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4.2 ANÁLISE DO DOSSIÊ DE ESTÁGIO

4.2.1 Reflexão sobre a própria prática

Através da documentação pedagógica pode-se pensar em algumas questões para instigar o ato reflexivo, que cito como exemplo: Que tipo de aprendizagem ocorreu? O que eu quero com a documentação pedagógica? Como as crianças reagiram a tal situação de aprendizagem?

Desta forma, poderá ser possível perceber as peculiaridades das crianças e adaptar a proposta pedagógica pensando nos interesses que as crianças demonstram no decorrer das aulas, construindo, assim, o processo reflexivo. Deste modo, foram colocados a seguir alguns trechos do Dossiê, extraídos do Diário de Bordo, e algumas fotografias. Esses materiais mostraram como é possível utilizar a documentação pedagógica como contribuição no processo de reflexão da prática docente da estagiária.

Trecho I: A proposta inicial era que as crianças colocassem bolinhas dentro das caixas, instigando sua coordenação motora. No entanto, logo as crianças deram outra utilidade para as caixas, sentaram em cima das caixas descobrindo outras possibilidades. Quando elas fizeram isso, foi possível perceber que o planejamento nem sempre ocorre de maneira que o professor deseja, mas sim com o interesse das próprias crianças. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 1: A aprendizagem da Caixa Mágica

Fonte: Arquivo pessoal

A partir desse trecho transcrito do Diário de Bordo e das fotografias acima, é importante trazer para discussão os estudos de Junqueira Filho (2005), os quais sugerem que o planejamento contenha uma parte cheia, o conhecimento que a professora traz a partir de suas leituras e que considera necessário, e uma parte vazia, na qual, por meio de discussões com os estudantes, observações e registros do professor daquilo que insiste na sala de aula, é que surgem os conteúdos carregados de significados e conhecimentos para as crianças, pois partem de seus interesses, atribuindo ou não sentido às situações de aprendizagem. Diante disso, nota-se que, muitas vezes, o professor proporciona uma atividade que pode ocorrer de forma bem diferente do que foi planejado por ele, e sim conforme desempenhado pelas crianças. Cabe, então, ao professor com sua experiência e prática conduzir a situação de aprendizagem para que possa chegar ao mesmo objetivo e/ou o mais perto possível, ou seja, mudando sua estratégia. Notei, então, ao analisar as fotos, que, diante dessa situação, eu, como futura professora, devo sempre estar prestando a atenção, analisando o desempenho da turma e suas reações ou encaminhamentos que se dão por meio da prática e observação.

Trecho II: Na festa de luz e sombra, pintei o cabelo das crianças com spray próprio, coloquei uma música bem animada e conversei sobre a festa que haveria, o que gerou grande expectativa. No momento em que abri o portão da sala onde seria realizada a situação de aprendizagem, ficaram perplexos com o que encontraram e ficaram maravilhados com a luz brilhante. Os pequenos exploraram a luz e a sombra de várias maneiras, ocasionando novas percepções e curiosidade, pois, pelo menos na escola, segundo a professora regente, as crianças nunca tiveram este tipo de vivência. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 2: Festa de luz e sombra

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Esta afirmativa de que as crianças nunca vivenciaram esta situação foi possível porque a professora regente soube informar a estagiária. Desta forma, interação entre estagiária e

professora foi fundamental para o processo de registro da situação. Com a documentação pedagógica, é possível perceber a atuação e interação das crianças nas situações de aprendizagem, construindo um caminho entre avaliação do desenvolvimento das crianças e reflexão da prática. Conforme as DCNEI (2010, p.29), “[...] a avaliação deve conter: observação crítica sobre as interações da criança no espaço escolar, registros do professor sobre as atividades realizadas, documentação específica que apresente o trabalho da instituição junto a crianças e o desenvolvimento cognitivo da criança na Educação Infantil”.

