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1 INTRODUÇÃO

1.3 OBJETIVOS

2.1.4 Receita Pública

Consta, na Lei n° 4.320/64 comentada, que a Receita é um conjunto de ingressos financeiros com fontes e fatos geradores próprios e permanentes, oriundos da ação e de atributos inerentes à instituição, e que, integrando o patrimônio na qualidade de elemento novo, produzem-lhe acréscimos, sem contudo gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros, destinando-se a atender à manutenção e à conservação dos serviços públicos.

Para Silva (2002, p.101), as receitas públicas podem ser definidas como: Para fazer face as suas necessidades, o Estado dispõe de recursos ou rendas que lhe são entregues pela contribuição da coletividade. O conjunto desses recursos constitui a denominada receita pública e com ela o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção de sua organização, com o custeio de seus serviços, com a segurança de sua soberania, com as iniciativas de fomento e desenvolvimento econômico e social e com seu próprio patrimônio.

Segundo Araújo e Arruda (2004, p. 92):

Receita é a entrada de elementos para o ativo, que é constituído pelo conjunto de bens e direitos de uma organização, em função da venda de mercadorias, prestação de serviços, aluguéis, juros ou pela redução do passivo, que é o conjunto de obrigações de uma organização, sem correspondente redução do ativo.

A Receita Pública flui para os cofres públicos dentro de uma sistemática evolutiva, tendo em vista a sequência operacional de que resulta o seu recebimento. Sendo assim, seus estágios são os seguintes:

• Previsão, que representa a expectativa de realização das receitas estimadas na fase da elaboração do orçamento;

• Lançamento, que é o procedimento administrativo em que a autoridade competente adota parâmetros, como alíquota, base de cálculo e outros definidos em lei, regulamentos, ou, ainda, em contratos;

• Arrecadação, que é o ato em que são pagos os tributos ou as diversas receitas ao agente arrecadador;

• Recolhimento, que é o repasse do numerário recebido dos contribuintes pelos agentes arrecadadores, ao Tesouro Público. Portanto, é o momento a partir do qual o valor está disponível para o Tesouro do Estado.

A Receita Pública é classificada em: Receita Orçamentária e Receita Extra- Orçamentária.

A Receita Orçamentária é o conjunto dos ingressos que o Poder Público recebe e pode dispor como propriedade sua, para aplicar na manutenção da máquina administrativa e/ou na satisfação das necessidades coletivas.

São receitas extra-orçamentárias as entradas de numerários aos cofres públicos que apresentam origens diferentes das fontes codificadas nas tabelas da receita orçamentária, provenientes da realização de créditos ou do surgimento de obrigações temporárias, constituindo meros fatos permutativos, ou seja, são ocorrências que não alteram, aritmeticamente, o Patrimônio.

A classificação orçamentária adotada no Brasil para as receitas foi estabelecida pela Lei n° 4320/64, no seu artigo 11, caput.

Art. 11. A receita classifica-se nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.

§1º São Receitas Correntes as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

§2º São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas; da conversão em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente.

É oportuno destacar que, para realização desse estudo, foram enfatizadas apenas as receitas orçamentárias correntes. Dessa forma, as receitas correntes são compostas por:

• Receita Tributária - ingresso proveniente da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria;

• Receitas de Contribuições - ingressos provenientes de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesses das categorias profissionais ou econômicas;

• Receita Patrimonial - ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em opções de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes;

• Receita Agropecuária - ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se, nessa classificação as receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários;

• Receita Industrial - ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais;

• Receita de Serviços - ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, inspeção, fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e outros serviços;

• Transferências Correntes - ingressos provenientes de outros entes ou entidades, referentes a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora, ou ao ente ou entidade transferidora, efetivados mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes;

• Outras Receitas Correntes - ingressos provenientes de outras fontes não classificáveis nas fontes anteriores.

Cabe ainda destacar que, no período de análise do estudo desenvolvido, de 2002 a 2007, as receitas correntes foram registradas contabilmente de acordo com as Portarias editadas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e Secretaria de Orçamento Federal (SOF), visando à padronização de regras e procedimentos relacionados com as receitas públicas, apresentadas no Quadro 2.

Portaria Interministerial

nº 163 da STN e SOF 4 de maio de 2001 Com vistas a padronizar as classificações da receita e despesa; Portaria STN nº 180 21 de maio de 2001 Detalha a classificação das receitas para

todas as esferas de governo;

Portaria STN nº 326 27 de agosto de 2001 Divulgar o Anexo I - Detalhamento das Naturezas de Receitas, em atendimento ao disposto no § 3º, do art. 2º da Portaria nº 163/2001.

Portaria STN nº 447 13 de setembro de 2002

Dispõe sobre normas gerais de registro de

transferências de recursos intergovernamentais;

Portaria STN nº 248 28 de abril de 2003 Consolida as Portarias nº 180, 211 e 300 e divulga o detalhamento das naturezas de receita para 2004;

Portaria STN nº 219 29 de abril de 2004 Aprova a 1ª edição do Manual de Receita Pública;

Portaria STN nº 303 28 de abril de 2005 Aprova a 2ª edição do Manual de Receita Pública;

Portaria STN nº 869 15 de dezembro de

2005 Inclui no Anexo I da 2º edição do Manual de Procedimentos da Receita Pública as naturezas de receitas com as respectivas funções;

Portaria STN nº 340 26 de abril de 2006 Aprova a 3ª edição do Manual de Receita Pública;

Portaria STN nº 245 27 de abril de 2007 Altera o Anexo I da Portaria nº 340/06 e divulga a discriminação das naturezas de receita.

Quadro 2 – Portarias da Receita Corrente Fonte: Elaboração própria, (2008).

Após as portarias acima, ainda foram editadas:

• A Portaria Conjunta STN/SOF n° 2 , de 08 de agosto de 2007, que aprova a 4ª. edição do Manual de Procedimentos das Receitas Públicas;

• A Portaria Conjunta STN/SOF n° 01, de 29 de abril de 2008, que altera o Anexo VII da Portaria Conjunta STN/SOF n° 2, de 08 de agosto de 2007.

Por fim, diante da existência de diversas, cabe ressaltar que atualmente, a legislação que rege sobre a receita pública é a Portaria Conjunta nº 3 da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e Secretaria de Orçamento Federal (SOF), publicada em 14 de outubro de 2008, que aprova os Manuais de Receita Nacional e de Despesa Nacional para efeito a partir de 2009.