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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.2 Segunda Fase de Análise: a de recursos humanos

5.2.2 Recursos Humanos: o nível de experiência

A variável anos de experiência é organizada a partir dos relatórios anuais também em quatro blocos, a saber: número de produtores com 0 a 1 ano de experiência, de 1 a 5 anos, de 5 a 15 anos ou com mais de 15 anos de experiência. E também da mesma maneira que o nível

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educacional, o grau de experiência será analisado em dois blocos: um para os níveis mais baixos, de 0 a 5 anos de experiência, e outro para os mais altos, de 5 anos ou mais.

Pode se dizer que Apicultura é um jovem arranjo, pois, contém a maior parte de seus produtores com poucos anos de experiência no cultivo de abelhas (Figura 41), enquanto Ovinocaprinocultura possui a maior parte de seus produtores com mais de 5 anos de experiência (Figura 42). O arranjo de Apicultura só apresenta variação de produtores na faixa de 5 a 15 anos de experiência, ao contrário do de Ovino que se mostra mais dinâmico em relação a ambas as faixas etárias (Figura 47).

Figura 41 – Diagrama de Dispersão dos menores níveis de experiência na análise de recursos (humanos)

Fonte: Elaboração própria (PLAST®), 2011.

Figura 42 – Diagrama de Dispersão dos maiores níveis de experiência na análise de recursos (humanos)

Fonte: Elaboração própria (PLAST®), 2011.

Em ambas as faixas de experiência – menor e maior – a medida de Mahalanobis é a que melhor se ajusta (Figuras 4332, 4433). A razão é a mesma que a análises anteriores: o grau

32A Euclidiana possui pior ajuste em ambos os indicadores, comparativamente à Mahalanobis (Stress =

0,007982; R² (Axis 1 = 975; Axis 2 = 0,002498).

33A Euclidiana possui p0,ior ajuste em ambos os indicadores, comparativamente à Mahalanobis (Stress =

0,005644; R² (Axis 1 = 0,9929; Axis 2 = 0,07558). API2004 API2005 API2006 API2007 API2008 OVI2004 OVI2005 OVI2006 OVI2007OVI2008 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 exp0a1 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 ex p1 a5

API2004API2005API2006API2007 API2008 OVI2004 OVI2005 OVI2006 OVI2007 OVI2008 16 32 48 64 80 96 112 128 exp5a15 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 ex pm 15

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significativo de correlação entre as variáveis. Esse fato é justificável pelo fato de ser uma mesma variável, divida em quatro faixas e analisada em blocos de duas. É natural que haja correlação e, por isso, a Mahalanobis é aplicada para atenuar o seu efeito.

Figura 43 – Diagrama de dispersão de Shepard para a distância de Mahalanobis para os menores níveis de experiência

Fonte: Elaboração própria (PLAST®), 2011.

Figura 44 – Diagrama de dispersão de Shepard para a distância de Mahalanobis para os maiores níveis de experiência

Fonte: Elaboração própria (PLAST®), 2011.

Através dos escalonamentos (Figura 45 e 46), verifica-se a discrepância de dinâmica da inserção de produtores nas faixas analisadas, menores e maiores. Apicultura é mais dinâmico em relação aos produtores de menor faixa de experiência, enquanto Ovino é mais dinâmico nas maiores faixas. Os blocos formados pelos arranjos são visíveis nos mapas perceptuais.

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Figura 45 – Escalonamento Multidimensional para níveis de educação mais desenvolvidos dos arranjos de Ovinocaprinocultura e Apicultura

Fonte: Elaboração própria (PLAST®), 2011.

Figura 46 – Escalonamento Multidimensional para níveis de educação mais desenvolvidos dos arranjos de Ovinocaprinocultura e Apicultura

Fonte: Elaboração própria (PLAST®), 2011.

