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Em relação ao reconhecimento do grupo por parte do Estado, a situação é bastante complexa, pois, como se viu, a proteção e incentivo à cultura é algo que aparece formalmente em nosso ordenamento jurídico desde o âmbito constitucional, passando pelas esferas federal, estadual e municipal.

Já se discutiu em outro trabalho sobre a inexistência de reciprocidade de poderes (BOBBIO, 1998) entre os pequenos produtores culturais no setor de audiovisual diante dos mecanismos de incentivo à cultura no Estado de Minas Gerais (FELISBERTO, 2009). No mesmo trabalho, a partir da ideia de Recaséns Siches (1970) e dos textos legislativos sobre o tema, ainda se discutiu sobre o significado e abrangência do termo cultura para o sistema jurídico do Estado, podendo ser entendido como tudo aquilo que é feito pelo homem, expresso em bens materiais ou imateriais, e que configura os modos de criar, fazer e viver de uma sociedade, transmitidos de geração em geração e que supõe uma referência à identidade, ação e memória de uma sociedade (FELISBERTO, 2009, p. 36).

O reconhecimento do público e dos pequenos produtores culturais, como agentes da produção cultural, por parte do Estado é, pois, fundamental para que haja a reciprocidade de poderes dos produtores diante do Estado, dos incentivadores, de outros produtores e do público, tanto no acesso aos recursos disponibilizados pelos mecanismos de incentivo à cultura, como em relação à orientação da política cultural.

Dessa maneira o reconhecimento do público e dos pequenos produtores como participantes da política cultural num espaço de igualdade implica participação política e pode ser manifestada de várias formas, seja por meio da composição paritária e rotativa de órgãos colegiados de decisão no setor cultural,

seja por meio de consultas públicas, por meio de reivindicações ou outras formas de participação.

O reconhecimento desses sujeitos como agentes da política cultural dentro de uma área de igualdade contribui ainda para a construção e afirmação das identidades e da alteridade, na medida em que proporciona a organização das pessoas em grupos culturais, que inclusive podem articular entre si. A formação de redes complexas de interação entre grupos favorece o diálogo para a construção democrática de uma política cultural e ainda proporciona que grupos diversos ajam em conjunto na defesa de interesses de um pequeno grupo, que isoladamente não teria voz no cenário de tomada de decisões. Assim, não há apenas a possibilidade de resistência, como propõe Santos (2003, p. 35), como ainda se torna factível a participação efetiva desses grupos na tomada de decisões políticas dos órgãos oficiais.

Ressalta-se novamente que o reconhecimento efetivo de uma cultura ou de um grupo por parte da sociedade é um dos elementos constitutivos da identidade e da alteridade, pois a imagem que um grupo tem de si mesmo é construída também com o auxílio da imagem que a sociedade tem desse grupo:

A tese é que a nossa identidade é parcialmente moldada pelo reconhecimento ou sua ausência, muitas vezes pelo não reconhecimento dos outros, e assim uma pessoa ou um grupo de pessoas pode sofrer danos reais, distorção real, se as pessoas ou a sociedade em torno deles reflete de volta para eles um confinamento ou humilhação ou uma imagem desprezível de si mesmos. (TAYLOR, 1994. p.25)11

Nesse ponto a atuação do Estado pode se tornar fundamental, pois, ao se colocar diante de uma situação em que um grupo ou manifestação cultural não seja reconhecido pela sociedade, o direito pode se transformar em um mecanismo eficiente para a preservação e proteção desse grupo ou cultura. Assim, por vezes ocorre na demarcação de áreas indígenas e de quilombos. Nesse processo o

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“The thesis is that our identity is partly shaped by recognition or its absence, often by the misrecognition of others, and so a person or group of people can suffer real damage, real distortion, if the people or society around them mirror back to them a confining or demeaning or contemptible picture of themselves.” (TAYLOR, 1994. p.25)

Estado reconhece a existência de uma comunidade étnica cujas origens se fundam em raízes ameríndias ou afro-brasileiras e delimita juridicamente o território pertencente à comunidade, de modo a conferir uma proteção jurídica diante de outros atores sociais. Em outras palavras, o Direito se coloca como meio que permite a proteção dessas comunidades para que elas possam se manter e permanecer com sua própria cultura.

