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Inércia térmica média m= 0,8

ti ax= te + − m · ∆T + − m · E

, + − , . , + − , . , = , ℃ (TBS-Temp. bulbo seco).

Determinação da temperatura de bulbo úmido (Carta Psicrométrica para a cidade de São Paulo):

Figura 57 - Carta Psicrométrica para a cidade de São Paulo, identificação da temp. de bulbo seco (T.B.S) e Temp.

de bulbo úmido (T.B.U). Fonte: FROTA, (2003) – Nota: modificado pelo Autor. TBS= 20,6 0C

113 Determinação de temperatura efetiva:

Figura 58 - Nomograma de Temperatura Efetiva para pessoas normalmente vestidas, em atividade leve - Fonte:

FROTA, (2003) – Nota: modificado pelo Autor.

T.E= 17,50C (velocidade do ar= 1,0m/s)

T.E= 18,50C (velocidade do ar= 0,5m/s)

Para as considerações, identificou-se que no período de inverno, o apartamento analisado, não se enquadra na zona de conforto onde encontra-se entre

Temperatura efetiva interna ou corrigida:

Fora da Zona de conforto Fora da Zona de conforto

TBS= 20,6 0C

114 230C à 270C. Recapitulando, Frota (2003), afirma que as “zonas de conforto” deveram

ser aplicadas como indicação e analisadas acerca de sua aplicabilidade às condições específicas de projeto e de realidade ambiental. Lembrando que o cálculo de temperatura efetiva corrigida não é determinação estabelecida pela NBR 15575:2013.

8.10.3 Transmitância térmica, atraso térmico na unidade habitacional

Na tabela 17 a seguir, demonstra-se o cálculo para a identificação das horas de atraso térmico do concreto.

115

Tabela 17 - Memorial de cálculo da parede de concreto armado. Fonte: FRETIN (2013). Nota: modificado pelo

Autor.

Segundo a NBR 15220 – parte 3 (2005c), segue abaixo, na tabela 20, as recomendações de transmitância térmica e atraso térmico para cada tipo de vedação externa para a zona bioclimática 3.

116 Tabela C.2 - Transmitância térmica, atraso térmico para cada tipo de vedação externa

Tabela 18 - Tabela de Transmitância térmica e atraso térmico de paredes e coberturas. Fonte: NBR 15220 – parte 3 (2005c). Nota: modificado pelo Autor.

Com o resultado obtido pelo memorial de cálculo do concreto da tabela 17, observamos que a análise das paredes externas da unidade habitacional enquadra- se na classificação de parede leve e refletora, com transmitância térmica U = 3,62 W/m2.K e atraso térmico de φ= 3,1, atendendo as exigências da norma como

especificado na tabela 18 acima.

A NBR 15220:2005 – parte 3, tabela 7, determina que as aberturas devem atender uma porcentagem mínima para a eficiência de ventilação, considerada média como segue na tabela 19 a seguir.

Tabela 19 - Tabela extraída da NBR 15220:2005 – parte 3: Aberturas, Vedações e condicionamento térmico passivo – Fonte: NBR 15220:2005 – parte 3. Nota: modificado pelo Autor.

117

A figura 59, a seguir, demonstra o recuo do caixilho na fachada, possibilitando o sombreamento para o acondicionamento térmico passivo. Esta estratégia de projeto atende os requisitos da NBR 15220:2005 – tabela 7, como demonstrado na tabela 19 acima. Na tabela 17, pelo resultado obtido a partir do memorial de cálculo do concreto, enquadra-se pela referência paredes leves e refletoras, onde estrategicamente utilizou-se na fachada da edificação acondicionamento passivo. Foram usados, no processo construtivo, painéis de concreto de 5 cm em um extremo e painéis de 8cm no outro extremo, formando um espaço de 15cm de ar para convecção natural.

Figura 59 - Blocos de concreto – fachada e caixilhos originais máx-ar. - Fonte: Issac (2007) – Nota: modificado pelo Autor.

