Recuperação da informação patentária

Além das bases de dados de instituições privadas há aquelas de acesso livre na

web que disponibilizam o texto integral de patentes de várias regiões do mundo. O

Portal de Periódicos da CAPES disponibiliza 11 bases de dados de patentes78. Seguem algumas:

1) INPI – sua base de dados tem como objetivo disponibilizar aos usuários da Internet os processos depositados no INPI, informando o andamento de cada processo existente.

2) esp@cenet (European Patent Office) – desenvolvida pelo European Patent

Office (EPO) oferece informações sobre patentes européias, e outras

invenções disponíveis para os examinadores. Inclui também os pedidos mais recentes de patentes dos Países membros da EPO, dispondo de mais de um milhão e meio de dados bibliográficos e milhares de imagens.

Abrangência: Ciências Biológicas – Geral, Genética, Zoologia, Citologia e Biologia Celular; Histologia, Bioquímica e Biofísica, Farmacologia, Microbiologia; Multidisciplinares; Ciências da Saúde; Ciências Agrárias; Ciências Sociais Aplicadas – Arquitetura e Urbanismo, Desenho Industrial; Engenharias: Civil, Minas, Materiais e Metalúrgica, Elétrica, Eletrônica, Telecomunicações, Mecânica, Térmica, Mecânica dos Sólidos, Química, Sanitária, Produção, Higiene e Segurança do Trabalho, Nuclear, Transportes, Naval e Oceânica, Aeropespacial, Biomédica, Energia; Ciências Exatas: Geral, Química; Ciências Agrárias: Engenharia Agrícola, Ciência e Tecnologia de Alimentos; Ciências da Saúde: Medicina Oncológica e Farmácia.

3) Google Patents – texto completo das patentes dos EUA.

78

http://www.periodicos.CAPES.gov.br/?option=com_pmetabusca&mn=88&smn=88&type=b&metalib=aHR0cDovL2 J1c2NhZG9yLnBlcmlvZGljb3MuY2FwZXMuZ292LmJyL1Y/ZnVuYz1maW5kLWRiLTEmaW5zdGl0dXRlPUNBUE VTJnBvcnRhbD1OT1ZPJm5ld19sbmc9UE9SJnR5cGU9YiZtb2RlPWxvY2F0ZQ==

4) Intelectual Property Digital Library79 (IPDL) Pedidos PCT – projeto WIPO IPDL80 _{(Biblioteca Digital de Propriedade Intelectual da OMPI), esta base}

contém informações das primeiras páginas (informação bibliográfica, resumo e desenho) dos pedidos de patentes depositados via PCT, publicados a partir de janeiro de 1998.

Abrangência: Ciências biológicas; Multidisciplinares – Geral; Ciências da Saúde – Geral; Engenharias – Geral; Ciências Exatas e da Terra – Geral.

5) LATIPAT - informações bibliográficas de documentos de patentes de vários

países da América Latina, como Brasil, Argentina, México, Cuba, Chile, Uruguai, Peru etc.

Abrangência: Ciências biológicas; Multidisciplinares – Geral; Ciências da Saúde – Geral; Engenharias – Geral; iências Exatas e da Terra – Geral.

6) Patentes On line – pesquisa de patentes registradas no Brasil. Este site foi desenvolvido para lidar com uma enorme quantidade de informação e usuários simultâneos. As patentes são atualizadas semanalmente diretamente do INPI.

Os atos, despachos e decisões relativas ao sistema de propriedade industrial no Brasil possuem publicação própria – a Revista de Propriedade Industrial – publicação oficial do INPI. Os pedidos de patentes e desenhos industriais que tramitam no INPI vem acompanhados de explicações precisas da fase processual em que se encontram.

7) US Patent Full-text and Image Database (USPTO) - patentes americanas de

todas as áreas, com mais de 7 milhões de patentes (textos completos) que abrangem a Issued Patents (PatFT) e Published Applications (AppFT).

Abrangência: Ciências Biológicas – Geral; Multidisciplinares – Geral; Ciências da Saúde – Geral; Ciências Agrárias – Geral; Engenharias – Geral; Ciências Sociais Aplicadas – Geral; Ciências Exatas e da Terra – Geral

79

http://www.wipo.int/portal/index.html.es 80 _{World Intellectual Property Organization}

Cabe aqui ressaltar alguns conceitos como invenção e descoberta enfatizando que a abordagem desta pesquisa se restringe ao documento de patente no contexto do seu significado e conteúdo informacional.

A invenção, descrita no documento de patente, pode se originar, ou não, da pesquisa científica e Szmrecsányi (2006 apud MEDEIROS, 2010, p. 114) apresenta uma definição81_:

[...] a invenção pode ser tratada como uma solução, científica ou não, para certo problema técnico. Elas se traduzem no aparecimento de novas mercadorias e/ou de novos usos para as mercadorias já existentes, ou então de novas maneiras de produzi-las e/ou comercializá-las, através da combinação de recursos disponíveis.

O documento de patente como fonte de informação tecnológica e científica é uma rica possibilidade de estudo para a CI. Segundo Mariccato (2010, p. 107) não há como estabelecer uma relação simplista entre os artigos e os documentos de patentes:

Assim como nas análises de periódicos e artigos, as análises baseadas em patentes também possuem suas limitações de análise. Partilham de aspectos semelhantes relacionados à qualidade da informação, facilidade de recuperação da informação, padronização, etc. No entanto, possuem estrutura, peculiaridades, assim como, objetivos e resultados significativamente diferentes. Ambas podem ser analisadas à luz dos estudos bibliométricos, mas com objetivos e resultados substancialmente diferentes, especialmente no que diz respeito as suas particularidades do ponto de vista filosófico e conceitual.

Diante do conhecimento produzido e dos benefícios da divulgação, podem ser identificados alguns paradoxos entre artigos científicos e documentos de patentes: os artigos utilizam a linguagem científica; tem como um dos seus objetivos a comunicação e a divulgação dos resultados de pesquisas que dependem da avaliação dos pares para a consensualidade e ligitimidade desses resultados; o prestígio atribuído aos autores advém da circulação e uso da informação refletido nas citações recebidas por outros autores. Já as patentes possuem como princípio a titularidade e a exclusividade; utilizam a linguagem técnica; há manutenção do sigilo nos primeiros 18 meses após seu depósito em um escritório de patentes; as patentes concedidas tornam-se informação proprietária por 20 anos. Expirado esse

81

SZMRECSÁNYI, T. A herança Schumpeteriana. In: PELAEZ, V.; SZMRECSÁNYI, T. (Org.). Economia da inovação tecnológica. São Paulo: Hucitec, 2006.

prazo, o documento adquire o status de “informação de domínio público”. Se a patente encontra “eco” na indústria e vai para o mercado sob a forma de produto ou processo comercializável, o proprietário/titular da patente usufrui dos royalties advindos da inovação que foi gerada.

Para Jannuzzi e Sousa (2008), os documentos de patentes são canais de divulgação da informação apesar do seu uso não ser uma prática comum. O princípio norteador dos canais formais de comunicação científica sejam eles artigos, livros, anais de eventos, dissertações e teses, normas técnicas, entre outros, é o mesmo: divulgação dos resultados de pesquisas.