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Reafirmando um bloco popular para a cidade: outras narrativas sobre a Ala Ursa do Poço de Sant’Anna.

“Fazer chover com confetes”: as narrativas sobre os clubes carnavalescos

2.1. A institucionalização do Carnaval de Rua em Caicó: o QG da folia.

2.1.2. Reafirmando um bloco popular para a cidade: outras narrativas sobre a Ala Ursa do Poço de Sant’Anna.

Hoje eu vou pular/Hoje eu vou brincar/Só vou parar quando chegar à quarta-feira/O Ala Ursa eu vou acompanhar/Eu só vou parar quando chegar a quarta-feira/Tem os bonecos para a turma agitar/Tem as burrinhas para as crianças se alegrar/Eu quero ver toda a massa agitando/Quero ver povo pulando/Quero ver tu balançar.181

Esta marcha carnavalesca, presente no carnaval de Caicó desde o ano de 1997, e divulgada no site: www.carnavalemcaicó.com.br foi produzida pelos compositores Dian e Divan. A marcha apresenta um caráter fundador do bloco carnavalesco “Ala Ursa do Poço de Sant’Anna”, à medida que, busca sintetizar o cotidiano do bloco, apresentando seus principais personagens, busca instituir uma verdade histórica para o mesmo, um passado para o carnaval. Passado a partir do qual, o “Bloco Ala Ursa” tenta se constituir no presente. Passado que Magão tenta restituir, estabelecendo laços de continuidade com o presente através das figuras das burrinhas e dos bonecos gigantes.

Esta marchinha constitui-se, portanto, numa parte dos enunciados que buscam a legitimação institucional do projeto do carnavalesco Ronaldo Batista Sales (Magão). Projeto este que se materializa no desfile do Bloco no ano de 1997, quando a música é composta e apresentada aos foliões. Sobre a marcha o músico Silvino Guerra Filho (Guerreiro) relata:

No começo era só eu de musico, os batedores e eu. No ano de 96, o meu irmão ligou pra mim e disse,:”Eu vou fazer uma música para você, para você tocar, vou fazer uma música que vai ser sucesso”, então ele mandou para a gente a letra. Quando estávamos com a letra Totó, eu e Rogério que era um menino que morava na casa de estudante passamos três dias ensaiando essa música na minha casa.Em 97 surgiu a orquestra com 5 componentes, só que a orquestra era de meio de rua, de carro de som, de microfone, de um fio e um carrinho de som. A gente lançou essa musica em 97, em frente aquele cruzamento por trás do Banco do Brasil, eu já tinha distribuído 100 copias, com as pessoas que gostavam de cantar junto com a gente, então a gente tocou a primeira vez , chegou lá na frente onde é o cruzamento e Magão perguntou: “Tem como tocar a música dinovo?A gente começou a tocar e cantar novamente, eu vi o povão, todo mundo cantando, você acredita que eu tremi? A emoção que eu não acreditava que era a nossa música na boca do povo, a Ala Ursa na forma de música estava sendo cantada por todos.182

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Marcha carnavalesca intitulada : “O Ala Ursa”, composta pelos músicos Dian e Divan no ano de 1996.

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Emerge também neste mesmo período a construção de outro discurso fundador para o Bloco. E este discurso vai ser revestido não só de um caráter institucional, mas também oficial, pois é gestado dentro dos aparelhos de governo do Município. É a Lei N° 3.702 que “Reconhece de Utilidade Pública Municipal a ASSOCIAÇÃO ALA URSA DO POÇO DE SANT’ANA em Caicó-RN e dá outras providências”, aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo Secretário José Maria Salviano de Souza Carvalho em 16 de Outubro de 1997. 183:

Com a oficialização da “Ala Ursa” os dirigentes do bloco buscavam definir de uma vez por todas tal festejo. Definir suas práticas, regulamentar sua produção e montagem, enfim, apontar o que realmente era a festa carnavalesca de rua, o que poderia ser nomeado como tal. A Lei se colocava desta forma como um parâmetro de regulamentação dos discursos e das práticas que instituíam a festa na cidade e para os turistas que a visitavam. Além disso, ao atribuir a responsabilidade de tal evento aos carnavalescos, tal lei abria uma fresta para que Magão se apresentasse como o principal responsável pela montagem do evento, como o seu idealizador e promotor a cada ano. Pelo seu crescimento e melhoramento.

