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Capitulo II – Metodologia de Investigação

5. Recolha de Dados

O método de estudo escolhido para o caso em apreço foi o método quantitativo e, tendo em conta as técnicas de recolha de dados disponíveis, optou-se pelo uso do inquérito por questionário a Revisores Oficiais de Contas, Auditores Internos e Docentes para o processo de recolha de dados. O questionário foi elaborado tendo em conta a terminologia adequada às pessoas inquiridas, formulando as questões de forma coerente, explícita e não exaustiva.

Quivy et al. (2005) define o inquérito como uma pesquisa sistemática e o mais rigorosa possível, de dados sociais significativos, a partir de hipóteses já formuladas, de modo a poder fornecer uma explicação.

Para construir um questionário deve definir-se com rigor (Muñoz, 2003):

 Os tipos de perguntas a fazer;

 Os tipos de respostas adequadas;

 As escalas de medida a utilizar;

 Os métodos para análise dos dados.

O uso do questionário apresenta algumas vantagens das quais: anonimato das respostas obtidas, recolha de informação junto de um grande número de indivíduos, generalização da amostra à totalidade da população selecionada, entre outros. (Quivy & Campenhoudt, 1995)

29 Neste seguimento, foi elaborado um inquérito por questionário estruturado com questões de resposta fechada e de resposta aberta. Para algumas das questões de resposta fechada, foi utilizada a escala de Likert. Segundo Marôco (2011), as escalas de Likert são escalas compostas por variáveis qualitativas com uma escala de medida ordinal nas quais as variáveis são medidas em classes discretas onde é possível definir uma determinada ordem, segundo uma relação descritível, mas não quantificável.

O tipo de escala de Likert mais usual, e a utilizada para este estudo, foi a escala de 5 pontos. O “5” corresponde ao maior grau de concordância/opinião dos inquiridos e o “1” ao menor grau de concordância/ opinião dos inquiridos. Um dos exemplos da escala de 5 pontos utilizada no inquérito por questionário, foi “discordo completamente”, “discordo”, “nem concordo nem discordo”, “concordo” e “concordo completamente”. O objetivo da utilização da escala de Likert, foi de facilitar a compreensão e preenchimento por parte dos inquiridos. Para além da elaboração de um inquérito de fácil compreensão e preenchimento, foi pretendido ainda que este fosse sucinto e de rápido preenchimento por forma a não gastar muito tempo aos inquiridos. Importa ainda referir que as respostas aos inquéritos foram completamente anónimas, sendo que a identificação do inquirido não foi solicitada no mesmo.

Por fim, o questionário deve ser validado de forma a fornecer os dados necessários relativos ao estudo em causa.

5.1.Definição da Amostra

O trabalho empírico realizado tem por base a análise das principais condicionantes da independência dos auditores externos. Uma vez que o estudo incide sobre independência, esta encontra-se subdividida em dois temas principais: independência na mente e aparência na independência.

Assim, foi decidido que os Revisores Oficiais de Contas seriam um destinatário adequado para abordar a questão da independência na mente. Por outro lado, para abordar a aparência na independência foi decidido que seriam incluídos no questionário auditores internos e professores que estejam minimamente familiarizados com o tema principal: a independência dos auditores externos.

Do universo de Revisores Oficiais de Contas inscritos na OROC, foram escolhidos aleatoriamente 100 para responderem ao questionário.

30 Quanto aos professores, apenas foram enviados questionários para aqueles que lecionam unidades curriculares, no ISCAP, relacionadas com auditoria, nomeadamente, licenciatura de Contabilidade e Administração, mestrado em Auditoria e mestrado em Contabilidade e Finanças.

Tendo então definida a amostra, no capítulo seguinte será estruturado o questionário utilizado neste trabalho e que será enviado aos destinatários.