Diante disso, destaca-se novamente que o reconhecimento meramente formal por parte do Estado pode trazer prejuízos para o próprio grupo e demais grupos culturais. Ressalta-se, ainda, que a existência do grupo por si mesmo independe do reconhecimento do Estado. Contudo, pela própria realidade fática, o grupo está inserido em uma sociedade regida pelo Estado, não podendo, pois, ignorar esse fato. Observa-se, da mesma forma, que a formação da identidade do grupo também depende de sua interrelação com outros grupos, com a sociedade e com o Estado. Não podendo isso significar submissão a uma cultura hegemônica.

É necessário, ainda, que ocorra o reconhecimento não apenas por parte dos demais produtores e grupos culturais, mas também que haja reconhecimento por parte do Estado porque é este que tem o poder de legislar e destinar recursos de tributos e outras fontes para os mecanismos de incentivo à cultura, estabelecer diretrizes e orientações sobre política cultural mais duradouras, bem como garantir a participação de todos os grupos legitimados na tomada de decisões a respeito do tema.

O reconhecimento por parte do Estado se apresenta tão importante que Santos (2003, p. 38) afirma que a “resistência” dos grupos só terá possibilidade de sucesso “na medida em que sejam capazes de alcançar esse reconhecimento e essa legitimidade por parte do Estado”.

O fato de o Estado reconhecer os grupos culturais e possibilitar sua participação política não pode ser visto como mera benesse. Sendo a cultura representativa de um grupo/sociedade, ela deve ser preservada por seu valor em si, enquanto elemento que constitui e é constituída por uma comunidade, um grupo cultural, uma sociedade:

Por ora nós encaramos a ideia de que as práticas culturais constitutivas de uma comunidade, modo de vida, e a orientação de valor merecem uma forma especial de apreciação que não pode ser derivada do princípio da igualdade de tratamento.

Uma cultura deve gozar da estima social não porque não deve ser prejudicada face à cultura da maioria, mas porque, por si só, representa um bem que a sociedade deve reconhecer. (HONNETH, 2003. p. 166/167) 12

O reconhecimento das culturas e manifestações culturais por parte do Estado deve se dar sem que interfira no conteúdo dessas culturas/produções culturais, pois possuem um valor independente de conteúdo específico. Essas culturas/produções culturais são importantes e devem ser reconhecidas porque manifestam e ajudam a construir a identidade de um grupo ou sociedade, bem como ajudam a construir e reconhecer a alteridade. O reconhecimento por parte do Estado ainda se justifica pelo fato de que é capaz de garantir a participação dos grupos culturais legitimados nos rumos da política cultural.

Um Estado que, para além de democrático, pretenda-se plurinacional, portanto, deve reconhecer a existência de grupos culturais/culturas/manifestações culturais diversas, bem como garantir sua participação política, pois a democracia é construída por meio de um processo dialógico entre os sujeitos que compõem a sociedade e o próprio Estado.

Em outras palavras, o reconhecimento efetivo e não meramente formal por parte do Estado é importante porque o grupo cultural também faz parte do Estado e, como tal, deve ter garantido o seu direito de participar das decisões políticas. Se a sociedade não reconhece espontaneamente o grupo ou manifestação cultural popular, deve ser possibilitado e garantido a esse grupo um espaço para que tenha voz nos rumos do Estado, assim como a outros grupos.

Não se quer dizer, entretanto, que o grupo cultural tenha que participar de forma ativa de todas as decisões políticas, mas deve ser a ele garantido um espaço de participação para que possa construir decisões que lhe sejam concernentes.

Uma vez que o Estado se propõe democrático e plural, deve haver a representatividade de todos os grupos que o compõem, sem que haja a determinação prévia de um grupo ou padrão hegemônico e diferenciado dessas práticas populares.

