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6. Influência das Redes Sociais na Opinião Pública

7.4. Realidade da FA quanto aos Perigos das RS

7.4.5. Recomendações

O investigador entende que todo o subcapítulo 7.4.4 pode ser assumido como uma recomendação para a FA no sentido da integração assídua e integral das ações de consciencialização acerca do uso das RS pelos militares da FA. Essas ações podem ter lugar em salas de conferência, na rede interna da FA, no website oficial da FA e nas RSFA.

No sentido da criação de políticas, ENISA (2007), faz algumas recomendações, onde se incluem: ações de sensibilização através de campanhas educativas e informação acessível acerca dos perigos das RS; revisão dos regulamentos onde se deverão incluir os diferentes cenários em que as RS podem potenciar perigos; desencorajar a proibição das RS, referindo que estas deverão ser usadas de forma controlada e livremente mas com campanhas que visem educar as pessoas a saberem usar as RS (ENISA, 2007).

7.5. Conclusão Intermédia

As RS são uma mais-valia até certo ponto, tal como refere Valente (2015) na introdução do capítulo 7. Segundo MSimões (2015) no subcapítulo 7.1 e Costa (2015) no subcapítulo 7.4.1, é muito difícil controlar o que os militares publicam nas RS e que, segundo Valente (2015), podem prejudicar as operações tal como podem potenciar. Existem diversos perigos associados ao uso das RS que podem prejudicar as operações, tal como refere ENISA (2007) no subcapítulo 7.1. Para além disso, os militares da FA revelam que estes perigos são reais, face às respostas que deram ao inquérito (ver os Subcapítulos B-5 e B-6 do Anexo B).

Vejamos, no subcapítulo 7.1, vimos que existe uma quantidade significativa de militares (26,7%) que não reconhecem um dos perigos mais acentuados para as OPMIL, o Geotagging (Tabela B-8, Anexo B), resultando num grupo de militares que usaram as RS e o Smartphone em missão não sabendo o que é o Geotagging, constituindo assim 13,9% dos militares que usaram as RS em operações (Tabela B-

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9, Anexo B). Ainda no subcapítulo 7.1, vimos que a maior parte dos militares (70%) informou os F/A acerca do local e data da missão (Tabela B-10, Anexo B) e quase metade dos militares (47%) que usaram as RS durante as operações afirmam que os F/A fizeram publicações acerca da missão (Figura B-5, Anexo B). Ainda neste subcapítulo, foi referido que 13,3% dos militares não briefaram os F/A (Tabela B-11, Anexo B), o que pode potenciar as quebras de segurança através dos F/A.

No subcapítulo 7.3.1, vimos que a maior parte dos militares que tinham conta nas RS durante as operações não descaraterizaram o perfil (Figura B-4, Anexo B) e uma quantidade significativa de militares (cerca de 30%), durante as operações, fizeram publicações que mencionavam dados confidenciais (Tabela B-7, Anexo B).

No subcapítulo 7.4.2, vimos que nem todos os militares são devidamente

briefados antes de ingressarem nas missões (Tabela B-12 e Tabela B-13, Anexo B) o

que pode potenciar as quebras de segurança, tal como se vê nas relações da Tabela B-15 (Anexo B).

Assim, estamos em condições de validar a seguinte hipótese “O uso de Redes

Sociais durante as missões representa um risco de quebras de segurança, pondo em perigo as Operações Militares”.

Adiante, Marques (2015) refere no quinto parágrafo do subcapítulo 7.3 que existe a necessidade, na FA, de ser dada a devida sensibilização aos militares acerca das RS. Também Mineiro (2015) refere no subcapítulo 7.3.1 que “ainda não existe consciência de segurança por parte dos militares em missões” e garante facilmente encontramos quebras de segurança perpetuadas pelos militares que estão neste momento em operações (Mineiro, 2015). No subcapítulo 7.4, Mineiro (2015) refere que não são feitas suficientes ações de sensibilização aos militares acerca desta temática e deveria haver uma maior preocupação hierárquica acerca do assunto em causa (Mineiro, 2015). E também segundo a análise do inquérito (ver Anexo B), no subcapítulo 7.4.2, a Tabela B-14 (Anexo B) demonstra que 67,8% militares concordam que deviam ser feitos mais briefings acerca das RS e, ainda no mesmo, 63,3% militares concordam que poucos militares dão a devida importância aos briefings (Tabela B-14, Anexo B). Face ao exposto e ao referido até agora neste subcapítulo 7.5, estamos em condições de concluir que deveria existir maior preocupação quanto à utilização segura das RS e em consciencializar os militares, pelo que se declara refutada a seguinte hipótese: “A Força Aérea Portuguesa tem a preocupação

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devida em consciencializar os militares que ingressam nas Operações Militares, acerca do uso das Redes Sociais”.

No subcapítulo 7.4.2 refere-se que o RFA 390-6 realça a importância da formação e “inclusão do estudo destas matérias [cibersegurança] em todas as estruturas curriculares e em todos os graus de formação administrados na Força Aérea”. No entanto, Marques (2015) e Mineiro (2015), no subcapítulo 7.4.3 não reconhecem a existência de qualquer documento da FA que enquadre os militares para as questões de segurança nas RS. Neste sentido, no subcapítulo 7.4.3.1, Mineiro (2015) acrescenta que nunca tomou conhecimento da existência de uma ORDOP onde se referisse a necessidade de consciencializar os militares para a temática da segurança nas RS. De facto, nesse subcapítulo é mencionada essa inexistência aquando da análise das ORDOPS de 2013 e 2014, bem como de outros documentos ou apresentações mencionados nos subcapítulos 7.4.3.2, 7.4.3.3 e 7.4.3.4.

A publicação do RFA 390-6 é novamente abordada no subcapítulo 7.4.3.5, onde se refere que o conteúdo da mesma assenta sobre os perigos da Internet e das RS. No entanto, este documento não está facilmente acessível a qualquer militar da FA tal como se refere no subcapítulo 7.4.3.5 nem é do conhecimento de todos os militares (Subcapítulo 7.4).

Assim, estamos em condições de validar a seguinte hipótese “Não está

divulgada na Força Aérea Portuguesa informação sobre os perigos do uso das Redes Sociais”.

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