O que deve ser destacado é a não linearidade dos pontos: esperava-se que os pontos iniciais (2004) e finais (2008) estivessem distanciados, especialmente em duas pontas opostas, como resultado de progressivos resultados, no entanto, seguindo uma tendência linear. Esse fato não é satisfeito por duas razões: 1) ou esses pontos estão próximos, como em Apicultura – em ambos os blocos – e em Ovino – no bloco de menor experiência –, sinalizando uma constante retomada de critérios e diretrizes de planejamento, ou 2) quando embora distantes, não representam progresso, como no caso do APL de Ovino, para maior nível de experiência, onde reduz o número de produtores experientes em ambas as faixas.

A premissa da importância dos recursos no desempenho produtivo do arranjo é satisfeita. Fatores como a baixa escolaridade dos produtores pode impedir que o mesmo

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consiga absorver as informações passadas nos treinamentos, seminários etc. Por outro lado, o grau de experiência também facilita essa passagem de informações codificadas e, pelo menos teoricamente, agrega processos produtivos – potenciais geradores de inovação ou não – de maneira a dinamizar a produção.

No entanto, o próprio acúmulo de experiência pode levar o produtor a imaginar que não necessita de mais informações e/ou formação educacional, que já sabe o suficiente ou, até mesmo que sabe mais que o técnico designado à capacitação. É nesse sentido que se analisa, esses dois últimos blocos de variáveis, também fazendo uma relação com as finalísticas – produção e número de produtores.

Os escalonamentos multidimensionais foram construídos em dois grandes blocos (Quadro 9) – anos de experiência e níveis de escolaridade – cada um contendo dois blocos interiores. O bloco de experiência se divide em menor e maior experiência, e o de escolaridade se organiza em escolaridade baixa (analfabetos e alfabetizados/primários) e alta (ensino médio e superior).

Quadro 9 – Posicionamento dos arranjos segundo seus escalonamento multidimensionais na análise de recursos (humanos)

Desempen ho

Finalísticos Recursos Humanos

Produção/Nº de

produtores Baixa escolaridade Alta escolaridade Menor Experiência Maior experiência

Melhor Ovinocaprinocultu ra Ovinocaprinocultu ra Apicultura Ovinocaprinocultu ra Ovinocaprinocultu ra

Pior Apicultura Apicultura Ovinocaprinocultu

ra Apicultura Apicultura Fonte: Elaboração própria.

O que se pode concluir em relação à experiência é que não há hierarquia de importância entre os tipos de conhecimento – tácito ou codificado – pelo menos no que se refere aos arranjos estudados. Ao contrário, elas se mostram, estatisticamente, no mesmo nível de significância e impacto produtivo. A escolaridade acompanha a experiência tendo como destaque os produtores analfabetos e com nível médio que são justamente os que se encaixam nas faixas de conhecimento tácito e codificado respectivamente.

Essa faixa de senhores(as), repletos de conhecimento tácito só absorvem conhecimento codificado se for através de capacitações curtas como treinamentos, seminários etc., mas, justamente por sua concentração de analfabetos, muito provavelmente não os faça com frequência. Portanto, deles o objetivo deve ser absorver o máximo possível de conhecimento e codificá-lo.

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A faixa mais jovem, cheia de energia e vontade de aprender, tem o montante de conhecimento codificado que a sua região lhe proporciona, acrescentado de capacitações curtas organizadas por parceiros dos arranjos, pois no Sertão de Alagoas a oferta de ensino é decrescente à medida que se eleva o grau do mesmo. Um empecilho tradicional é que é uma região com baixa renda per capita e, portanto, o conhecimento tem que ir até os produtores, pois, estes não podem vir até o conhecimento.

Esses produtores estão com capacidade ociosa e pronta para serem utilizadas. Duas medidas devem ser buscadas: elevação da rede de ensino nessa região e aumento de capacitações por parte dos parceiros. Esta última é mais fácil e de rápida aplicação a curto prazo, dependendo apenas dos gestores dos programas. A primeira, no entanto, é mais difícil e de longo prazo, dependendo de parceiros com responsabilidade muito além do programa: com o desenvolvimento da região. Esses parceiros são governos municipais, estaduais e federais com a responsabilidade de aumentar a rede de ensino em todos os níveis.