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Recortes dos anos de 1956 e 1957 – Acervo pessoal de Mário Palmério.

Os Confins, a crítica literária e a recepção: caminhos entrecruzados.

FONTES: 1.Periódicos

1.3 Recortes dos anos de 1956 e 1957 – Acervo pessoal de Mário Palmério.

O Globo (RJ)

O Estado de São Paulo (SP) Jornal do Brasil (RJ) Folha de Minas (MG) Correio da Manhã (RJ) Estado de Minas (MG) O Diário (MG) Jornal do Comércio (RJ ) Gazeta de São Paulo (SP) Diário de Notícias (RJ) O Jornal (RJ)

A Hora (RS)

Diário de São Paulo (SP) Folha da Noite (SP)

Jornal do Comércio de Recife (PE) Diário da Noite (PE)

Jornal Oió (GO)

Jornal Lavoura e Comércio (MG) Jornal Correio Católico (MG) Jornal da Manhã (MG) A Província do Pará (PA) Diário de Minas (MG) Tribuna dos Livros (RJ) O Povo (CE) 1.4 – Recorte de 1963 Estado de Minas (MG) 1.5 Recorte de 1965 Jornal do Comércio (RJ) 1.6 – Recortes de 1968 Diário de Notícias(RJ) Lavoura e Comércio (MG) O Globo (RJ) O Jornal (RJ)

Folha do Norte (PA) Correio da Manhã (MG) Jornal do Brasil (RJ) O Estado de São Paulo(SP) Estado de Minas (MG)

1.7 – Recortes de 1972

O Estado de São Paulo(SP) O Globo(RJ)

Estado de Minas(MG)

1.8 – Recorte de 1988

1.9 – Recorte de 2000 Jornal de Uberaba (MG) 1.10 – Recorte de 2008 Estado de Minas (MG) 2.0 – Revistas: O Cruzeiro Manchete Veja Convergência (ALTM)

Revista do Livro – nº 09 e 10 (março e junho 1958) Revista Eletrônica do IBGE

3.0 – Diversos

Propagandas Eleitorais das Campanhas de Mário Palmério

Folder da Exposição sobre Percy Lau: Itaú Cultural e Justiça Federal RJ Fotografias de Mário Palmério – Acervo Memorial Mário Palmério Diários de Viagens de Mário Palmério.

Mapas de Minas Gerais e do Brasil

Fita de vídeo – Entrevista a Jô Soares – Programa Jô onze e meia 31/07/1992

4.0 – Livros

HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. 2 ed. São Paulo: Edusp, 1982, p. 417-481

LOPES, Maria Antonieta Borges; REZENDE, Eliane Mendonça Márquez de. ABCZ: história e histórias. 2. ed. São Paulo: Com desenho Estúdio e Editora, 2001.

MORAIS, Fernando. Chatô: o rei do Brasil: a vida de Assis Chateaubriand, um dos brasileiros mais poderosos deste século. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

PROENÇA, Ivan Cavalcanti (Org). Seleta de Mário Palmério. Rio de Janeiro: J. Olympio Editora, 1974.

SOARES, Lucila. Rua do Ouvidor 110: uma história da Livraria José Olympio. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2006.

5.0 – Teses e Dissertações

FONSECA, André Azevedo. Ritos da cultura política do Triângulo Mineiro (1950)

na campanha eleitoral de Mário Palmério (PTB). 2006. Monografia (Graduação) -

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.

