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ÍNDICE AGRADECIMENTOS

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. RECONHECIMENTO GEOLÓGICO

O reconhecimento da geologia local foi realizado por meio de atividades de campo, durante as fases iniciais da pesquisa. Foram observadas informações básicas dos litotipos aflorantes nas bancadas da pedreira, pertencente ao maciço rochoso de estudos “Intrusão de Limeira”. Destacando variações petrográficas e estruturais que permitiram relacionar as variedades já descritas por alguns autores, bem como apontar locais adequados e representativos para amostragens de material para ensaios laboratoriais. Com base nestas premissas, foi elaborado um mapa de localização dentro da cava contendo os pontos de amostragem e de reconhecimento geológico, apresentado na Figura 4-1.

A cava da pedreira levantada em campo atualmente expõe uma seção vertical na região norte com cerca de 90 metros de profundidade, havendo ainda no topo o decapeamento dos solos residuais para avanço de lavra neste setor. O acesso com maior facilidade a rocha da intrusão é realizado nas paredes com direção norte-sul, sendo observada diversificada variação composicional neste trecho. Operações de decape a norte e nordeste estão sendo realizadas para expansão da pedreira, desta forma algumas exposições de rocha nestas áreas são novas e puderam contribuir para melhor compreensão da distribuição dos materiais de estudo.

Na região sul da pedreira estão localizadas as vias de acesso às bancadas da cava, sendo observados contatos entre rochas intrusivas com arenitos do Sub-Grupo Itararé, nos pontos de reconhecimento “E” e “F” (Figura 4-2). O basalto (BAS) que ocorre nestes contatos com coloração preta a cinza, muito escura, sendo maciço, e de textura afanítica a fanerítica muito fina. Ainda há alguns xenólitos da encaixante ao longo do paredão.

Próximo ao contato não foram observadas, ao todo, amígdalas nos basaltos. Entretanto próximo ao contato com o arenito do paredão oeste norte-sul, pontos “E” e “F”, um pequeno trecho do paredão é constituído de basalto amigdaloidal, sendo uma quantidade não representativa para o presente trabalho, que requer um volume razoável e claro uma distribuição de campo que componha amostra significativa.

Figura 4-2: (A) Contato sub-horizontal entre as rochas da encaixante e as da intrusão, observado no ponto “E”, apresenta de lente de arenito “cozido” em destaque na foto tracejado em cor preta. (B) Paredão escavado ao lado da estrada de acesso, onde há a maior porção de arenitos em contato irregular com os basaltos da intrusão, detalhe para o tracejado na fotografia em cor preta.

Diferentemente dos outros contatos, pontos “E” e “F”, nos quais o arenito não é afetado pelo magmatismo, o basalto que ocorre no ponto “A” tem contato abrupto com as rochas encaixantes do Sub-Grupo Itararé. Poucos metros, cerca de 2 metros, deste contato foi realizada a amostragem do basalto (BAS), um dos

materiais de estudo da pesquisa, que é uma rocha afanítica a fanerítica muito fina, de cor cinza escura (Figura 4-3(B)). Devido a textura e granulação destas rochas, assim como verificado pontos “E” e “F”, estas são classificadas como basalto, representando a borda de um corpo intrusivo com condições de resfriamento rápidas. Há a presença de venulações centimétricas de carbonatos neste litotipo amostrado no ponto “A”, preenchendo pequenas fraturas (Figura 4-4).

Figura 4-3: (A): Fotografia de campo: Falhamento no contato entre o corpo intrusivo e as rochas do Sub-Grupo Itararé. (B): Fotografia de campo: Detalhe para o basalto cisalhado em contato com o arenito.

Figura 4-4: (A) Aspecto da superfície de uma fratura com carbonatos em fragmento de basalto (BAS); (B) Efervescência da superfície (carbonatos e ácido clorídrico).

Os diabásios (DIA) estão distantes das bordas cerca de 2 a 3 metros, do ponto “F”. Estas rochas apresentam coloração cinza a cinza escuro, com textura fanerítica e granulação fina, entretanto há aumento gradativo da granulação de acordo com o afastamento da borda (zona de contato), apresentam de cristais com 1,5 mm de diâmetro. A amostragem destes materiais foi realizada em uma frente de

decapeamento no ponto “D”, Figuras 4.4. e 4.5., trata-se de uma nova bancada da cava. Apesar da proximidade ao perfil intemperismo, o grau de alteração das amostras é imperceptível, e pouco penetrativo, representando condições típicas da intrusão: uma rocha de granulação fina e coloração cinza.

Figura 4-5. (A) Vista parcial da base da bancada do ponto “D”. (B) Aspecto macroscópico do material pétreo aflorante, diabásio exposto.

Figura 4-6. Vista panorâmica da porção sul da cava, a partir do ponto de amostragem do diabásio (DIA).

Contatos entre o diabásio e o monzodiorito não foram observados em campo, a exemplo de Faria (2008) que reconheceu contatos abruptos entre estes litotipos com concentração de minerais máficos especialmente na pedreira vizinha à do presente estudo. Os monzodioritos afloram nos pontos “B”, “C”,e “G”. No ponto “B”, veios de riolito, de espessura milimétrica a centimétrica cortam com certa frequência (Figura 4-6). A amostragem realizada neste ponto teve como intuito a avaliação do

litotipo em questão com presença de veios e mais afetada por processos hidrotermais. A granulação deste material também é ligeiramente mais grossa (MONMG), se comparada ao material aflorante no ponto “C” (MONM) (Figura 4-7).

Entretanto ambos são os materiais da porção central da intrusão.

Figura 4-7: (A) Talude da bancada no ponto “B”. (B) Detalhe do monzodiorito (MONMG) amostrado com veios de riolito, ponto “B”.

Figura 4-8: (A) Talude da bancada no ponto A. (B) Detalhe do monzodiorito (MONM) no ponto C, material amostrado para estudos.

Com estas informações foi possível reelaborar o perfil proposto por Lino (2015) para a intrusão de Limeira (Figura 4-9). O núcleo do corpo geológico não identificado em campo na pedreira “B”, composto de quartzo-monzodiorito, deve estar próximo ao talude a noroeste. Entretanto notavelmente a borda de resfriamento, composta de basaltos foi identificada e apresenta espessura de até 3 metros

aproximadamente, bem como a borda de transição de diabásios e corpo central composto de monzodioritos.

Figura 4-9: Perfil da intrusão de Limeira adaptado de (Martins, 2015).À leste a pedreira, cava onde foi realizada a amostragem e estudos tecnológicos, destacada com a seta em amarelo.