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[PATRIMÓNIO CULTURAL DO ESPAÇO URBANO E PAISAGEM]

EQUILÍBRIO DE COMBINAÇÃO DINÂMICA DE ELEMENTOS

Fig. 80 – Esquema do equilíbrio de combinação da dinâmica dos elementos com os quais se cria um ambiente sustentável de longo prazo numa lógica de rede estruturada formada por elementos e suas inter-relações.

DIMENSÃO AMBIENTAL DIMENSÃO SÓCIO- CULTURAL DIMENSÃO SÓCIO- ECONÓMICA Combinação de elementos de dimensão ambiental Combinação de elementos de dimensão sócio-cultural Combinação de elementos de dimensão sócio-económica

3.1 Equilíbrio direcional horizontal e vertical

O equilíbrio da combinação dinâmica de elementos, far-se-á numa diretriz horizontal na qual os elementos se relacionam pela mesma dimensão, formando um plano comum agregador entre elas. Quanto mais abrangente no espaço e arrecadador de elementos for este plano, maior o equilíbrio de combinação dinâmica de elementos e consequentemente maior o ambiente sustentável deste recurso turístico.

Por outro lado, cada elemento terá o seu próprio equilíbrio numa diretriz vertical. Ou seja, o equilíbrio é tanto maior, quanto mais dimensões esse elemento alcançar. Desta forma, um elemento cuja diretriz vertical contemple as três dimensões, constituir-se-á com um elemento estruturante forte na sustentação da diretriz horizontal, reforçando o equilíbrio de combinação da dinâmica dos elementos e por conseguinte, contribuindo para a defesa de um ambiente sustentável do recurso turístico aqui em análise.

O ambiente sustentável que se persegue, será tanto maior quanto mais complexo for o sistema de equilíbrios de diretriz horizontal e vertical, sendo que a sua interdependência tratará de garantir a sustentabilidade. Para que o ambiente funcione, basta então garantir a ação eficaz do sistema atuando nas diferentes variáveis dimensionais de cada elemento por forma a não se perder o equilíbrio. Por sua vez, a complexidade do sistema, garante a sustentabilidade do todo, permitindo que a eventual falha de um dos elementos, não comprometa a dos outros.

3.2 Aplicabilidade da metodologia

Foi definida uma parte do território para por em prática a metodologia aqui apresentada, pressupondo que a repetição da metodologia no restante território terá os mesmos resultados conclusivos. Fato apurado atendendo ás características predominantes em toda a Baixa como já se demonstrou oportunamente no capítulo anterior.

Para isso, utilizou-se como referência geográfica o elemento quarteirão analisado no ponto 2.4.1.3 para os devidos efeitos, mas abrangendo uma área envolvente mais alargada por forma a explicitar mais concisamente o esquema metodológico, como se apresenta nas imagens seguintes.

Neste perímetro definido em torno do quarteirão, serão analisadas, numa primeira fase, as diferentes dimensões separadamente, referenciando os elementos do património cultural do espaço urbano e paisagem enquanto recursos turísticos, bem como os canais de ligação entre eles.

Os lugares de enfiamentos visuais podem servir de pontos de flexão entre os canais de união de elementos, uma vez que proporcionam ligação através da paisagem urbana e dos pontos de vista proporcionados que se considera de valorizar. Estes pontos, constituem momentos de possível paragem ou contemplação, mas representam também referências de orientação no espaço.

O elemento quarteirão, uma vez já estudado assume-se, nas seguintes análises, como um elemento completo das diferentes dimensões, quer na diretriz horizontal como vertical, pelo que as suas características reforçam a analise teórica, razão pela qual ele se apresenta com uma denominação gráfica diferente.

Posteriormente, serão analisadas as diferentes dimensões como um todo, ou seja, sobrepondo a informação num só esquema de rede que se traduz numa estrutura complexa, na qual será possível verificar a consistência da rede estruturada que permitirá a constituição de um ambiente sustentável de longo prazo, através do equilíbrio de combinação dinâmica de elementos.

