• Nenhum resultado encontrado

4. Objetivos

5.3. Recolha e análise de dados

5.3.1. Protocolo de recolha de dados

A investigadora recolheu, retrospectivamente, informação de casos com diagnóstico de janeiro de 1993 a fevereiro de 2015, de acordo com os critérios de diagnóstico vigentes na altura e a partir dos processos clínicos e dos relatórios dos exames dos pacientes. De novembro de 2012 a fevereiro de 2015 os dados foram recolhidos ativamente na altura do diagnóstico.

A seleção foi realizada de acordo com a ICSD-2 e através da realização de uma entrevista clínica com a aplicação do Inventário do Sono na Narcolepsia (Anic-Labat S. et al., 1999) e da Escala de Epworth, e de uma PSG do tipo I seguida do TLMS e de Tipagem de HLA. Para serem selecionados, os pacientes tinham de obter na Escala de Epworth uma cotação total superior a 10.

47 5.3.2. Procedimentos

Para o registo da informação de cada sujeito, teve-se em conta os procedimentos, descritos abaixo.

A entrevista clínica foi realizada por médicos Neurologistas enquanto que a PSG, a TLMS e os respetivos estadiamentos do sono foram realizados por Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica de Neurofisiologia e Cardiopneumologia (TDT’s) e a Tipagem de HLA foi realizada por Analistas e Médicos de laboratórios portugueses certificados, entre os quais, o laboratório Joaquim Chaves.

A PSG noturna e o TLMS foram efetuados em vários aparelhos: no Dominó

SomnoMedics, no Nicolet, no Embla e no Alice.

A PSG permitiu a monitorização dos seguintes parâmetros:

 Eletroencefalograma (EEG) com os seguintes canais: dois canais frontais (F3 e F4), dois canais centrais (C3 e C4), dois canais temporais (T3 e T4), dois canais occipitais (O1 e O2) e duas referências (A1 e A2);

 Eletromiograma (EMG): do mento e do tibial anterior, em ambos os membros inferiores;

 Electroculograma (EOG): com dois elétrodos (LEOG e REOG);  Eletrocardiograma (ECG);

 Termístor oro-nasal e cânula nasal;

 Bandas respiratórias: torácica e abdominal;

 Sensor para registo das vibrações associadas à roncopatia;  Sensor de posição corporal;

 Oxímetro.

No dia seguinte à PSG noturna, realizou-se o TLMS utilizando o Embla ou o Alice. Ambos os aparelhos permitiram o registo dos seguintes parâmetros:

48

 Eletroencefalograma (EEG) com os seguintes canais: dois canais frontais (F3 e F4), dois canais centrais (C3 e C4), dois canais temporais (T3 e T4), dois canais occipitais (O1 e O2) e duas referências (A1 e A2);

 Eletromiograma (EMG): do mento e do tibial anterior, em ambos os membros inferiores;

 Electroculograma (EOG): com dois elétrodos (LEOG e REOG);  Eletrocardiograma (ECG);

 Oxímetro.

Os exames foram acompanhados de gravação de vídeo e supervisionados por TDT’s.

A tabela 8, apresentada abaixo, expõe a frequência de amostragem e filtros passa-alto e passa- baixo utilizados para todos os canais.

Tabela 8 – Frequência de amostragem e filtros passa-alto e passa baixo de cada variável em estudo

O TLMS foi realizado segundo as diretrizes definidas pela AASM: iniciou-se uma hora e meia depois de terminado o exame noturno, que por sua vez, deveria ter a duração de pelo menos 6 horas de sono. As sestas ou testes foram realizados com intervalos de 2 horas, nos quais o paciente permaneceu acordado com a luz acesa no quarto. Durante os testes todos os paciente se deitaram e tentaram adormecer com a luz do quarta apagada. Quando não se registaram fases de sono ao fim de 20 minutos,

Variável EEG EOG EMG ECG SaO2 Frequência de amostragem (Hz) 100 100 200 200 1 Filtro passa-alto (Hz) 0,3 0,3 0,3 0,3 Filtro passa-baixo (Hz) 70 70 70

49 terminou-se a sesta; enquanto que quando o doente adormeceu, terminou-se a sesta 15 minutos depois da primeira fase de sono. O numero mínimo de sestas realizado para cada doente foi 4. A quinta sesta só foi realizada quando se registou apenas um SOREM em 4 dos testes.

