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Razão de acidentes em atividades de produção florestal – floresta

5.2 ACIDENTES DE TRABALHO EM ATIVIDADES DE PRODUÇÃO FLORESTAL

5.3.2 Razão de acidentes em atividades de produção florestal – floresta

A razão de acidentes em atividades florestal – floresta plantada pelo total de acidentes de trabalho no Brasil é dada a partir da equação (2), utilizando dados das Tabela 6 e Tabela 2.

Ela representa a proporção de acidentes do setor de atividades florestal em relação ao total dos acidentes ocorridos em todas atividades econômicas.

0 10 20 30 40 50 60 70 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 T a x a d e i n c id ê n c ia d e a c id e n te s Ano

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Razões só fazem sentido para uma comparação evolutiva do comportamento de um setor em relação a um outro mais abrangente. Ele foi calculado conforme a equação abaixo:

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒𝑚 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑒𝑚 𝑓𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛𝑜 𝐵𝑟𝑎𝑠𝑖𝑙 𝑥 1000 (2)

De acordo com a

Tabela 8 e o Gráfico 8, todas as regiões do Brasil tiveram uma redução na razão de incidência de acidentes nas atividades de produção florestal em relação ao total de acidentes de trabalho ocorridos entre 2009 até 2015, sendo que esta redução foi mais expressiva. Em destaque a região Norte, que conta com uma redução de aproximadamente 68%. A Região Centro-Oeste apresenta a menor redução, com cerca de 17%.

A variação da Razão de acidentes em atividades de produção florestal – floresta plantada pelo total de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil demonstra a evolução relativa dos acidentes na atividade de produção florestal em relação ao total de acidentes ocorridos no Brasil em todas as atividades econômicas. Os resultados indicam que houve uma queda de 44, 62% na acidentalidade da atividade de produção florestal no Brasil em relação à acidentalidade de todos os outros setores.

Tabela 8 - Razão de acidentes (x 1.000) em atividades de produção florestal – floresta plantada pelo total de acidentes de trabalho ocorridos segundo grande região e ano de ocorrência. Brasil, 2009-

2015 Região \ Ano 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variação % 2009/2015 BRASIL 3,07 3,41 3,02 2,55 2,34 1,64 1,70 -44,62 NORTE 5,03 6,55 4,91 4,65 3,96 2,14 1,63 -68,19 NORDESTE 5,44 7,77 5,97 3,61 3,60 2,84 3,11 -42,83 SUDESTE 1,77 1,96 1,77 1,69 1,48 1,18 1,13 -36,16 SUL 4,49 3,97 3,99 3,90 3,34 1,85 2,10 -53,23

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CENTRO-

OESTE 2,96 2,89 3,08 1,92 2,74 2,06 2,44 -17,57

Fonte: AEAT adaptado pelo autor, 2018.

Gráfico 8 - Razão de acidentes (x 1.000) em atividades de produção florestal – floresta plantada pelo total de acidentes de trabalho ocorridos segundo grande região e ano de ocorrência. Brasil, 2009-

2015. Fonte: Autor, 2018 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 T a x a d e i n c id ê n c ia d e a c id e n te s Ano

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6 CONCLUSÃO

A preocupação com a saúde do trabalhador ganhou maior visibilidade com desenvolvimento tecnológico e suas repercussões sobre o trabalho humano. A necessidade da implantação de medidas de proteção no trabalho praticamente foram o motivo do surgimento da legislação trabalhista e do Direito do Trabalho.

No ano de 2015, o Brasil tinha 43.061.571 trabalhadores registrados. Neste mesmo ano, a região Sudeste apresentava aproximadamente 22.210.603 (um pouco mais da metade do total de trabalhadores em todo o Brasil). Já a região Norte contava com 2.130.326 trabalhadores neste mesmo ano, ou pouco menos do que 5% dos trabalhadores formalizados brasileiros.

Também em 2015, o número total de acidentes de trabalho no Brasil foi de 612.632, uma redução de aproximadamente 16,5% em relação ao ano de 2009.

É possível afirmar que o maior número de acidentes ocorreu na faixa etária de 25 a 29 anos, seguida por 30 a 34 anos, não por acaso os grupos com maior número de trabalhadores no mercado de trabalho.

Além disso, pode-se facilmente perceber que o número de acidentes sofridos por homens foi muito maior do que por mulheres, independente da região do país. Em 2015, os acidentes ocorridos com pessoas do sexo masculino reduziram em aproximadamente 22% em relação ao ano de 2009. Já os acidentes envolvendo o sexo feminino apresentaram uma redução menor, de apenas 1,68% no mesmo período.

Este fato pode ser explicado pelo maior número de homens no mercado de trabalho, se comparado com as mulheres. Além disso, as atividades exercidas pelos homens são muitas vezes mais perigosas e, portanto com mais probabilidade de acidentes e lesões.

Em 2015, eram cerca de 58.601 trabalhadores registrados na atividade de produção florestal – floresta plantada no Brasil. O Sudeste contava com 25.882 trabalhadores, e a Região Norte, com o menor número do país, contava com 3.697 trabalhadores.

Os acidentes de trabalho em todas as atividades no Brasil apresentaram redução de aproximadamente 16,5% no período estudado, enquanto os acidentes de trabalho relacionados à atividade de produção florestal – floresta plantada tiveram redução de aproximadamente 52,98%.

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Ocorreu uma redução de mais de 50% na taxa de acidentalidade no trabalho nesta atividade no período estudado. A Região Nordeste apresentou o maior índice de acidentalidade, aproximadamente 50% maior que as demais regiões do Brasil.

A Região Sul foi a região que obteve maior queda da taxa de incidência de acidentes, chegando a uma variação de -62,90%. Já a Região com menor queda da taxa de incidência foi a Região Nordeste, com uma variação de -33,63%.

Todas as regiões do Brasil tiveram uma redução na razão de incidência de acidentes nas atividades de produção florestal em relação ao total de acidentes de trabalho ocorridos entre 2009 até 2015, sendo que esta redução foi mais expressiva na região Norte, que contou com uma redução de aproximadamente 68%. A Região Centro-Oeste apresentou a menor redução, com cerca de 17%. Os resultados indicaram que houve uma queda de 44,62% na acidentalidade da atividade de produção florestal no Brasil em relação à acidentalidade de todos os outros setores.

Esta redução de acidentes relacionada à atividade florestal se deu, acima de tudo, pela implantação mais efetiva das Normas Regulamentadoras de Segurança de Trabalho exigidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Ainda a ser confirmada, a melhor hipótese para a redução geral dos acidentes de trabalho foi a implantação do Fator Acidentário de Prevenção – FAP sobre as contribuições do Seguro de Acidentes de Trabalho – SAT a partir de 2010. Percebendo o ônus financeiro da negligência com a saúde e segurança no trabalho, os empregadores passaram a ser mais assertivos em relação à aplicação de medidas eficazes de proteção em suas empresas. No caso específico do setor de produção florestal – floresta plantada, as medidas preconizadas pela NR 31, que trata da segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, que tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades supracitadas com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

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