Capítulo 5. Conclusões e Recomendações
5.2. Recomendações
Após todo o estudo realizado para a construção do conjunto de indicadores apresentado no
capítulo 4, terão de ser consideradas algumas recomendações para a sua implementação
transmitir resultados transparentes e que permitem melhorar o processo de monitorização.
Em primeiro lugar, a escolha correta dos indicadores para a monitorização é essencial para
uma correta e honesta avaliação sobre as políticas e medidas executadas em ordenamento do
território. A proposta realizada nesta dissertação abrange uma variedade de parâmetros a serem
avaliados que podem ser incluídos em qualquer município
Em segundo lugar, não devem ser considerados exclusivamente indicadores de carácter
social e económico. Os municípios devem abranger um conjunto vasto de indicadores que
incluam com maior importância os indicadores ambientais e de preferência com o objetivo de
avaliar a sustentabilidade. Estes permitem avaliar a evolução da sustentabilidade no
ordenamento do território e o estado do ambiente sob influência da organização e uso do
território.
Em terceiro lugar, é sabido que a implementação de indicadores acarreta custos. De modo
a este não se tornar um processo dispendioso, devem ser selecionados com precaução e
sabedoria os indicadores corretos para obtenção dos dados necessários à avaliação de algo que se
pretenda idealmente. Para a certeza dos indicadores a serem implementados, devem ser
estabelecidas em primeiro lugar as metas que se pretendem atingir nos variados temas e
parâmetros que traduzem a evolução do território e do ambiente. Neste processo de seleção de
indicadores devem ser consideradas as opiniões das várias partes interessadas, como decisores
políticos e a população.
Em quarto lugar, cada indicador selecionado deve ser acompanhado da sua
fundamentação: mais concretamente do seu objetivo, sua fórmula matemática, sua unidade de
medição e periodicidade de recolha. Tal informação irá facilitar a compreensão dos documentos
de monitorização onde são complementados, permitindo a comparação dos resultados obtidos
com anos anteriores ou até mesmo com outros municípios.
Por fim, recomenda-se a implementação de um conjunto de indicadores comum a todos os
municípios. Assim seria facilitada a compreensão da evolução do ambiente e território de cada
um, sendo realizada uma comparação imediata e facilitada, tendo como objetivo final o de
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auxiliar os municípios com maus resultados através dos bons exemplos de medidas e políticas
implementadas que permitiram obter bons resultados noutros municípios.
Como ponto final e tendo em conta as conclusões e recomendações sobre o estudo
desenvolvido nesta dissertação, é importante referir as limitações que o mesmo possui. Como
referido anteriormente, foi necessária uma pesquisa prévia sobre a literatura e uma leitura
pormenorizada aos documentos referidos do PDM para a elaboração desta dissertação. Foram
sentidas dificuldades durante este estudo devido aos seguintes fatores:
I. Não existem contributos da literatura sobre o uso de indicadores de sustentabilidade em
planeamento territorial a nível local. Tal situação não permite conhecer qual o conjunto
correto de indicadores a ser utilizado na escala municipal bem como considerações a ter
aquando a sua implementação. O modo de ultrapassar este obstáculo passaria pela atenção
contínua sobre os estudos deste tema;
II. Os PDM não utilizam indicadores de sustentabilidade mas sim indicadores das dimensões
social, económica, institucional e ambiental de forma individual. Sendo o objetivo da
dissertação a análise de indicadores de sustentabilidade neste plano territorial, o mesmo foi
modificado por estes indicadores não serem utilizados;
III. O facto dos documentos, como o REOT e o Regulamento, possuírem estruturas e
terminologias diferentes entre os municípios dificulta a sua análise. A adoção de um modelo
geral para estes documentos permitiria, por um lado, uma elaboração mais simples dos
mesmos e, por outro, uma análise rápida e fácil possibilitando também uma comparação
eficiente entre municípios;
IV. A análise de apenas três municípios, de caraterísticas semelhantes entre si, permitiu obter
um conjunto de conclusões sobre o uso de indicadores nos documentos dos seus PDM.
Porém, o aumento dos casos de estudo permitiria obter conclusões mais concretas e
realistas sobre este tema, o que seria benéfico para o estudo.
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Avaliação do uso de indicadores de sustentabilidade ambiental nos planos diretores municipais
(páginas 106-113)