indireta).

Esse tópico comumente provoca dúvida entre os alunos, considerando que sociedades de economia mista podem participar de empresas públicas e essas são formadas com a conjugação de capital público e privado, ocasionando presença indireta de capital privado nas empresas públicas.

O que se deve ter em mente sobre esse tópico é que o capital das empresas públicas é oriundo de pessoas integrantes da administração pública. Não há possibilidade de participação direta de recursos de particulares na formação do seu capital. É possível, porém, desde que a maioria do capital votante de uma empresa pública permaneça sob propriedade da pessoa política instituidora, que haja participação de outras pessoas políticas, ou de entidades das diversas administrações indiretas.

d) ERRADA. Tanto as empresas públicas, aqui representadas por ‘Y’, quanto as sociedades de economia mista, aqui representadas por ‘Z’, vinculam-se aos fins definidos nos seus atos de constituição (lembrando que tais empresas estatais têm a sua criação autorizada por lei, mas não são criadas diretamente pela lei que as autoriza, adquirindo personalidade jurídica apenas com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro competente).

Inclusive, um dos objetivos da supervisão ministerial (tutela) exercida sobre tais entidades da administração indireta é assegurar a realização dessas finalidades (art. 26, I, Decreto-Lei 200/1967).

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e) CORRETA. As sociedades de economia mista, aqui representadas por ‘Z’, são formadas pela conjugação de capital público e privado.

Gabarito: alternativa “e”

6.

(FCC – ALESE 2018)

Determinada pessoa política pretende descentralizar as atividades de fiscalização do cumprimento das normas sanitárias pelos estabelecimentos do setor de comércio e serviços, tendo em vista que não dispõe mais de estrutura humana e operacional para tanto. Para implementação desse projeto, poderá

a) delegar a atribuição à iniciativa privada, desde que seja possível a contratação mediante inexigibilidade de licitação, em razão de notoriedade e excelência dos serviços.

b) constituir uma empresa pública com escopo específico e singular à finalidade da fiscalização pretendida, revestida de natureza jurídica de direito público e com capital sob controle do ente político que a criou.

c) instituir um consórcio com os demais entes políticos vizinhos, para otimizar e racionalizar custos, devendo a

c) instituir um consórcio com os demais entes políticos vizinhos, para otimizar e racionalizar custos, devendo a