5.2.Estrutura do Questionário

Como questões de enquadramento das pessoas inquiridas, foram elaboradas as seguintes questões:

1. Indique a sua idade. (O inquirido deve escrever a sua idade)

2. Indique o seu género: feminino, masculino, prefiro não dizer. (O inquirido deve indicar qual a resposta que se aplica)

3. Indique a sua profissão atual: revisor oficial de contas, auditor, professor. (O inquirido deve indicar qual a resposta que se aplica)

4. Qual o nível de instrução mais elevado que concluiu? Bacharelato – no ramo das ciências económicas e financeiras, Bacharelato – nos outros ramos científicos, Licenciatura – no ramo das ciências económicas e financeiras, Licenciatura – nos outros ramos científicos, etc. (O inquirido deve indicar qual a resposta que se aplica)

Seguidamente são apresentadas as questões elaboradas no âmbito das hipóteses formuladas anteriormente.

H1 – A rotação dos auditores relaciona-se com a sua independência.

Para verificar esta hipótese foram efetuadas as seguintes questões:

1. O facto de o cliente ser antigo, pode influenciar a independência do auditor. (O inquirido deve responder com o grau de concordância com esta afirmação) 2. O estabelecimento de vínculo pessoal com o cliente afeta a independência do

auditor. (O inquirido deve responder com o grau de concordância com esta afirmação)

31 3. A renovação do contrato com a empresa auditada pode influenciar a perda de independência. (O inquirido deve responder com o grau de concordância com esta afirmação)

4. O ROC atual veio substituir rotativamente (dentro da mesma firma de auditoria) o ROC anterior. (O inquirido deve responder de que modo esta situação afeta ou não os julgamentos profissionais)

5. A entidade auditada ainda não decidiu quem será o auditor para o próximo ano. (O inquirido deve responder de que modo é que esta situação afeta ou não os julgamentos profissionais)

H2 – A prestação de Serviços de Não Auditoria e de Serviços de Auditoria diminui a independência dos auditores.

Para verificar esta hipótese foram efetuadas as seguintes questões:

1. A execução de serviços de consultoria em simultâneo com os serviços de auditoria, pode influenciar a independência do auditor. (O inquirido deve responder com o grau de concordância com esta afirmação)

2. O ROC descobriu um erro significativo nas Demonstrações Financeiras que se relaciona com um trabalho de consultoria, prestado à entidade auditada, pela firma de auditoria a que pertence o ROC. (O inquirido deve responder de que modo é que esta situação afeta ou não os julgamentos profissionais)

3. O ROC ou a firma de auditoria está a negociar com a entidade auditada um contrato de prestação de serviços de consultoria que envolve honorários no valor de 30% dos honorários de auditoria. (O inquirido deve responder de que modo esta situação afeta ou não os julgamentos profissionais)

4. Uma firma relacionada com o ROC é responsável pela entrega das declarações fiscais e processamento de salários da entidade auditada. (O inquirido deve responder de que modo esta situação afeta ou não os julgamentos profissionais)

H3 – A independência dos auditores pode estar relacionada com os seus honorários.

32 1. A “expressão do cliente no mercado” pode influenciar a independência do auditor. (O inquirido deve responder a esta questão com o grau de concordância com esta afirmação)

2. O auditor perde influência quando audita um segmento em que não é especializado. (O inquirido deve responder a esta questão com o grau de concordância com esta afirmação)

3. Um auditor jovem perde a independência mais facilmente do que um auditor com mais experiência. (O inquirido deve responder a esta questão com o grau de concordância com esta afirmação)

4. Um valor elevado de honorários tem a capacidade de influenciar a execução das atividades do auditor independente. (O inquirido deve responder a esta questão com o grau de concordância com esta afirmação)

5. O ROC ou firma de auditoria está a negociar com a entidade auditada um contrato de prestação de serviços de consultoria que envolve honorários no valor de 30% dos honorários de auditoria. (O inquirido deve responder de que modo esta situação afeta ou não os julgamentos profissionais)

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Capítulo III – Estudo Empírico

No documento O preço da independência dos auditores (páginas 38-43)

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