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2.3 RESÍDUOS DE GESSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.3.1 Reciclagem de resíduos de gesso

De acordo com a Associação Brasileira do Drywall (2012), os resíduos de gesso podem ser utilizados novamente na cadeia produtiva. Os resíduos de gesso estão sendo reaproveitados na indústria de cimento, como aditivo retardante de pega (cerca de 5%); na agricultura como fertilizante, corretivo de solos sódicos e condicionador de subsuperficie; e no próprio setor de transformação do gesso, porém essa última opção ainda é pouco utilizada.

Os autores John e Cincotto (2003), afirmam que a reciclagem do resíduo de gesso é tecnicamente possível, com várias aplicações, mas a viabilização da reciclagem em escala comercial depende de vários fatores, inclusive de características regionais. Ainda conforme os autores a separação dos resíduos no momento da geração e o controle de sua contaminação durante as etapas de estoque e transporte são condicionante para tornar a reciclagem possível.

2.3.1.1 Propriedades físicas do gesso em forma de pó

Com relação as propriedades físicas do gesso em pó, Pinheiro (2011), obteve em seus experimentos para resíduos obtidos de peças de gesso comercial valores médios de módulo de finura (MF)=0,43, diâmetro máximo (Φ max) = 0,420 mm, e massa unitária (Mu) = 470,65 kg/m³. Bardella (2011), utilizou-se das temperaturas de 150 °C, 180 °C e 200 °C, segundo o autor nas propriedades físicas dos gessos em pó comerciais e gessos reciclados ocorreram pequenas variações nos resultados de massa específica, massa unitária e módulo de finura, conforme o Quadro 7.

Bardella (2011), constatou que “não há diferença significativa para as curvas granulométricas dos gessos reciclados grossos calcinados a 150º e 180ºC” (BARDELLA, 2011 p.65), e que o tamanho das partículas obtidos pelo processo de moagem do resíduo, pode ter influência nas dimensões das partículas encontradas após a calcinação.

_____________________________________________________________________________________________ Quadro 7: Propriedades físicas dos gessos reciclados

Temperatura Mu (kg/m³) MF 150ºC 1,31 574,43 180ºC 1,17 549,57 200ºC 0,92 531,40

Adaptado de Bardella (2011)

2.3.1.2 Propriedades físicas da pasta de gesso

Para o tempo de pega, Bardella (2011), não encontrou resultados similares entre si, e o tempo de pega da pasta de gesso reciclado foi maior que os obtidos com pasta de gesso comercial. Segundo o autor, tanto as pastas recicladas quanto as pastas de gesso comercial, atingiram o tempo de pega exigido pela NBR 13.207 (ABNT, 1994).

Em contrapartida, Pinheiro (2011), constatou em seus experimentos que houve uma diminuição do tempo de pega das pastas de gesso reciclado em relação ao tempo de pega obtido na pasta de gesso comercial, onde as pastas de gesso reciclado produzidas com resíduos de produtos confeccionados de gesso comercial atingiram o tempo de pega especificado pela NBR 13.207 (ABNT, 1994).

2.3.1.3 Difração de raios-x

Com relação aos resultados dos difratogramas Bardella (2011), observou que os compostos presentes nos gessos comerciais foram os mesmos encontrados nos gessos reciclados, desidratados nas temperaturas de 150 °C, 180 °C e 200 °C. As amostras ensaiadas são compostas essencialmente de hemidrato e o que as diferencia é a intensidade dos picos de difração. Onde os gessos comerciais possuem picos de hemidrato mais intensos que o gesso reciclado, e o gesso reciclado possui picos de dihidrato mais intensos que o gesso comercial. Pinheiro (2011) apontou que os difratogramas do gesso reciclado apresentaram uma maior incidência de dihidratos quando comparado com o gesso comercial.

