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Recusa de autorização

No documento Decreto-Lei n. o 298/ (páginas 39-43)

CAPÍTULO II Processo de autorização

Artigo 20.º Recusa de autorização

1 - A autorização será recusada sempre que:

a) O pedido de autorização não estiver instruído com todas as informações e documentos necessários;

b) A instrução do pedido enfermar de inexatidões ou falsidades;

c) A instituição de crédito a constituir não respeitar os requisitos gerais de autorização previstos no artigo 14.º;152

d) O Banco de Portugal não considerar demonstrado que todos os acionistas reúnem condições que garantam uma gestão sã e prudente da instituição de crédito, nos termos do disposto nos n.os 1 e

2 do artigo 103.º;153

e) A instituição de crédito não dispuser de meios técnicos e recursos financeiros suficientes para o tipo e volume das operações que pretenda realizar;

f) A adequada supervisão da instituição de crédito a constituir seja inviabilizada por uma relação estreita entre esta e outras pessoas;154

149 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 201/2002. 150 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 201/2002. 151 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 152 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 153 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 52/2010. 154 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014.

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g) A adequada supervisão da instituição de crédito a constituir seja inviabilizada, ou gravemente prejudicada, pelas disposições legais ou regulamentares de um país terceiro a que esteja sujeita alguma das pessoas com as quais esta tenha uma relação estreita ou por dificuldades inerentes à aplicação de tais disposições;155

h) Os membros do órgão de administração ou fiscalização que não cumpram os requisitos de idoneidade, qualificação profissional, independência ou disponibilidade nos termos dos artigos 30.º a 33.º156

i) A sociedade não demonstrar ter capacidade para cumprir os deveres estabelecidos no presente Regime Geral e em regime específico que lhe seja aplicável.157

2 - Se o pedido estiver deficientemente instruído, o Banco de Portugal, antes de recusar a autorização, notificará os requerentes, dando-lhes prazo razoável para suprir a deficiência.

3 - As necessidades económicas do mercado não podem constituir motivo de recusa de autorização.158

Artigo 21.º

Caducidade da autorização

1 - A autorização caduca se a instituição de crédito não iniciar a sua atividade no prazo de 12 meses.159

2 - O Banco de Portugal poderá, a pedido dos interessados, prorrogar o prazo referido no número anterior por igual período.160

3 - A autorização caduca ainda se a instituição for dissolvida, sem prejuízo da prática dos atos necessários à respetiva liquidação.

Artigo 22.º

Revogação da autorização

1 - A autorização da instituição pode ser revogada com os seguintes fundamentos, além de outros legalmente previstos:

a) Se tiver sido obtida por meio de falsas declarações ou outros expedientes ilícitos, independentemente das sanções penais que ao caso couberem;

b) Se deixar de se verificar algum dos requisitos estabelecidos no artigo 14.º;

c) Se a atividade da instituição de crédito não corresponder ao objeto estatutário autorizado; d) Se, por período superior a seis meses, a instituição de crédito cessar atividade ou a reduzir para nível insignificante;161

e) Se se verificarem irregularidades graves na administração, organização contabilística ou fiscalização interna da instituição de crédito;162

155 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 156 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 157 Aditada pela Lei n.º 16/2015.

158 Aditado pelo Decreto-Lei n.º 157/2014.

159 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 160 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 201/2002. 161 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 162 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014.

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f) Se a instituição de crédito não puder honrar os seus compromissos, em especial quanto à segurança dos fundos que lhe tiverem sido confiados;163

g) Se a instituição de crédito não cumprir as obrigações decorrentes da sua participação no Fundo de Garantia de Depósitos, no Fundo de Resolução ou no Sistema de Indemnização aos Investidores;164

h) Se a instituição de crédito violar as leis e os regulamentos que disciplinam a sua atividade ou não observar as determinações do Banco de Portugal, por modo a pôr em risco os interesses dos depositantes e demais credores ou as condições normais de funcionamento do mercado monetário, financeiro ou cambial;165

i) Se a instituição de crédito renunciar expressamente à autorização, exceto em caso de dissolução voluntária nos termos do disposto no artigo 35.º-A;166

j) Se os membros dos órgãos de administração ou fiscalização não derem, numa perspetiva do órgão no seu conjunto, garantias de uma gestão sã e prudente da instituição de crédito;167

k) Se a instituição de crédito violar, de forma grave ou reiterada, as disposições legais ou regulamentares destinadas a prevenir o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo;168

l) Se a instituição de crédito deixar de cumprir os requisitos prudenciais relativos aos requisitos de fundos próprios, as regras relativas aos grandes riscos ou as regras de liquidez;169

m) Se a instituição de crédito cometer uma das infrações a que se refere o artigo 211.º170

