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7.2 Definição e Investigação dos Termos Faltantes em Química

6.1.1 Reação Química

Pode-se compreender reação química por um processo no qual ocorre a alteração na estrutura química de uma substância devido à presença de outra, à variação de temperatura ou outras influências que permitem sua ocorrência, ou seja, entende-se que ocorreu reação química quando houve alteração nos rearranjos dos átomos das substâncias presentes no sistema.

Graficamente, uma reação química é representada por sua equação que consiste na utilização de fórmulas e simbologias pré-estabelecidas (representação de estados físico, da necessidade de calor, da condição de equilíbrio). Para descrever o fenômeno ocorrido como, por exemplo, a equação química (Eq. 1) que descreve o processo de interação de sólio metálico com água formando hidróxido de sódio e gás hidrogênio é:

2 Na (s) + 2 H2O (l)  2 NaOH (aq) + H2 (g) (Eq. 1)

Nessa representação observam-se as fórmulas químicas dos compostos envolvidos e as simbologias (coeficientes estequiométricos e indicação de estados físicos) que são utilizadas para descrever o rearranjo dos átomos do metal e da água para formar o hidróxido e o gás (Fig. 5).

Como pode ser observado na Figura 5, as interações entre os átomos do gás hidrogênio (bolas azuis) e do gás oxigênio (bolas vermelhas) foram rearranjadas para que as moléculas de água fossem formadas, o que é entendido como reação química.

Figura 5: Representação da reação química entre o gás hidrogênio e o gás oxigênio para a formação de água

Fonte: Autoria própria

Esse conceito é sinalizado em sala de aula com a combinação dos sinais para “TRANSFORMAÇÃO” e para “QUÍMICA” (Fig 6)

Figura 6: Fotografia para a sinalização de reação química Fonte: Autoria Própria

6.1.2 Reagentes

Reagente é uma substância, um composto químico que combinados com outros compostos ou não, age como material de partida para uma reação química, ou seja, são os componentes do processo que terão suas ligações interatômicas rompidas para que outras possam ser formadas.

Como o conceito de reagentes está ligado com o de reação química, indica- o apenas com a letra “R” fazendo um movimento para a direita remetendo à ideia de que esses estão antes da transformação (Fig 7).

Figura 7: Fotografia para a sinalização de reagente Fonte: Autoria Própria

6.1.3 Produtos

Produto é a substância que é formada em um processo de reação química em decorrência do rompimento das ligações interatômicas dos reagentes.

A palavra produto é utilizada em vários contextos no cotidiano de modo que existe um sinal para o termo PRODUÇÃO em Libras (Fig. 8), constante no Dicionário da Língua Brasileira de Sinais (LIRA e SOUZA, 2013).

Figura 8: Fotografia representando o sinal para produção5 Fonte: Autoria própria

A figura 8 apresenta a execução do sinal para o termo PRODUÇÃO que é definido como “Resultado; produto; o que foi realizado” (LIRA E SOUZA, 2013) esse sinal não pode ser utilizado para descrever o termo químico porque não enfatiza o rearranjo das substâncias necessário para se entender o conceito de reação química. Pois isso, recomenda-se a criação de um sinal específico.

Em analogia com o conceito de reagentes, o de produto da reação química é sinalizado com a letra “P” com movimento para a esquerda (Fig. 9) indicando que está no final do processo.

Figura 9: Fotografia para sinalização de produto Fonte: Autoria Própria

6.1.4 Ligação Iônica

Ligação iônica (Fig. 10) corresponde a atração que ocorre entre cátions e ânions que são formados pela transferência de elétrons de um compostos de caráter metálico (doador de elétrons) para um composto de caráter não-metálico (recebedor de elétrons).

A Figura 10 apresenta a transferência de elétron de um átomo de sódio (caráter metálico) para um átomo de cloro (caráter não metálico) formando os íon positivo (cátion) e o íon negativo (ânion) que se atraem por meio da força eletrostática (Lei de Coulomb) que é compreendida como a ligação iônica.

Figura 10: Representação da transferência de elétron do átomo de sódio para o átomo de cloro caracterizando a ligação iônica

Fonte: Autoria própria

Esse conceito é sinalizado com a combinação dos sinais de “LIGAÇÃO” e “ÍON” (Fig 11) para indicar o tipo de ligação que ocorre.

