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T RANSCRIÇÃO DAS CONVERSAS ENTRE ALUNOS E MESTRANDA DURANTE A ATIVIDADE DE OBSERVAÇÃO E ANÁLISES DE OBRA DE ARTE DA 2 ª

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C. T RANSCRIÇÃO DAS CONVERSAS ENTRE ALUNOS E MESTRANDA DURANTE A ATIVIDADE DE OBSERVAÇÃO E ANÁLISES DE OBRA DE ARTE DA 2 ª

SEQUÊNCIA DIDÁTICA.

Esta atividade ocorreu no dia 8 de junho de 2015, sendo que consistia na observação e análise de obras de arte. Esta atividade tinha o objetivo de identificação de simetrias e eixos por parte dos alunos. Todos o diálogos foram transcritos exatamente da forma como foram ditos, não tendo sido sujeitos a alterações.

A Mestranda começa por mostrar a primeira imagem.

Mestranda – “Olhem, então o que é que vocês vêm aqui? Francisca.” Aluna F – “Uma tesoura, que tem pestanas.”

Mestranda – “Sim. Aluna K.” Aluna K – “Uma tesoura.”

Mestranda – “Uma tesoura. Aluno A.” Aluno A – “Coruja.”

Aluna F – “Uma coruja?” Mestranda – “Aluno S.”

Aluno S – “É uma…é uma…eu sei que é uma tesoura, mas a mim também me parece uma coruja.”

Mestranda – “O que é que vos faz lembrar? E.”

Aluna E – “Um…um senhor com olhos enormes e pestanas.” Mestranda – “Mais?”

Aluna E – “Mas também parece uma coruja.” Aluno P – “Os olhos de uma coruja.”

Mestranda – “Os olhos de uma coruja. Aluno C.”

Aluno C – “Uma senhora com pestanas muito, muito, muito grandes.” Mestranda – “Aluna L.”

Aluna L – “Um senhor com uma máscara.”

Mestranda – “Então vocês acham que isto é uma pintura, uma escultura, …?” (…)

Mestranda – “Um de cada vez. Aluna E.” Aluna E – “Eu acho que é uma pintura.” Mestranda – “Aluna O.”

38 Mestranda – “Aluna M.”

Aluna M – “Escultura.”

Mestranda (apontando) – “Alguém consegue ler o que está aqui?” Alunos – “Não.”

Mestranda – “Lê lá, P.”

Aluno P– “Ah, é uma fotografia.”

Aluna F – “Pois é, é uma fotografia que eu agora consegui ver.” (…)

Mestranda – “Esta imagem, é de uma artista que se chama Chema Madoz e ela tira assim fotografia diferentes. “

Aluna E – “O meu pai também tira fotografias.”

Mestranda – “Olhem, o que é que vocês podem dizer mais sobre esta imagem?” Aluno S – “É interessante.”

Aluna E – “É toda preta.” Mestranda – “E…? Aluna E – “Branco.”

Mestranda – “Preto e branco. Mais? Aluno R.” Aluno R – “Eu vejo um bico.”

Mestranda – “Um…?” Aluno R – “Bico.” (…)

Mestranda – “Então se vocês olharem…olhem lá bem para a imagem.” Aluna E – “Um lápis!”

Mestranda – “Vejam só a imagem. Vejam um lado, vejam o outro. Que formas é que vocês encontram?”

Aluno R – “Círculo. Triângulo.” Aluno P – “Dois círculos.” Mestranda – “Calma. Aluna M.” Aluna M – “Vejo dois círculos.” Aluna E – “Eu vejo três círculos.”

Mestranda – “Então, quando nós… olhem uma coisa, quando nós falamos em matemática, quando falamos em matemática, de figuras…posso falar? Quando falamos em matemática de figuras, quando vos dizem para, por exemplo, traçarem o eixo de simetria. O que é que é o eixo de simetria?”