Trecho III: Na situação da piscina de balões, as crianças puderam explorar o visual e o tátil, desenvolvendo a imaginação e a fantasia através do jogo simbólico e ampliando as percepções e sensações em relação ao mundo explorado, no qual brincaram de encher os balões, de dormir sobre os mesmos, chutar, estourar, enfim, foi uma situação prazerosa para mim e para as crianças, pois parecia que estávamos em uma piscina de bolinhas. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 3: Piscina de balões

Fonte: Arquivo pessoal

Cabe ao profissional da Educação Infantil a responsabilidade em proporcionar momentos bem planejados envolvendo a brincadeira, atuando como organizador, participante e observador destas, abrindo oportunidade para que a criança possa criar desenvolvendo sua autonomia dentro de um período dirigido de trabalho. Portanto, pode-se compreender que o planejamento é essencial para a prática docente, pois planejar é envolver-se, é acertar, errar, reavaliar, mudar, tentar, é sem dúvida o novo. Diante do planejamento, das observações e da

intervenção pedagógica realizada no Berçário II, foi possível proporcionar às crianças condições para o seu desenvolvimento e aprendizagem, sempre por meio do lúdico, das brincadeiras e das explorações.

Trecho IV: Busquei contemplar a literatura com o objetivo de desenvolver a imaginação, a fantasia através do jogo simbólico, despertando o prazer em ouvir histórias, estimulando o lúdico, o faz-de-conta e a imaginação. Durante a história O Homem que amava caixas, as crianças puderam interagir com a mesma contemplando os gestos da professora estagiária. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 4: O homem que amava caixas

Fonte: Arquivo pessoal

Nessa proposta as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. Para que essa capacidade de criação possa ser exercida pelas crianças, é imprescindível a oferta de uma diversidade de experiências, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta. De acordo com Klein e Cavazotti (1993, p. 334), “a importância de refletirmos sobre a prática, ou seja, de teorizarmos sobre a prática pedagógica, decorre do fato de que, quanto mais compreendermos tal prática, melhores serão nossas possibilidades de realizá-la de forma exitosa”. Com esta afirmação, fica claro que teoria e prática andam juntas no processo de construção do conhecimento docente, a fim de proporcionar uma ação reflexiva fundamentada.

Trecho V: Logo após a história, levei as crianças ao solário para que pudessem procurar algo dentro das caixas que estavam expostas com papel picado. As crianças brincaram de chuva com os papéis, entraram e saíram das caixas, participaram ativamente da situação. A situação foi muito divertida para as crianças, para mim estagiária e as auxiliares de desenvolvimento que também fizemos guerrinha de papel. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 5: Brincadeira com papel picado

Fonte:Arquivo pessoal.

De acordo com Barbieri (2012, p.49), “o espaço tem intenção. Ele orienta a ação. [...] é preciso que as crianças desfrutem dos espaços da escola sem muitas restrições, de maneira respeitosa, como brincantes que são”. Os professores precisam organizar o espaço possibilitando à criança a aprendizagem de forma ativa, por meio da interação com os pares, com os adultos e com diferentes objetos, por isso

o professor, ao documentar, supera a perspectiva da produção de um arquivo que contém relatos escritos, “trabalhinhos” das crianças para serem apresentados aos pais, fotografias dos bons momentos e o que mais a imaginação permitir, porque assume compromisso com a reflexão sobre o realizado, visando aprender com sua própria prática quando a retoma e a examina sob a luz do referencial teórico. (MENDONÇA, 2009, p.77)

Nesta perspectiva, pode-se repensar sobre a produção das crianças apenas como um simples trabalho que ocorreu no ano, quando realmente deve-se pensar nas crianças e na própria prática, colocando a documentação pedagógica como peça principal do diálogo entre teoria e prática. Assim, o docente participa ativamente sobre a ideia de ensinar e aprender.