Figura 11: Fotografia da sinalização de ligação iônica Fonte: Autoria própria

6.1.5 Ligação Covalente

Ligação covalente (Fig. 12) é o nome dado ao compartilhamento de pares de elétrons entre dois elementos de caráter não metálico. Como esses elementos são incapazes de formar cátions monatômicos, têm que compartilhar elétrons entre si para que adquiram a estabilidade eletrônica.

Figura 12: Representação da interação entre as camadas eletrônicas de dois átomos de oxigênio compartilhando dois pares de elétrons caracterizando a ligação covalente.

Fonte: Autoria própria

A Figura 12 ilustra o compartilhamento dos elétrons da última camada dos átomos de oxigênio formando, assim, uma região de contato entre os átomos compreendida como uma ligação covalente.

O conceito de ligação covalente, é sinalizado com a combinação com o termo de “LIGAÇÃO” e a datilologia da palavra C-O-V-A-L-E-N-T-E.

6.1.6 Molécula

Uma molécula é entendida como um grupo de átomos, ligados entre si por ligações covalentes, que seja eletricamente neutra e apresentem propriedades definidas e distintas de outras substâncias. São exemplos de moléculas a água (H2O), gás oxigênio (O2), gás hidrogênio (H2).

A professora bilíngue sinaliza esse termo utilizando o sinal para “COISAS” (Fig 13), para mostrar que as coisas são formadas de moléculas.

Figura 13: Fotografia de sinalização de moléculas Fonte: Autoria própria

6.1.7 Solubilizar/Solubilidade

A solubilização (Fig. 14) ocorre quando os átomos ou moléculas de um sólido interagem com um solvente o desprendem-se do material para ocupar o espaço entre as moléculas do solvente.

Figura 14: Representação do processo de solubilização do cloreto de sódio em água. Fonte: Autoria própria

O sinal utilizado para esse conceito é o de “DISSOLVER” (Fig. 15).

Figura 15: Fotografia da sinalização para dissolver Fonte: Autoria Própria

6.1.8 Energia

O termo energia pode ser definido com o capacidade de realizar trabalho ou transferir calor, ou seja, é com a variação/transformação de energia que se pode alterar o meio mecanicamente (posição, por exemplo) ou em termos de calor.

A palavra energia é utilizada com muitos significados no dia-a-dia, mas não existe um sinal em química para essa palavra em Libras (BRANDÃO, 2011). Brandão (2011) apenas relaciona energia com FORÇA e ENERGIA ELÉTRICA o que justifica a criação de um sinal específico, tendo em vista que os conceitos de energia e força são distintos e, portanto, não podem ser utilizados como sinônimos no contexto científico. O uso do sinal de energia elétrica restringe o sentido de energia a apenas um de seus tipos, de modo que não poderia ser usado no contexto geral abordado no estudo de Química.

Para se referir à energia elétrica, a professora utiliza o sinal já estabelecido, mas para os outros tipos de energia, a sinalização consiste na letra “E” seguida dos sinais de “FORÇA”, para energia mecânica (Fig. 16) e de “QUENTE”, para energia térmica (Fig. 17).

Figura 16: Fotografia para a sinalização de energia mecânica Fonte: Autoria Própria

Figura 17: Fotografia para a sinalização de energia térmicaFonte: Autoria Prórptia

6.1.9 Destilação Simples

A destilação simples (Fig. 18) é um processo de separação de misturas que consiste em transformar um ou mais componentes em vapor e em seguida transformar em líquido em outro recipiente.

A Figura 18 mostra um sistema de destilação simples no qual um ou mais componentes do balão (à esquerda) transformam-se em vapor (em tempos diferentes) e são transferidos para o condensador onde ocorre a transformação em líquido possibilitando a separação dos componentes.

Figura 18: esquema para destilação simples (ATKINS & JONES, 2006)

Para sinalizar esse conceito a professora descreve todo o processo de destilação, após a apresentação da aparelhagem nem laboratório.

6.1.10 Hidrocarboneto

Uma substância é considerada um hidrocarboneto (Fig. 19) formada apenas por carbono e hidrogênio.