FONTES, Joaquim Rubens. Pelos caminhos e vilas do chapadão. Leitura e análise

dos romances de Mário Palmério. 2000. Dissertação (Mestrado em Literatura

Brasileira), Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000. HIGA, Evandro. A assimilação dos gêneros polca paraguaia guarânia e chamamé

no Brasil e suas transformações estruturais, Dissertação (Mestrado) Escola de

Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

MACHADO, Maria Clara Tomaz. Cultura popular e desenvolvimentismo em MG: caminhos cruzados de um mesmo tempo. Tese (Doutorado em História Social), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

6.0 – Edições de Vila dos Confins

Edições pela Livraria José Olympio Editora

1ª Edição – 1956 2ª Edição - 1957 3ª Edição – 1957 4ª Edição – 1958 7ª Edição – 1963 8ª Edição – 1965 9ª Edição – 1966 11ª Edição – 1968 12ª Edição – 1969 17ª Edição – 1976 18ª Edição – 1978 20ª Edição – 1981 22ª Edição – 1984

Edição em Coedição Livraria José Olympio Editora e Editora Três – 1974 e 1976 Edição da Editora Abril - 1983

Edição da EDIOURO - 1994

Edição da José Olympio/Record – 2003

7.0 - Documentos Impressos

Diário do Congresso Nacional – 1950 a 1962

7.1 - Legislação Eleitoral Código Eleitoral 1932 Decreto Lei nº 7586 - 28/05/1945 Constituição Federal de 1946 Lei nº 1164 – 24/07/1950 Resolução 3564 de 21/08/1950 Lei 2.084 de 12 de novembro de 1953 Lei 2194 de 19/03/1954 Lei 2550 de 25/07/1955 Lei 2582 de 30/08/1955 Lei 2982 de 30/11/1956 Lei 3338 de 14/12/1957 Resolução 5874 de 03/10/1958 7.2 – Sítios na Internet:

Academia Brasileira de Letras IBGE

Governo Estado de Minas Gerais

Sacrahome.net Overmundo.com

Carta aos triangulinos340

Professor Mário de Ascenção Palmério341

*As notas de rodapé foram inseridas pela equipe do Memorial Mário Palmério, a fim de orientar a leitura dos que ali pesquisam.

Aproximando-se a época da larga e intensa campanha eleitoral a ser levada a cabo pelos diversos partidos políticos nacionais e com o fim de obter a preferência popular para a eleição de seus candidatos aos órgãos legislativos e executivos municipais, estaduais e federais342, é necessário e oportuno o início do trabalho de esclarecimento do povo do Triângulo Mineiro, trabalho esse que deve ser sistemático e persistente e visando a solução de alguns de nossos maiores e mais momentosos problemas.

É absolutamente necessário tal empreendimento e, sobretudo, oportuno, porque é facilmente previsível a demagogia que presidirá àquela campanha, dado, não somente o descontentamento geral do povo em face da ausência de um ideário objetivo norteando as atitudes da maioria dos dirigentes políticos do país, como também o revivescimento de sentidas reivindicações regionais. Dentre estas, o separatismo do Triângulo Mineiro, por exemplo, será a bandeira que desfraldarão alguns partidos ou, melhor, alguns líderes políticos regionais, que, sem terem realizado até agora, nenhum trabalho positivo nesse sentido ou, pelo menos, sabido reconhecer as características próprias e as reais necessidades dos grandes e progressistas municípios que compõem esta região, irão, agora, explorar em benefício próprio um notável movimento que tanta repercussão sempre tem encontrado em nosso meio.

Não somos contrários ao separatismo do Triângulo Mineiro. Reconhecemos, opostamente, que a emancipação de nossa vasta e rica zona territorial, integrada num plano nacional, sério e profundo, de redistribuição e recomposição das unidades federativas brasileiras, melhor adequado às nossas atuais realidades, é, sem dúvida, uma idéia sócio-política que merece a mais detida consideração. Devemos, portanto, estudar o nosso movimento separatista sob esse prisma elevado, de interesse nacional. Nunca, como um problema local, isolado, particular, apenas “nosso”.