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“For now we face de idea that the cultural community’s constitutive practices, way of life, and value orientation deserve a special form of appreciation that cannot be derived from the principle of equal treatment. One’s culture should enjoy social esteem not because it should not be disadvantaged vis-à- vis the majority culture, but because it in itself represents a good the society should acknowledge.” (HONNETH, 2003. p. 166/167)

No caso do grupo de Guarda de Congado estudado, como não existe o reconhecimento efetivo por parte da sociedade e sua consequente participação e contribuição, o grupo por vezes enfrenta dificuldades financeiras para realizar sua manifestação cultural. Existem gastos para a manutenção dessa cultura, como aquisição e reparação de instrumentos musicais, transporte para apresentações em outros municípios, alimentação para os dias de apresentação, materiais para confecção de roupas e adereços, dentre outros gastos relacionados.

Diante desses fatores e da previsão jurídica constitucional de incentivo e preservação de todas as formas de manifestações culturais que constituem o país, o Estado, por meio de seus mecanismos jurídicos, deve possibilitar a destinação de verbas para cobrir alguns gastos do grupo enquanto representante de uma manifestação cultural popular de uma comunidade.

O reconhecimento por parte do Estado, contudo, deve ser efetivo e, para tanto, os mecanismos de incentivo devem estabelecer regras que não descaracterizem ou inviabilizem o acesso por parte do grupo. Nesse sentido, o Estado não pode adotar um procedimento extremamente burocrático ou com exigências meramente formais para conceder verbas ou incentivos aos grupos, como a exigência de participação de editais exclusivamente por meio de processos protocolados e processados via sistema digital.

Os meios de incentivo e proteção à cultura destinados à manifestação cultural popular dos grupos deve se orientar por uma decisão conjunta entre Estado, grupos e demais representantes da sociedade, sem que haja a imposição de que os grupamentos culturais tenham que se adequar em todos os aspectos e formas a regras prévia e genericamente estabelecidas pelo Estado.

Por se tratar de um grupo local, no caso da Guarda de Congado de Santa Bárbara, medidas como a inclusão dos festejos do grupo no calendário oficial de eventos da cidade e do estado e a divulgação do grupo em campanhas institucionais de turismo e identidade cultural são algumas das formas de se incentivar e proteger essa manifestação.

Além disso, alguns recursos, em razão do valor, poderiam ser destinados ao grupo utilizando-se as previsões legislativas de dispensa de licitação, como seria o caso para fornecer alguns materiais para fabricação de adereços, transporte e alimentação para apresentações.

Outras formas de incentivar e proteger a manifestação cultural do grupo e, concomitantemente, promover o seu reconhecimento por parte da sociedade seria a sua inclusão e participação em projetos coletivos do município e região. Seria o caso, por exemplo, de proporcionar a participação e integração do grupo no projeto municipal que objetiva o ensino e aprendizagem de música e canto em escolas públicas municipais.

A discussão, contudo, não se esgota com o questionamento acerca do reconhecimento por parte do Estado e acesso aos mecanismos de incentivo à cultura ou com a definição acerca do termo cultura. Ao se discutir o tema, o público surge como sujeito importante da produção cultural. Ele não apenas frui os produtos culturais, como também influencia e participa de sua produção.

A atuação do público em alguns eventos culturais passa a se misturar de forma indivisível com a atuação dos realizadores. É o caso das manifestações culturais populares, como o congado.

O grupo de Guarda de Congado da Cidade de Santa Bárbara, em Minas Gerais, realiza festas anuais em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, santa padroeira do referido grupo. Essas festas são realizadas independentemente de incentivo oficial do Estado e feita com recursos dos próprios integrantes do Congado e de pessoas da comunidade local.