Figura 19: Representação do hidrocarboneto etano

Na Figura 19 está representado um hidrocarboneto de dois carbonos e seis hidrogênios formado por ligações simples chamado de etano cuja principal utilização é como acelerador de amadurecimento de frutos.

Para representar essa categoria de compostos a professora utiliza a combinação das letas “H” e “C”.

6.1.11 Densidade

A densidade é a relação entre a massa e o volume de um corpo, pode ser utilizada para determinar se um corpo flutua ou não em um fluído e permite prever o espaço ocupado por certo material.

Para referir-se à densidade, a professora utiliza o sinal de “PESO”.

6.1.12 Eletronegatividade

A eletronegatividade é a medida do poder de atração que um átomo exerce sobre os elétrons da ligação química, quanto mais eletronegativo for o átomo, mas fortemente ele atrairá os elétrons.

Para descrever eletronegatividade a professora utiliza o sinal de “MAIS/AUMENTO” com o sinal de “MENOS (MATEMÁTICA)” (Fig. 20).

Figura 20: Fotografia para a sinalização de eletronegatividade Fonte: Autoria Própria

6.1.13 Ionização

A ionização consiste na conversão de átomos e moléculas íons pela transferência de elétrons, ou seja, é a ação de formar íons.

Para representar esse conceito, a professora combina os sinais de “FAZER” e “ÍON” (Fig. 21) explicitando que no processo há formação de íons.

Figura 21: Fotografia da sinalização de ionização Fonte: Autoria Própria

6.1.14 Dissociação

Dissociação é a separação dos íons de uma ligação iônica quando o composto é solubilizado (vide Fig. 14).

Esse conceito é descrito com o sinal de “SEPARAÇÃO” somente. Como sugestão para enfatizar que ocorre com compostos iônicos (em contraste com a ionização), poderia ser incluído o sinal de “ÍON”.

6.1.15 Concentração

A concentração define a quantidade de uma substância que está dissolvida em um determinado volume de solvente.

A palavra concentração é utilizada em outros contextos como no caso da Figura 22 que mostra a execução do sinal para a palavra CONCENTRAÇÃO em Libras (LIRA E SOUZA, 2013).

Figura 22: Fotografia da representação do sinal para concentração Fonte: Autoria própria

A Figura 22 mostra a execução de sinal para o termo concentração que é definido como “Juntar-se a outras pessoas em um mesmo ponto ou lugar; reunir-se” sendo, também, utilizado no sentido de foco ou atenção não sendo indicado para representar o termo específico pois pode gerar confusão de significados.

Esse conceito é sinalizado como um contraste utilizado os sinais de “FORTE” e “FRACO”.

6.1.16 Grupo funcional

Chama-se de grupo funcional o conjunto de átomos em agrupamento específico que confere a uma molécula um conjunto de propriedades químicas

específicas. São exemplos de grupos funcionais: o grupo hidroxila (-OH) ligado a um carbono saturado para determinar os álcoois (Fig. 23) e ligado ao benzeno para determinar fenóis.

Figura 23: Representação da molécula de etanol com destaque para o grupo funcional hidroxila (-OH) ligado a carbono saturado

Fonte: Autoria própria

Esse conceito é explicado com sinal de “FÓRMULA” seguido do sinal de “GRUPO” (Fig. 24) mostrando que o grupo está descrito na fórmula.

Figura 24: Fotografia da sinalização de grupo funciona Fonte: Autoria Própria

6.1.17 Fórmula estrutural

A fórmula estrutural (Fig. 24) é uma forma de representação que explicita todas as ligações constantes na molécula.

Figura 25: Representação da fórmula estrutural da molécula de etanol. Fonte: Autoria própria

Na figura 24 está representada a fórmula molecular do etanol, molécula composta de ligações simples entre carbono, oxigênio e hidrogênio.

Esse termo é descrito com a combinação dos sinais “FÓRMULA” e “ESTENDIDO” (Fig. 25).

Figura 26: Fotografia para a sinalização de fórmula estrutural Fonte: Autoria Própria

6.1.18 Pipeta

Pipetas são instrumentos utilizados para medir volumes de soluções a serem utilizadas. Esse termo não necessita de sinal específico porque pode ser facilmente mostrado em imagem ou com o objeto. Na falta desses, faz-se a descrição com classificadores.