No ano de 2009, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, aprova a lei que reconhece o “Bloco Ala Ursa do Poço de Sant’Ana” de utilidade pública para o estado. O texto elaborado pelo prefeito Vivaldo Costa expõe os objetivos do Bloco:

A ASSOCIAÇÃO ALA URSA DO POÇO DE SANT'ANA, busca o desenvolvimento de ações para a defesa, elevação e manutenção da qualidade de vida do ser humano, promovendo a cultura e o folclore do município de Caicó, através das atividades de educação profissional esportiva e lazer, tais como a execução de programas de qualificação profissional do trabalhador, promoção da geração de trabalho e renda comunitária, fomento de ações para a perpetuação da memória cultural popular, relacionada com os usos, costumes e tradições da diversidade cultural. Assim sendo, e acreditando que a proposta não necessite de maiores justificativas, espero o beneplácito dos nobres pares. 184

Este discurso aponta para a construção de um discurso de forte teor folclorístico à medida que este veicula certo saudosismo para com “os carnavais de antigamente” – esta espécie de tempo sem tempo – os “saudosos carnavais caicoenses”. Buscando colocá-los como os maiores e os melhores, como superiores aos carnavais produzidos no

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Prefeitura Municipal de Caicó, Lei N° 3.702. de Outubro de 1997.

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presente, mas acima de tudo insinuando e alimentando um amor por aqueles carnavais do passado, apresentando-os como uma espécie de “mito de origem perdida” do carnaval e da cultura de Caicó. Fazendo emergir desta forma, um discurso que tenta instituir um sentimento nostálgico para com um passado determinado, discurso semelhante àqueles a que Certeau dizia estar atravessados pela veneração “a beleza do morto”, ou seja, o morto que se torna belo e venerável, o encontro nos mortos e moribundos de um valor que jamais se pode encontrar nos vivos.185

Mas, além de investir na idealização de uma cultura que julgavam em franco desaparecimento, este discurso na forma de lei, permite que seus carnavalescos possam ser apresentados a partir da sua missão profícua a preservação, a salvaguarda, senão, o resgate daquela cultura como forma de sobrevivência de um mundo idílico corrompido pelos usos e “hábitos malcriados” dos foliões do presente.

O bloco “Ala Ursa”, segundo as entrevistas cedidas por seu presidente e sócios, é a tentativa de reviver antigos carnavais, de ver materializado e efetivado o que era lembrado apenas por foliões de outrora. É a tentativa de materializar um espaço de memória no presente, de reconstituir territórios existenciais de uma determinada parcela da sociedade local que vinha perdendo espaço nas manifestações carnavalescas da cidade. É a tentativa de restaurar os espaços de movimentação remarcando os seus lugares de outrora com a representação “do carnaval do povo caicoense” através “da Ala Ursa do Poço de Sant’Anna”, da espacialidade da cidade que o mesmo tentava ocupar. Mas também é a composição de um espaço de poder, espaço que se queria efetivo, materializado e articulado as redes de poder que permeavam a sociedade da época. É nesse sentido, que a “Ala Ursa” vai compor a partir do ano de 2001 uma política cultural bem definida com a gestação do estatuto do bloco de autoria dos seus fundadores186. Este estatuto apresenta a seguinte justificativa: ”Art.4º- A ALA URSA DO POÇO DE SANT’ANA tem por finalidade apoiar e desenvolver ações de defesa, elevação e manutenção da qualidade de vida do ser humano, promovendo a cultura e o folclore do nosso município” 187.

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CERTEAU, Michel “A beleza do morto” In: A cultura no plural. Tradução Enid Abreu Dobránszky. 2ª. ed. Campinas: Papirus,1995.

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São reconhecidos como fundadores os senhores: Jacob Batista, Mário Ferreira, Pedro Dias, Babi, Paraná, Tião, Inácio, Nego de Lolô, Irenaldo, Joca Pipiu, Bobó, Nego Alberto,Marco Antônio, Laércio Batista e Gilberto Anísio.

