4. Organização e Recursos Humanos
4.2. Recursos Humanos
Para o arranque do projeto serão necessários 10 colaboradores, 1 diretor, 1 administrativo, 3
operacionais exteriores, 4 operacionais de produção e 1 responsável fabril.
Os operacionais exteriores acompanharão e imputarão a cultura de separação necessária nos
fornecedores para que a curto prazo estes possam assumir estas funções. Também atuarão
diretamente com as empresas subcontratadas de transportes, é esperado que se criem relações
positivas e duradouras com as mesmas.
Os operacionais de produção receberão os resíduos, farão uma seleção mais detalhada e
acompanharão o percurso dos resíduos durante o processo produtivo (máquinas) de modo a
garantir a máxima performance do mesmo.
O horário de trabalho será numa fase inicial de apenas um turno (8 horas), sendo das 08h00 às
12h00 e das 13h00 as 17h00. A partir do 3º ano adivinha-se o incremento e passagem de um
turno para dois.
4.2.1.
Quadro de Pessoal
Quadro 4 – Quadro de Pessoal ano 0
Função
Sexo
Quantidade
Nível
Académico
Carga Horária
Diretor
Masculino
1
>= Licenciatura
8 horas
Administrativo
Feminino
1
Secundário
8 horas
Responsável
Fabril
Masculino
1
Secundário
8 horas
Operacionais
Produção
Masculino
4
Indiferente
8 horas
Operacionais
Externos
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Quadro 5 – Quadro de Pessoal ano 3
Função
Sexo
Quantidade
Nível
Académico
Carga Horária
Diretor
Masculino
1
>= Licenciatura
Isenção Horário
Administrativo
Feminino
2
Secundário
8 horas
Responsável
Fabril
Masculino
2
Secundário
8 horas
Operacionais
Produção
Masculino
7
Indiferente
8 horas
Comercial
Masculino
1
Licenciatura
Isenção Horário
Operacionais
Externos
Masculino
9
Indiferente
8 horas
No ano 0 estarão a ser exploradas 3 ilhas ao passo que no ano 3 é expetável que as 9 ilhas
habitadas que completam o arquipélago de Cabo Verde estejam a ver os seus resíduos não
metalizados a ser valorizados.
A contratação de um comercial no ano 3 serve para libertar o diretor para outras tarefas, sendo
que este comercial contratado assumirá o relacionamento com os fornecedores e potenciais
fornecedores.
4.2.2.
Política de Remunerações
De referir que o salário mínimo em Cabo começou a ter lei (Decreto-Lei nº6/2014) desde
2014. Todos os trabalhadores do projeto RST receberão um salário superior a este salário
mínimo (110€), serão também implementados prémios anuais coletivos de produtividade e de
qualidade.
A política de remunerações seguirá uma estratégia de controlo de custos, deste modo a
estrutura organizacional será hierarquizada, mecanicista e a autonomia será limitada. O
sistema de recompensas será baseado na função e no desempenho.
Ainda assim, quer-se que os colaboradores sejam uma equipa e pensem e ajam como tal, deste
modo, os prémios referidos serão aplicados com os mesmos valores a todos os colaboradores
sem exceção.
Ricardo Vega – 28852
Destacam-se dois tipos de recompensas que serão utilizadas pela RST: Salário e Prémios.
4.3.
Localização
A fábrica e respetiva sede social serão localizadas em Praia, na Ilha de Santiago. Capital do
país e zona com maior número de habitantes, do ponto de vista dos transportes é a região com
maiores facilidades.
Numa fase inicial será feita a recolha em 3 ilhas, sendo que haverá 3 colaboradores a laborar
nas respetivas ilhas, todos as demais funções salvo a posição de diretor serão desempenhadas
na fábrica. O diretor não terá posto fixo de trabalho, tanto estará no armazém, como estará na
“rua” a estabelecer contato com fornecedores, transportadoras (marítimas e terrestres) e
clientes.
Ricardo Vega – 28852
5. Análise Económico-Financeira
Toda a informação e dados analisados neste ponto estarão disponíveis no Anexo VI do
presente projeto aplicado.
5.1.
Pressupostos
Quadro 6 – Pagamentos, recebimentos e stock
No limite trabalham-se com estes prazos médios neste setor de atividade, não é algo que seja
linear mas tanto os pagamentos como os recebimentos são no geral abaixo dos 30 dias. O
mesmo sucede com o prazo médio de stockagem, no entanto, o caso de Cabo Verde tem
diferentes contornos, relacionados com o transporte e disponibilidade do mesmo, pelo que
pode eventualmente ser necessário armazenar produto acabado durante períodos superiores
aos normais vividos em Portugal.