Foram selecionados alguns Elementos, de acordo com os critérios apontados no ponto 2.3.2 do Capítulo II, no qual se descrevem como sendo aqueles que preenchem as exigências para a existência de um turismo sustentável: façam um ótimo aproveitamento dos recursos e particularidades ambientais; constituam importantes soluções para o desenvolvimento do turismo mantendo as características e processos ecológicos; ajudem na preservação da herança natural e da biodiversidade.

Não descorando obviamente o que se vem aqui defendendo, no que respeita as particularidades ambientais que se prendem com a paisagem e o património bem como a sua importância relacional com o turismo urbano. Também não menos importante, os aspetos sociais, identitários e simbólicos que influenciam de forma particular e única, pois cada território é um território.

Como já se referiu anteriormente, o propósito desta tese não é fazer um inventário de elementos, mas sim demonstrar a aplicabilidade da metodologia, recolhendo obviamente alguns desses elementos do património cultural.

Como proposta para um eventual exercício de inventário, apresentam-se algumas fichas de caraterização de elementos (Apêndice) e da forma como se poderia compilar a informação relativa a cada um, facilitando a prática dessa metodologia.

Fig. 81 – Apresentação da área de estudo para a aplicabilidade da metodologia proposta Perímetro abrangente da envolvente ao quarteirão Elemento Quarteirão

3.2.1 Dimensão Ambiental

Nas imagens seguintes registaram-se os elementos considerados de dimensão Ambiental e analisa-se o equilíbrio da combinação dinâmica dos elementos numa diretriz horizontal na primeira imagem (Fig.82) e vertical na segunda imagem (Fig. 83), num perímetro de cerca de 200m em torno do quarteirão.

A lista de elementos selecionados são:

1. Marginal de Luanda – Av. 4 de Fevereiro 2. Rua Rainha Ginga

3. Largo do Atlético

4. Atravessamento do quarteirão 5. Rua dos Mercadores

6. Largo do Pelourinho

7. Igreja Nossa Senhora dos Remédios – espaço frontal 8. Largo Rainha Ginga

Elemento Quarteirão

Elementos de dimensão ambiental – diretriz horizontal

Lugares de enfiamentos visuais de interesse - Pontos de flexão dos canais

Canais de ligação de elementos – intensidade forte Canais de ligação de elementos – intensidade média Canais de ligação de elementos – intensidade baixa

Fig. 82 – Esquema de análise dos elementos de dimensão Ambiental e o equilíbrio da combinação dinâmica dos elementos de diretriz horizontal

1 2 3 4 5 6 7 9 8

Intensidade alta de influência do Elemento no território - diretriz vertical

Intensidade média de influência do Elemento no território - diretriz vertical

Intensidade baixa de influência do Elemento no território - diretriz vertical

Fig. 83 – Esquema de análise dos elementos de dimensão Ambiental e o equilíbrio da combinação dinâmica dos elementos de diretriz vertical

3.2.2 Dimensão sociocultural

A abordagem mantém os mesmos critérios do ponto anterior, sendo que os elementos não serão exatamente os mesmos, havendo obviamente alguns que se repetem por acumularem as diferentes dimensões (Fig. 84 e 85).

No seguimento da lista anterior, os elementos agora selecionados não identificados no ponto anterior são:

10. Edifício de interesse arquitetónico 11. Espaço de animação cultural 12. Edifício de interesse arquitetónico

13. Igreja de Nossa Senhora dos Remédios – edifício 14. Zona de venda informal de produtos

15. Museu de Antropologia 16. Centro Cultural Brasil/Angola 17. Estádio dos Coqueiros

18. Conjunto de interesse arquitetónico 19. Edifício da EPAL – sobrado recuperado

Elemento Quarteirão

Elementos de dimensão sociocultural – diretriz horizontal

Pontos de flexão dos canais – lugares de enfiamentos visuais de interesse

Canais de ligação de elementos – intensidade forte Canais de ligação de elementos – intensidade média Canais de ligação de elementos – intensidade baixa

Fig. 84 – Esquema de análise dos elementos de dimensão Sociocultural e o equilíbrio da combinação dinâmica dos elementos de diretriz horizontal

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