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O trabalho de Souza [SOU 97] fornece uma definição de realidade virtual (RV), como sendo uma simulação gerada por computador de um mundo real ou imaginário, podendo esta representação ser gráfica ou textual.

A RV está estimulando os estudantes a serem aprendizes mais ativos, na medida que o

em [CAS 97], a RV tem tido um significativo impacto no processo de aprendizagem educacional.

Embora todos os assuntos possam ser abrangidos através desta tecnologia, é nos campos da engenharia e das ciências que ela pode ser melhor aproveitada. Isso porque a simulação oferecida pela RV, propicia aos alunos a chance de testar suas hipóteses, sem o perigo, o consumo de tempo e recursos envolvidos em uma atividade real. Dessa maneira, o estudante engajado em um programa de realidade virtual não será apenas um observador, já que este ambiente exige uma ativa participação e um alto nível de interação, servindo ao mesmo tempo como instrumento educacional e de entretenimento.

Além do alto custo dos equipamentos, uma das questões que mais preocupa os estudiosos é como os professores podem integrar a RV no currículo acadêmico. Na verdade, antes de mais nada, para a entrada da realidade virtual na escola, é preciso dar tempo aos professores para atualizar-se e renovar suas habilidades de ensino. Por esta razão, tem-se uma excelente oportunidade, para criar empreendimentos cooperativos entre escolas e universidades, onde a teoria e a prática poderão ser combinadas para uma melhoria da qualidade da aprendizagem [AND 98c],

Ainda de forma bastante sutil, pode-se dizer que a realidade virtual está começando a mudar a educação. Isso porque, apesar das barreiras tecnológicas, a utilização da RV pode causar reações de curiosidade pelas possibilidades que representa. RV pode ser associada a fantasia e a imaginação abrindo um campo verdadeiramente vasto para a escola: visitar lugares remotamente, observar hábitos e culturas; viajar em cenários do passado ou futuro; conduzir trabalhos em equipe de pessoas à distância; construir modelos; realizai sistema requer deles a necessidade de tomar ações e decisões. Segundo Ainger (1996) citado

experimentos; estabelecer discussões criativas; conhecer as condições de vida em outros planetas; simular situações de risco; observar reações físicas e químicas, etc.

4.1.1 - Como Inserir a Realidade Virtual na Escola

A inserção da realidade virtual na escola, permite realizar simulações que dão ao aprendiz a sensação de estar em lugares reais, tocando objetos reais. Neste cenário, os alunos não serão meros espectadores, eles tomam-se “atores” dos mundos virtuais, influenciando eventos e propiciando um novo tipo de experiência [AND 98c],

A realidade virtual, quando inserida em um contexto educacional pode trazer vários benefícios ao processo de ensino e aprendizagem:

a) motivação e estimulação multisensorial aos aprendizes; b) criatividade,

c) oportunidades de comunicação com estudantes de outras culturas,

d) possibilidade do aprendiz realizar um experimento em seu próprio ritmo;

e) ativa participação e não a passividade abrindo estas oportunidades para educação especial e a educação a distância.

4.1.2 - Ensino a Distância e RV

O mercado globalizado e as novas tecnologias educacionais estão mudando a supremacia do ensino presencial. A tendência cada vez mais disseminada é a de que professores e alunos devem possuir habilidades para obter informações, a partir de fontes remotas. Esse modo de trabalhar em grupo de forma partilhada, flexível e á distância, será tão indispensável para o professor como ao aluno.

As novas tecnologias podem enriquecer o ambiente da sala de aula propriamente dita, através da utilização de recursos audiovisuais e da informática; e ainda, ampliar o alcance da situação didática, através do ensino a distância.

Freqüentemente, a educação à distância é utilizada para resolver problemas de escala (quando não há professores suficiente) e raridade (não há especialistas disponíveis); mas as tecnologias emergentes estão mudando esta situação.

