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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2 Questionários com os estudantes

Cavalheiro (2008), afirma ser de extrema importância a abordagem de assuntos ambientais em instituições de educação básica, e acrescenta que o educador deve promover um trabalho permanente de conscientização e sensibilização dessas questões (CAJAIBA; SANTOS, 2014).

Nesse sentido, na primeira etapa da pesquisa, antes das palestras, questionamos os estudantes sobre diversos assuntos relacionados ao meio ambiente. Inicialmente perguntamos se os estudantes sabiam que destino era dado ao lixo doméstico e a maioria (73%) respondeu que era levado para o lixão (Gráfico 5).

Gráfico 5. Destino dado ao lixo na casa dos estudantes. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Resende; Roselen (2010), afirmam que, na maioria das cidades brasileiras, o lixo coletado tem destinação inadequada, sendo disposto em lixões a céu aberto, causando vários problemas ambientais, como: o mau cheiro devido à decomposição de restos de animais e alimentos, a poluição do solo e das águas subterrâneas e superficiais pela infiltração dos resíduos do lixo, e também problemas de saúde pública, como a proliferação de moscas e

Queimado 13% Reaproveitado 14% Lixão 73%

baratas, mosquitos e ratos que, em contato com o homem, transmitem doenças.

Na questão seguinte perguntamos aos estudantes se sabiam quais os problemas que o lixo traz para a vida das pessoas e para a Natureza (Gráfico 6).

Gráfico 6. Problemas que o lixo traz, segundo os estudantes. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Os alunos (45%) afirmaram que o lixo depositado inadequadamente pode contaminar o solo e a água e comentaram também que o lixo pode afetar a saúde das pessoas (32%), mas pode trazer vários problemas para as cidades, como enchentes e deslizamento, mau cheiro e outros problemas sanitários.

Na pesquisa sobre percepção de uma comunidade sobre lixo, Mucellin; Bellini (2008), também constataram, sem exceção, que o lixo foi percebido como algo ruim, mal cheiroso, nocivo, associado à doença e aos vetores transmissores de doenças, especialmente ratos e insetos.

Poluição visual 4% Contaminação do solo e da água 45% Doenças nas pessoas 32% Enxurradas 5% Queimadas 9% Erosão da terra 5%

A seguir, questionamos os estudantes se sabiam o destinho do lixo de suas casas e (73%) disseram que era levado para o lixão (Gráfico 7).

Gráfico 7. Conhecimento dos estudantes com relação ao destino do lixo da casa.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

De acordo com Trindade (2011), o reaproveitamento do lixo é muito importante, ao contrário do que se pensa, pois esses materiais definidos como sendo obsoletos, possuem um grande potencial de reaproveitamento, em sua maioria, pode ser reciclado, ou seja, conservando/preservando o meio

ambiente e todo o seu recurso naturais não-renováveis. Assim é necessário

sensibilizar os alunos para a importância da separação do lixo em recipientes para cada tipo de material, pois eles são a nova geração no nosso país e no mundo inteiro, e assim formar cidadãos conscientes(MONTEIRO, 2001).

Sim 73% Não

Indagamos dos estudantes se era feito aproveitamento do lixo em casa e (68%) respondeu que sim (Gráfico 8).

Gráfico 8. Sua família tem o hábito de reaproveitar resíduos sólidos. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Quando questionados sobre a sala de aula limpa (53%) dos estudantes responderam que as vezes, onde os mesmos justificaram que quando chegam a sala de aula eles encontram limpa e eles mesmo que sujam, como jogando papel no chão (Gráfico 9).

Gráfico 9. Na sua escola, a sala de aula está sempre limpa. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Sim 68% Não 23% Desconhece (não sabe) 9% Sim 17% Não 12% As vezes 53% Raramente 18%

Os educados também foi questionados pelo lixo no chão durante o recreio, onde (47%) respondeu que as vezes, e os mesmos responderam que eles mesmos que suja durante o recreio (Gráfico 10).

Gráfico 10. Durante o recreio você vê lixo jogados pelo chão. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Segundo Monteiro (2001), a coleta seletiva contribui com a preservação do meio ambiente, pois já que permite a triagem de resíduos, ou seja, evitando os descartes desordenados que são os principais formadores dos grandes lixões.