Trecho VI: Durante a história O cabelo de Lelê, as crianças ficaram curiosas com a peruca que a professora usava durante a contação da mesma e adoram quando dei oportunidade de colocar a peruca também. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 6: Cabelo da Lelê

Fonte: Arquivo pessoal

Durante o estágio, a ideia principal da documentação pedagógica foi lançada para as demais professoras, porém apenas duas professoras iniciaram este processo, mas não realizaram de forma exitosa, talvez por dar muito trabalho não teve continuidade. Elas fizeram apenas fotos das situações de aprendizagem. Já o restante das professoras continuaram adeptas dos trabalhinhos, o que traz pouca contribuição docente.

Trecho VII: Quando contei a história da Chapeuzinho Vermelho, algumas crianças ficaram com medo do lobo, mas no decorrer da história interagiram com a mesma, correram para ver o lobo na casa da Vovó e falaram para a Chapeuzinho que havia o lobo dentro da casa. Após, foi realizada uma confraternização com o bolo que a Chapeuzinho levava para a Vovó. Nesta situação, tentei fazer com que o lobo não parecesse tão assustador, para que as crianças não tivessem medo, porém algumas crianças tiveram um pouco de medo. Desta forma, pude perceber que deveria ter tido mais cuidado na exposição do lobo mau. A professora regente relatou a mim que não assustou as crianças com o lobo e que sempre cantavam uma música do

lobo. Atitudes que muitas vezes nos passam despercebidas é a questão de assustarmos as crianças com algo que lhes proporcione medo. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 7: História da Chapeuzinho Vermelho

Fonte: Arquivo pessoal

Loss (2013, p.50) afirma que "[...] as experiências, quando registradas, proporcionam- nos reflexões sobre nossas ações na maneira de ser, fazer, de significar e de sentir, para recriarmos a existência cotidiana". Desta forma, é possível perceber o quão importante a reflexão da própria prática torna-se significativa, pois, algumas vezes, é necessário mudar o planejamento, repensando suas ações, sendo possível perceber através do registro.

Trecho VII: Durante outra situação de aprendizagem a música foi a Dona Aranha na qual as crianças puderam ir até a teia da Dona Aranha e quando encontraram as aranhas penduradas ficaram fascinadas. No decorrer da situação, um menino me chamou pra mostrar que a aranha tinha mordido sua mão e ficou se lamentando que estava doendo porque a aranha mordeu. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 8: Aprendizagem Dona Aranha

Fonte:Arquivo pessoal

Os registros que compõem a documentação pedagógica podem servir de apoio para a reflexão dos docentes, favorecendo a interação entre crianças e professores, pois o professor

deve guiar o processo educativo, não sendo autoritário, mas sim tornar o processo colaborativo. Torna-se, assim, uma ótima oportunidade de fazer a reflexão juntamente com as crianças.

Trecho IX: A situação de aprendizagem com o túnel de bambolês foi significativa para refletir qual era o objetivo da situação, pois no primeiro momento as crianças não sabiam o que fazer diante dos bambolês. Apartir do momento em que falei o que poderia ser feito as crianças fizeram outras descobertas. Desta maneira, pude perceber que é preciso estar com olhar sempre atento para as crianças, percebendo suas dificuldades, desafios e acertos. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 9: Aprendizagem no túnel de bambolês

Fonte: Arquivo pessoal

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A documentação pedagógica pode referir-se também ao aperfeiçoamento do professor que atua na Educação Infantil, conscientizando-o da importância de seu trabalho, assim como ocorreu na situação de aprendizagem acima, na qual pude aperfeiçoar as próximas situações de aprendizagem que ocorreram durante o estágio quando as crianças não souberam o que fazer diante a situação.