A evolução tecnológica tem contribuído significativamente para a evolução do ensino a distância permitindo a utilização de multimeios que vão desde os impressos até os simuladores on-line, redes de computadores, comunicação instantânea de dados via satélite ou cabos de fibra ótica, possibilitando a interação entre o aluno e o centro produtor, quer

utilizando-se de técnicas de inteligência artificial ou mesmo via comunicação instantânea com professores e monitores [NUN 97],

Algumas universidades passaram a oferecer cursos nacionalmente, utilizando recursos de teleconferência, monitoração via correio eletrônico e ocasionais encontros presenciais. Os benefícios trazidos são enormes, desde a economia de escala, além da diminuição de custos e melhoria da aprendizagem.

Por causa da união entre a informática e a telecomunicação, telemática, o uso do computador como ferramenta educacional tem seu potencial muitas vezes ampliado. Esta incorporação da telemática na educação abre horizontes não só para o aluno, mas também para o professor ampliar sua atividade docente através da troca de idéias em lista de discussões, pesquisa em bancos de dados, assinatura de revistas eletrônicas e compartilhamento de experiências.

É justamente pelo incremento da diversidade dos recursos humanos colocada à disposição dos estudantes que o aprendizado distribuído à distância pode trazer igualdade, de modo a preparar para a competição num mercado mundial. A partir das classes virtuais uma grande quantidade de alunos pode interagir com outros estudantes em sua própria região (ou regiões diversas), além de permitir o acesso a um quadro tão extenso de professores e mentores, numa dimensão impossível para uma única instituição educacional local [DED 96],

No entanto, é preciso reforçar que a educação a distância pressupõe um processo educativo sistemático que exige além de uma dupla via de comunicação, a inserção de recursos multimeios, os quais devem estar presentes na estratégia de comunicação. A escolha de determinado meio resulta do tipo de público, custos operacionais e critérios técnicos de transmissão e recepção de dados.

No estudo de Keegan (1991) [citado em NUN 97] a educação a distância possui diversas conceituações. Pode ser definida como uma forma sistematicamente organizada de auto-estudo onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são avaliados por um grupo de professores à distância.

Segundo estudos realizados por Armengol (1987) e demais pesquisadores citados em Nunes [NUN 97] há diversas características observadas no processo de educação à distância.

a) população estudantil relativamente dispersa, devido a razões de posição geográfica, condições de emprego, incapacidade física, etc.

b) os cursos são auto-instrucionais;

c) comunicação em massa devendo ser conveniente e economicamente vantajoso utilizá-lo para um grande número de estudantes;

d) permite a comunicação em dupla via, entre estudantes e os centros produtores dos cursos;

e) possibilita estudos individuais, embora esta não seja a característica exclusiva desta forma de ensino;

f) coloca a disposição uma forma mediadora de conversação guiada através de meios impressos ou computacionais tais como correio eletrônico e conferência eletrônica; g) crescente utilização das tecnologias informativas: computação, microeletrônica e

telecomunicações. Obviamente, a educação presencial também pode beneficiar-se destes novos meios, porém com um alcance mais limitado que nos sistemas à distância;

h) contribui para a criação de estruturas curriculares flexíveis via módulos e créditos, melhor adaptada às aspirações e possibilidades dos alunos. Com respeito a este aspecto é possível implementar um processo continuado, centrado no aluno.

Importante observar que a educação a distância não veio para substituir a educação convencional ou presencial. Por outro lado, ela veio somar e não eliminar formas já solidificadas de ensino, adotando como característica básica a separação física e temporal

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entre os processos de ensino e aprendizagem.

A educação a distância não é (pelo menos não deveria ser) necessariamente sinônimo de sofisticação tecnológica, podendo ser implantada através de meios tradicionais. Suas possibilidades de atuação traduzem numa forma complementar de educação, de democratização do saber, atualizando conhecimentos e conceitos e auxiliando na tomada de consciência e aquisição de autonomia dos alunos. Promove ainda a capacitação e atualização de professores, dando acesso a grande contingentes afastados das instituições formais de ensino, ou que tem dificuldade de acesso a elas.

4.1.3 - Projetos de RV na Educação

Inúmeras pesquisas expressam as razões consideradas essenciais para utilizar a RV na educação [AND 98d], ilustradas através de experiências realizadas ao redor do mundo [STU 91], [PÀN 95], [ PIN 96]:

4.1.3.1 - Exploração a distância de lugares e objetos aos quais os