• Nenhum resultado encontrado

1. INTRODUÇÃO

4.1 RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA JUNTO AOS ESTAGIÁRIOS

4.1.3 Questões relacionadas aos novos padrões de Carreira

Tabela 4 - Carreira Proteana e Carreira Sem Fronteiras

Questões 1 2 3 4 5 Média

Sou responsável pelo desenvolvimento de minha carreira. 0 0 1 8 25 4,71 Possuo uma carreira independente e dirigida por mim. 1 3 10 14 6 3,62

Considero a liberdade um valor crucial para a tomada de

minhas decisões profissionais. 12 16 6 3,82

Em minhas escolhas profissionais, aspectos familiares e

sociais são fatores que direcionam minhas decisões. 1 4 7 14 8 3,71 Felicidade familiar, tranquilidade e bem estar, são

importantes para minha tomada de decisão 1 8 9 16 4,15

Tenho fácil adaptação em ambientes que se encontram em

constantes mudanças. 3 9 8 14 3,97

Considero momentos de adversidade grande oportunidade de

reinvenção de minha imagem. 1 1 13 10 9 3,74

Vejo as redes de relacionamentos como oportunidade no

mercado de trabalho 1 2 8 8 15 4,00

Sinto-me satisfeito ao saber que minha passagem em uma

determinada organização tivesse um período pré estipulado 3 9 14 6 2 2,85 Projeto minha carreira considerando a possibilidade em

trabalhar em segmentos distintos dos quais trabalho atualmente.

2 6 9 12 5 3,35

Considero minha capacidade de produção um possível

diferencial para a empresa em que atuo. 5 16 13 4,24

Possuo um comportamento empreendedor. 1 2 8 16 7 3,76

Média Geral 3,83

A tabela 6 trouxe a população respondente afirmações sobre novas configurações de carreira, sendo elas, carreira proteana e sem fronteiras.

Nas questões 12, 16 e 19 é notório o direcionamento a estas novas configurações, como no exemplo da questão 12, “sou responsável pelo desenvolvimento de minha carreira” onde é possível associar a características da carreira proteana, um modelo baseado no auto direcionamento e à orientação de valores pessoais, onde o indivíduo passa a ser protagonista da gestão de sua própria carreira contrariando modelos tradicionais que as empresas possuíam total autonomia e responsabilidade pelas etapas e processos da carreira de seus funcionários. Na questão 16, “felicidade familiar, tranquilidade e bem estar são importantes para minhas tomadas de decisão” é outra questão que remete claramente um direcionamento da carreira proteana, que mostra a clara valorização dos valores pessoais, que segundo Cálcena e Casado (2013) este tipo de carreira passa a considerar aspectos emocionais, que visam integrar todos os papéis desempenhados pelo indivíduo, como aspectos familiares e sociais, visando principalmente o sucesso psicológico, este que para Hall (1996) cita que pode estar vinculado as metas pessoais de cada indivíduo, podendo ser o bem-estar interior ou qualquer tipo de realização pessoal.

Na questão 19, “vejo as redes de relacionamento como oportunidade no mercado de trabalho” percebe-se uma características marcante da carreira sem fronteiras, que segundo Arthur (1994) é um modelo marcado por transcender as fronteiras organizacionais, nesta questão retrata uma quesito a ser considerado pelos indivíduos que buscam o gerenciamento autônomo de suas carreias que é o desenvolvimento das redes de relacionamentos, esta considerada de enorme importância, pois pode contribuir para o desenvolvimento de outras competências profissionais, esta competência é denominada como “knowing-whom” que segundo Cálcena e Casado (2013) podem ajudar o indivíduo na construção da própria reputação, gerando novas oportunidades no mercado de trabalho e novos aprendizados.

Já nas questões 13, 14, 15, 20, 21 e 23, “possuo uma carreira independente e dirigida por mim”, “considero a liberdade um valor crucial para a tomada de minhas decisões profissionais”, “em minhas escolhas profissionais, aspectos familiares e sociais são fatores que direcionam minhas decisões”, “considero momentos de adversidade grande oportunidade de reinvenção de minha imagem”, “sinto-me satisfeito ao saber que minha passagem em uma determinada organização tivesse um período pré-estipulado” “projeto minha carreira considerando a possibilidade em trabalhar em segmentos distintos dos quais trabalhos atualmente” e “possuo comportamento empreendedor”. Todas as questões acima obtiveram baixas média de concordância, e, as mesmas são adversas aos modelos de carreira sem

fronteiras e proteana, tais médias podem ser justificadas pelo fato de que mesmo que esses novos modelos de carreira venham como alternativa para as novas demandas de mercado, nem todos os indivíduos possuem habilidades necessárias para lidar com tais configurações, outrossim, deve ser levado em conta a complexidade e os desafios inerentes a esses novos modelos, que uma vez o indivíduo não esteja orientado de forma clara, pode trazer grandes chances de insucesso na gestão da própria carreira (CÁLCENA;CASADO, 2013).