39 Aluno A – “É a linha que separa do interior do exterior?!”

Aluna E – “Não não.” Mestranda – “Não.” Aluna M – “Não é nada.”

Aluno P – “É uma linha que ‘tá a dividir o meio.” Mestranda – “Que divide de que forma?”

Aluno P – “O meio.”

Mestranda – “De forma i….. Aluno P – “Igual.”

Mestranda – “Agora olhem para esta imagem.” Aluna E – “Eu ´tou a ver três círculos.”

Alunos – “Eu também.”

Aluno P – “Dá para dividir a meio…” Mestranda – “Então, P? Aluna N.”

Aluno P – “Eu sei como é que podemos dividir a meio.” Mestranda – “Dá para dividirmos como?”

O P levanta-se e vai apontar na imagem o eixo de simetria, fazendo o gesto de uma reta de baixo para cima.

Mestranda – “E como é que ela fica?”

Aluna E – “Parece um lápis com uma, com uma roda…com um círculo…” Mestranda – “Então nós conseguimos traçar aqui um eixo de simetria? “ Alunos – Sim!”

Mestranda – “E ela fica este lado em relação aquele, fica o quê?” Alunos – “Igual!”

Mestranda – “Certo.”

Aluna E – “Tá ali, tá ali o terceiro círculo.”

Aluno P – “Aonde? Onde é que ´tá o terceiro círculo?” (…) – A Mestranda muda de imagem.

Aluna F – “Essa é fácil.”

Mestranda – “Esta é da mesma artista. É uma fotografia.” Aluno S – “É um pincel.”

Mestranda – “Que cores é que nós conseguimos ver?” Aluno A – “Preto e branco.”

40 Mestranda – “Olha, tem de ser um de cada vez. Aluna L.”

Aluna L – “Preto e branco.” Mestranda – “Certo. Mais?” Aluno Q – “É uma borboleta.” Aluna E – “Dedo no ar.”

Mestranda – “Que objetos é que vocês conseguem identificar? Aluna F.” Aluna F – “Um lápis…”

Aluna M – “Parece um pincel.”

Mestranda – “Um pincel…mais? Aluno U.” Aluno U – “Dois círculos.”

Alunos – “sim…”

Aluna M – “Oh Sofia, eu não sei como é que se chama…é aquelas coisas…” Mestranda – “Alguém sabe o nome deste objeto?”

Aluno A – “Eu acho que sei.”

(…) – Os alunos comentam o nome, não sendo percetível.

Mestranda – “ Não, são paletas, certo? Posso? Oh S. É utilizado pelos pintores.” (…)

Mestranda – “Aqui é onde são colocadas tintas. Então o que é que vocês…o que é que vos parece quando olham para a imagem, que ideia têm? Aluna M.”

Aluna M – “Uma borboleta.” Mestranda – “Borboleta.”

Aluna E – “A mim, o que estavam a dizer…parecia-me um seis.” Mestranda – “Um seis…sim.”

Aluna F – “Também podia ser uma máscara.” Mestranda – “Também podia ser uma máscara.” Aluna M– “Pois podia.”

Mestranda – “Então o que é que…o que é que podemos dizer mais sobre a imagem?” Aluno P – “As figuras geométricas.”

Mestranda – “Quais?” Aluna E – “Eu ia dizer isso.”

Aluno P – “Os círculos, um retângulo, um triângulo,…” Alunos – “Um triângulo?”

O P vai apontar.

41 Aluno Q – “E o retângulo do pincel.”

Mestranda – “Sim.”

Aluno M – “Isso não é bem um retângulo…”

Mestranda – “Não é bem um retângulo, mas…calma!” Aluno C –“É um cilindro.”

Mestranda – “Sim. Olhem, o que é que podemos dizer mais sobre a imagem?” (…)

Aluno P – “Também se pode fazer um eixo de simetria.” Mestranda – “Onde?”

