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CAPÍTULO V. CONCLUSÃO 115 

5.1 REFLEXÃO 116

Os resultados apresentados no capítulo anterior indicaram que a posse de conhecimentos sobre as técnicas criativas, em particular o Synectics, poderá ajudar a alcançar resultados mais eficazes e originais e a resolver problemas de forma rápida e distinta. Tal resultado vai ao encontro do que anteriormente foi mencionado, ou seja, o conhecimento é um dos fatores que contribuem para a geração de ideias criativas e inovadoras. Também é um facto que quantas mais ideias um indivíduo consegue ter (fluência), maior é a probabilidade de ocorrer uma ideia original e quanto mais flexível for um indivíduo, maior é a probabilidade de conseguir alcançar muitas ideias diferenciadas e inovadoras. Contudo, para que se consiga ser fluente, flexível e original é necessário recorrer ao pensamento divergente, tal como reforça Guilford, quando destaca que as habilidades de pensamento divergente são aquelas que mais diretamente estão envolvidas no pensamento criativo (Alencar, 2010). Porém, quando é necessário tomar uma decisão, ou resolver um problema concreto é necessário recorrer ao pensamento convergente, que está associado ao pensamento lógico, ou seja, ao raciocínio, enfatizando uma resposta ou uma solução mais correta para uma dada tarefa ou problema.

Neste sentido, os indivíduos que alcançaram melhores resultados na fluência, na flexibilidade e na originalidade, à partida, recorreram tanto ao pensamento divergente, como ao pensamento convergente, já que, por um lado, o pensamento divergente ajuda na fluência de respostas, na imaginação e na criatividade, mas, por outro lado, o pensamento convergente ajuda a decidir qual a melhor solução para um dado problema. Outro fator que também poderá contribuir para a obtenção de melhores resultados, numa dada situação, por parte dos indivíduos, é o reconhecimento das suas limitações. Logo, ao identificarem as suas limitações poderão sempre trabalhá-las de forma a ultrapassá-las e, deste modo, conseguir atingir resultados mais eficazes.

Pode-se constatar ainda uma evolução nos valores alcançados no Teste “Pensando Criativamente” de Torrance, depois de aplicada a técnica Synectics, tanto no ramo de Multimédia Interativo, como no ramo de Audiovisual. Porém, foram os elementos do ramo de AV, tanto antes como depois de aplicada a técnica Synectics, que mostraram mais coerência nos resultados conseguidos com o TD-PC e com o TD-CS. O facto de serem os alunos do ramo de MI, os possuidores de resultados menos coerentes, pode ser resultado de haver mais elementos do sexo masculino do que elementos do sexo feminino no

alcançaram melhores resultados no TPCT e, por outro lado, os que apresentaram resultados mais coerentes entre o TPCT e o TD-PC e entre o TPCT e o TD-CS. Todavia, os elementos do ramo de MI, depois de aplicada a técnica Synectics, demonstraram mais coerência nos resultados alcançados com o TD-PC, do que antes de aplicada a técnica criativa, ou seja, a aplicação da técnica Synectics não só contribuiu para que os alunos desenvolvessem o seu potencial criativo, como também para que reconhecessem o seu verdadeiro potencial.

Na análise por sexos, pode-se atentar que houve uma evolução nos valores alcançados, tanto no TPCT, como no TD-CS, depois de aplicada a técnica Synectics, tanto nos elementos do sexo masculino, como nos elementos do sexo feminino.

Quanto à autoavaliação por parte dos intervenientes no estudo, referente ao seu perfil criativo, foram os elementos do sexo feminino que mostraram mais coerência na sua caracterização.

Já os elementos do sexo masculino só mostraram coerência depois de aplicada a técnica Synectics, no que compreende à sua originalidade. Ainda que seja um resultado pouco significativo, pode indicar que a utilização do Synectics não contribui para o reconhecimento do potencial criativo dos alunos, relativamente à sua fluência e flexibilidade ou, por outro lado, pode ser resultado das opções menos pertinentes, aquando a realização do TD-PC. No entanto, pode registar-se que contribuiu para que os alunos reconhecessem melhor o seu nível de originalidade.