Sobre o destino do lixo da cantina (68%) responderam que não sabe, mas os (27%) que responderam sim disseram que o lixo é levado pelo o carro de lixo, outros disseram que é levado para o aterro sanitário (Gráfico 11).

Sim 29% Não 12% As vezes 47% Raramente 12%

Gráfico 11. Conhecimento dos estudantes sobre o destino do lixo da cantina da escola.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

A compostagem é um método bastante relevante para atividades agrícolas, além de substituir adubos químicos que na maioria das vezes tornam o solo infértil; já a compostagem trás muitas vantagens além de contribui no processo de fertilização do solo, aumenta a quantidade de nutrientes necessários ao desenvolvimento da cobertura vegetal, melhora a capacidade de retenção de água e de nutrientes, reduz a erosão e melhorar as características do solo (CAMPBELL, 1995).

Os educandos foram indagados se conheciam a compostagem (73%) responderam que não (Gráfico 12).

Sim 27% Não 68% Não respondeu 5%

Gráfico 12. Conhecimento dos estudantes sobre a compostagem. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Trabalhando com estudantes do ensino fundamental, Costa; Silva (2012), também relataram que os entrevistados (88,2%) desconheciam o processo de compostagem, embora admitissem a importância ambiental da reciclagem e do reaproveitamento na redução de lixo e na economia de energia e matéria-prima.

O desconhecimento da prática da compostagem evidenciou-se na questão seguinte, pois quando perguntados se sabiam o que poderia ser compostado os resultados foram: (32%) respondeu plásticos, (14%) não soube responder e (9%) que tudo pode ser compostado (Gráfico 13).

Sim 27%

Não 73%

Gráfico 13. Nivel de conhecimento dos estudantes sobre o que pode ser compostado.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Quanto a abordagem do conteúdo sobre resíduos sólidos em sala de aula, (86%) responderam a disciplina de Ciências (Gráfico 14), o que naturalmente evidencia a ausência da interdisciplinaridade.

Gráfico 14. Opinião dos estudantes que as disciplinas relatam sobre resíduos sólidos e sustentabilidade em sala de aula.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Papel 4% Orgânicos 4% Restos vegetais 18% Plásticos 32% Estercos 5% Não sei 14% Alimentos 9% Todas as opções 9% Orgânicos/ restos vegetais/ alimentos 5% Geografia 14% Ciências 86%

Segundo Bolzan (2015), conscientizar os estudantes sobre a importância do reaproveitamento dos resíduos orgânicos para a produção do composto formar para o ambiente, pois evita a contaminação dos solos e das águas, quanto para as plantas, como fontes de nutrientes, assim conservando o solo e o meio ambiente.

Na segunda fase da pesquisa, ou seja, após a realização das palestras e das vivências, foi aplicado novo questionário com os estudantes de modo a verificar o entendimento da prática da compostagem.

Quando foi perguntado para os alunos qual seria o melhor destino para o lixo orgânico, (22%) respondeu que o melhor destino seria fazer uma composteira, para virar adubo para plantas e solos (Gráfico 15).

Gráfico 15. O melhor destino para lixo orgânico na visão dos estudantes. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

O processo físico-químico de decomposição dos materiais orgânicos, se não controlado de forma correta, irá produzir chorume, em sua maioria ricos em

17% 5% 17% 22% 11% 11% 11% 6%

Fazer uma composteira, para usar nas plantações e o solo para que fique mais fértil. Para fazer uma composteira, porque o resto do lixo orgânico serve para fazer o adubo orgânico para plantar e etc.

O resto de alimento podemos botar na composteira, fazer adubo e o resto podemos reciclar.

Fazer uma composteira, ser misturado, e virar adubo para plantas e solos pobres. Na plantação.

O melhor destino é reciclar/reutilizar e os outros o carro de lixo leva. O melhor destino é jogar para que o carro do lixo leve esse lixo orgânico. Não respondeu

metais pesados, chumbo, níquel, cádmio, dentre outros, que contaminam as veias hídricos e também o cursos d‟água quando infiltrados no solo; e assim também a decomposição anaeróbica das frações orgânicas do lixo lança, no ar, compostos poluentes e gases de amônia, enxofre, gás carbônico, dentre outros (BIDONE; POVINELLI, 1999).

