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3. Metodologia

3.2. Recolha de dados e Instrumentos de Recolha

Após a definição do problema de investigação e das questões orientadoras, seguiu-se um levantamento dos dados já existentes e uma recolha das necessidades verificadas. No âmbito do projeto “Avaliação do Currículo das Ciências Físicas e Naturais do 3º Ciclo do Ensino Básico” foram utilizadas no ano letivo 2011/2012

diferentes estratégias de recolha de dados, entre os quais: Recolha do Projeto Anual de Atividades (PAA), Projeto Educativo (PE) e Projeto Curricular (PC), aplicação de dois testes de competências elaborados pela equipa, entrevista em grupo aos alunos, entrevista em conjunto aos professores de CN e CFQ (Professor de CN e Professora de CFQ), e questionários aos alunos e aos professores. Todos os dados recolhidos foram analisados e sintetizados por nós de modo a verificar o que ainda faltaria recolher para dar respostas às questões colocadas.

De acordo com Quivy e Campenhoudt (2005) a recolha de dados consiste em compilar e organizar o maior número possível de informações sobre a problemática em estudo. Assim os instrumentos de observação e de recolha de informação devem ser escolhidos com vista a atingir os objetivos da investigação. Com este objetivo, os dados anteriormente recolhidos foram complementados com novas entrevistas (individuais) aos atuais professores de CN e CFQ (a Professora de CN foi a mesma que foi entrevistada no ano passado como membro do conselho executivo e a Professora de CFQ foi a mesma que foi entrevistada o ano passado), e com a recolha das planificações das aulas, dos testes de avaliação das disciplinas e das grelhas de registo. Todos os dados obtidos, segundo diferentes fontes e diferentes métodos, foram triangulados de forma a garantir a validade do estudo.

Na perspetiva de Quivy e Campenhoudt (2005) existem diversas formas e métodos de realizar entrevistas, no entanto todas elas permitem retirar informação e elementos de reflexão muito ricos e devido à sua flexibilidade permitem recolher os testemunhos e as interações dos sujeitos, respeitando a sua linguagem e a sua forma de

sujeitos do estudo, instaurando-se assim uma troca constante, onde o sujeito exprime as suas perceções sobre determinado tema permitindo a interação com o investigador. Para Yin (2001) as entrevistas podem assumir diversas formas, a espontânea, a focal e a entrevista com base num levantamento formal. A entrevista espontânea permite que o investigador questione informalmente o sujeito e que peça a sua opinião sobre determinados assuntos. A entrevista focal caracteriza-se por durar um curto período de tempo, tem carácter de uma conversa espontânea e informal no entanto existe um conjunto de perguntas que é seguido pelo investigador. Já a entrevista com base num levantamento formal é um tipo de entrevista mais estruturada e pode ser parte de um estudo de caso.

As entrevistas realizadas neste estudo foram semi-estruturadas. Neste tipo de entrevistas o investigador dispõe de uma série de perguntas-guia que o orientam no seguimento da entrevista, mas que no entanto não são estanques nem tão pouco a sua ordem é imutável. As entrevistas tiveram como método complementar, que lhes está sempre associado, a análise de conteúdo (Quivy & Campenhoudt, 2005). Durante as entrevistas foi recolhido o máximo de informação possível que posteriormente serviu de material de análise de conteúdo.

As entrevistas individuais aos professores das áreas disciplinares tiveram como intuito a caraterização dos atuais professores e alunos, a verificação da coincidência entre as ideias chave já recolhidas e as práticas, a informação da percentagem atribuída a cada instrumento de avaliação, e o conhecimento de que tipo de instrumentos são utilizados para avaliar as competências no domínio do raciocínio. As entrevistas tinham

ainda como objetivo aprofundar se ocorria articulação entre as disciplinas de CN e de CFQ, e caso não ocorresse quais as razões.

Tal como afirma Biggs (1986, citado por Bogdan e Biklen, 1994), as boas entrevistas caracterizam-se pelo facto de os indivíduos estarem à vontade e falarem livremente dos seus pontos de vista. Com esse objetivo, procurou-se no decorrer das entrevistas cultivar uma empatia com os entrevistados de modo a facilitar a condução da mesma e ser o mais neutra possível. As entrevistas seguiram um guião criado para o efeito (entrevista semiestruturada), e foram áudio-gravadas, tendo a sua transcrição sido realizada logo após o seu término.

Para além das entrevistas, procedemos à recolha de dados documentais. Segundo Yin (2001) este tipo de informação pode assumir diversas formas como cartas, memorandos, agendas, avisos, minutas e atas de reuniões, documentos administrativos, estudos ou avaliações formais do mesmo local em estudo, recortes de jornal ou artigos publicados nos mídia. Quivy e Campenhoudt (2005) consideram que este tipo de informações depende da natureza das fontes e da informação nelas contida. Quanto à natureza das fontes, podem ser documentos manuscritos, impressos ou audiovisuais, oficiais ou privados. No que se refere à natureza da informação, podem ser dados estatísticos ou documentos de forma textual.

Todas as informações recolhidas têm de ser validadas, embora por processos diferentes. Os dados estatísticos são validados quanto à credibilidade global do seu organismo emissor e no que se refere à adequação às hipóteses de investigação. No que

autenticidade e a exatidão das informações que contêm. Os dados documentais por nós recolhidos consistiram em testes das duas áreas disciplinares, com o intuito de verificar como são avaliadas as competências no domínio do raciocino nos testes e grelhas de avaliação dos trabalhos de pesquisa, portefólios ou relatórios, com o intuito de verificar como são avaliadas as competências no domínio do raciocino através destes trabalhos.

No decorrer deste estudo foram tidos em consideração alguns cuidados do ponto de vista ético. Tal como sugerido por Bogdan e Biklen (1994), foi mantido o anonimato dos sujeitos protegendo as suas identidades, quer no que se refere a material escrito e a relatos verbais, os sujeitos foram sempre tratados respeitosamente e de modo a obter a sua cooperação na investigação, foi solicitada autorização para a gravação das entrevistas, foi previamente negociada de forma clara e explícita a autorização para a recolha e publicação de informação e finalmente procuramos ser o mais autênticos possível em relação aos dados obtidos na apresentação dos resultados.

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