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3 PESQUISA DE CAMPO

Etapa 06: Realização do Estudo Piloto

O Estudo Piloto teve como principal objetivo verificar a adequação do check-list aos sujeitos, bem como a necessidade de um contexto de projeto para uma melhor análise por parte dos especialistas, ou uma introdução a cerca de análise de artefatos para os não especialistas, além de analisar o tempo demandado para o experimento, a

114 utilização da câmera de filmagem e adaptação dos sujeitos à ferramenta de realidade aumentada.

Para tanto, participaram desta etapa sujeitos de cada categoria (especialistas e não especialistas), com os protótipos que foram utilizados no experimento final. Como perfil, diferente do experimento final no qual não houve um perfil específico, para o piloto é interessante à participação de sujeitos já familiarizados com a pesquisa por meio de check-lists, em busca de uma observação mais crítica quanto ao experimento, bem como contribuições de aprimoramento.

Dessa forma, o Estudo Piloto foi realizado com um sujeito especialista (sujeito 02) e dois não especialistas (sujeitos 01 e 03), visto que o objetivo da pesquisa é validar a utilização de protótipos sob o ponto de vista do usuário comum, não especialista, tendo o grupo de especialistas como grupo de controle. Cada sujeito não especialista realizou o experimento em ordens diferentes, com o objetivo de validar a utilização do mesmo questionário em ambas as situações. Já para o sujeito especialista foi apresentado primeiro o protótipo físico, seguido do protótipo virtual.

O experimento se deu com uma abordagem prévia dos participantes, visando verificar a disponibilidade para participação da pesquisa, bem como uma explicação prévia do objetivo e formato do teste. O encontro aconteceu em data acordada com os participantes, no Laboratório de Artefatos Inteligentes da UFPE. Inicialmente, a pesquisadora expos, de forma mais detalhada, o objetivo e formato da pesquisa, além de se colocar a disposição para esclarecimentos durante o teste.

O primeiro sujeito analisado, Sujeito 01, estudante de design de produtos da UFPE, teve o primeiro contato com o protótipo virtual. Ao responder o questionário, que foi realizado em dez minutos, o participante afirmou não ter experiência com a análise de produtos ou com ferramentas de realidade aumentada. Entretanto, em entrevista posterior ao experimento, o mesmo descreveu situações em que analisou produtos e utilizou ferramentas de RA. Assim, é perceptível que o sujeito forneceu respostas

115 contraditórias a sua opinião ou experiência pessoal. Este fato pode ser associado ao não entendimento das questões levantadas, porém, o sujeito questionou apenas o objetivo da pergunta nº 14, que aborda o tema da gestalt. A entrevista posterior revelou, também, que apesar de ter assinalado, na questão nº 20, que mantinha sua opinião sobre os artefatos apresentados após ver sua representação real, o mesmo não havia identificado certos elementos presentes no protótipo virtual, além de ter identificado elementos não existentes. Este primeiro teste já revela a necessidade de uma entrevista prévia com os participantes, de forma a analisar sua real experiência com as ferramentas utilizadas, buscando minimizar os desvios nas respostas assinaladas.

O segundo sujeito analisado, Sujeito 02, também estudante de design de produtos da UFPE, afirmou possuir experiência em ambas as ferramentas, o que foi confirmado em entrevista posterior. O primeiro contato deste participante foi com o protótipo físico, que foi analisado extensivamente, totalizando trinta minutos de experimento. Assim como o Sujeito 01, este sujeito apresentou dificuldade de entendimento da questão nº 14, referente à disposição dos elementos do artefato, porém, levantou questionamentos também em relação à produção do protótipo, sua modelagem e acabamento final, bem como a forma de utilização do produto representado. O participante também demonstrou dificuldade na questão nº 10, por não haver indicação de qual vista do objeto estava sendo representada. Este segundo teste revelou que, para sujeitos com conhecimento em impressão 3D, a falta de informações referentes à produção do protótipo físico pode gerar dúvidas em relação ao mesmo. O Sujeito 02 afirmou não ter compreendido o protótipo físico de uma forma mais otimizada por não saber se determinados aspectos presentes no artefato eram resultados da impressão do protótipo, ou se eram elementos específicos do produto.

O terceiro sujeito participante, Sujeito 03, teve o primeiro contato com o protótipo virtual. O participante, assim como o Sujeito 01, assinalou no questionário não possuir experiência com a análise de produtos e a ferramenta de realidade aumentada, o que também se mostrou incorreto durante a entrevista posterior. O participante

116 questionou o funcionamento da ferramenta de realidade aumentada, passando a ter bom domínio após aprender funcionalidades básicas, além de visualizar partes do protótipo que os outros participantes não visualizaram, ao utilizar funções como o

zoom, ou girar o modelo ao tocar na tela. Assim como os outros sujeitos, o participante

apresentou dúvida na questão nº 14, entretanto, foi o único participante que observou os protótipos novamente nesta fase, e revisou as respostas dadas anteriormente para responder a questão nº 20. As respostas dadas por este sujeito, que respondeu toda a pesquisa em vinte e dois minutos, demonstram um bom entendimento das perguntas, assim como dos protótipos. Este terceiro teste demonstrou que se faz necessária uma explicação prévia do uso da ferramenta de RA, de forma a possibilitar ao participante uma exploração completa do modelo.

Dificuldades levantadas

Ao analisar os resultados do Estudo Piloto, é possível destacar algumas dificuldades levantadas, referentes à formulação de questões ou ao formato do experimento:

 Respostas contraditórias

Alguns participantes apresentaram respostas que não representam sua opinião real, verificada posteriormente em entrevista não estruturada. Não é possível afirmar que a diferença de respostas se deu por um mau entendimento da pergunta ou por falta de conhecimento do assunto abordado.

 Não entendimento das questões nº 10 e nº 20

Ambas as perguntas levantaram dúvidas nos participantes. No caso dos não especialistas, a dúvida se deu por falta de conhecimento do assunto abordado. Já para o especialista, a dúvida foi gerada por uma má formulação da questão, que permitia mais de uma resposta.

117 O pouco ou nenhum conhecimento da ferramenta de RA não permitiu que os participantes explorassem o protótipo virtual de forma completa, ou não compreendessem o que estava sendo representado.

 Dúvida gerada pela impressão 3D

Para o participante especialista, a técnica de produção do protótipo físico gerou dúvidas referentes aos elementos presentes no mesmo.

A partir das dificuldades apresentadas, o experimento foi reformulado, visando um entendimento ideal das questões levantadas, assim como do uso das ferramentas utilizadas durante a pesquisa.