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ENTIDADES DE ATENDIMENTO

5.2. Recursos Humanos

Os recursos humanos devem ser pensados e estruturados de maneira que realizem ações con­ seqüentes tanto na seleção de pessoal quanto na formação continuada, enquanto instrumentos que

venham a garantir a qualidade do atendimento.

O requisito indispensável para quem pretende estabelecer com os adolescentes uma relação de ajuda na busca da superação de seus impasses e dificuldades refere­se ao perfil do profissional, princi­ palmente no que diz respeito à qualidade e habilidades pessoais na inter­relação com esse adolescente, pautados nos princípios dos direitos humanos definidos no SINASE.

A contratação de pessoal vinculada a um processo seletivo é fundamental na organização dos recursos humanos das Unidades de atendimento socioeducativo. Para tanto, deve seguir as seguintes etapas seletivas: avaliação de currículo, prova seletiva, os conteúdos sobre o direito da criança e do ado­ lescente (fundamentos jurídicos, políticos, sociológicos, éticos, pedagógicos, filosóficos e históricos da socioeducação, política de atendimento à infância e juventude e regimes de atendimento), métodos e técnicas da ação socioeducativa; entrevista e dinâmicas de grupo que favoreçam a expressão pessoal e exames médicos admissionais.

Além disso, é importante implantar um plano de carreira para que os funcionários tenham oportunidade de crescimento no desempenho de suas funções.

5.2.1. Composição do quadro de pessoal

Para a composição do quadro de pessoal do atendimento socioeducativo nas entidades e/ou programas deve­se considerar que a relação educativa pressupõe o estabelecimento de vínculo, que por sua vez depende do grau de conhecimento do adolescente. Portanto, é necessário que o profis­ sional tenha tempo para prestar atenção no adolescente e que ele tenha um grupo reduzido destes sob sua responsabilidade.

Sendo assim, o SINASE prevê a composição mínima do quadro de pessoal em cada modali­ dade de atendimento socioeducativo.

5.2.1.1. Específico para entidades e/ou programas que executam a medida

socioeducativa de prestação de serviço à comunidade

Deve ser considerado como prestação de serviços de relevância comunitária pelo adolescente, buscando uma ação pedagógica que privilegie a descoberta de novas potencialidades direcionando construtivamente seu futuro.

Desta forma na execução da medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade a equipe mínima deve ser composta por:

• 01 técnico para cada vinte adolescentes

• 01 Referência socioeducativo32 para cada grupo de até dez adolescentes e um orientador socioeducativo33 para até dois adolescentes simultaneamente a fim de garantir a individualização do atendimento que a medida pressupõe.

Tanto a referência quanto o orientador socioeducativo são pessoas próprias dos locais de presta­ ção de serviço que estarão incumbidas de acompanhar qualitativamente o cumprimento da medida do adolescente.

32 No caso desta medida a referência socioeducativo é o profissional de nível superior ou com função de gerência ou coor­ denação nos locais de prestação de serviço comunitário, que será responsável geral tanto pelos adolescentes prestadores de serviço comunitário quanto pelo funcionário guia.

33 No caso desta medida, é importante ter, também, o guia socioeducativo, que é o profissional do local de prestação de serviço diretamente ligado ao exercício da atividade realizada pelos adolescentes.

5.2.1.2. Específico para entidades e/ou programas que executam a medida

so-cioeducativa de liberdade assistida

O cumprimento em meio aberto da medida socioeducativa de liberdade assistida tem como objetivo estabelecer um processo de acompanhamento, auxílio e orientação ao adolescente. Sua in­ tervenção e ação socioeducativa devem estar estruturadas com ênfase na vida social do adolescente (família, escola, trabalho, profissionalização e comunidade) possibilitando, assim, o estabelecimento de relações positivas que é base de sustentação do processo de inclusão social a qual se objetiva. Desta forma o programa deve ser o catalisador da integração e inclusão social desse adolescente.