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Não por coincidência, o discurso acima reproduz os mesmos enunciados dos discursos veiculados por Magão nas entrevistas que concede a mídia. O folclore e a cultura como uma vocação da cidade e o seu Bloco como promotor dessa cultura. Reproduzindo este discurso, os gestores do Bloco Ala Ursa tentavam se articular à rede de poder movida pela prefeitura de nomear Caicó enquanto carnavalesca. E, para tanto, vão tentar ocupar o lugar do “carnaval tradicional”, vão se colocar em substituição ao carnaval supostamente morto e decadente, buscando reviver os antigos carnavais, resgatar a sua identidade, só que com uma particularidade, o Bloco seria o único promotor deste carnaval popular. Nos depoimentos cedidos pelo carnavalesco e nas reportagens escritas sobre o Bloco nos jornais de circulação em Caicó, Magão narra constantemente sobre a falta de investimentos públicos para a manutenção do seu bloco e em contrapartida a essa “denúncia”, acaba nomeando as estratégias utilizadas por ele, para driblar a falta de recursos financeiros, assumindo com o seu Bloco “o lugar da festa de Momo na cidade”. 188

No ano de 2009, uma série de reportagens nos programas veiculados pela Rádio Rural, problematizavam a cerca do orçamento destinado pela prefeitura municipal de Caicó ao Bloco Ala Ursa do Poço de Sant’Ana, nestas o carnavalesco Magão era acusado de receber uma quantia considerada pelos jornalistas como “exorbitante”, Magão em resposta cede uma série de entrevistas aos blogs informativos da cidade, bem como a própria Rádio Rural na entrevista o carnavalesco coloca que os preparativos para a saída do bloco Ala Ursa de Santana estavam sendo ultimados. Magão na entrevista também nega ter solicitado o valor de 100 mil reais à Prefeitura de Caicó para que seu bloco saísse as ruas durante o carnaval, segundo o carnavalesco:

No dia que eu quiser sair de Caicó, pego meus troços e vou embora. Estou aqui porque gosto da minha cidade, e nunca usei meu povo ou o bloco para me servir. Isso não tem fundamento. Nunca pedi essa quantia ao prefeito, pode perguntar a ele. Se a prefeitura quiser ajudar o bloco, tudo bem, se não, vamos sair do mesmo jeito.189

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Noticia divulgada no Jornal Diário de Natal.Natal em 09 de fevereiro de 2005 intitulada “Festa de Momo em Caicó”.

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A ameaça de deixar a cidade é uma constante nas entrevistas cedidas pelo carnavalesco, em outra entrevista o carnavalesco relata as outras cidades seridoenses que o convidaram para iniciar um carnaval do “povo”:

O Ala Ursa do Poço de Sant’Ana está continuando por causa da minha

figura, porque eu deixo de trabalhar no meu serviço para fazer isso ,

mais nós temos um apoio muito pequeno,as pessoas conhecem a Ala Ursa no dia dos festejos, por exemplo eu não tenho lugar para estar, eu tou aqui nesse barracão até o mês de junho, depois eu não sei para onde eu vou.a coisa do ala ursa é incerta, não tenho um apoio maciço da prefeitura, o nosso comércio é muito fraco, então ele sobrevive de doações e do trabalho da população e dos componentes.O povo só sente o poder da Ala Ursa quando a gente ameaça parar, por exemplo esse ano não ia ter carnaval, eu ia para Parelhas que é uma cidade vizinha porque o prefeito me bancava, tive a oportunidade também de ir para Assu que é um carnaval grande mais não tem um bloco como o nosso e Areia Branca também tem um carnaval no litoral grande, mais que não tem isso que a gente faz aqui, esse carnaval quase inocente.Ano passado teve dia do meu bloco quase não saia, porque ele não tinha um apoio as coisas cresceram e os meus carros de som não suporta mais, esse ano quando viram que a coisa ia se acabar, até mesmo porque eu não viso muito dinheiro, mais tem um ponto que você tem que visar, porque não é para mim, ele tem uma função dentro da sociedade.190