340 O manifesto Carta aos triagulinos foi publicado no dia 13 de março de 1950 no jornal uberabense O Triângulo, antes de Mário Palmério assumir publicamente sua primeira candidatura à Câmara Federal. O texto surgiu em um contexto político efervescente, pouco depois de duas grandes manifestações de políticos regionais à favor da separação do Triângulo. Uma delas ocorreu em vários discursos durante o I Convênio dos Prefeitos do Pontal do

Triângulo, ocorrido em janeiro de 1950, na cidade de Ituiutaba. O outro fora um ressentido discurso na Câmara dos Vereadores de Uberaba em fevereiro, ocasião em que o vereador Antônio Alberto de Oliveira afirmara perceber um propósito deliberado do governo mineiro de “amesquinhar Uberaba, de aniquilar Uberaba, de enxovalhar Uberaba”. Movimentos emancipacionsitas tornaram-se parte da história da região desde meados do século XIX, e a partir de 1946, com a promulgação da nova Constituição democrática, passou a ser um assunto ainda mais presente na política regional.

341 Màrio de Ascenção Palmério, nascido em 1916 na cidade de Monte Carmelo, fez seus estudos em Uberaba e Araguari até que, aos 19 anos, matriculou-se na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Mais tarde foi professor em São Paulo e, regressando a Uberaba, fundou o Liceu do Triângulo na década de 1940.

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342 Em 1950 seriam realizadas, no dia 3 de outubro, eleições municipais, estaduais, legislativas estaduais, federais e a presidencial. Os principais partidos políticos nacionais eram o Partido Social Progressista (PSP); a União Democrática Nacional (UDN); o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Progressista (PSP); e em menor escala, o Partido Republicano (PR). É importante observar que as eleições aos governos estaduais ocorreriam em apenas algumas unidades da federação, pois a legislação da época permitia que cada Estado determinasse diferentes períodos de vigência do mandato do governador (normalmente, de 4 ou 5 anos).

É uma questão que, pela sua magnitude e pelas suas relações de ordem social, econômica e política com as demais unidades da federação, deve merecer um debate ressonante, em câmaras esclarecidas, por parte de parlamentares capazes, mesmo porque o pronunciamento das nossas câmaras é indispensável relativamente à assuntos de tão magna importância. Luta elevada, com a participação de representantes de todas as outras zonas territoriais brasileiras interessadas em nova e mais racional divisão político-administrativa do País e à luz dos vários estudos já realizados, entre os quais deve ser citado o atual e desapaixonado trabalho empreendido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Debater este problema, porém, como mera represália ou espalhafatosa ameaça contra o indiferentismo – real ou inexistente – dos governos estaduais com relação às nossas necessidades, ou contra a sua negativa em corresponder às pretenções de pessoas ou grupos partidários, é praticar demagogia extremamente nociva aos nossos interesses. Os governos mineiros, tanto o atual343 como os anteriores, contam e já contaram com homens honestos e dignos, patriotas sinceros e bem intencionados, que muito procuram ou procuraram fazer em benefício de todo o nosso Estado, despidos de elementares preocupações regionalistas e que, por isso mesmo, aceitariam a Reforma Territorial desde que esta viesse promover o bem geral da Nação. Não há de ser a ocasional permanência, ao lado desses homens, de alguns políticos e administradores inúteis e facciosos, que justifique um movimento precipitado, cheio de complexidades, podendo gerar, se não for devidamente orientado e conduzido, más consequências de toda a sorte.

Triangulinos:

Examinadas as nossas possibilidades eleitorais, feita com honestidade a auto- crítica de nosso procedimento até hoje, verificamos que vimos desprezando a nossa própria força, enfraquecendo, lamentavelmente, a nossa própria posição e, consequentemente, não podemos culpar estranhos pelo nosso desprestígio. Somos, no Triângulo Mineiro, um contingente eleitoral poderoso. Foi de cerca de 150.000 o número dos que votamos nas últimas eleições. E quantos representantes destinados às câmaras, estadual e federal, elegemos?344 Como ostentar força e prestígio se não

