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4. Antenas Refletoras

4.1 Refletor de Canto

4.1 Refletor de Canto

Em aplicação de rádio enlace é desejado obter características de radiação

apropriadas, como elevado ganho das antenas e alta relação frente-costas. Tais

características podem ser alcançadas utilizando antenas refletoras, nas quais a

radiação na direção oposta à principal é bastante reduzida. O refletor de canto

consiste de duas placas condutoras planas, dispostas em interseção formando um

ângulo [17]. Comumente são empregados dipolos de meio comprimento de onda

como elementos de alimentação dos refletores de canto, os quais são posicionados

a uma distância s da aresta que une as placas. Estas possuem dimensões finitas

com largura l e altura igual a h, formando o ângulo de abertura α com abertura D

a

[17], como é ilustrado na Figura 4-2.

A distância entre o elemento radiador e o refletor influencia na distribuição do

campo em torno deste conjunto e, com isso afetará o valor do ganho máximo da

antena. Portanto, para se obter um projeto otimizado, é necessário verificar o

comportamento do conjunto em função deste espaçamento dipolo-placa [74].

a) Visão superior b) Visão em perspectiva

Figura 4- 2 – Esquema e parâmetros de um refletor de canto [17]

Placa

metálica

45

Em diversas aplicações, onde há limitações em relação à resistência do ar e

ao peso total do sistema, são empregados refletores com malhas de fios ao invés

das placas metálicas, Figura 4-3. Ao utilizar este tipo de refletor, é necessário

estabelecer parâmetros para que a mesma tenha um comportamento de

reflexividade o mais próximo de uma placa metálica. Dessa forma, o espaçamento

entre os fios g, deve ser uma fração do comprimento de onda (geralmente, gλ⁄10).

Figura 4- 3 – Esquema e parâmetros de um refletor de canto com malha de fios [17]

A abertura do refletor de canto, D

a

, normalmente é projetada com valores

entre um e dois comprimentos de onda (λ < D

a < 2

λ). Para o refletor com abertura de

90º, comumente o comprimento dos lados do refletor l é aproximadamente duas

vezes a distância do alimentador à aresta (l ≅ 2s). Para os refletores com abertura

menor que 90º normalmente os lados são maiores e a distância do alimentador à

aresta varia entre um terço e dois terços do comprimento de onda (λ⁄3 ≤ s ≤ 2λ ⁄3).

Para cada refletor, existe um espaçamento ideal entre o alimentador e a aresta. No

caso do espaçamento ser muito grande, o sistema produz lobos secundários

indesejáveis, perdendo as suas características direcionais. Se o espaçamento for

muito pequeno a resistência de radiação se torna comparável à resistência de

perdas do sistema, o que contribuirá para a ineficiência da antena [75].

Malha

de fios

Suporte da

estrutura

46

Foi observado experimentalmente que o aumento do comprimento dos lados

do refletor não afeta diretamente a largura do feixe e a diretividade, mas aumenta a

largura de banda e a resistência de radiação. A altura h do refletor é geralmente

cerca de 1,2 a 1,5 vezes maior do que o comprimento total do elemento de

alimentação do sistema, de forma a melhorar a relação frente/costas [17].

A análise do campo radiado por uma fonte com um refletor de canto é

facilitada quando o ângulo de abertura é α = π/n radianos, onde n é um inteiro (α = π,

π/2, π/3, π/4, etc.). Para esses casos (α = 180°, 90°, 60°, 45°, etc.) é possível formar

um sistema de imagens que, quando adequadamente colocada na ausência das

placas refletoras, formam um arranjo que produz o mesmo campo do sistema com

as placas refletoras, efeito este produzido apenas no espaço compreendido pela

abertura do refletor. O número de imagens, polaridade e posição de cada uma é

controlado pelo ângulo de abertura do refletor de canto e pela polarização do

elemento de alimentação. A Figura 4-4 mostra a disposição geométrica e elétrica

das imagens para refletores de canto com ângulos de abertura de 90°, 60°, 45° e

30° e uma alimentação com polarização vertical. Para refletores de canto com

ângulo de abertura igual a α = 180°⁄n, o número de imagens N será igual a N = 2n

1 [17].

47

c) 45° d) 30°

Figura 4- 4 – Refletores de canto e suas imagens com alimentação polarizada

perpendicularmente [17]

Para este trabalho foi projetado o refletor de canto com ângulo de abertura de

60° e 45°, e seu funcionamento será apresentado na Subseção 4.1.2. Esta escolha

foi realizada tendo em vista as características direcionais e facilidade na montagem

dos elementos do sistema, uma vez que utilizar refletores com ângulos de abertura

menor se torna mais complexo. A próxima Subseção detalhará o funcionamento do

refletor de canto de acordo com o parâmetro de espaçamento, mostrando sua

influencia na intensidade de campo.

4.1.1 Refletor de Canto de 90º

O refletor de canto com ângulo de abertura de 90° tornou-se o mais popular

em relação aos demais, devido as suas características de radiação e facilidade de

construção. A Figura 4-5 mostra os diagramas de radiação normalizados para este

tipo de refletor com espaçamento s variando de 0,1λ, 0,7λ, 0,8λ, 0,9λ e 1,0λ.

Observa-se que valores pequenos de s, o diagrama consiste de um lóbulo, enquanto

que lobos secundários surgem para s > 0,7λ. Para o valor de s = λ é possível

observar dois lobos separados por um nulo ao centro do diagrama, ao longo do eixo

48

Figura 4- 5 – Diagrama de radiação normalizado de um refletor de canto de 90° [17]

A intensidade do campo total do refletor bem como o fator de arranjo pode

ser escrito conforme a Equação (1) [17].

     

0

AF , 2 cos sen cos cos sen sen

E

ks ks

E              (1)

Onde, k = 2π/λ

No plano do azimute (θ = π/2) a Equação (1) pode ser reduzida como é

mostrado na Equação (2).

     

0

AF 2 , 2 cos cos cos sen

E

ks ks

49

Outro parâmetro de desempenho para o refletor de canto é a intensidade de

campo ao longo do eixo de simetria (θ = 90º, φ = 0º) em função do espaçamento s

de alimentador para vértice [79]. A intensidade de campo normalizada (em relação

ao campo de um único elemento isolado) |E/E

0

| em função de s/λ (0 ≤ s ≤ 10λ) para α

= 90º é igual a 4 para o primeiro pico de intensidade alcançado em s = 0,5λ.

4.1.2 Refletor de Canto de 60º e 45º

Os fatores de arranjo e a intensidade do campo total dos refletores de 60º e

45º podem ser escritos conforme a Equação (3) e (4) [17], respectivamente, onde s

é o espaçamento entre o elemento ativo e a aresta do refletor.

  sen cos sen cos 3

AF , 4sen cos cos sen sen

2 2 2

ks ks

ks

   

      

    (3)

      sen cos sen sen

AF , 2 cos sen cos cos sen sen 2 cos cos

2 2

ks ks

ks ks    

          

   

  (4)

O diagrama para os refletores de canto de 60º e 45º também tem um lóbulo

para os valores menores de s, e mais estreito, uma vez que o ângulo de abertura é

menor comparado ao refletor de 90º. Os lobos secundários começam a aparecer

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