A Prefeitura Municipal da Cidade, por meio da presidente do Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural, informou que fornecia para o grupo de Congado apenas uma ajuda de custo de transporte para a realização das apresentações do grupo de congado em outras cidades do estado. Embora tenha sido criada uma lei municipal que prevê a implantação de um Sistema Municipal de Cultura, o mesmo ainda não se encontra em funcionamento. Também não são publicados editais para liberação de recursos para projetos culturais.

Outros custos com as viagens para apresentação do grupo, como alimentação, são arcados pelo próprio grupo ou pelos grupos que organizam as festas para a participação do Congado.

O que se percebe, portanto, é que há uma fusão indissociável entre aqueles que realizam a festa e aqueles que participam e usufruem dela. Tendo em vista que o Congado é uma manifestação cultural bastante difundida nas cidades do interior de Minas Gerais, seria fácil de se supor que tais manifestações recebessem

incentivos do Estado para a sua preservação e realização. Contudo não é o que acontece.

Tais manifestações, embora evoquem para si a origem de uma cultura com raízes africanas e traços culturais marcantes, não conseguem o reconhecimento oficial do Estado e, muitas vezes, nem mesmo o reconhecimento de parte significativa de boa parte da população.

Não se pode também olvidar que o acesso e utilização dos mecanismos de incentivo à cultura implicam a participação política (PIZZORNO, 1975) em um Estado democrático de Direito. Nesse sentido, a participação de manifestações culturais populares religiosas possibilita o autorreconhecimento dessas manifestações enquanto merecedora de proteção e incentivo previstos constitucionalmente.

No caso do grupo de Guarda de Congado de Nossa Senhora do Rosário, a referência a uma “estória” de fundação pautada por supostas origens e raízes negras/africanas forma um mito no qual se afirma o autorreconhecimento por parte do próprio grupo.

Dentre os integrantes do referido grupo predomina os biótipos negro e moreno. Ao contar a história do Congado, o ex-presidente marca em sua fala que o Congado se originou com um episódio na “Europa”, no qual apareceu uma Nossa Senhora às margens de um rio. Vários teriam sido aqueles que foram venerar a santa, mas foi apenas quando os negros pobres e escravos, cantando e tocando os seus tambores, apareceram é que a santa teria se manifestado e os acompanhado em cortejo até o altar de uma Igreja na cidade. O fato de a santa possuir um rosário nas mãos fez com que recebesse a denominação de Nossa Senhora do Rosário, santa fortemente ligada à cultura afro no Brasil. A tradição dos escravos homenagearem Nossa Senhora do Rosário teria sido trazida para o Brasil com os escravos africanos.

Essa explicação não foi confirmada por referências ou estudos históricos a respeito do surgimento do Congado ou da origem da veneração da Santa pelos negros no Brasil.

Também não foram encontradas fontes históricas em Moçambique que possibilitassem afirmar a existência de uma ligação direta entre os antigos habitantes daquele país que vieram para o Brasil como escravos e a manifestação cultural do Congado.

Buscando dados junto a populares, órgãos governamentais, universidade, institutos culturais e embaixadas, não foram localizadas quaisquer manifestações culturais populares que pudessem ser relacionadas diretamente com as origens do Congado no Brasil como sendo procedente da África. Encontrou-se, por outro lado, alguns elementos das manifestações culturais em Moçambique próximos às características do Congado.

É possível concluir que as afirmações de integrantes do congado no sentido de que as origens da manifestação cultural são de raízes africanas é antes uma forma de se autoafirmarem a partir da construção de um mito de fundação, que reforça a legitimidade do grupo, tornando-se um fator importante de reconhecimento e autorreconhecimento.

As formas de escravização que ocorreram em Moçambique e nas demais colônias portuguesas na África ajudam a explicar a falta de uma manifestação cultural popular diretamente relacionada ao Congado. Muitos dos escravos eram enviados para as várias colônias e muitas vezes não encontravam outros integrantes de sua cultura e religião para dar continuidade a suas manifestações particulares.

Cascudo (1998, p.243) também afirma que os autos de congo ou congado, tal como existem no Brasil, não existiram na África, sendo uma criação dos escravos já em território brasileiro.