2.3.1.4 Propriedades mecânicas

De acordo com Bauer (1994), a temperatura e o módulo de finura influenciam na resistência do gesso, sendo obtida uma maior resistência nas calcinações em temperaturas mais elevadas ou

na moagem com maior finura, A água de amassamento também exerce influência na resistência mecânica do gesso, porém a variação é pouco significativa.

Bardella (2011), em suas pesquisas obteve resultados de resistência à compressão, resistência à tração na flexão e dureza com melhor desempenho para as pastas de gesso comercial em todas as idades ensaiadas, o autor utilizou-se de uma relação água gesso de 0,53 para as pastas de gesso comercial e relações água gesso de 0,7 e 0,8 para as pastas de gessos reciclados.

Pinheiro (2011) encontrou para as pastas de gesso recicladas obtidas a partir de peças de gesso comercial uma resistência a compressão média de 11,69 MPa aos 91 dias e uma dureza superficial de 29,47 Mpa, conforme exposto no Quadro 8. Pode se perceber que a resistência a compressão é superior a 8,40 Mpa e a dureza superficial está muito próxima de 30 Mpa, valor exigido pela NBR 13.207 (ABNT, 1994).

Quadro 8: Propriedades mecânicas dos gessos reciclados

Idades 1 dia 3 dias 7 dias 28 dias 91 dias Compressão (MPa) 6,20 5,99 5,67 9,93 11,69 Dureza superficial(Mpa) 12,16 15,22 14,48 26,79 29,47

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Neste capítulo será abordado a metodologia, a estratégia e delineamento de pesquisa. Também será descrito o material necessário para o experimento e a forma que foram executados os ensaios laboratoriais.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A pesquisa realizada de acordo com a sua natureza é classificada como básica. Gerhardt e Silveira (2009), definem que esta tem como objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática voltados à solução de problemas específicos.

Sob o ponto de vista de sua abordagem a pesquisa em questão é considerada quantitativa> Segundo Fonseca (2002, apud Gerhardt e Silveira, 2013) a pesquisa quantitativa considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, e recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno.

Em relação aos seus objetivos esta pesquisa pode ser classificada como exploratória. Gil (2002), descreve que a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior conhecimento do problema, com a preocupação de torna-lo explicito ou a construir hipóteses.

Com base nos procedimentos técnicos descritos, a pesquisa pode ser caracterizada como pesquisa experimental e bibliográfica. Conforme Gil (2002), em uma pesquisa experimental determina-se um objeto de estudo, e são selecionadas variáveis capazes de influencia-lo, a partir destes, são definidas as formas de controles e de observação dos efeitos que esta variável produz no objeto de estudo; e bibliográfica pois a pesquisa é desenvolvida com base em material já elaborado.

3.2 DELINEAMENTO

A Figura 9 retrata o delineamento de pesquisa, onde está descrita as etapas principais do trabalho. A pesquisa foi iniciada a partir de uma revisão bibliográfica, a qual seguiu sendo realizada durante todas as etapas.

Figura 9: Delineamento de pesquisa

Fonte: autoria própria

Após a revisão bibliográfica inicial, o resíduo de gesso foi triturado, peneirado e re-calcinado. Em seguida as amostras de resíduo e de gesso comercial (GC), foram separadas e preparadas para os ensaios em laboratório. Os ensaios de granulometria, massa unitária, consistência normal, tempo de pega, dureza e resistência a compressão foram realizados no Laboratório de Engenharia Civil (LEC) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). As análises de Difração de raios-X foram executadas no laboratório de Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Maria.

Após a conclusão dos ensaios, realizou-se uma compilação dos dados e a análise e interpretação de resultados com o intuito de verificar a influência da temperatura de re-calcinação nas propriedades da pasta. RE VISÃO BIBLI OGR ÁFICA RE-CALCINAÇÃO DO GESSO REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS LABORATORIAIS

COMPILAÇÃO DOS DADOS

ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

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3.3 MATERIAL E MÉTODOS LABORATORIAIS

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