6.1.19 Proveta

Provetas são instrumentos utilizados para medir volumes maiores que os medidos com pipetas. Como citado anteriormente, esse termo pode ser facilmente mostrado em imagem ou com o objeto. Na falta desses, faz-se a descrição com classificadores.

6.1.20 Erlenmeyer

Erlenmeyers são instrumentos utilizados para misturar poucas quantidades de componentes com agitação. Esse termo não necessita de sinal específico porque pode ser facilmente mostrado em imagem ou com o objeto. Na falta desses, faz-se a descrição com classificadores.

Após a apresentação de cada estratégia de sinalização de conceitos da Química pela escola bilíngue, a Tabela 11 apresenta os parêmetros para a realização dos sinais apresentados. Os sinais serão descritos isoladamente, nos casos em que são combinados, não há alteração nas descrições. Como base para a descrição dos parâmetros foi o livro Material de Apoio para o Aprendizado de Libras (FIGUEIRA, 2011)

Termo Configuração de Mão Orientação da Mão Ponto de Articulação Movimento

Substância M.D - 61

M.E - 61

M.D – Para o corpo M.E – Para o corpo

Espaço neutro (frente ao peito)

M.D – Semicírculo para direita M.E - Semicírculo para esquerda

Átomo M.D - 40

M.E - 1

M.D – Para a esquerda M.E – Para baixo

Espaço neutro (frente ao peito)

M.D – Circular ao redor de M.E M.E – Sem movimento

Tabela Periódica

M.D - 56 M.E - 56

M.D – Para frente

M.E – Para frente (frente ao peito) Espaço neutro

M.D – Afastando na horizontal M.E - Afastando na horizontal M.D - 11

M.E - 11

M.D – Para esquerda

M.E – Para direita Espaço neutro M.D – Descer até a cintura M.E - Descer até a cintura

Transformação M.D - 7

M.E - 7

M.D – Para baixo M.E – Para baixo

Espaço neutro (frente ao peito) M.D – Circular/vertical M.E – Circular/vertical Química M.D - 40 M.E - 40 M.D – Para o corpo M.E – Para corpo

Espaço neutro (frente do peito)

M.D – Circular/vertical/girar pulso M.E – Circular/vertical/girar pulso

Reagente M.D - 25 M.D – Para frente Espaço neutro

(lado esquerdo do peito) M.D – Para a direita

Produto M.E - 11 M.E – Para o corpo Espaço neutro

(lado direito do peito) M.E – Para a esquerda

Produção M.D - 14

M.E - 14

M.D – Para frente

M.E – Para frente (frente ao peito) Espaço neutro

M.D – Descer até a cintura/subir M.E - Descer até a cintura/subir

(Alternadamente)

Ligação M.D - 49

M.E - 49

M.D – Para frente M.E – Para frente

(Articuladas)

Espaço neutro (frente ao peito)

M.D – Sem movimento M.E – Sem movimento

Mais (Matemática)

M.D - 12 M.E - 12

M.D – Para esquerda M.E – Para baixo

Espaço neutro (frente ao peito)

M.D – Sem movimento M.E – Sem movimento

Menos

(Matemática) M.D - 12 M.D – Para o corpo

Espaço neutro

(frente ao peito) M.D – Sem movimento

Coisas

M.D - 11 M.E – 11 (Horizontal)

M.D – Para o Corpo M.E – Para o corpo

Espaço neutro (frente ao peito)

M.D – Para a direita M.E – Para a esquerda (Dedos para frente/trás alternados)

Dissolver M.E – 44 M.D - 44 M.D – Para o Corpo M.E – Para o corpo Espaço neutro

(frente ao peito)

M.D – Para a direita M.E – Para a esquerda (Dedos para frente/trás alternados)

Energia Elétrica M.D - 40 M.D – Para a esquerda Canto direito da boca M.D – Para frente (Girar o pulso)

Termo Configuração de

Mão Orientação da Mão Ponto de Articulação Movimento

Energia Mecânica

M.D – 46a M.D – Para frente Espaço neutro

(frente ao peito) M.D – Circular/horizontal M.D - 32 M.D – Diagonal (Esquerda/Baixo) Nariz M.D – Subir (Diagonal esquerda/cima) Peso M.D - 47 M.E - 47 M.D – Para cima