Os grandes recuos entre os blocos definem uma estratégia para o sombreamento. Na simulação computacional de insolação, observa-se então o espaço interno sendo favorecido pelo sombreamento. Como mencionado anteriormente, são soluções de eficiência térmica no caso de zonas bioclimáticas 3, como demonstra as figuras 60a, 60b, 61, 62a e 62b a seguir.

Convecção natural Painéis de Concreto

Sombreamento Caixilho recuado

118

Figura 60a - Simulação de insolação às 13:00 no dia 20/02/2013 e a Figura 60b - Simulação de insolação às

15:00 no dia 20/02/2013. Fonte: Autor.

Figura 61 - Pátio interno entre blocos, favorecendo o sombreamento

119

Figura 62a e 62b - Pátio interno entre blocos, favorecendo o sombreamento nas janelas das unidades

habitacionais. Fonte: Issac (2007).

Segundo NBR 15220:2005 – parte 3, tabela C.1 – Aberturas para ventilação, demonstrada na tabela 22 a seguir, a unidade habitacional analisada enquadra-se na classificação: ventilação média com 15% < A < 25% da área de piso.

Tabela 20 - Tabela de aberturas para ventilação. Fonte: NBR 15220:2013 – parte 3. Nota: modificado pelo Autor.

A determinação das aberturas para ventilação está em função da área total do piso com a área total envidraçada, como demonstrado nas figuras 63 e 64 a seguir.

120

Figura 63 - Planta da unidade habitacional com demarcação da área de piso, considerando o cálculo das aberturas

para ventilação média com 15% < A < 25% da área de piso. Fonte: Laboratório de Artes Gráficas da FAAUSP.

Nota: modificado pelo Autor.

Figura 64 - Detalhe reduzido da fachada frontal do bloco com a demarcação da área envidraçada, considerando

o cálculo das aberturas para ventilação média com 15% < A < 25% da área de piso. Fonte: Arquivo FAUUSP -

Nota: modificado pelo Autor.

Área do piso

Área Envidraçada

121 Para Gurgel (2012), a utilização dos ventos é essencial para o resfriamento passivo. Para tal, deve-se conhecer muito bem as características, identificando a direção e a intensidade dos ventos locais. É possível então posicionar a edificação no terreno, de tal modo que os ventos frios cruzem o interior da unidade e favoreçam a saída do ar quente, dessa forma alcançando um resfriamento passivo eficiente como demonstrado nas figuras 65 e 66 a seguir.

Figura 65 – Planta esquemática do bloco e das unidades habitacionais Zezinho Magalhães Prado, onde mostram como a dimensão da captação da brisa e da abertura para sua saída do ambiente influenciam na velocidade e distribuição interna da ventilação no ambiente em questão. Fonte: Arquivo FAUUSP. Nota: modificado pelo Autor.

Figura 66 – Corte longitudinal do bloco e das unidades habitacionais Zezinho Magalhães Prado. Exemplo esquemático de ventilação cruzada por aberturas e corredores externos do bloco. Fonte: Arquivo FAUUSP - Nota: modificado pelo Autor.

122 8.10.4 Simulação da eficiência térmica utilizando o software Designer Builder

Retoma-se as questões de desempenho térmico determinadas pela NBR 15575:2013, em que está estabelecido que as simulações devem ser realizadas para os dias típicos de verão e inverno e são definidas três faixas de conforto para aceitação do projeto. Em um desempenho detalhado, a norma considera que a resposta térmica global da edificação está vinculada à exposição dinâmica e clima específico por meio de medições ou simulações por meio de programas. As faixas consideradas são: mínima, intermediária e superior.