Trecho X: No dia em que trabalhei com geleca de borra de café, a professora supervisora do estágio veio me ver e como de costume tinha deixado tudo organizado com pelo menos uma hora de antecedência, com a geleca não foi diferente, porém deixei os pratos com a geleca no solário até o momento da

exploração. Eu já estava um pouco nervosa pelo fato da professora vir me observar e quando fomos ao solário a geleca já estava dura pelo fato do dia estar quente, fiquei mais apreensiva do que já estava, mas as duas auxiliares de desenvolvimento me ajudaram a contornar o erro, colocando um pouco de água na geleca que ficou novamente no ponto que deveria estar. Depois que organizamos novamente os pratos, coloquei colheres. As crianças começaram a explorar com as colheres, mas logo colocaram as mãos, alguns tentaram colocar na boca, outros se melecaram e melecaram os colegas. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 10: Geleca de borra de café

Fonte: Arquivo pessoal

Na figura acima, há a possibilidade de relembrar o quão conturbado foi aquele dia, tendo que manter a calma quando tudo parecia estar dando errado. Nesse momento, a documentação pedagógica pode trazer discussões e ajustes no ensino. Durante um ano inteiro

com as crianças, certamente a prática do uso da documentação seria muito mais reflexiva do que no período dos dez dias de estágio.

Trecho XI: Uma das atividades que não deu muito certo foi a do campo minado, na qual as crianças puderam pular em cima do plástico bolha para estourar as bolinhas e ao mesmo tempo pintar o papel pardo, pois alguns sentiram-se instigados a colocar a mão, a sentir através do tato e o plástico acabou rasgando e as crianças acabaram se sujando, o quer de certa forma não estava planejado.(DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 11: Atividade Campo Minado

Fonte: Arquivo pessoal

O registro é uma forma de auxiliar a memória para a avaliação do desempenho das crianças e a autorreflexão. A elaboração de um Diário de Bordo e das fotografias serviu à escrita do Dossiê e, por consequência, contribuiu aqui nesta pesquisa, como reflexão da prática de estágio, uma vez que foi possível a análise dos próprios dados apenas através dos meus registros.

Trecho XII: Durante a troca de fraldas no final da tarde, tinha pensado em deixar as crianças brincarem livre com os brinquedos que tinha planejado, porém a brincadeira estava meio pacata, foi então que pensei em diferenciar a brincadeira livre da qual tinha planejado, coloquei canetões e cartoplex à disposição das crianças para que elas pudessem explorar os materiais desenhando no papel. A

situação ficou bem mais interessante para as crianças quando mudei a estratégia. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 12: Desenhando no papel

Fonte: Arquivo pessoal

Mendonça (2009, p. 79) afirma que, “ao descrever as realizações infantis, as professoras refletem acerca das aprendizagens, interpretando as situações vivenciadas. No entanto, as descrições não abrangem todo o processado em sala mas, sim, aquelas situações provocadoras de reflexão”. Desta maneira, acredito que tenha conseguido este objetivo na análise, colocando apenas os trechos que serviram para reflexão.

Trecho XIII: Pensei em proporcionar uma experiência nova para as crianças, na qual preparei o cenário e apresentei a obra O vendedor de frutas, de Tarsila do Amaral. Conversamos e questionei: quem gostaria de vender frutas? No momento todos ficaram bem animados, então fui colocando uma criança por vez no cenário para eles explorarem o mesmo e no tempo de cada um tirei as fotos e posteriormente fiz uma exposição para a escola e o material foi publicado na rede social da escola. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 13: O vendedor de frutas

Fonte: Arquivo pessoal

Para Zabala (1998, p. 13), “um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais competente em seu ofício”. Desse modo, é necessário que a reflexão seja minuciosa em seus objetivos.

Trecho XIV: Nesta mesma situação de aprendizagem percebi que nem todas as crianças gostam das mesmas coisas. Durante as fotos da releitura um menino não gostou da situação e começou a chorar, neste momento agi com atenção com a criança. Após conversar e explicar individualmente do que se tratava e deixando as criança mais a vontade, o choro passou e foi possível concluir a situação de aprendizagem. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 14: A não aceitação da brincadeira

Fonte: Arquivo pessoal

Diante da situação descrita anteriormente, percebi que nem todas as pessoas aderem ou gostam do que lhes é proporcionado. Desta forma, “[...] refletir, projetar, comunicar [...] são as diferentes faces da documentação que servem para crescer e colocar em discussão o próprio fazer. Nesse sentido [a documentação pedagógica] se move em um plano operativo de apoio a inovação e a pesquisa”. (TOMASELLI; ZOCCHI, 2009, p.27 apud FOCHI, 2015, p.89)

