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REAÇÕES E/OU SENTIMENTOS QUANTO A GRAVIDEZ / PARTO / BEBÊ / ALEITAMENTO / MATERNIDADE

PT (n=50)

AT (n=25) f % f %

Focalizados na Emoção Negativa 32 60 0 0

Focalizados na Emoção Positiva 16 30 1 100

Focalizados na Emoção Conflituosa 5 10 0 0

TOTAL 53 100 1 100

Pode-se notar, pela Tabela 15, que 90% das mães do Grupo PT verbalizaram suas reações e seus sentimentos quanto à gravidez, ao parto, ao bebê, ao aleitamento ou à maternidade, focalizados nas emoções negativas ou conflituosas. O seguinte exemplo refere-se a uma verbalização sobre reações e sentimentos focalizados na emoção negativa:

“De vez em quando, ela [bebê] me dá cada susto, né?! Eu ainda tenho muito medo... Sabe, eu cheguei a sonhar duas vezes que ela tinha tido o mesmo problema dele

[irmão gemelar que foi a óbito]. De tanto medo que eu tive, eu já não conseguia nem dormir mais!” (PT 8)

No Grupo AT, por sua vez, apenas uma única mãe verbalizou a sua reação e seu sentimento positivo em relação ao bebê.

Associações entre as expressões verbais maternas acerca do bebê e variáveis das mães e

Primeiramente, serão apresentadas as correlações entre as categorias de conteúdo verbal e as variáveis maternas e do bebê, respectivamente, do Grupo PT. Em seguida, serão apresentadas as correlações entre as categorias de conteúdo verbal e as variáveis maternas do Grupo AT.

Considerando-se que as verbalizações de caráter negativo e conflituoso foram pouco freqüentes, essas verbalizações foram agrupadas. Portanto, para o tópico de

Representações Maternas acerca do Bebê, juntaram-se as categorias de Expectativa

Materna Negativa e Expectativa Materna Conflituosa, assim como as categorias

Concepção Materna Negativa e Concepção Materna Conflituosa e as categorias Reações

e/ou Sentimentos focalizados na emoção Negativa e Reações e/ou Sentimentos focalizados

na emoção Conflituosa. Obtiveram-se, assim, as seguintes categorias: Expectativa Materna

Positiva, Expectativa Materna Negativa ou Conflituosa, Expectativa Materna Neutra,

Concepção Materna Positiva, Concepção Materna Negativa ou Conflituosa, Reações e/ou

Sentimentos focalizados na emoção Positiva, Reações e/ou Sentimentos focalizados na

emoção Negativa ou Conflituosa.

A Tabela 16 apresenta os coeficientes de correlações de Spearman (r), que foram estatisticamente significativas, entre as categorias de conteúdo verbal e as variáveis maternas do Grupo PT.

Tabela 16 – Coeficientes de correlação de postos de Spearman (r), estatisticamente significativos, entre as categorias de conteúdo verbal e as variáveis maternas no Grupo PT

Categorias de conteúdo verbal Variáveis maternas r Valor

de p Variáveis Emocionais

Expectativa Materna Neutra Escore no IDATE (Ansiedade- Traço)

-0,33 0,02

Escore no BDI -0,48 ≤ 0,01

Concepção Materna Positiva Escore no IDATE (Ansiedade- Estado)

-0,34 0,02

Reações e/ou Sentimentos focalizados na emoção Negativa ou Conflituosa

Escore no IDATE (Ansiedade- Estado)

0,49 ≤ 0,01

Escore no IDATE (Ansiedade- Traço)

0,42 ≤ 0,01

Escore no BDI 0,33 0,02

Variáveis Sócio-demográficas

Expectativa Materna Positiva Número de filhos -0,35 0,01

Expectativa Materna Neutra Anos de escolaridade 0,30 0,03

Concepção Materna Negativa ou Conflituosa

Trabalho fora do lar -0,28 0,05

De acordo com a Tabela 16, no Grupo PT, quanto maior o nível de escolaridade materno e menores os níveis de disforia ou depressão e de ansiedade do tipo disposicional, maior a proporção de conteúdos verbais referentes a expectativas neutras.

Observa-se que quanto maior o nível de ansiedade materna do tipo situacional, maior a proporção de concepções maternas positivas em relação a gravidez, parto, bebê, aleitamento ou maternidade.

Por fim, pode-se notar que as concepções maternas negativas ou conflituosas, por sua vez, estão associadas significativamente ao fato de as mães serem do lar e não exercerem trabalho remunerado fora dele.

Quanto às reações e sentimentos focalizados na emoção negativa e/ou conflituosa, verificou-se que quanto maiores os níveis de ansiedade, tanto disposicional quanto situacional, e de indicadores de depressão das mães do Grupo PT, maior a proporção de verbalizações a respeito de reações e sentimentos focalizados nesse tipo de emoção.

