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Redes de Relacionamentos das Empresas Residentes com outras Empresas Inflenciando na Inovação

2 REVISÃO DA LITERTURA

2.4 MODELO TEÓRICO DE ANÁLISE

2.4.3 Redes de Relacionamentos das Empresas Residentes com outras Empresas Inflenciando na Inovação

A rede de relacionamento das empresas residentes com outras empresas refere-se à relação que envolve colaborações formais ou informais, joint ventures ou trocas de informações básicas entre as empresas residentes em ambientes de inovação com outras empresas (SOETANTO; JACK, 2013). Por estarem localizadas no mesmo local, as empresas podem compartilhar experiências, contatos de negócios ou estabelecer projetos colaborativos (DUFF, 1993). Tais interações permitem que as empresas utilizem conhecimentos já existentes ou a tecnologia de outras empresas (SOETANTO; JACK, 2013).

As empresas podem utilizar as redes para o acesso a recursos intangíveis, como o conhecimento (SOETANTO; JACK, 2013) e, para isto, são necessárias interações repetidas para reunir conhecimentos que podem melhorar as capacidades da empresa (COHEN; LEVINTHAL, 1990; LIN; LI; CHEN, 2006). Os conhecimentos obtidos a partir de uma rede com outras empresas são normalmente informações, experiências e conselhos

para resolver os problemas de negócios ou desafios, e é uma das principais razões para as empresas estarem em um parque (DETTWILER; LINDELÖF; LÖFSTEN, 2006; LÖFSTEN; LINDELÖF, 2005; SOETANTO; JACK, 2013).

Se uma empresa possui um bom relacionamento com outras empresas, ela melhora a qualidade e a quantidade das suas interações, sua vontade e capacidade em buscar conhecimento, além de se beneficiar deste compartilhamento de conhecimento (COOPER; HAMEL; CONNAUGHTON, 2012; SOETANTO; JACK, 2013). Os inquilinos dos parques têm a oportunidade de conhecer uns aos outros e construir redes de formas variadas e o fato das empresas trabalharem no mesmo ecossistema faz com que o compartilhamento de recursos entre as empresas seja mais provável de acontecer (COLOMBO; GRILLI; PIVA, 2006; SOETANTO; JACK, 2013).

A existência de relações informais entre pessoas das diferentes empresas, centros, universidades, e as relações formais (por exemplo, contratos e acordos) entre as instituições e as empresas agregam valor e potencial para a criatividade e inovação (BELLAVISTA; SANZ, 2009; MOUDI; HAJIHOSSEINI, 2011). Estas estruturas em rede podem facilitar a criatividade e a inovação através do fornecimento de uma quantidade enorme de informações e ideias geradas em conexões pessoais e organizacionais heterogêneas (BELLAVISTA; SANZ, 2009; DAMANPOUR, 1991; EUROPEAN COMMISSION, 2007; VOLBERDA; VAN DEN BOSCH; HEIJ, 2013).

As empresas que atuam em redes têm um nível muito alto de interações através das suas fronteiras, proporcionando parcerias, mobilidade dos funcionários, reuniões, conferências, projetos e a gestão de todos esses recursos pode contribuir para as inovações (MILES, 2008). Os parques tecnológicos são normalmente associados com fortes efeitos de redes e elevados níveis de capital social (COOPER; HAMEL; CONNAUGHTON, 2012; EUROPEAN COMMISSION, 2007). Assim, os parques aproximam as empresas (LINDELOF; LOFSTEN, 2002; LINK; SCOTT, 2007), gerando assim maiores oportunidades de parcerias entre as mesmas (RADOSEVIC; MYRZAKHMET, 2009).

O impacto dos parques é maior no nível informal e contribui para o desenvolvimento de redes heterogêneas, incluindo diversos atores (produtores de conhecimento, usuários disseminadores), diversas origens disciplinares ou mesmo em setores industriais distintos (EUROPEAN COMMISSION, 2007). O capital social que

pode, assim, desenvolver-se em parques, pode facilitar a troca de conhecimento tácito ou o maior acesso a recursos humanos qualificados.

Para as pequenas empresas, a mais importante barreira à introdução da inovação é a falta de parceiros externos (HEWITT-DUNDAS, 2006), o que pode ser solucionado com maior sucesso se a empresa estiver em um parque tecnológico. Para as empresas startups, os processos de negócios compartilhados entre as empresas residentes em parques poderia aumentar a sua capacidade de se adaptar ao mercado em cada etapa do seu desenvolvimento, principalmente se puderem compartilhar experiências com empresas de alta performance (COOPER; HAMEL; CONNAUGHTON, 2012).

Os parques estão transbordando os limites organizacionais, facilitando uma melhor integração dos vários agentes localizados neles, facilitando o fluxo de transferência de conhecimento e tecnologia entre os agentes participantes (BELLAVISTA; SANZ, 2009). Empresas inovadoras constroem redes com outras empresas do mesmo ambiente de inovação para criar um ambiente de apoio mútuo e o trabalho em rede com outras empresas. Isto foi tratado como uma das principais razões das empresas estarem localizadas no Daresbury Science and Innovation Campus (46,8% de ocorrência nos casos analisados) (SOETANTO; JACK, 2013) e na incubadora da University of Southampton (WARREN; PATTON; BREAM, 2009). No caso da Petroceramics o parque desempenhou um papel fundamental na espiral de inovação fomentando o relacionamento entre as empresas (CANTÙ, 2010).

As redes de relacionamentos com outras empresas referem-se às interações com outras empresas (BELLAVISTA; SANZ, 2009; MOUDI; HAJIHOSSEINI, 2011), podendo compartilhar experiências, contatos de negócios ou estabelecer projetos colaborativos. Para avaliá-las, será utilizado como base o estudo de Soetanto e Jack (2013) que estudou a relação entre empresas incubadas, pois este estudo foi o estudo mais próximo encontrado que mensura a relação entre empresas no contexto dos parques tecnológicos. Assim, foram utilizadas as variáveis “combinação de ativos físicos e financeiros para a criação de novas empresas”, “uso de equipamentos, laboratórios, pesquisa e instalações de outras empresas”, “parcerias de negócio (compartilhando informações de mercado e conhecimento técnico)” e “colaborações em projetos (compartilhando conhecimento

técnico)” que serão medidas de acordo com o seu uso, utilizando uma escala Likert (1: nunca; 5: muito frequente).

A seguir é apresentada a Hipótese 3 da presente tese vinculando as redes de relacionamento das empresas residentes nos parques tecnológicos com outras empresas e as inovações desenvolvidas pelas empresas.

Hipótese 3 – O uso das redes de relacionamentos com outras empresas proporcionadas pelo parque tecnológico influencia positivamente na inovação das empresas nele residentes.

H3a – O uso das redes de relacionamentos com outras empresas proporcionadas pelo parque tecnológico influencia positivamente a inovação de produto das empresas nele residentes.

H3b – O uso das redes de relacionamentos com outras empresas proporcionadas pelo parque tecnológico influencia positivamente a inovação de processo das empresas nele residentes.

H3c – O uso das redes de relacionamentos com outras empresas proporcionadas pelo parque tecnológico influencia positivamente a inovação de marketing das empresas nele residentes.

H3d – O uso das redes de relacionamentos com outras empresas proporcionadas pelo parque tecnológico influencia positivamente a inovação organizacional das empresas nele residentes.

2.4.4 Redes de Relacionamentos das Empresas Redidentes com Universidades