Quando os alunos foram indagados sobre quais materiais necessários para montar uma composteira (44%) dos alunos responderam folhas verdes e secas, restos de alimentos, cascas, verduras, frutas e etc (Gráfico 16).

Gráfico 16. Materiais necessários para montar uma composteira. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

A reciclagem é uma das possíveis soluções para o problema do lixo. Seu custo é baixo e sua implantação depende de uma campanha educativa para orientar as pessoas a respeito da importância de separar os materiais que compõem o lixo. A reciclagem além de preservar o meio ambiente pode ser uma fonte de renda para muitas pessoas como é o caso dos catadores de lixo que dependem da coleta seletiva para sobreviverem (GRIPPI, 2001).

13%

50% 6%

19%

6% 6%

Palha de coqueiro, vegetais, cascas de ovos, adubo bovino ou caprino, cascas de frutas e etc.

Folhas verdes e secas, restos de alimentos, cascas, verduras, frutas e etc. Adubo, farinha de osso e folhas.

Adubo, casca, madeira e solo.

Os alunos foram questionados sobre quais os organismos trabalham na decomposição dos resíduos orgânicos durante a compostagem e (33%) respondeu fatores diversos; apenas (17%) deram respostas satisfatórias: minhocas e microorganismos (39%), talvez pelo assunto de organismos do solo não ter sido apresentado aos estudantes nos livros escolares (Gráfico 17). A visita monitorada ao Espaço de Educação em Solos na UFCG, ao tanque de compostagem provavelmente despertou naqueles (17%) maior interesse em responder sobre os organismos que trabalham nas fases da compostagem.

Gráfico 17. Quais os organismos que trabalham na decomposição dos resíduos orgânicos durante a compostagem.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Também foi perguntado o que era necessário para fazer com que a composteira não vire lixo e a maioria (56%) respondeu corretamente: revolver e aguar a composteira, evidenciando que a atividade prática foi exitosa (Gráfico 18).

33%

39% 17%

11%

Clima, a água, o vento, sol e organismos Microrganismos

Minhoca e outros tipos de organismos Não respondeu

Gráfico 18. O que é preciso para que a composteira não vire lixo. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Peixoto (2011), aponta que a partir das mistura de restos de alimentos, frutas, folhas, esterco, palhadas, etc., obtém-se assim, no final de todo esse processo, um adubo orgânico homogêneo, o composto, que pode ser usado com o prática na Educação Ambiental, para sensibilização de escolares sobre a importância da reciclagem do lixo orgânico, adubação orgânica e conservação dos recursos ambientais.

Segundo Oliveira (2008), com todo este processo da compostagem tem uma grande importância, pois uma quantidade considerável de nutrientes estará retornando para o solo na forma mineral e orgânica, proporcionando melhorias químicas, físicas e biológicas, assim também podendo ser usado por culturas anuais ou perenes.

Quando foi perguntado onde pode ser usado o produto final da compostagem (56%) respondeu que o uso do composto pode ser feito nas plantações e em hortas, pois eles viram o quanto a compostagem é um material rico, de fácil acesso e bom para se trabalhar. Nesse sentido é possível evidenciar a relevância da visita técnica e do uso de metodologias participativas para promoção da aprendizagem de temas relativos ao solo, tornando as aulas mais interessantes e interativas (Gráfico 19).

5% 5% 56% 11% 6% 17%

Revolver e colocar um bastão de ferro para ver a temperatura. Não passar do nível de temperatura e revolver.

Revolver e aguar a composteira. Limpar e mudar o adubo.

Separar as partes para compostar. Não respondeu.

Gráfico 19. Onde pode ser usado o produto final da compostagem. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Desta maneira, assim como no trabalho desenvolvido por Cruz et al., (2011), ficou evidente que os alunos estavam envolvidos com as aulas, sendo possível observar uma sensibilização e despertar que podem implicar na melhoria do processo de aprendizagem dos mesmos.

56%

28% 5%

5% 6%

Plantações, em hortas, em jardins e vários outros. Nas plantas.

Nas plantas e no solo.

Em solos pobres e o reforçamento das plantas. Nas plantas, árvores e etc.

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