2 - A revogação da autorização com base no fundamento a que se refere a alínea j) do número anterior fundamenta-se na verificação de que os membros dos órgãos de administração ou fiscalização, em consequência do incumprimento das medidas previstas no artigo 32.º, deixaram no seu conjunto de dar garantias de gestão sã e prudente da instituição de crédito.171

3 - A revogação da autorização concedida a uma instituição de crédito que tenha sucursais em outros Estados-Membros da União Europeia é precedida de consulta às autoridades de supervisão desses Estados-Membros, podendo, porém, em casos de extrema urgência, substituir-se a consulta por simples informação, acompanhada de justificação do recurso a este procedimento simplificado.172

4 - A revogação da autorização concedida a uma instituição de crédito com sede em Portugal que seja filial de um grupo transfronteiriço ou a uma empresa-mãe de um grupo transfronteiriço é feita em cumprimento do disposto nos artigos 145.º-AI e 145.º-AJ respetivamente.173

5 - A revogação da autorização implica dissolução e liquidação da instituição de crédito, salvo se, no caso indicado nas alíneas d) e i) do n.º 1, o Banco de Portugal o dispensar.174

163 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 164 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 165 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 166 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 167 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 168 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 169 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 170 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 171 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 172 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 173 Redação introduzida pela Lei n.º 23-A/2015. 174 Renumerado pela Lei n.º 23-A/2015.

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Artigo 23.º

Competência e forma da revogação

1 - A revogação da autorização é da competência do Banco de Portugal.

2 - A decisão de revogação deve ser fundamentada, notificada à instituição de crédito e comunicada à Autoridade Bancária Europeia e às autoridades de supervisão dos Estados-Membros da União Europeia onde a instituição de crédito tenha sucursais ou preste serviços.175

3 - O Banco de Portugal dá à decisão de revogação a publicidade conveniente e toma as providências necessárias para o imediato encerramento de todos os estabelecimentos da instituição de crédito, o qual se mantêm até ao início de funções dos liquidatários.176

4 – [Revogado].

Artigo 23.º-A177

Instrução do processo e revogação da autorização em casos especiais [Revogado].178 Artigo 24.º Âmbito de aplicação [Revogado]. Artigo 25.º Competência [Revogado]. Artigo 26.º Instrução do processo [Revogado]. Artigo 27.º

Requisitos especiais da autorização [Revogado].

Artigo 28.º

Revogação da autorização [Revogado].

Artigo 29.º

Caixas económicas anexas e caixas de crédito agrícola mútuo179

1 - O disposto nas alíneas b) e d) do n.º 1 do artigo 14.º e no presente capítulo não é aplicável às caixas de crédito agrícola mútuo.180

175 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 176 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 157/2014. 177 Aditado pelo Decreto-Lei n.º 201/2002.

178 Revogado pelo Decreto-Lei n.º 157/2014.

179 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 190/2015. 180 Redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 190/2015.

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2 - O disposto nas alíneas b) e d) do n.º 1 do artigo 14.º não é aplicável às caixas económicas anexas.181

Artigo 29.º-A182

Intervenção da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

1 - Sempre que o objeto da instituição de crédito compreender alguma atividade de intermediação de instrumentos financeiros, o Banco de Portugal, antes de decidir sobre o pedido de autorização, solicita informações à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sobre a idoneidade dos acionistas.183

2 - Se for caso disso, a Comissão prestará as aludidas informações no prazo de dois meses. 3 - A revogação da autorização de instituição de crédito referida no n.º 1 deverá ser imediatamente comunicada à Comissão.

Artigo 29.º-B184

Intervenção do Instituto de Seguros de Portugal

1 - A concessão da autorização para constituir uma instituição de crédito filial de uma empresa de seguros sujeita à supervisão do Instituto de Seguros de Portugal, ou filial da empresa-mãe de uma empresa nestas condições, deve ser precedida de consulta àquela autoridade de supervisão.

2 - O disposto no número anterior é igualmente aplicável quando a instituição de crédito a constituir seja dominada pelas mesmas pessoas singulares ou coletivas que dominem uma empresa de seguros nas condições indicadas no número anterior.

3 - Se for caso disso, o Instituto de Seguros de Portugal presta as informações no prazo de dois meses.

CAPÍTULO III

No documento Decreto-Lei n. o 298/ (páginas 39-43)