Os parâmetros se referem à transmitância térmica e à capacidade térmica das paredes, e à transmitância térmica das coberturas18. Tanto

as paredes quanto as coberturas estão relacionadas às cores usadas, estando implícita a propriedade de absortância do material. (CAIXA, 2010, p. 60)

Segundo CBIC19 (2013), os parâmetros de análise de eficiências térmicas

podem ser fornecidos por sistemas computacionais:

Para a realização das simulações computacionais, recomenda-se o emprego do software EnergyPlus. Outros softwares de simulação podem ser utilizados, desde que sejam validados pela ASHRAE Standard 140 e permitam a determinação do comportamento térmico de edificações sobre condições dinâmicas de exposição a clima, sendo capazes de reproduzir os efeitos de inércia térmica.” (NBR 15575:2013, p. 20).

Nas tabelas e gráficos a seguir, será demonstrado a análise de eficiência térmica no apartamento da unidade habitacional do 2º Andar (intermediário), do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado (Bloco Espírito Santo). A análise computacional foi confeccionada pelo software Designer Builder, o qual possui uma

18A parte 2 da NBR – 15220:2005, indica como calcular estes parâmetros. 19 Câmera Brasileira da Indústria da Construção, 2013.

123 interface flexível para simulações de desempenho térmico de edifícios, por meio da ferramenta EnergyPlus20.

Na tabela 21 e no gráfico 9, abaixo, organizam-se os valores variáveis de temperaturas. É analisada a temperatura em relação aos fatores ambientais no dia de solstício de verão (20/01/2013), definindo-se para cada coluna:

 Coluna azul, as temperaturas internas da unidade;  Coluna vermelha, as temperaturas externas da unidade;

20/01/2013 - Hora Temperatura Int. (0C) Temperatura Ext. (0C)

0:00 24,3 24,0 1:00 24,4 23,3 2:00 24,2 23,0 3:00 24,1 23,0 4:00 24,1 22,3 5:00 23,9 22,0 6:00 23,8 23,5 7:00 24,3 25,5 8:00 25,0 27,5 9:00 25,6 29,5 10:00 26,2 30,0 11:00 26,4 31,5 12:00 26,9 32,8 13:00 27,3 33,0 14:00 27,6 33,0 15:00 27,9 33,0 16:00 28,1 TEMP. MÁX. EXT.= 33,8 17:00 28,5 33,3 18:00 TEMP. MÁX. INT.= 28,6 30,8 19:00 28,2 29,3 20:00 27,9 27,5 21:00 27,5 24,8 22:00 26,8 23,3 23:00 26,5 22,3

Tabela 21 - Tabela de simulação térmica computacional do período de solstício de verão no apartamento

(intermediário) do 2º andar da unidade do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães do Prado, bloco Espírito Santo. Temp. máx. interna e externa - Fonte: Modelagem no software Designer Builder - Nota: do Autor.

20 O EnergyPlus é um software, criado a partir dos programas BLAST e DOE-2 e distribuído pelo Departamento de Energia dos

124

Gráfico 5 - Gráfico de Temperatura Variável no dia de Verão da Tabela de simulação do apartamento

(intermediário) do 2º andar da unidade do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães do Prado, bloco Espírito Santo. Fonte: Modelagem no software Designer Builder. Nota: do Autor.

Segundo a NBR 15575:2013, segue na tabela 19 a seguir as faixas de exigência para atendimento de conforto térmico, no dia típico de verão.

Tabela 22 – Classificação segundo a NBR 15575:2013 das faixas de conforto térmico para dia típico de verão.

Fonte: NBR – 15575:2013 e NBR 15220:2005. Nota: modificado pelo Autor.

Na simulação, adquirida pelo software Designer Builder no dia 20/01/2013, em um dia de verão, resultou em 28,6 ºC a temperatura interna máxima, para a temperatura externa máxima de 33,8 ºC, ou seja, atendendo a faixa superior das faixas de conforto térmico para um dia de verão.

15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 0:00 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 T emp er atu ras Horários

Solstício de verão - 20/01/2013

Temperatura Int. Temperatura Ext.