M.E – Para cima (frente ao peito) Espaço neutro

M.D – Descer até a cintura M.E - Descer até a cintura

(Alterando para C.M. 2) M.D - 2

M.E - 2

M.D – Para cima

M.E – Para cima Espaço neutro (cintura)

M.D – Sem movimento M.E – Sem movimento

Energia Térmica

M.D – 46a M.D – Para frente Espaço neutro

(frente ao peito) M.D – Circular/gorizontal M.D - 50 M.D – Para baixo Espaço neutro

(frente à boca) M.D – Para esquerda

Mais (Quantidade)

M.D - 63 M.E - 63

M.D – Para baixo M.E – Para baixo

Espaço neutro (frente ao peito)

M.D – Subir verticalmente M.E – Sem movimento

Separar M.D – 53a M.E – 53a M.E – Para esquerda M.D – Para direita Espaço neutro

(frente ao peito)

M.D – Para a direita M.E – Para a esquerda

Concentração

M.D – 61 M.E – 61 (Mão vertical)

M.D – Para esquerda

M.E – Para direita Lados da testa

M.D – Descer M.E – Descer

(Mudar a mão para horizontal)

Forte M.D - 32 M.D – Baixo Nariz M.D – Subir

(Diagonal esquerda/cima)

Fraco M.D - 44 M.D – Diagonal

(Esquerda/Baixo) Nariz

M.D – Descer (Diagonal esquerda/baixo)

Fórmula M.D - 5 M.D – Para o corpo Espaço neutro

(frente ao peito) M.D – Girar o pulso para frente

Grupo M.D - 47

M.E - 47

M.D – Para esquerda

M.E – Para direita (frente ao peito) Espaço neutro

M.D – Para a esquerda M.E – Para a direita (Encostando os dedos)

Estendida M.D - 64

M.E - 61

M.D – Para frente

M.E – Para frente (frente ao peito) Espaço neutro

M.D – Para a direita M.E – Para a esquerda

A Figura 27 apresenta uma tabela com as configurações de mão disponível em Santos (2011):

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os alunos surdos estão inseridos em três cenários de ensino que visam a sua instrução por meio de uso de sinais, mas pela análise das entrevistas e das discussões apresentadas, pode-se entender que o ensino com professores bilíngues apresenta o melhor aproveitamento para o aluno surdo e que, na ausência de escolas bilíngues, a escola inclusiva com classe bilíngues se mostra a melhor alternativa para o ensino bilíngue de química. Tendo em vista que nas escolas bilíngues os tempos da escola e o planejamento de aulas podem ser melhor adequados às necessidades dos alunos surdos e dos professores bilíngues, o que não pode ser feito na escola regular, pois essa não se adequa à essas necessidades integralmente, apenas com a adoção de tradutores e intérpretes.

A ausência de sinais específicos para os termos químicos foi apontada como uma possibilidade de melhoria do ensino na disciplina por todos os sujeitos nos três cenários estudados nesse trabalho. Metodologias e materiais adequados às necessidades dos alunos surdos foram citadas como elementos necessários para o sucesso dessa comunidade no processo de ensino-aprendizagem.

Diante da necessidade da criação de sinais específicos, os professores, alunos e tradutores e intérpretes desenvolvem sinais em suas salas-de-aula para facilitar a tradução e a ensino dos conceitos químicos nas aulas, mas, pode-se constatar que cada grupo desenvolve os sinais de modo a satisfazer o momento da aula e que esses não são, necessariamente, iguais em grupos diferentes fato que, por se tratar de termos científicos regulados, podem gerar problemas de comunicação entre os grupos.

Sendo assim, a necessidade de criar um sistema, desenvolvido por vários grupos de surdos diferentes mostrou-se a melhor opção para o desenvolvimento de sinais específicos aceitos amplamente que diminuiriam os problemas de comunicação e deveriam ser amplamente divulgados para os usuários da Língua Brasileira de Sinais para que fosse, assim, gradativamente adicionado ao léxico dessa língua.

9 REFERÊNCIAS

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