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RECOLHA DE INFORMAÇÃO PARA CONSTITUIÇÃO DAS ARU’S DA

3. TAREFAS REALIZADAS NO ÂMBITO DO ESTÁGIO

3.2. RECOLHA DE INFORMAÇÃO PARA CONSTITUIÇÃO DAS ARU’S DA

ARU’S DA ÁREA CENTRAL DE ALBERGARIA-A-VELHA E DA

VILA DE ANGEJA

3.2.1. Caraterização do Espaço Público

“Espaços de concentração por excelência, de pessoas, economia ou cultura, as cidades tornaram-se igualmente palco de diversidade, contradição e mesmo conflito.”

(Ferreira,Vítor, 2015. XXI, Ter Opinião n.º4)

O presente subcapítulo tem como objetivo caraterizar o espaço público da cidade de Albergaria-a-Velha.

A importância que o espaço público desempenha como elemento de estruturação urbana, enquanto local de encontros, convívio, permanência, lazer, circulação, descanso, etc., é muitas vezes desvalorizada. É frequentemente deixado para segundo plano, pois, segundo

Alves (2003, p.85),“constitui, quase sempre, o que resta depois de satisfeitas as aspirações respeitantes ao investimento público”.

No plural, o termo "espaços públicos" compreende os lugares urbanos que, em conjunto com infraestruturas e equipamentos coletivos, dão suporte à vida em comum: ruas, avenidas, praças, parques. Consoante esta interpretação, são bens públicos, palco de

disputas e conflitos, mas também de festas e celebrações. Estes dois sentidos ligam-se e articulam-se com o domínio privado - o qual inclui pessoas, famílias, grupos, empresas, associações. Limites, estrutura, forma e função desses espaços diferenciam-se conforme os países e culturas e cada um com a sua complexidade e dinâmica. Para arquitetos, urbanistas e engenheiros, o desafio é expressar tal complexidade de um modo crítico, não redutivo, empenhado e por vezes altivo, apontando outras práticas possíveis e desafiantes.

Ao nível concelhio, os espaços públicos surgem na malha urbana como que espaços desarticulados, respondendo apenas às marcas do tempo, dependendo das diferentes origens e lógicas. O espaço público pode ser desarticulado, pode até seguir uma lógica organizacional, no entanto, o mais importante é a apropriação que a população faz destes espaços.

Dando ênfase à beleza paisagística do concelho, é desejável a criação de uma rede urbana de espaços públicos de diferentes caraterísticas que ofereça várias oportunidades de usos para, deste modo, estimular a sua utilização.

Seguindo a abordagem da temática “Espaço público”, o município de Albergaria-a-Velha promove uma estratégia de turismo que assenta numa ótica de sustentabilidade, bem como uma estratégia comercial, proporcionando uma oferta de espaços atrativos e de “passagem obrigatória”, segundo a 1.ª Revisão do Plano Diretor Municipal.

Sede da Câmara Municipal Cineteatro Alba

Figura 13. Exemplos de espaços públicos já reabilitados no centro da cidade de Albergaria-a-Velha;

Figura 14. Praça da República, na Vila de Angeja, já reabilitada;

A reabilitação do sistema infraestrutural e a boa gestão da via pública são determinantes para a reabilitação urbana desta área.

Com o objetivo de criar as duas áreas de reabilitação urbana, para a área central de Albergaria-a-Velha e para a Vila de Angeja, foram estudados pontos estratégicos de ligação entre o espaço público, as infraestruturas, o edificado e a atratividade dos mesmos para com os cidadãos e visitantes. Para este estudo foram realizados vários trabalhos de

campo, de forma a entender os espaços importantes de integrar cada ARU e foram realizadas várias reuniões com a Divisão, com o Presidente da Câmara Municipal e com uma empresa de consultoria que dá apoio frequentemente à Divisão, no que diz respeito ao planeamento urbano e ordenamento do território. A empresa é sediada no centro da cidade de Aveiro e é especializada em consultoria para o urbanismo, engenharia e arquitetura.

3.2.2.

Caraterização do edificado

A caraterização do edificado teve como base o levantamento realizado aos vários edifícios da área central da cidade de Albergaria-a-Velha, o que permitiu a sua caraterização a diferentes níveis: estado de conservação, dinâmicas e propriedades encontradas na sua envolvente.

A avaliação do estado de conservação do património edificado do centro da cidade de Albergaria-a-Velha seguiu os seguintes itens:

Sem necessidade de intervenção: edifício em bom estado de conservação e utilização;

Recuperado: edifício já recuperado ou requalificado;

Edifício não reabilitado – necessidade de reabilitação ligeira/média: edifício com necessidade de obras de manutenção, nomeadamente pinturas, pequenas reparações e/ou limpeza em fachadas, empenas e coberturas;

Edifício não reabilitado – necessidade de reabilitação profunda: edifício com sinais de degradação ao nível das infra-estruturas, alvenarias e coberturas;

Ruína: edifício que não pode ser utilizado por razões de segurança e salubridade;Com projeto de recuperação: edifício com projeto já definido, para reabilitação,

ampliação, conservação ou recuperação do mesmo.

Este modelo de caraterização do edificado foi seguido perante levantamentos e experiências já realizados por uma empresa de consultoria de reabilitação, sediada no Porto: NCREP – Consultoria em Reabilitação do Edificado e Património, Lda. – que forneceu os dados de formulação para a caraterização, bem como o padrão de preços médios por tipo de reabilitação a necessitar cada edifício.

Tabela 8. Estado de conservação do edificado para o centro de Albergaria-a-Velha (2015); Estado de Conservação do Edificado (2014/2015) A.B.C.

Edifícios Total

A.B.C. Edifícios em bom estado de conservação

A.B.C. Edifícios em médio/mau estado de

conservação

A.B.C. Edifícios com projeto de recuperação

1,35 Km2 0,244 Km2 0,985 Km2 0,122 Km2

*A.B.C. – Área Bruta de Construção

Tabela 9. Área bruta de construção para cada tipo de intervenção no edificado, do centro de Albergaria-a- Velha (2015);

Estado de Conservação ABC* (m2) Km2

Com Projeto de Recuperação 12227,43 0,12

Intervenção Ligeira/Média 53929,9 0,54

Intervenção Profunda 44546,5 0,45

Parcela Recuperada 13965,9 0,14

Sem necessidade de intervenção 10395,7 0,10

Total 135065,43 1,35

Figura 15. Estado de conservação do edificado da área central de Albergaria-a-Velha (em Km2);

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6

Com Projeto de Recuperação Intervenção Ligeira/Média Intervenção Profunda Parcela Recuperada Sem necessidade de intervenção

Estado de conservação do edificado - ARU centro de Albergaria-a-Velha

Com Projeto de Recuperação Intervenção Ligeira/Média Intervenção Profunda Parcela Recuperada Sem necessidade de intervenção

Para realização do levantamento do estado de conservação, seguindo os itens acima descritos, foram realizadas fichas de caraterização dos edifícios para o centro da cidade de Albergaria-a-Velha. Para a vila de Angeja, já tinham sido realizadas umas fichas idênticas pelo Gabinete Técnico Local, quando foi realizado o Plano de Urbanização da Vila de Angeja, em 2008.

Encontram-se em anexo duas fichas modelo, de dois edifícios da área central de Albergaria-a-Velha.

3.3. ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DAS ARU’S