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Como já foi referido neste documento, o principal objetivo do estudo nele descrito foi contribuir para um melhor conhecimento acerca da situação profissional dos diplomados da UA, particu- larmente no que se refere às competências transversais que lhes são exigidas por contraponto ao grau em que as mesmas foram adquiridas na UA. A partir desse conhecimento será possível traçar estratégias para um melhor ajustamento da formação oferecida na Universidade às solicitações do mercado de trabalho.

Entre 2006/07 e 2015/16 diplomaram-se 18.924 pessoas na UA. Dessas, 1.894 acederam parti- lhar com a Universidade as suas perceções acerca do seu percurso profissional, situação atual no emprego e competências transversais adquiridas na UA e exigidas no seu atual/último emprego. Pese embora a baixa taxa de resposta (10%) e o maior peso dos diplomados mais recentes na amostra (cerca de metade dos inquiridos diplomou-se entre 2013/14 e 2015/16), o número de respostas obtido é ainda assim muito relevante para informar o debate acerca da relevância do desenvolvimento de competências transversais nos diplomados da UA.

De uma forma global pode dizer-se que a maioria dos diplomados inquiridos considera ter tido um percurso profissional estável desde a conclusão dos seus estudos na UA, tendo, em média, trabalhado para 2,2 entidades empregadoras. 39,7% realizaram estágios profissionais remunerados e 18,7% não remunerados. Apenas 35,4% passaram por pelo menos uma situação de desemprego involuntário. 27,6% dos inquiridos realizaram outra formação, posteriormente aquela obtida na UA, em diferentes outras instituições de ensino superior, nacionais mas também internacionais.

Atualmente – à data do inquérito – a maioria dos diplomados inquiridos tem um emprego regular (50,4%), trabalha em organizações privadas (69%) e não desempenha funções de chefia (61%). A maioria dos diplomados inquiridos considera ainda que: i) o emprego atual se enquadra bastante, muito ou totalmente na área de formação do seu curso (77%); ii) a Universidade lhes deu muitas, ou pelo menos algumas das competências necessárias ao seu bom desempenho profis- sional (82%); iii) as funções atualmente desempenhadas muito exigentes ou suficientemente exigentes face à formação obtida (70%). Finalmente, é de referir que a maioria dos diplomados inquiridos se encontra satisfeita ou muito satisfeita com a sua situação profissional atual (73%).

No que se refere às competências transversais adquiridas pelos diplomados através da sua formação na UA, e especificamente quando comparado o grau de aquisição das mesmas face ao grau em que são exigidas nos seus atuais/últimos empregos, verifica-se que o número de desvios estatisticamente significativos entre aquisição e exigência ocorre para a maioria das competên- cias, independentemente do grupo de diplomados em análise, sendo que o grau de exigência é sempre superior ao grau de aquisição. Embora alguma destas diferenças sejam expectáveis e até desejáveis, se considerarmos as diferentes funções e características dos mundos do ensino e

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do trabalho, a importância que é atribuída a algumas destas competências parece ser suficiente para sugerir à UA que faça mais para desenvolver a aquisição destas competências transversais por parte dos seus diplomados.

Por um lado, as competências trabalhar autonomamente e autonomamente atualizar ou

adquirir novos conhecimentos, além das competências técnico-científicas, são aquelas que os

diplomados genericamente consideram ter adquirido em maior grau. Por outro lado, os diplo- mados inquiridos percecionam como sendo também mais exigidas no emprego essa competência para trabalhar autonomamente, mas igualmente as de gerir o tempo de forma produtiva, de

trabalhar continuamente sobre pressão, de identificar e resolver problemas e de contribuir ativa- mente no trabalho em equipa. Já no que se refere às competências menos exigidas no emprego

são de destacar o empreendedorismo, enfrentar e assumir riscos perante oportunidades de negócio e planeamento estratégico e financeiro, mesmo sendo estas últimas também reportadas como adquiridas em menor grau.