O P levanta-se e vai apontar o eixo de simetria. (…)

Mestranda – “O que é que vocês acham? Acham que sim?” Alunos – “Sim.”

Aluno P – “Dá para dividir.”

Mestranda – “O que é que acontece à figura se traçarmos um eixo no meio?” Aluno P – “Fica igual.”

Mestranda – “E só existe esse eixo ou existe mais?” Aluno S – “Mas o pincel tem de ficar dividido ao meio.” Mestranda – “Sim. Aluna D.”

Aluna D – “É uma fotografia.” Mestranda – “Sim.

A Mestranda muda de imagem. Mestranda – “Vamos avançar.” (…)

Mestranda – “Aluna F.” Aluna F – “É uma parede.” Mestranda – “Aluna D.” Aluna D – “Um tapete.” Mestranda – “Não. Aluna E.”

Aluna E – “Eu…eu consigo…conseguimos fazer um eixo de simetria.” Mestranda – “Onde? Anda cá explicar.”

Aluno S – “Podemos fazer dois eixos de simetria.” A E aponta o eixo de simetria vertical.

42 (…)

Mestranda (fazendo o gesto de um eixo vertical) – “A E disse um eixo quê? Nesta posição é o quê? Nesta posição o eixo é o quê? Vertical. Ela encontrou um eixo vertical.”

Aluno P – “Mas há outro.” Mestranda –“Calma.”

Aluno S (fazendo os gestos) – “Eu sei, há um eixo na vertical, um na horizontal, um assim e um assim.”

Mestranda – “Anda cá, A. Podes-te sentar, E, obrigada.”

O aluno A vai apontar um eixo vertical, horizontal e diagonais. Aluna E – “Eu acho que esse não dá.”

Mestranda – “Oh E, mas nós estamos a ver só esta parte aqui.” Aluna E – “Ah, pensava que estavam a dizer tudo.”

Mestranda – “Eu sei, eu sei, esta parte já não conta, porque aqui já é outra…outra forma. Portanto, nós conseguimos traçar um vertical, um na horizontal e também dois na diagonal. Podes sentar, A.”

Aluna E – “´Tá aí muitas cores.” Mestranda – “Que cores é que tem?” Aluna E – “O azul…”

Mestranda – “Olhem, eu não consigo ouvir. Aluna L. Um de cada vez. Que cores, E?” Aluna E – “Azul, ah…amarelo ou laranja.”

Aluna M – “Parece mais amarelo torrado.” Aluna E – “Pois. “

Mestranda – “Mais?”

Aluna E – “Azul escuro e um bocadinho de vermelho.” Aluno S – “Branco.”

Aluna M – “Branco.”

Mestranda – “Vermelho não. Branco. E então, isto é o quê? Vocês sabem o que é?” Aluno P – “Uma moldura.”

Mestranda – “Beatriz.” Aluna M – “Fotografia.” Alunos – “Moldura.”

Mestranda – “Não…Olha um de cada vez! Aluno S.” Aluno S – “Eu acho que é uma pintura.”

43 Mestranda – “Olhem, digam-me uma coisa…não olhes, que é para descobrirmos todos!”

Aluno A – “Azulejos.”

Mestranda – “Nas vossas cozinhas, na parede muitas vezes nós vemos azulejos, ou na casa-de-banho. Ou então nas casas antigas, do lado de fora… são azulejos. Podem ser pintados…”

Aluna E – “A casa da minha…a casa de banho, a de baixo, da casa da minha avó na parede há azulejos. “

Mestranda – “Muitas vezes nas casas de banho há…provavelmente as vossas têm.” (…)

Aluno A – “São vários porque aí vê-se o tracinhos que estão a dividir os azulejos.” Mestranda – “Vê-se aqui os tracinhos…”

Aluna M – “Eu não consigo ver.” Aluna E – “Não estão a dividir.”

Mestranda – “Isto são azulejos divididos.” (…)

A Mestranda muda para a próxima imagem.