Posteriormente, o paciente procedeu à execução da Tipagem de HLA. Este procedimento serve para determinar a presença de haplótipos e consiste na extração e ampliação do DNA através de técnicas moleculares avançadas, nomeadamente, a PCR (‘Polymerase Chain Reaction’).

Por indicação médica, era pedida a Tipagem de outros haplótipos conforme os critérios de diagnóstico vigentes no momento da consulta (por exemplo: em 2014 era realizada a Tipagem do HLA DQB1*0602, do DQA1*0102 e do DRB1*1501).

Conforme os resultados dos exames e a história clínica do doente, os casos foram sendo classificados como NC, NSC ou casos de SN. A necessidade de classificar alguns casos como suspeitos exigiu a criação de critérios. Na tabela abaixo (tabela 9), descrevemos as premissas utilizadas pelas autoras para classificarem os casos de SN.

Tabela 9 – Critérios de seleção de casos de SN

À medida que foi realizada a recolha de todos os dados clínicos e laboratoriais de cada paciente, foi-se preenchendo uma base de dados com os seguintes dados:

 N.º do processo do paciente;  Idade;

 Género;

 Data de nascimento;

 Grau de instrução (básico, secundário ou licenciatura);  Profissão;

SN

 Queixa de SDE que ocorre diariamente desde há, pelo menos, 3 meses;  TLMS com latência ≤ 8 minutos e ≤ 1 SOREM.

 A hipersónia não é explicada por outra doença do sono, outra doença médica neurológica ou mental, ou pelo uso ou abuso de medicação.

50

 Tipo de Profissão (estudante, serviços, colarinho branco, colarinho azul, reformado ou desempregado);2

 Idade de início dos sintomas;

 Classificação do doente como paciente em idade pediátrica ou adulta, conforme a idade de início de sintomas;

 Idade do diagnóstico de Narcolepsia;

 Presença ou não dos sintomas cardinais (SDE e cataplexia) e acessórios (alucinações, paralisia do sono, pesadelos e sonhos);

 Presença ou não da tétrada clássica de sintomas;  Presença ou não do HLA DQB1*0602;

 Presença ou não de outros haplótipos (nomeadamente do HLA DQA1*0102, o DRB1*1501 e outros haplótipos)3;

 Número de SOREM’s;

 Latência média dos SOREM’s no TLMS (minutos);  Latência média do TLMS (minutos);

 Latência do sono na PSG (minutos);  Latência do sono REM na PSG;

 Outros dados da estrutura do sono noturnos relevantes;4  Diagnóstico final (NC, NSC ou SN);

 Medicamentos usados no tratamento (Antidepressivos, Modafinil, Metilfenidato e outros medicamentos);

 Dose do Modafinil (quando usado);  Tempo do tratamento;

 Número de consultas;

 Evolução positiva ou negativa da patologia.

2 Nesta categoria de divisão dos sujeitos por tipos de profissão, foi considerado com:

 Colarinho azul: o trabalho manual, como por exemplo, ser agricultor ou operário fabril;  Colarinho branco: o trabalho não manual que exige formação e qualificação elevada, como as profissões científicas;

 Serviços: os trabalhos que envolvem a prestação de um serviço como as vendas.

3 Como se trata de um estudo retrospetivo, a Tipagem de HLA pedida ao longo dos anos,

51 A base inicial foi criada em Excel e, posteriormente, importada para SPSS (versão 21) para tratamento de dados.

De seguida, apresentamos um esquema que resume os procedimentos realizados na recolha de dados (cf. figura 5).

Figura 5 – Esquema representativo dos passos a realizar, em cada paciente, para a recolha de dados

5.4. Análise de dados laboratoriais e estatísticos

Documentos relacionados