conseguimos, até agora, eleger um grupo de parlamentares nossos, capazes de chamar sobre os nossos problemas a atenção necessária? Como impor à Nação uma vontade nossa, por mais legítima que seja, se, apesar dos meios de que dispomos, graças ao regime democrático em que vivemos345, temo-nos revelado eleitores sem vontade política própria, definida, firme? A realidade, infelizmente, é essa: temos eleito, “de graça”, alguns afilhados e protegidos para nossos representantes – salvo raríssimas excepções – e políticos destituídos de programas realistas, sem visão econômico- administrativa e sem força intelectual, despidos de recursos pessoais outros mercê dos quais possam se impor aos demais legisladores, quando procuram fazer-se ouvir no interesse de nossa gente. Temos distribuído, sem critério algum, os nossos votos; temos entregue, de mão beijada, dezenas e dezenas de milhares desses preciosos votos aos

343 Em1950 Minas Gerais era governada por Milton Campos (UDN).

344Evidentemente, tratava-se de uma pergunta retórica, pois os notórios representantes triangulinos na Câmara Federal eram José Antônio de Vasconcelos Costa e João Henrique Sampaio Vieira da Silva, ambos do PSD; e na Assembléia Estadual eram Whady Nassif (PTB) e Carlos Martins Prates (PSD), ambos ex-prefeitos de Uberaba.

345 Vargas fora deposto em outubro de 1945. As eleições livres realizadas em dezembro do mesmo ano levaram seu ex-ministro, Eurico Gaspar Dutra (PSD), ao palácio do Catete. Nessas eleições foram eleitos, além do presidente, os senadores e deputados federais que comporiam, em 1946, a Assembléia Nacional Constituinte, responsável pela elaboração da nova Constituição democrática do Brasil, promulgada neste mesmo ano. Em 1947 o registro do Partido Comunista Brasileiro foi novamente cassado, e novas eleições legislativas federais suplementares foram convocadas. No entanto, a proibição do voto dos analfabetos restringiu bastante a experiência democrática, impedindo que cerca de 48% da população exercessem esses direitos. Em 1945, por exemplo, houve um comparecimento de apenas 13,4% da população nas urnas.

chefes de partidos que os disputam para o engrossamento de legendas e a consequente eleição de políticos que nem sequer nos conhecem e muito menos nos prezam; temos permitido, ingenuamente, o esbanjamento de nossa força, obedecendo a uma mistificadora disciplina partidária, às ordens de longe e de cima para votar em tal candidato, em prejuízo dos que poderiam ser os nossos candidatos. E, por isso, nunca fomos capazes de exigir. Temos servido até agora apenas para votar, para ser caudatários, acompanhantes servir, meros fazedores de força, dóceis carregadores de pedra para o alevantamento de obras alheias. Culpa dos governos? Não. Culpa nossa, culpa exclusivamente nossa que só temos sabido lamentar quando não nos esmolam minguadas sobras orçamentárias de utilidade local, sem dúvida, mas pouco, muito pouco representando, se se levam em conta os nossos justos anseios de progresso. Lamentamos, calamos, tornamos a lamentar, tornamos a calar e, chegadas as eleições, repetimos a mesmíssima história: escabrestamo-nos docilmente... Reclamar platonicamente do governo, eis o nosso procedimento até o presente. E no entanto, somos um conjunto de grandes, belas e altamente progressistas cidades, uma zona de populosos e fertilíssimos municípios, um povo trabalhador que já soube se impor em muitos setores de atividade, excluído, entre poucos outros, o mais importante, o mais vital para nós: o setor político!

Triangulinos:

Passemos, doravante, a raciocinar com mais clareza e a agir com menos infantilidade quando fizermos política. Convençamo-nos de que o regime democrático em que vivemos, hoje nos dá as armas necessárias e suficientes para a consecução dos nossos objetivos e que esse regime não corre perigo, apesar da onda de insinuações provocada pelos que temem a livre manifestação da vontade popular. Acreditemos na palavra de honra dos que juraram respeitar a Constituição, e que, por isso mesmo, receberam a alta investidura de seus fiadores. Saibamos que a consciência nacional repudiará qualquer tentativa, parta de onde partir, no sentido de impedir a livre escolha dos nossos futuros dirigentes. Aproveitemo-nos desta “chance” proporcionada pelo nosso regime e usemo-la inteligentemente, em nosso próprio benefício.