Mestranda – “Isto é o quê? O que é que vocês acham? Aluna I.” (…)

Mestranda – “Aluno Q.”

Aluno Q – “Isso parece uma caixa (…)” Aluna B – “Uma quê?”

Mestranda – “Aluna E.”

Aluna E – “Eu consigo ver aí retângulos.” Mestranda – “Sim. Aluno P.”

Aluno P – “Eu acho que é às vezes aquelas casas que vendem os jornais.”

Mestranda – “São os quiosques. Isto é um quiosque, onde nós vemos várias vezes…que vendem jornais, gelados…”

(…)

Mestranda – “O que é que podemos dizer mais sobre a imagem? Aluno P.” Aluno P – “É…uma pintura.”

(…)

Mestranda – “Isto é …” Aluno Q – “Uma moldura.”

44 Mestranda – “Eu vou explicar o que é. É uma pintura, foi uma artista que pintou sabem para quê?”

Alunos – “Não.”

Mestranda – “Conseguem ver aqui à volta tipo um picotado? Ela fez esta pintura, esta imagem, para fazer selos das cartas, sabem? Aqueles selos pequeninos que se colocam nas cartas.”

Aluna M – “Mas porque é que ela fez isso?”

Mestranda – “Porque há vários tipos de selos, que têm várias pinturas.” Aluno C – “Para que é que servem os selos?”

Mestranda – “Para enviar cartas. Agora já não se vêm muito. Mas têm uma carta aqui, têm de quem é, para quem é e aqui coloca-se o selo. Ela fez esta pintura para ficar em selo, para as pessoas colarem nas cartas para enviarem. E ela fez não só este quiosque, ela fez mais três. No total ela fez quatro selo diferentes, certo? Fez quadro selos diferentes que são quiosques diferentes de várias cores.”

Aluna E – “Tens aí os outros?” Mestranda – “Calma.”

Aluno A – “Posso só dizer uma coisa?” Mestranda – “Aluno A.”

Afonso – “Isso parece…isso parecia uma livraria de Tóquio.”

Mestranda – “Não…Olhem então o que é que podemos dizer mais sobre a imagem? O que é que vocês conseguem ver aqui? Figuras…Têm de colocar o dedo no ar primeiro! Ah…Aluno C.”

Aluno C – “Eu vejo…quadrados e um retângulo.”

Mestranda – “Aluno P. E mais, conseguimos ver algum eixo?” Alunos – “Sim!”

Mestranda – “Onde?” Aluna E – “No quiosque.”

Mestranda – “Calma. Aluna I, queres vir aqui mostrar?” Aluna E – “No quiosque, na imagem não dá.”

Mestranda “Sim, olharmos só para o quiosque.” A I vai apontar um eixo.

Mestranda “Um eixo quê?” Aluna E – “De simetria.”

45 Aluno C – “Vertical.”

Mestranda (apontando ) – “Aqui assim, certo?” Aluno S – “Pois, não podia ser assim.”

(…)

Mestranda – “Olhem, então….Diz, E.”

Aluna E – “Eu consigo ver aí … ah….dois triângulos.”

Aluno P – “Ya, no quiosque e na imagem. E também um retângulo (…)” (…)

Mestranda – “Olhem então agora…alguém sabe o nome desta artista? Não, pois não?” Alunos – “Não.”

Mestranda – “Ela chama-se Maluda. Então vamos conhecer um bocadinho sobre ela. Ela nasceu em 1934 e o nome dela era Maria de Lourdes Ribeiro. Ela nasceu na Índia, em Goa. E ela depois viveu em Moçambique em África e depois mudou-se para lisboa. Era uma pintora, era uma artista. E morreu em 1999 em Lisboa.”

47

A

NEXO

V

G

RELHAS DE ANÁLISE DE CONTEÚDO DOS DIÁLOGOS ENTRE

MESTRANDA E ALUNOS

.