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Reflexão e conclusões sobre o trabalho desenvolvido

As questões a investigar neste trabalho foram:

- Como tirar partido do modelo IMS – Learning Design para criar uma Unidade de Aprendizagem sobre Instrumentos Orff para ser utilizada por professores do 1º Ciclo do Ensino Básico?

- Qual a avaliação (vantagens/desvantagens e forças/fraquezas) resultante da experiência de utilização do modelo IMS – Learning Design e respectivas ferramentas de suporte?

Em torno destas questões foram criadas e desenvolvidas estratégias que permitiram atingir os objectivos finais. Para isso começámos pela procura de uma fundamentação teórica ampla que nos permitisse recolher e disponibilizar informação o mais detalhada possível sobre a temática que nos propusemos abordar. Contudo, e como qualquer trabalho de investigação, temos a noção que as conclusões tiradas desta investigação foram bastante influenciadas pela visão do investigador, existindo em aberto novos caminhos para o estudo desta matéria.

Ao criarmos e apresentarmos a Unidade de Aprendizagem segundo o modelo IMS – Learning Design, constatámos alguns pontos de vista sobre este modelo que nos parecem relevantes abordar nesta temática. Uma das conclusões que retiramos é que a planificação das Unidades de Aprendizagem deve ser realizada ao máximo pormenor, com o maior detalhe possível, uma vez que, segundo este modelo, não deve existir espaço para caminhos transversais, que podem conduzir à perca do controlo de qualquer situação por parte do moderador/professor.

Outro dos aspectos relevantes é que a pessoa que cria e desenvolve uma proposta de Unidade de Aprendizagem segundo este modelo nunca se deve esquecer de “encarnar” o papel das personagens intervenientes no mesmo. Ou seja, o autor deste tipo de propostas tem de ter sempre em atenção o ponto de vista das diferentes personagens, nunca se devendo esquecer de nenhum pormenor que possa influenciar a sua maneira de interagir dentro da comunidade de aprendizagem. Esta é uma situação fácil de acontecer, uma vez que o autor, ao ter uma visão privilegiada do papel de todas as personagens intervenientes, pode pensar que os objectivos propostos sejam fáceis de atingir, facilitando na construção e descrição de alguma actividade da Unidade de Aprendizagem. Uma distracção deste tipo pode influenciar (geralmente de uma forma negativa) toda a Unidade de Aprendizagem. Pelos factores

atrás descritos, deverá existir sempre a validação da Unidade de Aprendizagem através da experimentação.

Outro aspecto relevante que nos parece interessante abordar, está ligado com a reutilização versus contexto do pacote criado. Quando queremos que a Unidade de Aprendizagem desenvolvida tenha uma maior reutilização por parte de novos utilizadores, deveremos elaborar um contexto mais simples onde os utilizadores que a reutilizam possam realizar uma maior intervenção pessoal (através da introdução de novas actividades). Quando optamos por ter mais contexto deveremos estar conscientes de que a reutilização será mais difícil. No caso da Unidade de Aprendizagem desenvolvida, privilegiámos o contexto em relação à reutilização, uma vez que definimos pormenorizadamente as cinco partes da mesma que interessavam, deixando muito pouco espaço de manobra para quem o reutilizar. No fundo, esta proposta foi desenvolvida e adaptada às características e necessidades de quem a desenvolveu e para os seus objectivos.

Para ser criado o pacote com o curso segundo o modelo IMS – Learning Design recorremos à ferramenta eXeLearning Authoring. Esta ferramenta tem sofrido uma evolução que acabou por influenciar este trabalho. Como exemplo dessa evolução e dessa influência aconteceu a seguinte situação. Ao trabalharmos inicialmente com a versão eXe-0.14 reparámos que o feedback às respostas nos testes realizados era dado em Inglês. Como desejávamos que este feedback fosse dado em Português, foi realizada esta alteração na programação do pacote já concluído. Mais tarde apercebemo-nos que outras versões (exemplo eXe-0.18) já permitiam que este feedback fosse dado em Português. Ao instalarmos esta nova versão (eXe-0.18) ocorreu um erro de compatibilidade entre versões que originou nova elaboração dos testes já realizados.

Esta ferramenta também demonstrou ao longo da sua utilização que bloqueava bastantes vezes. No entanto, com a evolução das versões, este problema tem vindo a ser melhorado.

Pelos factores anteriormente referenciados, concluímos que esta ferramenta necessita de uma forte evolução para evitar e melhorar alguns problemas que aconteceram regularmente.

Como conclusão deste trabalho de investigação deixamos algumas sugestões/propostas para trabalho futuro.

Esta proposta de Unidade de Aprendizagem sobre Instrumentos Orff deverá ser implementada e testada na sua totalidade de forma a dar uma maior consistência e viabilidade a todo o trabalho desenvolvido.

As actividades desta proposta de Unidade de Aprendizagem ao serem colocadas na ferramenta eXe (ou noutra ferramenta compatível com o modelo IMS – Learning Design), deverão apresentar o tempo disponível para a realização de cada uma afim dos alunos poderem ter uma maior percepção sobre o tempo disponível para cada uma delas.

O questionário deverá ser melhorado com a introdução de novas questões uma vez que o realizado era escasso (como por exemplo: Que dificuldades vê na adopção desta Unidade de Aprendizagem?), e deverá ser dividido em duas grandes partes distintas: uma para o docente e outra para o aluno. Esta divisão será bastante importante porque alunos e docentes não deverão possuir as mesmas aptidões nem os mesmos níveis de conhecimento, o que será demonstrado aquando das suas respostas. Como exemplo desta problemática atrás referenciada, os alunos não poderão responder à seguinte questão: “Acham que os conteúdos apresentados estão correctos?”. Por último, a selecção dos inquiridos para este questionário deverá ser realizada através de um processo mais rigoroso, havendo a possibilidade de este vir a ser realizado por um maior número de inquiridos.

Finalmente, não podemos deixar de referir que o contexto em que esta dissertação se realizou experimentou, recentemente, uma alteração significativa. Através do despacho nº 12591/2006 (2ª série), o Ministério da Educação determinou que deixassem de ser os professores do 1º Ciclo a leccionar a Educação e Expressão Musical, que irá passar a ser assegurada por um docente dessa mesma área específica. Assim, a necessidade de formação dos professores do 1º Ciclo deixou de ter a relevância que motivou, parcialmente, esta dissertação, embora os materiais desenvolvidos e a experiência de investigação associada mantenham a sua relevância.

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