Desta forma, assim como esses modelos podem representam autonomia e liberdade, o inverso é verdadeiro, pois os mesmos podem resultar em insegurança, instabilidade, podendo gerar até sofrimento e angústia. Outro ponto que justifica a baixa concordância nas questões citadas acima se dá justamente de estarmos relacionando o segmento bancário, marcada pela instabilidade e mudanças constantes que oferecem inúmeras alternativas quanto a carreira, o indivíduo pode vir a não suportar e sucumbir a não obtenção de êxito.

Tabela 5 - Planejamento Individual de Carreira

Questões 1 2 3 4 5 Média

Possuo um plano de desenvolvimento de carreira. 1 4 7 17 5 3,62

Visualizo evolução em minha trajetória profissional em

relação as minhas competências técnicas e comportamentais. 6 9 19 4,38 Enxergo as tendências de mercado (demandas por

determinadas áreas) como grande oportunidade de mercado. 3 3 16 12 4,09

Avalio e identifico meus pontos fortes. 1 5 11 17 4,29

Avalio e identifico meus pontos fracos 6 13 15 4,26

Possuo objetivos claros para os próximo 5 anos. 2 5 13 7 7 3,35

Reconheço com clareza minha vocação profissional. 5 7 16 6 3,68 Apresento com clareza minhas principais vantagens

competitivas. 1 11 17 5 3,74

Média Geral 3,93

Fonte: Dados primários (2018).

Na tabela que representa questões referente ao planejamento individual de carreira, é possível observar que a população analisada não apresenta todos os quesitos que segundo Oliveira (2013) são imprescindíveis para um plano de carreira consolidado e eficiente que possam gerar resultado satisfatórios. Verifica-se que a questão 24, “possuo um plano de desenvolvimento de carreira” obteve uma baixa média de concordância, que significa dizer que os estagiários não possuem nítido um plano de desenvolvimento, ou seja, não possuem uma projeção quanto suas próprias carreiras.

Assim como na questão 29, “possuo objetivos claros para os próximos 5 anos”, não se apresenta uma clareza no que tange aos objetivos considerados por Rothwell e Kanzanas (1998) como de longo prazo, esses que possibilitam o desenvolvimento interpessoal, bem como um possível aprimoramento de habilidades e tudo aquilo se espera realizar em relação aos objetivos traçados neste período pré-estabelecido, que segundo Faria (2009) é indispensável atribuir um prazo para o cumprimento destes. Outra questão com baixa concordância foi a 30, “reconheço com clareza minha vocação profissional” que mostra que a população analisada ainda não possui o reconhecimento claro de seus talentos e suas aptidões, ponto que segundo Oliveira (2003), diz que pode determinar os objetivos profissionais através da definição de sua missão de vida, bem como as estratégias para o atingimento dos mesmos.

E, na questão 31, “apresento com clareza minhas principais vantagens competitivas” a baixa concordância indica que os jovens estagiários estão desconsiderando um fator de suma importância que é a apresentação de vantagens competitivas, onde ocorre a diferenciação de cada profissional perante o mercado de trabalho, correndo o risco dos mesmos sucumbirem em cenários de alta competitividade entre os profissionais.

Entretanto, nas questões 25, 27 e 28, que é “visualizo evolução em minha trajetória profissional em relação as minhas competências técnicas e comportamentais”, “avalio e identifico meus pontos fortes”, “avalio e identifico meus pontos fracos”, apresentam alta concordância, observando-se que a população analisada possui certezas em tudo que se refere a aspectos internos, como o processo evolutivo das competências, bem como avaliação de pontos e fracos, análise que deve ser marcada pela qualidade da formação técnica, experiências, relações interpessoais e características pessoais (ROTHWEEL; KANZANAS, 2013).

Documentos relacionados