MÍNIMA TEMP. INTERNA < TEMP. EXTERNA

INTERMEDIÁRIA TEMP. INTERNA < TEMP. EXTERNA - 2C° SUPERIOR TEMP. INTERNA < TEMP. EXTERNA - 4C°

125

DESIGNER BUILDER - TEMPERATURAS - 21/01/2013

TEMP. INTERNA MÁX. TEMP. EXTERNA MÁX. 28,6C° 33,8C°

ATENDIMENTO A FAIXA SUPERIOR

Tabela 23 - Tabela de valores de temperaturas do dia 20/01/13, adquirido pelo software Designer Builder. Fonte:

Programa computacional Designer Builder - Nota: modificado pelo Autor.

Na tabela 24 e no gráfico 10, abaixo, organizam-se os valores variáveis de temperaturas. É analisada a temperatura em relação aos fatores ambientais no dia de solstício de inverno (23/06/2013), definindo-se para cada coluna:

 Coluna azul, as temperaturas internas da unidade;  Coluna vermelha, as temperaturas externas da unidade;

23/06/2013 - Hora Temperatura Int. (0C) Temperatura Ext. (0C)

0:00 15,6 12,2 1:00 15,2 10,5 2:00 14,9 9,3 3:00 14,7 8,7 4:00 14,5 8,2 5:00 14,3 8,0 6:00 14,2 7,9 7:00 14,0 TEMP. MÍN. EXT. = 7,2 8:00 TEMP. MÍN. INT. = 13,8 7,8 9:00 14,2 9,5 10:00 14,7 11,5 11:00 16,1 13,8 12:00 17,6 16,2 3:00 18,4 17,7 14:00 18,8 18,8 15:00 19,2 19,8 16:00 19,4 20,0 17:00 18,5 18,5 18:00 17,6 17,4 19:00 16,8 15,6 20:00 16,5 14,3 21:00 16,2 13,3 22:00 16,1 13,0 23:00 15,9 12,3

Tabela 24 - Tabela de simulação térmica computacional do período de Solstício de Inverno no apartamento

(intermediário) do 2º andar da unidade do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães do Prado, bloco Espírito Santo. Temp. mín. interna e externa. Fonte: Modelagem no software Designer Builder. Nota: do Autor.

126

Gráfico 6 - Gráfico de Temperatura Variável no dia de inverno da Tabela de simulação do apartamento

(intermediário) do 2º andar da unidade do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães do Prado, bloco Espírito Santo. Fonte: Modelagem no software Designer Builder. Nota: do Autor.

Segundo a NBR 15575:2013, seguem na tabela 18 as faixas de exigência para atendimento de conforto térmico, no dia típico de inverno.

Tabela 25 - Classificação segundo a NBR 15575:2013 das faixas de conforto térmico para dia típico de inverno. Fonte: NBR – 15575:2013 e NBR 15220:2005. Nota: modificado pelo Autor.

Na simulação, adquirida pelo programa computacional no dia 23/06/2013, em um dia de inverno, resultou em 13,8 ºC a temperatura interna mínima, para a temperatura externa mínima de 7,2 ºC, ou seja, atendendo a faixa intermediária das faixas de conforto térmico para um dia de inverno.

DESIGNER BUILDER - TEMPERATURAS - 21/01/2013

TEMP. INTERNA MÍN. TEMP. EXTERNA MÍN. 13,8 °C 7,2 °C ATENDIMENTO A FAIXA

INTERMEDIÁRIA

Tabela 26 - Tabela de valores de temperaturas do dia 21/01/13, adquirido pelo programa computacional Designer

Builder. Fonte: Programa computacional Designer Builder. Nota: modificado pelo Autor.

7,0 9,0 11,0 13,0 15,0 17,0 19,0 0:00 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 T emp er atu ras Horários

Solstício de inverno - 23/06/2013

Temperatura Int. Temperatura Ext.

MÍNIMA TEMP. INTERNA > TEMP. EXTERNA + 3C°

INTERMEDIÁRIA TEMP. INTERNA > TEMP. EXTERNA + 5C°

127 Após as análises das temperaturas nos dias de verão e inverno, constata-se que no Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado predomina no processo construtivo o concreto armado. Apesar desse material possuir inércia térmica média, os resultados foram positivos, estando diretamente ligados às estratégias de projeto, bem como ao uso de ventilação cruzada, painéis de concreto armado fixados à fachada, proporcionando o efeito de convecção natural, como já mencionado anteriormente. Essas técnicas são essenciais frente às características do clima quente e úmido da cidade.