Quadro 7 - IVA
Taxa de IVA - Vendas
0%
Taxa de IVA - Prestação Serviços
15%
Taxa de IVA - CMVMC
0%
Taxa de IVA - FSE
15%
Taxa de IVA - Investimento
15%
Não existe IVA nas vendas nem em CMVMC no setor de valorização de resíduos. As
restantes taxas de IVA dizem respeito ao mercado Cabo-verdiano.
Quadro 8 – Segurança Social, IRS e IRC
Taxa de Segurança Social - entidade - órgãos sociais
15,00%
Taxa de Segurança Social - entidade - colaboradores
15,00%
Taxa de Segurança Social - pessoal - órgãos sociais
8,00%
Taxa de Segurança Social - pessoal - colaboradores
8,00%
Taxa média de IRS
18,50%
Taxa de IRC
10,00%
Prazo médio de Recebimento (dias) / (meses)
30
Prazo médio de Pagamento (dias) / (meses)
30
Ricardo Vega – 28852
Relativamente ao IRC, e de acordo com o guia do investidor publicado (CI-ACI/ Dezembro
de 2011) pelo governo de Cabo Verde, as empresas que invistam em Cabo Verde, consoante o
setor de investimento têm sempre um período de anos no qual não existe nenhum imposto
sobre o rendimento coletivo, a partir desse período a taxa fica estável no valor de 10%.
As restantes taxas são as praticadas em Cabo Verde, conforme indicado no guia fiscal das
finanças, publicado pelo governo, constante no Anexo V do presente documento.
Quadro 9 – Taxas de juro
Taxa de Aplicações Financeiras Curto Prazo
0,70%
Taxa de juro de empréstimo Curto Prazo
5,60%
Os valores apresentados para as aplicações financeiras e empréstimos de curto prazo foram
estimados através de contato com um banco presente em Cabo Verde, o BCA (Banco
Comercial Atlântico).
5.2.
Volume de Negócio
Nos primeiros três ano do projeto a recolha dos resíduos será efetuada nas ilhas de Santiago
(Praia), Sal e Boavista.
Na ilha de Santiago pois é a ilha mais habitada de Cabo Verde, com as melhores
infraestruturas e principalmente por ser a única ilha que tem um aterro sanitário que gere os
RSU da cidade Praia. Esse aterro é gerido por uma empresa portuguesa, a SUMA, com a qual
a RST pretende manter uma relação estreita. A ideia será comprar à SUMA o plástico, cartão
e papel vindos dos RSU. A SUMA recolhe cerca de 9000 toneladas de papel, cartão e plástico
por ano. No arranque do projeto é espetável que a RST proceda à valorização de 50% desses
resíduos, com crescimento anuais de 20% até ao 3ºano.
Nas ilhas de Sal e Boavista a RST recolherá essencialmente nos empreendimentos turísticos.
São destacados 4 produtos vendáveis pela RST: Arquivo, Mescla, Cartão, Plástico.
Até ao 3º ano do projeto a taxa de crescimento será de 20% para todos os produtos, este valor
surge pelo facto de se estar a trabalhar praticamente na totalidade com a SUMA (empresa que
gere aterro sanitário).
Ricardo Vega – 28852
A partir do ano 3 começa a recolha em todas as ilhas, o crescimento para os diversos produtos
será o seguinte:
Quadro 10 - Crescimento vendas por produto
Produto ano 3
ano 4
ano 5
Arquivo
25%
25%
25%
Mescla
35%
30%
25%
Cartão
35%
30%
25%
Plástico
10%
10%
10%
Os aumentos mais significativos em arquivo, mescla e cartão devem-se unicamente ao facto
de ao invés de 3 ilhas se estarem a explorar 9.
Relativamente ao incremento menos significativo do plástico, este, deve-se essencialmente ao
preço de venda, que é inferior aos restantes produtos e á maior dificuldade do mesmo no
processo de separação e limpeza. De referir que até ao ano 3 o plástico tinha um peso de 50%
nos produtos vendidos pela RST, tal peso é justificado pelas quantidades de plástico recebidas
da SUMA. Uma vez que não há mais aterros em Cabo Verde e não será feito nenhum acordo
com outra empresa de gestão de RSU em Cabo Verde a RST pode agora escolher e selecionar
os seus fornecedores o que influencia os produtos produzidos pela mesma. O foco no arquivo,
mescla e cartão é estratégico por parte da RST, pois poupa tempo e rende mais, são
igualmente produtos mais vendáveis que o plástico.
