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1.ª Reflexão em contexto de 1.º CEB I

Esta semana iniciei uma nova etapa do Mestrado, a prática pedagógica numa turma do 1.º ano de escolaridade. Sei que nesta nova etapa me esperam alguns desafios que irão, com certeza, ajudar-me a crescer enquanto pessoa e futura professora. Sei que tenho muitas aprendizagens para fazer, muitas competências para desenvolver e espero conseguir aproveitar ao máximo todas as oportunidades que me forem proporcionadas, para que consiga realizar um percurso rico e marcante no decorrer da minha formação.

Na reunião de Prática Pedagógica fiquei a saber que iria realizar a prática numa turma do 1.º ano. Desde logo surgiu a curiosidade em conhecer este novo contexto e em iniciar esta nova experiência. Mas também me surgiram algumas dúvidas: Como será este contexto?, O que me espera?, Quantas crianças haverá na turma?, Haverá crianças de diferentes nacionalidades?, Como será a dinâmica numa sala de 1.º ano?, E como será a articulação dos dois professores da turma?. Muitas eram as questões mas com o iniciar da prática pedagógica fui encontrando as respostas para as minhas questões e tudo foi ficando mais claro. No decorrer do primeiro dia comecei a sentir alguma ansiedade e algum nervosismo ao pensar que daqui a duas semanas serei eu a assumir o lugar de professora, serei eu a estar à frente da turma, serei eu a responsável pelas aprendizagens das crianças. Sinto o peso da responsabilidade que está em mim, pois como refere Roldão (2009) “o professor não é […] um agente passivo de uma suposta aprendizagem espontânea. Mas é o responsável pela mediação entre o saber e o aluno” (p. 23).

Esta foi uma semana dedicada à observação e à recolha de dados, de modo a caracterizarmos a escola e ao meio em que está inserida, ao grupo de crianças da turma e a respetiva sala de aula. Estes momentos de observação foram fundamentais, pois é a partir dos dados recolhidos que ficamos a conhecer as crianças de modo a perceber quais são os seus interesses, as suas motivações, as suas dificuldades, as suas facilidades. Também ficamos a conhecer os materiais didáticos que se encontram disponíveis na sala de aula e na escola, os diferentes espaços/salas que a escola disponibiliza, as interações que são estabelecidas entre crianças- professores-funcionários-pais, entre outros.

Como refere Estrela (2008, p. 57) “a observação continua a ser um dos pilares da formação de professores” e esta poderá ajudar o professor a:

i) reconhecer e identificar fenómenos; ii) apreender relações sequenciais e causais; iii) ser sensível às reacções dos alunos; iv) pôr problemas e verificar soluções; v) recolher objectivamente a informação , organizá-la e interpretá-la; vi) situar-se criticamente face aos modelos existentes; vii) realizar a síntese entre a teoria e a prática (p. 58).

Para a observação e recolha de dados construímos grelhas de observação onde colocamos itens a observar e um espaço para o registo da observação. Considero que as grelhas são vantajosas na medida em que nos ajudam na nossa organização e rentabilizam-nos algum tempo, pois cada uma de nós fica atenta a determinados aspetos e vai fazendo o seu registo. Contudo, sentimos que era importante ter uma folha de registo onde fosse possível fazer descrições mais pormenorizadas das observações, nomeadamente no

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processo de ensino de um grafema, de modo a registarmos as diferentes abordagens da professora, estratégias utilizadas, respostas das crianças, entre outros.

Com o decorrer dos dias fui ficando mais à vontade, e fui circulando pela sala de aula de modo a observar os alunos na realização das tarefas. Senti que ao começar a circular pela sala consegui aproximar-me mais dos alunos que começaram a falar comigo, a colocarem-me questões, a solicitarem a minha ajuda. Para além de me ter possibilitado a aproximação aos alunos, também me permitiu observar quais as suas maiores dificuldades e facilidades, que será fundamental ter em consideração quando iniciar o exercício de planificação, uma vez que a planificação deve ir ao encontro dos alunos, das suas necessidades.

Segundo Dias (2009) “para o docente, planificar e tomar decisões são funções imprescindíveis ao seu desempenho profissional e à eficácia na gestão do grupo de crianças/alunos” (p. 29). Deste modo, cabe ao professor refletir sobre os seus objetivos e organizar o que pretende desenvolver indo ao encontro do seu grupo de alunos.

Em relação a esta prática pedagógica sei que me esperam imensos desafios e muito trabalho pela frente, mas sei que serão essenciais para o meu crescimento e para desenvolver competências enquanto futura professora do 1. Ciclo.

Na minha opinião, esta prática pedagógica vai-me permitir ampliar os meus conhecimentos e desenvolver competências no âmbito da planificação, da intervenção e da reflexão, que são competências essenciais a um professor.

Ao longo deste prática pedagógica, espero conseguir dar resposta aos interesses e às necessidades dos alunos, conseguindo motivá-los, para que estes se possam envolver nas atividades, o que na minha opinião será fundamental para que possam realizar aprendizagens mais significativas. Tenho alguns receios em não conseguir controlar e motivar o grupo de alunos, pelo que este será um dos meus desafios.

Esta foi uma semana dedicada à observação, que nos permitiu ir recolhendo dados sobre os alunos, mas ainda há muito para descobrir sobre eles. Nas próximas semanas será fundamental tentarmos conhecer o mais possível de cada aluno para que possa ir ao encontro dos seus interesses e das suas necessidades.

Cristelle Reis

Referências bibliográficas:

Dias, I. (2009). Promoção de competências em educação. Leiria: INDEA.

Estrela, A. (2008). Teoria e Prática de Observação de Classes: Uma Estratégia de Formação de

Professores (4ª edição). Porto: Porto Editora.

Roldão, M. (2009). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. Vila Nova de Gaia: Fundação Manuel Leão.