Ao analisar com cuidado a documentação pedagógica e as informações que ela oferece, percebemos que essas devem ser interpretadas e refletidas. Desta forma, surgem vários pontos e informações relevantes para o processo educacional e do aprendizado das crianças em sala de aula. Os relatos das experiências empreendidas e das situações vividas em sala de aula revelam caminhos que podem ser percorridos, sendo possível atingir o objetivo educacional e proporcionar êxito nas situações realizadas em aula de aula.

Trecho XIV: Durante o estágio tive que lidar com situações em que fui a mediadora dos conflitos entre as crianças, tendo mais cuidado e atenção com a criança que bateu e a que sofreu com o tapa. O choro algumas vezes parecia ser contagiante entre as crianças, pois quando ocorria algo com umas das crianças outra parecia iniciar o choro sem motivo. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 15: Choros dos alunos

Sabe-se que esta etapa da Educação Básica está sustentada pelo tripé educar, cuidar e brincar, em que as situações de aprendizagens oferecidas às crianças devem levar em conta o cuidado, a brincadeira e a educação (BRASIL, 1998). Neste sentido, é necessário estar atento às mudanças de comportamentos das crianças. Através do registro, é possível perceber problemas que os pequenos enfrentam e ter a percepção de como foi possível enfrentar cada situação.

Trecho XVI: No último dia do meu estágio passei para as crianças um vídeo com as fotos das atividades realizadas com elas, sendo um cinema com pipoca. Como muitos já sabiam os nomes dos colegas então diziam olha lá o fulano, o ciclano, a profª Taly. (DIÁRIO DE BORDO, 2016)

Figura 16: Vídeo da turma

Fonte: Arquivo pessoal

Como estagiária, pude sentir que as crianças se sentiram felizes diante das situações de aprendizagem propostas, o que me fez refletir sobre o objetivo da Educação Infantil, pois as escolas ainda parecem ser assistencialistas ou escolarizantes. A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 2006, p. 41).

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil (BRASIL, 2010, p.16), encontram-se alguns eixos que devem orientar as propostas pedagógicas de Educação Infantil, entre eles destacam-se os princípios éticos “da autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas”, os princípios políticos “dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática” e os

princípios estéticos “da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão”. Assim sendo, entende-se que as propostas pedagógicas precisam proporcionar o desenvolvimento integral da criança superando as abordagens assistencialistas e escolarizantes sucedidas no surgimento da Educação Infantil.

Ao término do estágio, tive a sensação de dever cumprido, pois pude perceber o quanto as crianças gostaram das situações de aprendizagem e o quanto foram significativas. Desta forma, acredito que o registro é um espaço de reflexão do professor, pois ele estabelece um diálogo consigo mesmo, pois podem colocar no papel, sem muita preocupação estética, suas impressões, dúvidas, angústias, sucessos, revendo atitudes e procedimentos junto aos seus alunos, contando sua história.

A reflexão é essência do trabalho docente. Sem ela as ações pedagógicas são mecânicas, destituídas de sentimento, e o sentimento permeia as relações dos docentes e seus alunos. Vale ressaltar que o processo de reflexão está num processo de construção, mas ainda há muito para se aprender neste processo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje em dia, muito se fala sobre a necessidade dos educadores realizarem a avaliação de suas práticas educacionais com intuito de melhorar sua atuação em sala de aula e contribuir efetivamente para o aprendizado dos estudantes. Em relação a isso, a documentação pedagógica é uma das importantes ferramentas para auxiliar os mesmos a realizar este processo.

Na Educação Infantil, o uso da prática da documentação pedagógica vem ampliando e ganhando cada vez mais espaço dentro das salas de aula e tem como principal interesse o acompanhamento das realizações infantis. Esse estudo, por sua vez, comprometeu-se a

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