Contudo, em termos de desvios entre competências adquiridas e exigidas, os desvios mais significativos surgem quase sempre relativamente a competências como expressão escrita e oral

em língua inglesa, gerir conflitos, negociar, criar e gerir redes de contactos ou gerir o tempo de forma produtiva, ainda que nem sempre por esta ordem em todos os grupos analisados.

A reflexão possível sobre os resultados apresentados neste documento permite concluir que de uma forma global o panorama da UA é positivo no que se refere à situação atual dos seus diplomados no mercado de trabalho, pese embora o facto de que ao nível das competências transversais em análise haja alguma discrepância entre o grau de aquisição das mesmas pelos diplomados através da formação que obtiveram na UA e o grau em que são exigidas nos seus atuais/últimos empregos. Obviamente que este é um aspeto sobre o qual a UA deve refletir, no sentido de desenvolver estratégias que conduzam a um melhor desenvolvimento destas compe- tências – ou pelo menos, daquelas identificadas pelos diplomados como mais exigidas no mercado de trabalho – nos seus atuais estudantes.

Competências T

ransversais dos Diplomados da UA

Anexo 1

Resultados das análises estatísticas feitas aos dados resultantes das respostas dadas pelos inqui- ridos às questões sobre a sua perceção relativamente à aquisição na UA/exigência no emprego de um conjunto de competências transversais.

Tabela 4. Perceções da totalidade dos diplomados da UA relativamente ao grau em que a formação na UA contribuiu para a aquisição da competência e ao grau em que a mesma é exigida no atual/último emprego.

Competências Transversais Adquiridas na UA Exigidas no emprego t-Student (p)Teste |Exig – Adq|GAP N Média N Média

Expressão escrita e oral em língua inglesa 1.560 3,994 1.560 5,149 0,000 1,15 Gerir conflitos 1.523 3,983 1.523 5,076 0,000 1,09 Negociar 1.380 3,717 1.380 4,717 0,000 1,00 Criar e gerir redes de contactos 1.454 3,991 1.454 4,949 0,000 0,96 Gerir o tempo de forma produtiva 1.670 5,078 1.670 6,025 0,000 0,95 Mobilizar e motivar outras pessoas 1.503 4,279 1.503 5,148 0,000 0,87 Planeamento estratégico e financeiro 1.333 3,803 1.333 4,553 0,000 0,75 Trabalhar continuamente sob pressão 1.661 5,159 1.661 5,866 0,000 0,71 Gerir projetos 1.547 4,735 1.547 5,426 0,000 0,69 Identificar e resolver problemas 1.669 5,410 1.669 5,948 0,000 0,54 Processar rapidamente

um grande volume de informação 1.658 5,160 1.658 5,677 0,000 0,52 Ensinar/formar 1.482 4,440 1.482 4,935 0,000 0,50 Construir posições próprias e fundamen-

tadas e defendê-las perante terceiros 1.664 5,203 1.664 5,698 0,000 0,50 Redigir documentos formais ou informais

em linguagem acessível aos destinatários 1.656 5,205 1.656 5,671 0,000 0,47 Gerir e interpretar bases de dados

para apoio à tomada de decisão 1.526 4,625 1.526 5,075 0,000 0,45 Enfrentar e assumir riscos perante

oportunidades de negócio 1.245 3,853 1.245 4,272 0,000 0,42 Trabalhar autonomamente 1.685 5,764 1.685 6,136 0,000 0,37 Contribuir ativamente no trabalho em equipa 1.656 5,537 1.656 5,865 0,000 0,33 Propor novas ideias e soluções inovadoras 1.620 5,190 1620 5,490 0,000 0,30 Empreendedorismo 1.336 4,180 1.336 4,311 0,021 0,13 Apresentar produtos, ideias e/ou

relatórios a uma audiência 1.577 5,275 1.577 5,372 0,035 0,10 Autonomamente atualizar ou

adquirir novos conhecimentos 1.666 5,773 1.666 5,845 0,065 0,07 Competências técnicas e científicas 1.643 5,638 1.643 5,597 0,348 0,04

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