O colaborador do Jornal de Caicó, Francisco de Assis Medeiros, produz uma longa narrativa sobre o “Bloco Ala Ursa do Poço de Sant’Ana”. No início da sua matéria, Francisco ataca os jornalistas que, segundo ele, produzem matérias sobre o carnaval da cidade mediante pagamento da Prefeitura de Caicó: “... certas colunas de jornais, pagas por alguns prefeitos com o dinheiro público, para a divulgação do carnaval de rua das suas cidades, quase sempre noticiados como o melhor do interior do estado, justificando o auto-elogio das respectivas administrações municipais, quase sempre proclamadas nessas publicações como o melhor de todos os tempos”. Para Francisco, durante o carnaval de 2004, estes jornais não haviam publicado matérias sobre a “Ala Ursa” devido: “O fracasso da investida, não publicaram uma só linha, nada noticiaram nem registraram sobre o fabuloso carnaval de Caicó.”191

Ao iniciar a matéria com esta crítica aos outros jornais locais, o colaborador busca colocar-se no lugar de jornalista que ama a sua terra e o carnaval produzido nela. Na

190 Narrativa de Ronaldo Batista Sales(Magão).Artesão e carnavalesco.42 anos.Entrevista cedida em 19 de janeiro de 2009.

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Noticia divulgada no Jornal de Caicó.Caicó em 05 de abril de 2004 intitulada “O Ala Ursa do Poço de Sant’Ana.

matéria, Francisco busca comparar o carnaval vivenciado no Estado e o de outras regiões do Estado, afirmando que “Em Caicó se realiza o mais animado e autêntico do carnaval de rua do Rio Grande do Norte.Carnaval tranqüilo, barato, animadíssimo e cheio de criatividade. Caicó nesse período não é só a capital do Seridó, mas, sim, a capital potiguar da folia”. Para o jornalista em parte alguma do Estado poderia se encontrar um bloco tão grande, organizado, aberto e querido pela comunidade como o “Ala Ursa”, cuja presença tornaria admirável o carnaval de qualquer capital do Brasil, seja pelo realce do carnaval tradicional que adota, seja pela participação popular que congrega. O “Ala Ursa” na matéria produzida por Francisco é apresentado por adjetivos como alegre e despojado e o grande responsável por essa alegria no carnaval de rua seria o seu criador e diretor: Ronaldo Batista Sales (Magão), nome este que para o jornalista representaria:

A salvaguarda das tradições não só carnavalescas mas da cultura popular seridoense em geral, é um bloco completamente aberto ao público, que nada cobra de quem dele participa.É o maior espetáculo carnavalesco de rua do Rio Grande do Norte.A cidade toda e outro tanto de gente vindo de fora, enchem as principais avenidas de Caicó, dançando e marcando passo, ao estilo dos melhores e mais animados antigos carnavais que muitos julgavam sepultados no passado, até que a quinze anos Magão resolveu restabelecer a tradição.O carnaval do Ala Ursa é a melhor expressão do renascimento das reais tradições carnavalescas de Caicó, do carnaval clássico, histórico, memorável, saudoso.Do que restou dos carnavais das serpentinas, dos confetes e dos lança-perfumes, que se foram para nunca mais voltar.O Ala Ursa, por isso, com simplicidade, pouquíssimo dinheiro e muita espontaneidade, move multidões em Caico, produzindo o maior e melhor carnaval de rua do Rio Grande do Norte.Quem ainda não viu, que venha ver no ano vindouro para tirar a limpo o que escrevo.Diversos outros importantes blocos animam o carnaval caicoense, mas nenhum deles alcançou ainda as dimensões conquistadas pelo Ala Ursa na preferência dos foliões e folionas de rua.192

Assim como na narrativa produzida por Francisco, outras matérias publicadas na cidade durante os anos de 2000 a 2009, buscam dar visibilidade a Ronaldo Batista Sales, como produtor carnavalesco dos festejos de rua na cidade de Caicó. Apresentando nestas matérias, sobretudo, os projetos carnavalescos e as estratégias de realização do desfile empreendida por ele. A partir de uma entrevista cedida pelo carnavalesco, o repórter Paulo Junior constrói a seguinte narrativa:

