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Questões de investigação, objetivos e hipóteses

Capítulo IV. Método

4.1. Questões de investigação, objetivos e hipóteses

Mediante a literatura pesquisada, vários estudos remetem para a importância da saúde mental em populações geriátricas, sendo urgente criar intervenções de modo a estabilizar ou melhorar alguns défices bem como potencializar as capacidades funcionais ainda existentes (Freitas, et al., 2013). Assim sendo, esta mesma investigação é deveras pertinente uma vez que, pretende caracterizar e comparar o grau de deterioro cognitivo de uma amostra de idosos residentes numa instituição de longa permanência no meio rural, mais propriamente da Beira Interior. Através dos resultados recolhidos esperemos retirar implicações que possam ajudar a melhor projetar programas de intervenção mais ajustados de modo a ir ao encontro das necessidades desta população específica, apostando na prevenção e promoção da saúde e bem-estar dos mesmos.

Deste modo, com o presente trabalho pretende-se alcançar os seguintes objetivos:  Caracterizar cognitivamente os idosos institucionalizados;

 Investigar o grau de deterioro cognitivos dos idosos institucionalizados;

 Perceber se as variáveis sociodemográficas, particularmente o género, a idade, a escolaridade e o estatuto socioeconómico exercem influência no funcionamento cognitivo;

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 Explorar as relações existentes entre o tempo de institucionalização e o grau de deterioro;

 Analisar a possibilidade de influência das variáveis associadas à saúde sobre o grau de deterioro cognitivo;

 Verificar se existe diferença no deterioro cognitivo entre idosos com/sem suporte social;  Constatar se maiores défices cognitivos medidos pelo MMSE encontram-se associados a

maiores declínios na velocidade percetiva e grafo-motora, ao decréscimo da memória de trabalho e a estádios da GDS mais severos.

 Indicar possíveis fatores de risco para o declínio das funções cognitivas em idosos institucionalizados.

De modo a atingir os objetivos supracitados e tendo em conta os resultados da revisão da literatura, formularam-se algumas hipóteses que posteriormente serão alvo de verificação. Assim, as hipóteses são as seguintes:

Grupo I: Grau de deterioro cognitivo e variáveis independentes: género, idade,

escolaridade e estatuto socioeconómico

 H1: O grau de deterioro cognitivo, medido pelas escalas utilizadas no protocolo de

investigação, de acordo com resultados prévios de investigação é significativamente mais severo em idosos do género feminino do que no sexo masculino.

 H2: De acordo com a literatura pesquisada, maior deterioro cognitivo está relacionado

com idades mais avançadas.

 H3: De acordo com a literatura o deterioro cognitivo, calculado mediante a aplicação do

protocolo de investigação, é mais severo em idosos analfabetos do que em idosos com escolaridade.

 H4: Os idosos com estatuto socioeconómico baixo a muito baixo apresentam, mediante a

análise das quatro escalas de avaliação, maior grau de deterioro cognitivo do que idosos com estatuto socioeconómico médio a elevado.

Grupo II: Grau de deterioro cognitivo e variáveis independentes associadas à institucionalização: Tempo de instituição, participação nas atividades

 H5: Segundo os resultados dos instrumentos recorridos, os idosos que se encontram há

mais tempo na instituição apresentam maior comprometimento cognitivo em relação ao grupo de idosos que se encontram recentemente institucionalizados.

 H6: Os participantes que não frequentam nenhuma das atividades proporcionadas pelo

Lar detêm, tendo por base os instrumentos do protocolo aplicados, maior deterioro cognitivo quando comparados com aqueles que participam nas atividades.

45  H7: De acordo com a literatura, os participantes que detêm défices sensoriais exibem,

segundo a análise dos resultados das escalas utilizadas, maior comprometimento cognitivo em relação aos participantes que não apresentam défices.

 H8: Os participantes dependentes na realização das AVD, através do resultado das várias

escalas aplicadas, ostentam maior comprometimento cognitivo quando comparados com os participantes autónomos nas AVD´s.

 H9: O grupo de participantes que anteriormente tinha algum vício (e.g. hábitos

tabágicos, álcool ou dependência de medicamentos) expressa maior deterioro cognitivo mediante a análise global dos instrumentos recorridos, que o grupo de participantes que não possuía qualquer tipo de vícios.

Grupo III – Grau de deterioro cognitivo e variáveis independentes associadas ao suporte social

 H10: Perante a análise estatística dos diferentes instrumentos utilizados no protocolo, os

participantes que não mantêm contato frequente com os seus familiares exibem maior deterioro cognitivo em relação aos participantes que mantêm um contato frequente.  H11: Por meio da análise dos resultados das escalas inerentes ao protocolo de

investigação, existem diferenças na maior ou menor frequência das visitas recebidas pelos participantes ao nível do deterioro cognitivo.

 H12: Os participantes que dentro do Lar não têm amigos, isto é, que não têm ninguém com

quem possam conversar, caracterizam-se por ter maior deterioro cognitivo medido pelas quatro escalas utilizadas, em relação aos participantes que têm amigos dentro do Lar.

Grupo IV: Relação entre as variáveis dependentes

 H13: Maiores défices cognitivos medidos pelo MMSE encontram-se associados a maiores

declínios na velocidade percetiva e grafo-motora, ao decréscimo da memória de trabalho e a estádios da GDS mais severos

De modo a alcançar os objetivos delineados, recorreu-se a aplicação de quadro instrumentos de avaliação psicológica, sendo eles o Mini-Mental Status Examination (MMSE), dois subtestes da WAISS-III a cópia de símbolos e ordem inversa, e ainda a Escala de Deterioração Global (GDS). Deste modo, resultados obtidos com estes instrumentos foram identificados como variáveis dependentes.

Quanto às variáveis independentes, que determinam e influenciam as variáveis dependestes, estas dizem respeito às características dos idosos que por sua vez foram obtidas no questionário sociodemográfico. Assim sendo, no total foram alvo de análises estatística 13 variáveis independentes que estão associadas a fatores de cariz mais pessoal como o género, a idade, escolaridade, etc, à institucionalização, à saúde e ao suporte social.

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