Em Moçambique, local escolhido para realizar pesquisa de campo e levantar as possíveis origens africanas do Congado, observou-se não haver uma manifestação cultural correspondente no país, especialmente na província de Maputo, cuja capital tem o mesmo nome.

Em Moçambique as referências culturais mais próximas do congado encontradas foram as manifestações das chamadas Igrejas Ziones. Essas igrejas pertencem a religiões que incorporam crenças e rituais étnicos, considerados de origem “africana”, sendo que existiam vários grupos étnicos e culturais no país. Também incorporam elementos, crenças e rituais das diversas igrejas cristãs que possuem sede no país, dentre elas a Católica Romana, a Católica Grega, a Cristã Holandesa, dentre outras.

Segundo informações da diretora do Departamento para Assuntos Religiosos, ligado ao Ministério da Justiça daquele país, existem em Moçambique atualmente mais de 700 (setecentas) igrejas registradas, muitas delas oriundas de

separações de outras igrejas. Esse órgão teria como função registrar e catalogar as religiões/igrejas existentes no país. O registro permite a isenção de alguns tributos.

Tentou-se localizar alguma igreja zione na cidade, mas as tentativas restaram frustradas. Como são igrejas pequenas, com poucos seguidores, os locais que lhes servem como templo geralmente se localizam em uma casa ou quintal de alguém, sem a identificação simbólica visível de que se trata de um templo de igreja. Mesmo em excursão pelo bairro Mafalala, um dos mais antigos e mais pobres da cidade de Maputo, não foi possível localizar uma igreja zione.

Diante das informações obtidas por meio de vários interlocutores, tentou-se localizar algum grupo zione praticando um ritual à beira mar, nas praias da cidade. As incursões nas praias permitiram localizar efetivamente um único grupo zione, que não se mostrou muito aberto a dialogar e menos ainda a responder às perguntas formuladas.

Obtiveram-se informações de que as práticas de rituais na praia pelos grupos ziones eram mais comuns nas províncias ao norte do país, contudo as fortes chuvas destruíram estradas e impediram o acesso a algumas regiões.

Diante das informações obtidas, optou-se por concentrar a busca de dados nos documentos e textos locais, bem como na entrevista com pessoas locais, mesmo que não diretamente ligadas aos ziones.

Um ponto interessante das igrejas ziones é o sincretismo religioso e a presença de alguns elementos e rituais cristãos nessas religiões, embora, diferentemente do que acontece com o Congado no Brasil tais igrejas não são “reconhecidas” ou mesmo integradas formalmente como manifestação participante do catolicismo. Observe-se na figura abaixo, um detalhe de adereço utilizado em cerimônia por uma igreja zione. Nota-se a presença de um crucifixo, elemento tipicamente cristão:

FIGURA 13: Símbolo utilizado por igrejas ziones.

Fonte: MACILAU, Revista Indico, 2012. p. 57.

Já no Brasil, a mistura de adereços não católicos com as vestimentas dos integrantes dos grupos de congado, marujada e moçambique não interfere na autoafirmação dos grupos em relação à sua identidade enquanto praticantes do catolicismo. Observe-se a figura abaixo:

FIGURA 14: Congadeiro, um dos dançantes mais antigos da Guarda de Congado de Nossa Senhora do Rosário de Santa Bárbara.

Fonte: Foto tirada em 17/10/2010, durante a festa de Nossa Senhora do Rosário em Santa Bárbara-MG.

A utilização de imagens e espelhos nas vestimentas dos integrantes do grupo é uma característica não pertencente ao catolicismo, pois estão, regra geral, associados à proteção individual, especialmente em relação a forças “sobrenaturais” como os chamados “mau-olhado” ou mesmo “coisas ruins”.

Na figura acima, outro elemento que chama atenção é a presença da gravata juntamente com a indumentária do congadeiro. Ela representa a intervenção de uma cultura europeia moderna no meio de uma manifestação cultural tradicional

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