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1. INTRODUÇÃO

2.1 Turismo: Abordagens Conceituais

2.1.7 Redes Turísticas

De acordo com Martinez (2005), a maneira com que os trabalhadores locais interagem dentro da rede turística é relevante para o estudo do funcionamento do turismo, pois segundo o autor, permite a identificação da importância de cada segmento dentro do sistema turístico.

Segundo Gomes (2008), na cadeia de turismo há uma relação intrínseca entre os agentes. Cada parte da rede exerce a sua função isoladamente, como em outros setores da economia. Há desta forma, segundo o autor, uma relação harmoniosa entre os mais diversos segmentos com a participação ativa do turista no momento da prestação de serviços.

Desta forma, a estrutura de produção do turismo é composta pelos agentes locais e agentes externos, assim descritos:

 Agentes locais que são segmentos da rede de alimentação, transportes, entretenimento, agências de receptivo;

 Agentes externos, que incluem operadores de turismo e as agências de viagens; e os agentes de apoio, que são bancos, hospitais, postos de combustíveis, supermercados, dentre outros serviços.

Após os anos 80, o turismo se desenvolve de forma veloz, o significado de redes turísticas devido a estudos para a gestão, planejamento de negócios, como sendo sistemas organizados e definidos por um tipo específico de relação que as vinculam. (ARTESI, 2003).

Kotler (1993) conceitua o mercado turístico como o processo que envolve todos os consumidores e potencializa, com a necessidade, um desejo específico para atender um desejo.

Nas relações comerciais, é evidente compreendermos a conexão entre várias empresas com propósito mercantil, seus produtos, sua relação de compra e venda, enfim, seu negócio. A rede turística aborda o assunto, sobre o ponto de vista de uma rede de serviços, pontuando suas conexões e seu potencial que afirmará a sua força econômica para o setor.

Silva (2000) define o segmento do turismo como uma atividade que envolve diversas unidades articuladas de maneira bem peculiar. Isso torna a organização turística bastante idealizadora e ao mesmo tempo complexa, única. Tal sistema pode ser percebido através das relações e, dentro destas, uma ampla rede que exerce múltiplas tarefas.

Todo o destino turístico necessita de uma oferta de serviços capaz de atrair, manter e satisfazer seus visitantes. Esta oferta de serviços é formada por uma gama de organizações e de atores, podendo ser chamada de “rede turística” (SILVA, 2000).

O turista, quando está em um destino turístico, torna-se alvo principal dos serviços oferecidos pela rede turística que está relacionada desde os mais simples serviços oferecidos até os mais envolventes, dinâmicos e pessoais. Desta forma, é necessário compreender que os serviços deverão ser integrados e participativos, sendo assim, a atividade turística acabará fluindo em redes e atendendo suas necessidades.

A rede turística foca o conceito relacionando à perspectiva de uma rede de serviços, conexões e potencial que trarão à localidade uma força econômica ligada ao turismo. A organização em rede tem enorme poder de promover a divulgação de informações e a troca de experiências de forma descentralizada. Essa estrutura e sua forma de organização induzem à colaboração, cooperação, ao trabalho, à gestão compartilhada e ação autônoma e individual integrada a uma visão coletiva.

Tinsley e Lynch (2004) reconhecem a importância do conceito e trabalho em redes para o significado das empresas, no entanto, a caracterização em pequenas empresas turísticas ainda é muito tímida.

O conceito em rede está intrinsecamente ligado ao conceito deste importante setor , ligado aos atores que cooperam e influenciam, tentando dessa forma assumir uma posição privilegiada de maior poder, mas sem nunca deter por completo o controle da rede e elaboração do produto turístico.

A rede de relações existentes numa região ou destino turístico terá também uma importância na percepção dos atores que participam deste território, tornando a essa rede um próprio recurso voltado à localidade. De maneira ampla existe um conjunto composto por várias organizações e de atores, formando assim a rede turística. Os componentes dessa rede participam motivados por um interesse comum que dinamiza e mantém as relações em funcionamento.

Esta visão do território é também considerada por Johnston e Araújo (2002), em que os autores definem espaço e localidade como algo no qual as organizações são elementos ativos e em que serão estruturados relacionamentos consolidados nas atividades e recursos localizados nesse mesmo local.

De fato, no estudo de Johnston e Araújo (2002), a localidade é percebida como origem de consequências, a visão do local ou território como um simples espaço de atividades econômicas.

Os territórios são envolventes nas quais as organizações são diretamente ativas e têm uma presença num ponto do tempo, sendo configurados através de relações formadas na base de atividades e recursos encontrados nessa envolvente específica (JOHNSTON; ARAÚJO, 2002 p.10).

Segundo os mesmos autores:

O espaço é inseparável dos indivíduos, instituições e organizações. (…) As localizações espaciais, tomadas enquanto conceptualizações (sic!) abstratas sejam elas denominadas cidades, aglomerados ou regiões não assumem dema siada valia. “A relevância de uma perspectiva espacial reside nas associações e funções de fatores que interagem dentro e através de um dado espaço”, (JOHNSTON; ARAÚJO, 2002, p.5).

Johnston e Araújo (2002) conceituam também que os territórios podem conter recursos tangíveis e intangíveis, sendo que os tangíveis assumem uma dimensão de bens públicos. O conceito de redes dentro do setor turístico é incipiente e considerado novo. De acordo com Villafuerte e Flecha (2006), e por isso necessidade de bibliografias, pesquisas, maiores informações ainda que alguns autores e investigadores estejam pesquisando supracitado conceito.

Entre os aspectos considerados positivos através da rede está à preservação da cultura, o aspecto econômico, melhores de moradia resultantes pela população e principalmente um planejamento global para o desenvolvimento local, no qual se busca melhorar a qualidade de vida, através do turismo, unindo os recursos naturais, culturais e tradicionais.