Giglio (2005); Barbosa (2001) apontam em suas pesquisas que o método das horas de desconforto, estabelecida como um indicador para a avaliação térmica dos sistemas construtivos, devem ser menor do que 1000 horas de desconforto ao longo de um ano. No caso da modelagem para a análise do apartamento, considerou-se 24 horas para os parâmetros.

9 CONSIDERAÇÕES

Aqui lembra-se que a realização do projeto do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado se deu ao final da década de 1960, e após quatro décadas analisa- se a unidade habitacional por normativos e certificações de 2005 a 2013, o que torna evidente, dado os resultados obtidos por meio das análises, o reconhecimento das estratégias e da qualidade do projeto arquitetônico dos arquitetos autores, João Batista Vilanova Artigas, Fábio Penteado e Paulo Mendes da Rocha.

Conforme as exigências das normas de desempenho, NBR – 15575:2013 – parte: Zoneamento bioclimático brasileiro, NBR 15220:2005 parte 2: Métodos de cálculos de transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar dos elementos e componentes de edificações e a certificação Selo Casa Azul CAIXA, que baseia-se nas exigências de conforto térmico extraídas das normas de desempenho, conclui-se que, a partir dos parâmetros de medidas adotados, bem como as simulações in loco, computacional e do cálculo de temperaturas corrigidas, os resultados de eficiência térmica do apartamento do 20 andar intermediário da

128 do Selo Casa Azul CAIXA. Os resultados obtidos poderão assemelhar-se aos possíveis resultados dos apartamentos do 20 (intermediários), que localizam-se sob

mesma orientação das fachadas, 65o nordeste e 245o sudoeste, não prevalecendo

como resultado dos blocos opostos.

Para esse trabalho, não houve o isolamento das diversas variáveis que influenciam diretamente na temperatura interna, portanto adota-se o desempenho térmico do apartamento (intermediário) do 2° andar da unidade habitacional em função da temperatura interna, e o resultado obtido poderá prevalecer para os apartamentos que estariam em mesma orientação e andar em relação ao estudado nessa análise apresentada.

Pelos parâmetros dessa análise, percebem-se as vantagens de se utilizar materiais sob as envoltórias, que tendem a ter inércia térmica média, tanto no período de verão quanto no período de inverno. Os resultados da análise de parâmetros demonstra que a unidade habitacional tem boa orientação solar e aberturas para a ventilação cruzada, proporcionando o equilíbrio térmico necessário para o período de verão. Nas edificações com pouca inércia térmica, faz-se necessário o ganho de calor interno para evitar que as mínimas temperaturas externas ocasionem desconforto no período de inverno.

Retomando o capítulo 4 que demostra o caso internacional do conjunto habitacional “Tossa de Mar”, nos deparamos como uma arquitetura contemporânea com o detalhamento e análise do ciclo de vida do edifício, com determinadas semelhanças ao Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado, por sua forma e layout de fachadas recuadas como estratégia de sombreamento e ventilação, pela superquadra e pátios internos com generosas áreas permeáveis e, sobretudo, pela preocupação da qualidade ambiental aplicada ao projeto e produção dos edifícios. O exercício da análise do desempenho térmico e o uso de ferramentas para simulações do desempenho demostraram os fatores principais da qualidade, pelo qual parte desse contexto analítico levou também à ordenação dos critérios da análise desse trabalho.

Lembramos que o fator de implantação dos edifícios não é necessariamente o único a interferir diretamente nas condições da qualidade de conforto, porém apresenta-se como um dos principais, pois definirá a quantidade de radiação que

129 incide diretamente nas fachadas e que a qualidade ambiental depende do conjunto de fatores positivos para o bem estar da qualidade de vida.

130

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