A capacidade instalada é de 4 toneladas/hora, o que dá um total de 8448 toneladas/ano. No
final do ano 2 é esperado ter-se um uso da capacidade instalada de 95% no que toca a
produção, uma vez que se produzirá pouco mais que 8000 toneladas. No período seguinte
(ano 3) aumenta-se a carga laboral para 16 horas diárias. No ano 5 espera-se estar a produzir
85% da capacidade instalada.
5.3.
Custos
5.3.1.
CMVMC – Custo das matérias vendidas e matérias consumidas
Conforme a experiência vivida no mercado doméstica pela RST pode-se avançar que a
margem bruta média é de 60%. Não existe uma margem fixa, tudo depende dos contratos
feitos com os fornecedores, da existência ou não de concorrência, do produto adquirido. No
entanto será usado o valor médio no cálculo do CMVMC.
Ricardo Vega – 28852
Geralmente os fardos são comprados a empresas que gerem o tratamento de resíduos sólidos
urbanos (RSU), estes fardos vêm com papel, cartão e plástico misturado. È também comprado
produto a empresas industriais e organizações públicas, mais especificamente para adquirir
cartão (no caso da industria) e papel arquivo (bancos e organizações estatais). No caso de
Cabo Verde, com a exploração das unidades hoteleiras espera-se que destes fornecedores
venham grandes quantidades de cartão e mescla (papel misturado).
5.3.2.
FSE – Fornecimento e Serviços Externos
Relativamente a esta rúbrica dos custos, destacar os seguintes custos:
Trabalho especializado no ano 0 – Este custo diz respeito ao transporte da maquinaria
e tecnologia de separação, valorização e enfardamento de papel adquirida em Itália e
com destino a Cabo Verde. Também está englobado nesta rúbrica o custo de formação
dos trabalhadores, formação essa que é dada pela mesma empresa italiana.
Subcontratos e transporte de mercadorias – Como já foi referido numa fase inicial a
RST não terá frota, pelo que o transporte das mercadorias adquiridas será
subcontratado a empresas de Cabo Verde. Este transporte será marítimo quando
realizado entre as ilhas e terrestre quando realizado dentro das ilhas.
Conservação e reparação – Este gasto corresponde ao custo de manutenção do
equipamento básico e de transporte (empilhadores e maquinaria pesada), o valor diz
respeito 15%-20% do total investido nestes equipamentos.
Eletricidade – Tem um peso relevante na estrutura de FSE pois as máquinas estão
ligadas durante todo o turno laboral.
5.3.3.
CCP – Custos Com Pessoal
Salvo o cargo de direção todos os outros cargos pertencerão a cidadãos de Cabo Verde.
Importante referir que o salario mínimo em Cabo Verde é equivalente a 110€.
O IRS (IUR singular em Cabo Verde) varia consoante a remuneração base de cada
colaborador, a SS para a organização tem uma taxa de 15% e para o pessoal a taxa é de 8%.
Neste sentido, as remunerações base mensais serão as seguintes:
Direção – 2200€;
Administrativa – 180€;
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Comercial – 300€;
Produção/Operacional – 160€.
Não haverá de início aumentos salariais, haverá um prémio coletivo para atingimento de
objetivos de produção e respetiva venda anuais. O prémio será 0.15% do Volume Negócios e
será dividido igualmente por todos os colaboradores.
Os subsídios de férias e de natal serão pagos do mesmo modo que é feito em Portugal.
5.3.4.
Amortizações do Exercício
Ativos fixos tangíveis:
Quadro 11 - Investimento Ativos fixos tangíveis
Ano
0
1
2
3
4
5
Terrenos e Recursos Naturais
70 000
Edifícios e Outras Construções
430 000
50000
Equipamento Básico
1 000 000
100 000
Equipamento de Transporte
200 000
45 000 100000 50000
Equipamento Administrativo
3 000
Quadro 12 - Depreciações e amortizações
Os valores de amortização são os seguintes:
Edifícios – 2%
Equipamento Básico (Maquinaria) – 12%
Equipamento de Transporte – 25%
Equipamento administrativo – 25%
Programa computador – 33.3%
De salientar o peso das amortizações respeitantes a ativos fixos tangíveis, o que é natural pois
o projeto tem por base um setor industrial, com forte uso de maquinaria. O intelecto não é
Depreciações & Amortizaçõesacumuladas 0 1 2 3 4 5
Propriedades de investimento
Activos fixos tangíveis 179 350 358 700 538 050 740 650 917 500 1 107 850
Activos Intangíveis 667 1 333 2 000 2 667 3 333 4 000
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chave no negócio, tão pouco se trata de uma empresa tecnológica pura, o que justifica o valor
em ativos fixos intangíveis.
No documento
Dissertação M EE Ricardo Vega 50028852
(páginas 35-43)