Propomos, nesta carta aberta a todos os triangulinos, a todos os homens e mulheres adultos que vivem e trabalham em nossos campos e cidades e que aqui exercemos nossas atividades as mais diversas e que, em virtude dos direitos que nos assegura a Constituição Federal, podemos usar do voto e o fazemos como modesta e despretenciosa contribuição para a mobilização político-administrativa do Triângulo Mineiro, as seguintes medidas a serem consideradas pelos nossos políticos:

1 – Alistamento eleitoral intenso346.

Que cada eleitor se transforme num propagandista e militante do alistamento e ensine aos que ainda não se qualificaram como proceder. Fazer novos eleitores sem a preocupação de serem, estes, possíveis e futuros adversários políticos locais. Intensificar o alistamento numa verdadeira campanha cívica, sem preconceitos primários, sem curteza de vista. Mais eleitores, maior força, lembremo-nos disto.

2 – VETO sistemático, porém leal e honesto:

a) – a candidatos oriundos de outras zonas do Estado, que não o Triângulo Mineiro, abrindo-se excepção apenas para aqueles cuja soma de bons serviços ao país e ao povo seja publicamente reconhecida ou que, apesar de não terem tido oportunidade

346 O novo Código Eleitoral de 1950 extinguira o alistamento ex-officio – uma modalidade de inscrição eleitoral automática, pois a lei obrigava que os próprios chefes de empresas e repartições públicas inscrevessem seus subordinados. Ou seja, a partir desta data, o alistamento deveria ocorrer exclusivamente por iniciativa do eleitor. Assim, todo cidadão alfabetizado e maior de 18 anos era obrigado a comparecer ao cartório eleitoral para tirar o título. O código determinava também que ausência no dias das votações implicava no pagamento de uma multa.

de fazer política, possam apresentar contribuições e realizações úteis ao progresso das comunidades em que vivem.

b) – a candidatos que, já tendo tido oportunidade de exercer o mandato popular, tanto em funções legislativas como executivas, fracassaram, deixando de pleitear, obter ou executar medidas que visem o progresso e o bem estar do povo.

c) – a candidatos que se apresentem desacompanhados de pontos de vista bem definidos, programas com particularizações concretas e que se reconheçam como simples beneficiários de indicações partidárias pouco justificáveis.

3 – Votar, somente, em candidatos que assumam, publicamente, o compromisso de trabalhar decididamente pela concretização dos programas de seus partidos347, programas esses que devem ser claros, largamente difundidos em manifestos, comícios, etc. Em candidatos que tenham a franqueza e coragem de se manifestar favoravelmente, ou não, relativamente às teses e ideários da atualidade, principalmente as questões seguintes: Reforma Agrária e Trabalhismo (leis protetoras do trabalhador, salário mínimo, férias remuneradas, participação nos lucros das empresas, higiene do trabalho, etc. etc.).

4 – Exigir dos candidatos, pertencentes a quaisquer partidos políticos e que venham solicitar os votos da população do Triângulo Mineiro, que se comprometam, publicamente, a lutar pela obtenção de medidas de caráter regional, além das de caráter geral e definidas nos programas de seus partidos. Sugerimos algumas dessas medidas que, dentre muitas outras que podem estar aqui omitidas, poderão beneficiar grandemente nossa região, caso obtidas pelos nossos futuros parlamentares e dirigentes.

a) Participação no Governo.

Temos, no Triângulo Mineiro, homens capazes de integrar, com brilhantismo, os quadros administrativos do Estado. Sua convocação para a participação ativa no Governo Estadual é reinvidicação justíssima, dada a importância política e econômica de nossa região. Ninguém melhor do que nós para conhecer de nossas necessidades e, consequentemente, para procurar atendê-las.

b) Assistência Sanitária.