Por fim, pode-se notar que quanto menor o número de filhos, mais expectativas maternas positivas em relação a gravidez, parto, bebê, aleitamento ou maternidade.

A Tabela 17 apresenta os coeficientes de correlações de Spearman (r), que foram estatisticamente significativas, entre as categorias de conteúdo verbal e as variáveis neonatais do bebê do Grupo PT.

Tabela 17 – Coeficientes de correlação de postos de Spearman (r), estatisticamente significativos, entre as categorias de conteúdo verbal e as variáveis neonatais do bebê no Grupo PT

Categorias de conteúdo verbal Variáveis neonatais do bebê r Valor

de p

Concepção Materna Positiva Peso ao nascimento 0,37 0,01

Idade gestacional 0,29 0,04

Tempo de internação na UTIN -0,30 0,03 Índice de risco clínico neonatal

(CRIB)

Concepção Materna Negativa ou Conflituosa

Peso ao nascimento -0,49 ≤ 0,01

Tempo de internação na UTIN 0,31 0,03 Índice de risco clínico neonatal

(CRIB)

0,50 ≤ 0,01

Na Tabela 17, pode-se observar que houve correlações positivas estatisticamente significativas entre as concepções maternas positivas e o peso ao nascimento e a idade gestacional, respectivamente. Portanto quanto maior o peso ao nascimento e a idade gestacional do bebê, maior a proporção de concepções maternas positivas.

Por outro lado, observam-se correlações negativas estatisticamente significativas entre concepções positivas e o índice de risco clínico neonatal do bebê e o seu tempo de internação na UTIN; quanto maior o índice de risco clínico neonatal do bebê e maior o seu tempo de internação na UTIN, menor a proporção de conteúdos verbais maternos referentes a concepções positivas.

Além disso, pode-se notar que quanto menor o peso ao nascimento do bebê, maior o índice de risco clínico neonatal e maior o tempo de internação do bebê na UTIN, mais concepções maternas negativas ou conflituosas.

Em relação ao Grupo AT, verifica-se apenas uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a proporção de expectativas neutras por parte das mães e o escore materno na sub-escala de Ansiedade-Traço do IDATE. Dessa forma, quanto mais elevado o nível de ansiedade do tipo traço, maior a quantidade de respostas referentes a expectativas neutras em relação ao bebê.

A Tabela 18 apresenta, em ordem de maior ocorrência, a freqüência e a porcentagem de ocorrência das categorias e subcategorias de conteúdo das verbalizações maternas nos Grupos PT e AT. A freqüência de cada categoria ou sub-categoria corresponde ao número de vezes em que essas foram expressas pelas mães quando lhes eram feitas as perguntas referentes às representações acerca do bebê. A porcentagem de cada categoria, por sua vez, foi calculada dividindo-se a freqüência total das verbalizações maternas da categoria pela freqüência total das verbalizações maternas expressas durante a entrevista, multiplicada por 100. A porcentagem de cada sub-categoria foi calculada dividindo-se a freqüência de verbalizações referentes a determinada sub-categoria pela freqüência total das verbalizações maternas da categoria correspondente, multiplicada por 100.

Tabela 18 – Categorias e subcategorias do conteúdo verbal materno nos Grupos PT e AT - freqüência (f) e porcentagem (%)

CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DE CONTEÚDO VERBAL MATERNO PT (n=50) AT (n=25) f % f %

CONCEPÇÕES quanto a gravidez / parto / bebê / aleitamento / maternidade

181 27 85 31

Concepção Materna Positiva 143 79 68 80

Concepção Materna Negativa 31 17 10 12

Desconhecimento 5 3 1 1

Concepção Materna Conflituosa 2 1 6 7

IDENTIFICAÇÃO DE FATORES QUE INFLUENCIAM no aleitamento

151 23 67 24

Fatores que Atrapalham 79 52 31 46

Fatores que Ajudam 72 48 36 54

EXPECTATIVAS quanto a gravidez / parto / bebê / aleitamento / maternidade

120 18 44 16

Expectativa Materna Positiva 115 96 43 98

Expectativa Materna Negativa 4 3 0 0

Expectativa Materna Conflituosa 0 0 1 2

Ausência de Expectativas 1 1 0 0

DESCRIÇÕES acerca de gravidez / parto / bebê / aleitamento / maternidade

104 16 45 16

PREOCUPAÇÕES E DÚVIDAS sobre a aleitamento 63 9 26 9

REAÇÕES E/OU SENTIMENTOS quanto a gravidez / parto / bebê / aleitamento / maternidade

10 1,5 2 1

Focalizados na Emoção Positiva 3 30 1 50

Focalizados na Emoção Negativa 7 70 1 50

OUTRAS 32 5 7 2,5

TOTAL 664 100 277 100

Nota-se, na Tabela 18, que verbalizações referentes a concepções maternas quanto a gravidez, parto, bebê, aleitamento ou maternidade foram as mais freqüentes em ambos os grupos, seguidas pelas verbalizações de identificação de fatores que influenciam na amamentação e pelas expectativas maternas quanto a gravidez, parto, bebê, aleitamento ou maternidade, respectivamente. Cabe ressaltar que as perguntas do tópico sobre amamentação do Roteiro de Entrevista reportavam-se a concepções e expectativas em relação à amamentação e à identificação de fatores que ajudam e que atrapalham na amamentação.