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Há duas semanas para o inicio do carnaval de rua de Caicó, o bloco Ala Ursa do Poço de Santana, intensifica os trabalhos, para colocar nas ruas de Caicó, o maior bloco de rua do Rio Grande do Norte, aumentando cada vez mais, o numero de foliões, provenientes de várias localidades do Brasil. Ronaldo Batista Sales, o popular Magão, disse que este ano, os trabalhos estão bem melhores, faltando apenas pequenos detalhes para o bloco concluir a sua meta para a maior festa popular do Brasil.Magão adianta que as burrinhas já estão confeccionadas e que vai fazer também uma exposição na Casa da Cultura para que as pessoas vejam o que o bloco já preparou para o carnaval.O itinerário do Bloco do Magão foi modificado e este ano, vai sair da Ilha de Sant’Ana, percorrendo a AV.Seridó, Rua Renato Dantas, Rua Celso Dantas, Rua Pedro Velho e novamente a Av.Serid´´o, retornando para o Complexo Turístico da Ilha de Sant’Ana.Segundo Magão, a multidão será maior este ano e pretende sair com cerca de 12 bonecos gigantes, mas dependendo do andamento do bloco, poderá ser reduzido para 9. “A minha orquestra está ensaiando há 3 meses e está praticamente pronta para sair nas ruas da cidade.Eu acho que a Prefeitura deu uma ajuda significativa para fazer o carnaval da cidade e os blocos tem que ajudar a gente, pois devemos manter a tradição do carnaval de rua”, Declarou Magão.Ele relata que a estrutura de som e do seu bloco ainda não é a ideal, mas este ano melhorou muito.Será montada uma FM no carro de som da orquestra do Ala URSA e o áudio será reproduzido por outros carros de som ao longo do percurso.Ele afirmou que as camisas do Bloco Ala Ursa estão a venda na Casa da Cultura e na sua residência, no SESC Seridó e no bairro Itans.No carnaval de rua, o bloco do Magão vai apresentar varias alas, com pessoas fantasiadas, entre bruxas, palhaços, papangus. “Para competir com o carnaval de fora, a gente tem que fazer as coisas da nossa terra e temos que preservar as nossas tradições, com as burrinhas, os papangus e queremos a adesão dos foliões que eles venham fantasiados para o nosso bloco”, Enfatizou Magão. 193

Assim, como nos jornais locais, o Jornal Diário de Natal em suas matérias busca apresentar o carnavalesco como produtor dos festejos na cidade:

O carnaval de Caicó 2005 já está sendo projetado para a alegria dos foliões. O Bloco Ala Ursa de Sant’Ana está com o projeto pronto para o período momesco.São equipamentos de transmissão e carros de som de ótima qualidade.Ao promover um carnaval igualitário e inclusivo há 13 anos, o Ala Ursa do Poço de Sant’Ana proporciona a comunidade momentos de prazer, alegria, união e descontração através da valorização e reconhecimento dos costumes e tradições, desenvolvendo uma conscientização de respeito pela cultura de Caicó, através da arte momesca do povo caicoense.O objetivo agora é de ressaltar, a cada ano, a cultura momesca do município de Caicó, através da arte momesca do povo caicoense.O Ala Ursa vai resgatar os grandes encontros culturais carnavalescos da cidade de Caicó.194

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Noticia divulgada no Jornal de Caicó.Caicó em 05 de fevereiro de 2004 intitulada “O maior bloco de rua do Rio Grande do Norte”.

194

Noticia divulgada no Jornal Diário de Natal.Natal em 05 de fevereiro de 2005 intitulada “O Bloco Ala Ursa de Sant’Ana está com o projeto pronto para o período momesco”.

Conceitos como costumes, tradição e resgate são recorrentes nas matérias sobre a “Ala Ursa do Poço de Sant’Ana” no sentido que singularizam o bloco carnavalesco e o seu fundador. Nas entrevistas que concede, o carnavalesco produz sentidos e significados singulares para sua produção carnavalesca, o Bloco Ala Ursa, tornando-se artífice da fundação dos marcos hegemônicos do processo de inserção do bloco como possibilidade de “reviver carnavais”. Neste sentido, a partir do ano de 2000, uma série de enunciados presentes no jornal Folha do Seridó vai re-contar a história do Bloco, a exemplo, da matéria intitulada: “Ala Ursa faz sucesso”:

Bloco carnavalesco foi criado para inibir descaso contra o poço de Sant’Ana- Carnaval e religião garantem folia a população caicoense.A afirmação acima, embora se pareça com titulo de material informativo, traduz bem a origem do “Bloco Ala Ursa”, também conhecido como “Bloco do Lixo”.É que a história do bloco está ligada a fundação de Caicó.Em 1990, um grupo de moradores, observando que o poço de