Ampliação e melhor aparelhamento dos serviços de Saúde Pública; criação de serviços volantes de assistência médica e dentária às populações da zona rural; serviços fixos e volantes especialmente destinados ao combate à malária e ao Mal de Chagas, moléstias que enfestam grandes e ricas zonas do Triângulo Mineiro; subvenções definitivas e satisfatórias aos hospitais, asilos, casas de caridade e aos outros estabelecimentos de assistência social já em existência e promoção de auxílio financeiro eficaz às prefeituras e às associações particulares que se fundem para tal fim, beneficiando-se, principalmente, as cidades e povoações que não contam com esses recursos.

c) Assistência Educacional.

Instalação e manutenção, nas nossas cidades, de Grupos Escolares, obedecida, no mínimo, a seguinte proporção: um estabelecimento, com capacidade nos turnos diurnos, de 500 alunos, para cada parcela de 5.000 habitantes e dispondo de um serviço médico- dentário anexo; planejamento para a instalação e manutenção de Escolas Rurais, de modo a se atender às necessidades das famílias dos nossos trabalhadores rurais;

347Nos anos 1950 observamos que os partidos políticos eram substancialmente fracos e significavam relativamente pouco no Brasil

pós-1945, sobretudo em virtude de grandes variações regionais dentro de cada partido. Essa fragilidade partidária favoreceu as condições históricas para o surgimento de líderes carismáticos e personalistas, chamados por muitos historiadores como populistas, que dominaram os espaços de representação popular na década de 1950. No entanto, ao enunciar o termo “trabalhismo”, Mário Palmério oferecera a pista do programa partidário que considerava eficiente para resolver as questões que colocava. E evidentemente, soprava nos ouvidos do leitor a sigla que notoriamente representava esses ideais: o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, liderado por Getúlio Vargas.

instalação de um grande estabelecimento de ensino secundário, sob regime de inspeção federal, nas cidades de mais de 10.000 habitantes, ministrando-se ensino gratuito; auxílio financeiro aos particulares que desejarem instalar estabelecimentos secundários nas cidades de menos de 10.000 habitantes. Criação de cursos técnicos para atender às prementes necessidades de nossa agricultura, pecuária e indústria. Criação, pelos governos, ou por sociedades de ensino e particulares subvencionados, de, pelo menos, escolas técnicas e superiores de Medicina348, Engenharia349, Agricultura, Veterinária, Química Industrial e Ciências Econômicas, preparando-se, assim, a organização da Universidade do Triângulo Mineiro350, integrando os diversos estabelecimentos de ensino técnico ou superior que devem ser instalados em diversas cidades do Triângulo Mineiro, obedecidas as condições culturais e a necessidade do curso de cada uma dessas cidades. Aproveitamento das instalações dos estabelecimentos de ensino primário, secundário, técnico ou superior já existentes ou a serem criados, para o funcionamento de cursos noturnos de alfabetização de adultos e, mesmo, de classes normais, no período de noite, para o ensino primário, secundário e técnico, permitindo-se a frequência dos filhos dos trabalhadores, impossibilitados, por suas ocupações diárias, de frequentar os cursos diurnos.

Subvenções aos estabelecimentos de ensino primário, secundário, técnico ou superior, mantidos por particulares e que possibilitem a matrícula, sob regime de absoluta gratuidade, de, pelo menos, 20% de sua matrícula total. Subvenções às associações de classe, culturais, clubes, associações esportivas, etc. etc. que cuidem do desenvolvimento cultural ou esportivo da mocidade e que permitam o acesso, nos seus recintos, dos jovens filhos dos trabalhadores, sem preconceito de cor, nacionalidade, ou de qualquer outra ordem. Criação, por meio de convênio especiais com as

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