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Segundo a NBR 15526 (2016) uma rede de distribuição de gás de rua (canalizado) atende uma unidade residencial ou comercial, é necessária em primeiro lugar a construção do ramal (DRI) para interligação da rede externa, onde também e instalado uma válvula de bloqueio (VGB) na calçada (subterrâneo) a uma distância de 40 cm da linha do terreno para acesso da concessionária. Recomenda-se que o abrigo do regulador de pressão de primeiro estágio ou único estagio seja instalado na linha do terreno ou no máximo 3,00 m de distância desse alinhamento internamente, em residências unifamiliares (casas) um regulador de primeiro estágio atende uma pressão de trabalho necessária de 220 a 280 mmca (2,16 a 2,75 KPa), porém em instalações prediais e necessário os reguladores de primeiro e segundo estagio, com pressão de 7,5 kPa (764,8 mmca) que transfere para segundo estágio reduzindo para a pressão de trabalho 220 a 280 mmca (2,16 a 2,75kPa) pois em prédios a demanda e mais solicitada exigindo maior pressão e vazão.

Em instalações prediais pode ser feito uma prumada (tubulação) coletiva ou individual, é estabelecido pela norma critérios mínimos exigíveis para o projeto e execução de redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residências, que não exceda a pressão de operação de 150 kPa (1,53 kgf/cm²), podem ser abastecidos tanto por canalização de rua mas também pode ser abastecida por uma central de gás (GLP) cilindros que são armazenados no condomínio em um local especificado por um responsável técnico, conduzindo o gás desta central até os pontos de utilização por meio de tubulações a norma é aplicável para residências, comércios ou outros lugares que usem em seu interior aparelhos alimentados por gás, como, (forno, fogões, aquecedores de água entre outros). (NBR 15526, 2016)

Para o uso e instalações internas a norma recomenda que o responsável providencie documentos como, projeto e memorial de cálculo indicando os materiais utilizados, o diâmetro das tubulações, comprimento das tubulações, tipos e localização de válvulas e acessórios conforme figura 18 exemplificando uma instalação interna e figura 19 demonstrando uma prumada.

Figura 18 – Exemplo de instalação interna (USP, 2017)

Figura 19 - Prumada individual (Gás liquefeito de petróleo-GLP) (TIGREGÁS, 2019)

Ainda é exigido um laudo de estanqueidade, o registro da liberação da utilização da rede, e as ART’S (Anotação de Responsabilidade Técnica) do responsável técnico da elaboração do projeto, execução e instalação, ensaio de estanqueidade e inspeção e manutenção, deve ser realizado inspeções periódicas na rede interna com intervalo máximo de 5 anos ou de acordo com definição de autoridade competente. A inspeção é realizada com objetivo de manter as condições de operação e de segurança, verificando todos os componentes do conjunto. (NBR 15526, 2016)

O material utilizado na instalação (tubos, conexões, elementos para interligação, válvulas de bloqueio, reguladores de pressão, medidores, manômetros,

filtros e dispositivos de segurança), deve possuir resistência físico-química adequada a sua utilização, ser compatível com o tipo de gás utilizado GN (Gás Natural) ou GLP (Gás Liquefeito do Petróleo). (NBR 15526, 2016)

Para o dimensionamento deve ser feito o levantamento de consumo de gás, pois e importante para o dimensionamento da rede para que no pico do consumo não haja a falta na distribuição do gás, levando em consideração os aparelhos que serão utilizados, para determinar o consumo máximo instantâneo da rede. Para o consumo máximo instantâneo deve-se levar em consideração o PCI (Poder Calorífico Inferior) considerado uma simultaneidade do uso dos aparelhos e aumento da demando no futuro. A pressão interna dentro das unidades habitacionais devem ser de no máximo de 7,5 kPa e o dimensionamento deve ser realizado para atender a máxima vazão necessária (NBR 15526, 2016)