Estas conclusões reforçam o supracitado, ou seja, pode deduzir-se que tendo o ramo de MI mais elementos masculinos do que femininos, esta será provavelmente a razão pela qual o ramo de MI obteve resultados menos coerentes, quando correlacionados os dois testes.

Acresce-se ainda que o facto de se ter conhecimento sobre o Synectics poderá ter contribuído para alcançar melhores resultados no segundo Teste “Pensando Criativamente” de Torrance, logo, ao reconhecer uma dada técnica criativa, poder-se-á, naturalmente, desenvolver o potencial criativo dos indivíduos.

Porém, tem de se levar em conta que os resultados conseguidos com os elementos do sexo masculino podem ser possivelmente uma consequência da falta de concentração ou de empenho por parte destes, aquando a realização dos dois testes.

Posto isto, e ao que tudo indica, pode aceitar-se a seguinte hipótese: a utilização da técnica Synectics contribuiu para o desenvolvimento do potencial criativo dos alunos, tanto no ramo de Audiovisual como no ramo de Multimédia Interativo, podendo mesmo generalizar estes dados para todos os alunos que possam vir a frequentar, ou que já frequentaram o Mestrado em Comunicação Multimédia.

Em jeito de conclusão, salientam-se os aspetos positivos da intervenção da técnica Synectics, nos alunos do Mestrado em Comunicação Multimédia. Portanto, a sua aplicação contribuiu, principalmente, para que os alunos:

1. Aumentassem a fluência de respostas;

2. Desenvolvessem a flexibilidade e a originalidade; 3. Alcançassem resultados mais inovadores e originais; 4. Incrementassem o pensamento divergente;

5. Reconhecessem melhor o seu perfil criativo.

Concluindo, a aplicação do Synectics não só desenvolveu a criatividade nos alunos, como também contribuiu para a qualidade e quantidade de ideias, para a capacidade de concretização de ideias e, por fim, para a qualidade do pensamento divergente.

Portanto, as conclusões obtidas neste estudo, sobre a utilização do Synectics, revelaram a importância da sua implementação no ensino superior, mais concretamente ao nível do 2º ciclo e a relevância da sua investigação para o desenvolvimento do potencial criativo dos indivíduos, de forma a ser valorizada e respeitada pela comunidade educadora. Assim, partindo dos dados coligidos, considera-se importante integrar em todas as áreas e níveis de ensino uma disciplina que ensine a ser-se criativo, pois tudo aponta que quando se recorre a técnicas criativas, para além dos alunos desenvolverem o seu potencial criativo, e de fomentarem o pensamento divergente, também faz com que estes, olhem para os problemas de forma distinta, o que pode conduzir à geração de perguntas/ideias/soluções mais pertinentes, inovadoras e fundamentadas.

Também é sabido que ao desenvolver a criatividade, estar-se-á a desenvolver uma comunicação mais criativa e original, o que nos dias que correm é fundamental para que se consiga obter resultados mais eficazes.

qualquer área de ensino. Posto isto, é essencial recorrer a técnicas criativas para ajudar os alunos a desenvolverem as suas capacidades, quer criativas, quer comunicativas. Pelo que, propõe-se a utilização da técnica Synectics para esse efeito, visto que, a sua aplicação beneficiou claramente os alunos em estudo.

No entanto, não basta recorrer só a técnicas criativas, é necessário incentivar os alunos a ultrapassar as barreiras à criatividade e à comunicação, – como já foi supracitado, no enquadramento teórico –, pois só assim será possível obter bons resultados com a aplicação das técnicas criativas. Para este efeito sugere-se que se organize atividades que ajudem a diminuir a timidez, a falta de confiança, a inibição, entre outros fatores pertinentes para desbloquear a expressão criativa.

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