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PARTE V — ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

2. Reflexão sobre a PES

Ao longo do relatório PES procurou demonstrar-se de que forma o trabalho em grupos potencia a aprendizagem cooperativa e como desenvolver atividades através do método STAD promotoras de uma aprendizagem significativa, num ambiente construtivista de aprendizagem concretizado pelo recurso à diversificação de ferramentas e fontes de informação, através da qual os alunos desenvolveram a sua aprendizagem adquirindo competências, capacidade de resolução de problemas e de autonomia concretizado através de avaliação formativa, assente no feedback, na regulação e autoavaliação das aprendizagens.

A aprendizagem cooperativa permitiu aos alunos assumirem um papel mais ativo e autónomo quer nas pesquisas realizadas, quer no questionamento para resolução do problema ou questões propostas. A interação e a discussão entre o grupo permitiram a melhoria do discurso e da capacidade de argumentação, assim como a clarificação de ideias e conhecimentos relativamente ao assunto em análise — O Orçamento do Estado. A realização da atividade permitiu também uma maior integração no grupo, pela constatação de que a sua opinião é importante e que todos os elementos contribuem para o resultado do grupo, alcançando simultaneamente um maior conhecimento relativamente ao assunto em desenvolvimento — O Orçamento do Estado.

Considera-se, pois, fundamental responder às questões vigentes nesta investigação:

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a) Como potenciam os trabalhos de grupo a aprendizagem cooperativa?

Os trabalhos em grupos são potenciadores de aprendizagem cooperativa uma vez que os alunos, ao realizarem a atividade em grupo, promoveram entre si a partilha de conhecimentos, compreenderam que não estão sozinhos e que para atingirem o sucesso devem promover a aprendizagem de todos através da entreajuda e da responsabilização quer da aprendizagem individual, quer da aprendizagem em grupo. Assim, pelo reforço positivo todos os alunos foram incentivados e incentivaram os colegas a aprender, a melhorar os seus conhecimentos e a adquirirem competências sociais, no sentido de se motivarem mutuamente, criando relações pessoais que facilitam a interação social entre todos, tornando-se desta forma mais autónomos na tomada de decisões individuais e em grupo, aprendendo a lidar com as diferentes opiniões, gerindo os conflitos de forma a que todos tenham opinião e que em grupo, de forma consensual, atinjam a melhor solução para as questões propostas na atividade.

De facto, o desenvolvimento dos trabalhos em grupo contribuiu para melhorar a aprendizagem cooperativa, uma vez que as atividades em grupos estão integradas no processo de aprendizagem cooperativa.

Foi notória a participação dos alunos na atividade, pois pela análise do questionário de autoavaliação (Apêndice 13) constata-se que houve interajuda, partilha de conhecimentos e ideias, solicitaram e deram ajuda aos colegas, motivaram-se e respeitaram as opiniões contrárias, com o objetivo de atingirem uma melhor compreensão dos conteúdos desenvolvidos na atividade.

Conclui-se desta forma que a estratégia de ensino-aprendizagem preconizada através da aprendizagem cooperativa utiliza o trabalho em equipa na execução das tarefas propostas e na integração de todos os alunos.

b) Como pode o trabalho cooperativo desenvolver a autonomia nos alunos?

Considera-se que as atividades realizadas através da aprendizagem cooperativa potenciam a autonomia nos alunos, uma vez que os alunos expõem as suas opiniões, conceitos, ideias, revelam a sua perspetiva relativamente aos temas em análise, expondo-os perante expondo-os colegas, são aceites e tomadexpondo-os em consideração por todexpondo-os para a

Página | 61 concretização da atividade. Desta forma todos se sentem integrados no grupo de trabalho, uma vez que a sua opinião é reconhecida e validada para a concretização do resultado.

A autonomia do aluno foi neste trabalho entendida como a capacidade de desenvolvimento preconizada pelo aluno através da interação com os colegas e que pela reflexão lhe permitiu a tomada de decisões individuais e em grupo. Por conseguinte, a partilha e intercâmbio de ideias e conceitos, possibilitou percecionar diferentes perspetivas na análise do mesmo problema, permitiu a tomada de decisões, a consciência e o reconhecimento da sua responsabilidade no seu desenvolvimento e autonomia.

Portanto, na concretização de atividades em grupos cooperativos, os alunos percecionam as suas capacidades de resolução de problemas, tornando-os mais autoconfiantes, autónomos e com maior motivação para experienciar novos desafios, desenvolvendo progressivamente a sua autonomia.

c) Como desenvolver o método STAD para promover uma aprendizagem

significativa?

A aprendizagem significativa consiste na integração cognitiva entre os conhecimentos existentes (que constituem a estrutura cognitiva do aluno) e os novos conhecimentos com significado a serem incorporados nessa mesma estrutura. O aluno compreende os novos conhecimentos (conceitos, ideias) e estes passam a ter significado para o aluno, sendo capaz de os explicar por palavras suas ou de compreender como solucionar o problema proposto. A aprendizagem é identificada como significativa pela interação social, através do estímulo dos alunos a questionarem em vez de assumirem as respostas como certas ou através de tentativa e erro (a aprendizagem é efetuada através da correção de erros).

Esta aprendizagem tem o seu fundamento em ambientes construtivistas de aprendizagem, pelo apoio que se estabelece entre todos os elementos, onde todos evoluem à medida que vão construindo e solucionando as atividades ou problemas propostos (Wilson, 1996). As atividades implementadas foram desafiantes e motivadoras para os alunos e foram adequadas ao seu desenvolvimento cognitivo (Ausubel, 2003).

Importa referir que a atividade implementada com os alunos partiu dos conhecimentos significativos preexistentes (aferidos através do pré-teste), permitindo desenvolver e aprofundar os conhecimentos dos mesmos através da aula on-line e da atividade em grupos cooperativos — STAD.

Página | 62 Esta atividade incidiu sobre a subunidade 11.2.3. Orçamento do Estado, suas receitas e despesas. Procurou-se que, através da visualização de vídeos, notícias e pesquisas autónomas, os alunos, individualmente, tentassem numa primeira fase desenvolver as questões propostas e delinear a sua opinião sobre as mesmas e só depois, em conjunto com os outros elementos, desenvolvessem a atividade em grupo, interagindo e dialogando até encontrarem um consenso de qual a melhor solução para as questões. Pretendeu-se potenciar desta forma os conhecimentos significativos nos alunos e o reforço da sua autoconfiança e autoestima.