Após o levantamento do consumo deve ser estudado o traçado da rede e projetado um isométrico (desenho) para a leitura do traçado da rede, de modo que as tubulações devem ser instaladas em locais com ventilação permanente, a rede jamais poderá ser instalada em ambientes confinados, caso haja vazamento o gás não se acumule no local e possa se dissipar no ar, assim evitando possíveis incidentes, é necessário que tenha fácil acesso para manutenção e compatibilização com os demais projetos. A instalação interna pode ser feita aparente, embutida nas paredes ou enterrada, É proibida a instalação em dutos em atividade, reservatórios de água, compartimento de equipamentos elétricos, elementos estruturais, entre outros especificados na norma. É proibido à utilização de tubulações de gás como condutor ou aterramento elétrico, também proibida a dobra de tubos rígidos nas instalações de rede interna, deve-se manter os afastamentos mínimos exigidos pela NBR conforme tabela 2. (NBR 15526, 2016)

Para tubulações que inevitavelmente precisem passar por um lugar confinado há alguns critérios, a tubulação deve passar pelo interior de um tubo (tubos ventilados, tubo-luva) conforme figura 20, que vá de uma extremidade a outra tendo suas saídas para a atmosfera e que precisa ter resistência adequada a sua utilização, fora a edificação, ser estanque em toda extensão, proteção contra corrosão e quando em alguns casos a tubulação precise passar por dentro de um

forro, é necessária uma ventilação mínima no forro para que não haja o acumulo do gás conforme figura 21. (NBR 15526, 2016)

Tabela 2 - Afastamento mínimo na instalação de tubos

Tipo Rede em paralelo

b

mm

Cruzamento de rede b

mm Sistemas elétricos de potencia em

baixa tensão isolados em eletrodutos não metálicos a

30 10 (com isolante)

Sistemas elétricos de potência em baixa tensão isolados em eletrodutos metálicos ou sem eletrodutos a

500 c

Tubulação de água quente e fria 30 10

Tubulação de vapor 50 10

Chaminés 50 50

Tubulação de gás 10 10

Outras tubulações (água pluviais,

esgoto) 50 10

a Cabos telefônicos, de TV e de tele controle não são considerados sistemas de potência. Considerar um afastamento suficiente para permitir a manutenção.

c Nestes casos a instalação elétrica deve ser protegida por eletroduto numa distância de 500 mm para cada lado e atender à recomendação para sistemas elétricos de potência em eletrodutos em cruzamento

FONTE: (NBR 15526, 2016)

Figura 21 - Ventilação mínima forro (COMGÁS, 2014)

Na fixação dos tubos quando de cobre os suportes ou abraçadeiras metálicas não pode obter formação da pilha galvânica decorrente da aproximação de dois metais diferentes, usando um elemento plástico apropriado para fazer o isolamento. Sendo proibida a instalação apoiada, amarrada ou fixada em tubulações já existentes, também incluindo instalações elétricas. (NBR 15526, 2016)

Para tubulações enterradas, deve manter-se o afastamento de outras instalações existentes e estruturas de no mínimo 30 cm. Sua profundidade deve ser definida com 30 cm para locais não sujeitos a trafego de veículos e 50 cm em locais sujeitos a trafego de veículos. Os acoplamentos dos elementos que compõem a rede interna podem ser executados através de rosca, solda, compressão e flange. (NBR 15526, 2016)

A norma exige que toda rede obtenha válvulas de bloqueio e que estejam de fácil acesso, manual que permita a interrupção do suprimento do gás combustível na edificação, em cada unidade habitacional. As válvulas devem ser identificadas e instaladas em lugares ventilados. Ainda deve haver um local para regulagem e medição do gás, através de medidores que são selecionados para atender e quantificar a vazão prevista máxima. (NBR 15526, 2016)

Os reguladores devem ser instalados quando a necessidade de regulagem de primeiro e segundo estágio na rede interna da edificação, quando a pressão da rede (ramal) interna é maior que a pressão de trabalho do aparelho alimentado a gás. O local de regulagem e medição deve estar no interior ou exterior da edificação,

possibilitar leitura, inspeção, manutenção, e estar protegido quanto a ataque de terceiros. (NBR15526, 2016).

Os dispositivos de segurança devem ser instalados para garantir a integridade e a segurança na operação da rede de gás interna, devem no mínimo ser previstos os dispositivos de segurança conforme tabela 3.