Nos dois grupos, foram observadas também verbalizações referentes a descrições acerca de gravidez, parto, bebê, aleitamento ou maternidade e relativas a preocupações e dúvidas acerca do aleitamento e da amamentação.

Considerando-se as concepções e as expectativas maternas, elas foram predominantemente positivas, em ambos os grupos. Quanto aos fatores que influenciam na amamentação, por sua vez, observa-se que no Grupo PT houve o predomínio de fatores que atrapalham em comparação aos fatores que ajudam, enquanto que no Grupo AT predominaram os fatores que ajudam.

A Tabela 19 apresenta a freqüência e a porcentagem de ocorrência das subcategorias de conteúdo das verbalizações maternas, referentes à categoria de Concepções Maternas quanto a gravidez, parto, bebê, aleitamento ou maternidade, nos

Tabela 19 – Subcategorias do conteúdo verbal materno relativas à categoria de Concepções Maternas quanto a gravidez / parto / bebê / aleitamento / maternidade nos Grupos PT e AT - freqüência (f) e porcentagem (%)

CONCEPÇÕES QUANTO A GRAVIDEZ / PARTO / BEBÊ / ALEITAMENTO / MATERNIDADE PT (n=50) AT (n=25) f % f %

Concepção Materna Positiva 143 79 68 80

Relacionada à amamentação / leite - Inespecífica

- Afirmação de qualidade genérica do leite / amamentação 65 36 25 29 Relacionada à amamentação / leite - Específica

- Relacionada ao crescimento / desenvolvimento saudável do bebê

24 13 15 18

- Relacionada à emoção materna 20 11 10 12

- Relacionada à qualidade nutricional do leite 14 8 9 10

- Relacionada ao vínculo mãe-bebê 15 8 4 5

- Relacionada à praticidade e economia 0 0 5 6

Relacionada à fé religiosa 4 2 0 0

Relacionada à maternidade

- Concepção acerca do amadurecimento pessoal 1 1 0 0

Concepção Materna Negativa 31 17 10 12

Relacionada à amamentação e/ou ao leite 13 7 10 12

Relacionada à fragilidade do bebê 12 7 0 0

Relacionada à maternidade 6 3 0 0

Desconhecimento 5 3 1 1

Concepção Materna Conflituosa 2 1 6 7

TOTAL 181 100 85 100

De acordo com a Tabela 19, em ambos os grupos, houve o predomínio de concepções positivas, principalmente concepções inespecíficas, relacionadas à qualidade genérica do leite e da amamentação, como nas verbalizações:

“Ah, eu acho o leite materno ótimo, né?!” (PT 4)

“Ah, [o leite materno] é o melhor leite que tem pro nenê, né?!”(AT 18)

Foram verificadas também concepções positivas específicas quanto à amamentação e ao leite materno, relacionadas ao crescimento e desenvolvimento saudável do bebê, como nas verbalizações abaixo:

“E [o leite materno] vai ajudar ele a se recuperar logo...” (PT 13)

“Porque todo bebê que eu conheço, até agora, que foi amamentado, nunca vi um,

assim, doentinho... É sempre um neném saudável!” (PT 24)

“Ah, que [o leite materno] é bom pra saúde do bebê, que protege de muitas doença... Que nem, agora, eu estou com gripe, né?! Se fosse o leite... outro tipo de leite,

não ia proteger ela tanto dessa gripe.” (AT 22)

Quanto às concepções negativas, no Grupo AT, elas foram exclusivamente em relação à amamentação e/ou ao leite materno, enquanto que no Grupo PT foram observadas também concepções negativas em relação à fragilidade do bebê e em relação à maternidade.

A Tabela 20 apresenta a freqüência e a porcentagem de ocorrência das subcategorias de conteúdo das verbalizações maternas, referentes à categoria de Identificação de Fatores que Influenciam na Maternidade, nos Grupos PT e AT.

Tabela 20 – Subcategorias do conteúdo verbal materno relativas à categoria de Identificação de Fatores que Influenciam no Aleitamento nos Grupos PT e AT - freqüência (f) e porcentagem (%)

IDENTIFICAÇÃO DE FATORES QUE INFLUENCIAM NO