T IPO DE I NFORMAÇÃO S IGNIFICADO
2.4.2. R ECURSOS C OMPUTACIONAIS DOS S ISTEMAS CAD
Certas características e recursos computacionais de um sistema CAD são, geralmente, mais requeridos e necessários do que outros. De acordo com (WAKEFORD e FAY, 1998), quando usuários procuram por um novo sistema CAD para atender às suas necessidades mais básicas e comuns, eles listam os seguintes itens:
• Habilidade de importar dados a partir de outros sistemas CAD; • Integração e conectividade com sistemas CAM;
Essas características e recursos do sistema CAD acabam servindo de critério decisivo para escolha, pois elas servem de apoio básico para utilizá-lo eficientemente e produtivamente. Os dois primeiros itens listados acima estão diretamente relacionados ao formato de arquivo proprietário do sistema CAD, e à estrutura de dados e informações.
Os sistemas CAD oferecem algumas ferramentas e recursos de personalização, os quais permitem desenvolver e implementar outros recursos estendidos e mais ajustados às necessidades específicas de um usuário. A título de exemplo, citam-se alguns recursos encontrados no sistema CAD MicroStation/J Modeler, da Bentley.
• Modelagem paramétrica: são recursos e funcionalidades de modelagem de formas (Perfis bidimensionais – Sketches/Profiles), os quais possibilitam a criação de relacionamentos geométricos e dimensionais, que por sua vez permitem fazer alterações de forma e reuso da informação gráfica a partir dos parâmetros definidos. Exemplo na Figura 12;
Figura 12. Exemplo de perfis bidimensionais gerando formas curvas e sinuosas.
• Desenvolvimento de bibliotecas de células personalizadas; • Definições de features básicas;
Figura 13. Biblioteca de componentes padronizados do MicroStation/J Modeler v7.1.
Figura 14. Biblioteca de componentes padronizados da MechSoft, Inc.
• Interface de integração com sistemas de banco de dados, permitindo o sistema CAD ler informações a partir de um banco de dados;
Ex.: Através de drivers ODBC – Open Database Connectivity, da
Microsoft; ou JDBC – Java Database Connectivity, da Sun Microsystems.
• Interface de integração com linguagens de programação, através de API’s próprias do sistema CAD.
Ex.: Basic; MDL (MicroStation Developer Language) em C; e JMDL, seu correspondente, em Java.
À medida que as informações e os dados vão se tornando mais complexos, o auxílio de ferramentas computacionais ao projeto torna-se indispensável na realização de tarefas mais criativas, de gerenciamento e suporte eficiente da dinâmica de projeto de um produto, como por exemplo:
• Aumento da eficiência dos métodos de modelagem do produto: captura da intenção do projetista dentro do modelo geométrico gerado pelo sistema CAD; geração e seleção automática de soluções alternativas a partir de uma especificação textual ou gráfica de projeto;
• Gerenciamento e manutenção das informações e dados de
projeto: estrutura de dados representativa do contexto de projeto,
reusáveis e extensíveis em aplicações subseqüentes do ciclo de vida do produto;
• Integração com o processo de projeto e fluxo de trabalho da
empresa: interoperabilidade com outras ferramentas
computacionais; interfaces computacionais personalizadas e ajustadas para aplicações específicas.
Dessa explanação de sistemas CAD conclui-se que a utilização dos recursos já disponíveis na maioria dos sistemas CAD classificados como de média e alta aplicação (middle/high-end application), habilitam o analista a propor recursos computacionais estendidos, que atendam e suportem operações comuns desejadas por um usuário do domínio de projeto. E a razão para esse direcionamento, é desenvolver recursos que facilitem para o usuário do sistema a captura da intenção do projetista na criação do modelo sólido.
Todavia, uma outra conclusão, é que devido às particularidades próprias da atividade de projetar, fica complicado disponibilizar um conjunto de ferramentas integradas que satisfaçam por completo as diferentes necessidades do usuário.
Por isso, a estratégia de abordagem do problema de modelagem tem o objetivo de visualizar as informações mais importantes das fases de projeto e os seus relacionamentos. E assim, poder concentrar esforços para implementar recursos computacionais direcionados para o processamento dessas informações mais relevantes.
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3..11..
II
NNTTRROODDUUÇÇÃÃOOO conceito atual de feature é resultado de uma constante evolução e contínua mudança. Ele se ampliou, incorporando e integrando-se ao ciclo de vida do produto como um todo, e não mais apenas restrito ao domínio da Fabricação ou do Planejamento do Processo. Orientado por essa abrangência, a pesquisa de tese aprofundou-se nessa discussão. Avanços e revelações sobre os resultados obtidos estão descritos e comentados neste capítulo.
As contribuições dessa investigação, quando fundamentada em conceitos básicos e genéricos, combinam perfeitamente nos objetivos citados numa definição do que é pesquisa (JORNAL DA CIÊNCIA, 2001):
“Uma pesquisa é um processo orientado para expandir as fronteiras do conhecimento. Ela representa uma investigação ordenada e original que é coerente com uma linha de pensamento conceitual e teórica; persegue em sua intenção de mostrar evidências através de um método racional de ação e experimentação e tem sempre a intenção de descobrir novas informações ou desenvolver novos processos de transformação para viabilizar produtos ou serviços de informação.”
As declarações descritas, comentadas e defendidas neste capítulo têm o objetivo de descrever o estado da arte em feature e nas tecnologias relacionadas ao conceito do que é feature.
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3..22..
CC
OONNCCEEIITTOOSS EEDD
EEFFIINNIIÇÇÕÕEESSA terminologia empregada na área de processo de projeto é diversa, por vezes ambígua, dúbia ou mesmo conflitante no que diz respeito à padronização dos termos empregados para se definir, qualificar ou expressar idéias, conceitos e intenções de projeto. Ou seja, a terminologia dos conceitos que são utilizados não está totalmente definida ou padronizada, nem no campo teórico e muito menos na modelagem computacional do problema (SRINIVASAN, 1999). Isso se justifica por alguns fatores inerentes ao processo de formação do conhecimento individual do projetista sobre determinado assunto, o qual no que se refere ao processo de projeto é ainda muito incipiente, para não dizer inexistente.
Percebe-se na literatura um esforço inicial e informal, em tratar esse problema da padronização de termos técnicos. Essa não padronização da terminologia acaba tornando-se um empecilho a mais para a estruturação de uma implementação computacional consistente e abrangente no processo de projeto.
Por isso, dentro da idéia de montar uma base consistente de conceitos baseados na modelagem orientada a objeto e na tecnologia de feature, esta pesquisa se propõe a oferecer uma forma de modelar informações de features que capturam os conceitos no contexto de cada fase do processo de projeto.
Para tanto, é de suma importância analisar, discutir e comparar como são interpretados alguns conceitos e terminologias comumente usadas na linguagem de Desenvolvimento do Produto e Metodologia de Projeto.