A válvula de alívio e a válvula de bloqueio por sobre pressão devem ser ajustadas conforme tabela 4.

Tabela 3 - Quantidade mínima de dispositivo (s) de segurança

Pressão de entrada (PE) (montada no regulador de pressão) Pressão de saída (PS) ( Jusante do regulador de pressão) Quantidade mínima de disposto de segurança Tipos de dispositivos de segurança PE ≤ 150 kPa Fornecimento direto para o aparelho a gás ou outro regulador O - 150 kPa ≤ PE ≤ 700 kPa Fornecimento direto para o aparelho a gás 1 Bloqueio de sobrepressão ou duplo diagrama Fornecimento para outro regulador 1 Alívio pleno ( se Q ≤ 10 m3/h GN ou ≤ 12 kg/h GLP ) ou bloqueio de sobrepressão ou limitador de pressão PE ≤ 700 kPa PS ≤ 1,5 bar 2 Bloqueio de sobrepressão + monitor ou bloqueio de sobrepressão + limitador de pressão FONTE: (NBR 15526, 2016)

De acordo com a NBR 15526 (2016) redes internas aparentes devem ser pintadas de amarela para identificação, exceto quando a necessidade de harmonia arquitetônica pode ser pintada de outra cor, porém deve conter identificação com a palavra “GÁS” no máximo a cada 10 m.

Tabela 4 - Condições de acionamento do dispositivo de segurança. Pressão de saída (PS) ( jusante do

regulador de pressão

Pressão máxima de acionamento do dispositivo de segurança kPa

PS < 7,5 kPa PS x 3 (limitado a 14,0 kPa)

7,5 < PS < 35 kPa PS x 2,7 ( limitado a 94,5 kPa)

PS > 35 kPa PS x 2,4

FONTE: (NBR 15526, 2016)

Para que seja garantida a qualidade da montagem/construção da tubulação, deverá ser realizado um teste de estanqueidade, antes de comissionar à rede, para o teste de estanqueidade é feito para encontrar a possibilidade de ocorrer vazamentos e observar a resistência sobre a pressão de operação da rede. Aconselha primeiramente que faça uma inspeção visual rigorosa. As etapas devem ser feitas com gás parado ou ar comprimido.

Os aparelhos de consumo a gás devem ser instalados de acordo com a norma NBR 13103 (2015) sendo ligados por meio de válvulas de bloqueio individual para cada aparelho assim podendo ser retirada sem interromper o abastecimento dos outros aparelhos da rede. Na necessidade de conversão para outro gás combustível é feita a verificação do dimensionamento da rede existente se é adequada à utilização desse gás substituto. Caso negativo deve-se procurar a fazer novamente a rede de distribuição interna. A figura 22 mostra um exemplo de distribuição de uma rede interna em uma residência.

5.0 Estudo de caso

Nesse trabalho serão avaliados os processos de instalação de uma rede de distribuição interna de gás combustível, adequação de uma rede de distribuição interna para o recebimento do gás natural conforme critérios estabelecidos pela norma NBR 15526 (2016) e NBR 13103 (2015).

Serão avaliados os processos de construção de uma nova linha de distribuição e instalação de reguladores de pressão.

5.1 Caso I

No estudo de caso foi acompanhado os processos de instalação e adequação das linhas de distribuição para a troca do fornecimento de gás combustível de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) para GN (Gás Natural), em um condomínio unifamiliar de 173 unidades residenciais localizado na Rua Anny, no bairro São João Clímaco na cidade de São Paulo.

O Condomínio já possui tubulações existentes na prumada individual, que foram vistoriadas se atende todos os critérios estabelecidos por norma NBR 15526 (2016) NBR 13103 (2015), por motivos de custos e viabilidade técnica o condomínio optou pela troca do fornecedor de gás (concessionária distribuidora de gás GLP), assim optando para a fornecedora de gás natural.

Figura 23: Localização do condominio 1 (GOOGLE MAPS)

5.1.1 1º Passo: Instalação do ramal D.R.I (Distribuição do ramal interno)

A rede externa de distribuição que atende o condomínio (em projeto) será construída em tubulação de polietileno com diâmetro dimensionado conforme

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