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Capítulo 3. Metodologia

3.2. Rede de Amostragem

A amostragem pode ser traduzida como parte da população ou do universo amostral que se deseja estudar, já que nem sempre é possível acessar completamente estes dados (Valério de Patta Pillar In Bicudo, 2004). A amostragem deste trabalho consistiu em um conjunto de quatro pontos pertencentes a sub-bacia do Ribeirão do Carmo, onde foram coletadas amostras de sedimentos, água e zooplâncton. A amostragem neste trabalho correspondeu a um ano hidrológico. As sazonalidade delimitou as datas das coletas de água, que desenvolveram-se no início e final das estações de seca e chuva. Já as coletas do sedimento (margem e fundo) foram realizadas somente no início do período de seca e no final do período de chuva. Para a discussão dos resultados, os compartimentos água e sedimento foram analisados separadamente, por se tratarem de ecossistemas com características próprias. A metodologia analítica deste trabalho foi dividida em duas partes: análise biótica e abiótica, sendo os resultados encontrados correlacionados na discussão.

Para delimitação da rede de amostragem foi utilizado um GPS (Global Position System) MAP® 60 CSX – Garmim. Este equipamento registrou as coordenadas dos pontos amostrados no Sistema Universal Transverso de Mercator (UTM) em datum SAD 69.

Os critérios a seguir, delinearam a escolha dos pontos (Figura 3.1), e estão dispostos em ordem de importância: acessibilidade, baixa correnteza, área impactada, área preservada, existência de levantamentos anteriores (metadados). A tabela abaixo apresenta as coordenadas dos pontos escolhidos.

24 Tabela 3.1: Pontos de Amostragem

Local Sigla Coordenadas

23K – Córrego Alegre Altitude (m) Município Estação Ecológica Tripuí Tri 652125, 7744976 1154m Ouro Preto

Distrito de Passagem de Mariana Pas 662031, 7743843 797m Mariana Prainha (bairro) Pra 664607, 7746369 703m Mariana Colina (bairro) Col 666152, 7747776 691m Mariana

Foi realizado trabalho de campo para investigação preliminar e escolha dos pontos. Foram escolhidos quatro pontos (figura 3.1), que atenderam a maioria dos critérios citados acima. Dentre os pontos escolhidos, três estão localizados no município de Mariana e somente um ponto encontra-se no município de Ouro Preto.

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O período de amostragem compreendeu um ano hidrológico, sendo as coletas realizadas nos meses: julho e setembro (2010), referido como estação seca; janeiro e março (2011), referido como estação chuvosa.

3.2.1 - Estação Ecológica do Tripuí – Ouro Preto

A Estação1 foi criada em 24 de abril de 1978, através do Decreto no. 19.157, com o nome de

Estação Biológica do Tripuí (Minas Gerais, 1978). O córrego Tripuí, objeto de estudo, possui como tributários o rio Botafogo e o córrego do Marzagão, sendo que o primeiro apresenta escoamento rápido, com seu leito bem encaixado, presença massiva de vegetação em suas margens. Recebe também as águas do córrego Cinábrio, que drena a área da antiga mina de mercúrio localizada na região (Cruz, 2002). Este ponto encontra-se em uma área com vegetação intensa, classificada como mata de galeria (Martins, 2001), que deixa o leito do rio sombreado a maior parte do tempo. O rio neste ponto apresenta-se raso, com baixa correnteza e águas claras.

3.2.2 - Passagem de Mariana – Mariana

Neste distrito encontra-se localizada a Mina de Passagem. O trecho do rio escolhido para amostragem encontra-se à montante da mina, em uma área urbana e central (dentro da área de estudo), recebendo a poluição orgânica entre outras contribuições antrópicas ou naturais do município de Ouro Preto (montante). O trecho estudado encontra-se sombreado na sua margem esquerda, com presença de residências em ambas as margens, já que o mesmo encontra-se em uma área urbana. Não foi observada presença de vegetação na margem esquerda do trecho estudado, logo, o leito do rio nesta margem encontra-se exposto diretamente aos raios solares. Foi observada a presença de uma residência apenas na margem esquerda. A calha do rio neste trecho estava composta por vários fragmentos de rocha, matacões e galhos que propiciam diferentes habitas para a microbiota.

3.2.3 - Bairro Prainha - Mariana

O Ribeirão do Carmo neste trecho recebe toda carga orgânica e outros tipos de poluição de parte da cidade de Mariana, como também de Passagem e Ouro Preto (montante). O local de coleta encontra-se em uma parte deste bairro, totalmente antropizado, sendo algumas vezes, utilizado pelas crianças como fonte de lazer. No trecho do rio analisado ainda podem ser encontradas pessoas praticando a atividade garimpeira, com constante alteração do seu leito. Devido a presença de residências em ambos os lados do trecho do rio, não foi constatada a presença de vegetação. Este trecho do rio é utilizado pela população como um bota-fora clandestino, sendo utilizado também como local de descarte de toda sorte de matérias – desde móveis, eletrodomésticos até o lixo residencial.

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3.2.4 - Bairro Colina – Mariana

Este bairro é o ponto mais a jusante dentro da área de estudo. Foi escolhida a margem direita para a realização de coleta de material para análise. A parte selecionada para a amostragem dentro do bairro localiza-se afastada de residências, estando imediatamente abaixo de uma espécie de aterro construído pela prefeitura local. O material constituinte deste aterro fazia parte de pequenas elevações presentes na área, que foi terraplanada para o desenvolvimento de um bairro. Na margem direita encontra-se a presença de vegetação herbácea e arbórea de pequeno porte. Nesta margem ocorre também a travessia de animais pelo leito do rio. na margem direita, segundo informações de vereadores do município será construída uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) que deverá recolher todo o esgoto produzido neste município.

3.3 - COLETA E ANÁLISE DOS PARÂMETROS BIÓTICOS

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