Na execução da medida socioeducativa de liberdade assistida a equipe mínima deve ser com­ posta por técnicos de diferentes áreas do conhecimento, garantindo­se o atendimento psicossocial e jurídico pelo próprio programa ou pela rede de serviços existente, sendo a relação quantitativa deter­ minada pelo número de adolescentes atendidos:

1) Em se tratando da Liberdade Assistida Comunitária (LAC), cada técnico terá sob seu acom­ panhamento e monitoramento o máximo de vinte orientadores comunitários. Sendo que cada orientador comunitário acompanhará até dois adolescentes simultaneamente;

2) Em se tratando Liberdade Assistida Institucional (LAI),34 cada técnico acompanhará, si­ multaneamente, no máximo vinte adolescentes.

5.2.1.3. Específico para entidades e/ou programas que executam a medida

so-cioeducativa de semiliberdade

A ênfase do programa de semiliberdade é a participação do adolescente em atividades externas à Unidade (família e comunidade). A sua execução deve prever programas e espaços diferenciados para adolescentes com progressão de medida e adolescentes oriundos de primeira medida.

Para atender até vinte adolescentes na medida socioeducativa de semiliberdade a equipe mín­ ima deve ser composta por:

• 01 coordenador técnico • 01 assistente social • 01 psicólogo • 01 pedagogo

• 01 advogado (defesa técnica) • 02 socioeducadores em cada jornada

• 01 coordenador administrativo e demais cargos nesta área, conforme a demanda do atendi­ mento

• Deve­se considerar nos casos de haver mais de uma residência de atendimento em pequenos grupos de até quinze adolescentes, poderá ser instituída uma coordenação administrativa, uma coor­ denação técnica e um advogado para duas ou três casas simultaneamente.

5.2.1.4. Específico para entidades e/ou programas que executam a medida

so-cioeducativa de internação

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34 Na Liberdade Assistida Institucional entende­se que os técnicos, contratados pela instituição executora, é que fazem diretamente acompanhamento com os adolescentes não existindo a figura do orientador comunitário.

Para atender até quarenta adolescentes na medida socioeducativa de internação a equipe mí­ nima deve ser composta por:

• 01 diretor

• 01 coordenador técnico • 02 assistentes sociais • 02 psicólogos • 01 pedagogo

• 01 advogado (defesa técnica)

• Demais profissionais necessários para o desenvolvimento de saúde, escolarização, esporte, cultura, lazer, profissionalização e administração

• Socioeducadores

As atribuições dos socioeducadores deverão considerar o profissional que desenvolva tanto tarefas relativas à preservação da integridade física e psicológica dos adolescentes e dos funcionários quanto às atividades pedagógicas. Este enfoque indica a necessidade da presença de profissionais para o desenvolvimento de atividades pedagógicas e profissionalizantes específicas.

A relação numérica de socioeducadores deverá considerar a dinâmica institucional e os diferen­ tes eventos internos, entre eles férias, licenças e afastamento de socioeducadores, encaminhamentos de adolescentes para atendimentos técnicos dentro e fora dos programas socioeducativos, visitas de familiares, audiências, encaminhamentos para atendimento de saúde dentro e fora dos programas, atividades externas dos adolescentes.

• A relação numérica de um socioeducador para cada dois ou três adolescentes ou de um socio­ educador para cada cinco adolescentes dependerá do perfil e das necessidades pedagógicas destes;

• A relação numérica de um socioeducador para cada adolescente ocorrerá em situações de custódia hospitalar que exige o acompanhamento permanente (24 horas);

• A relação numérica de dois socioeducadores para cada adolescente ocorrerá quando a situação envolver alto risco de fuga, de auto­agressão ou agressão a outros;

• A relação numérica de um socioeducador para cada dois adolescentes ocorrerá nas situações de atendimento especial. Neste caso, muitas vezes devido ao quadro de comprometimento de ordem emocional ou mental, associado ao risco de suicídio, é necessário que se assegure vigília constante.