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5.4 ANÁLISE MULTIGRUPOS PARA TESTE DAS HIPÓTESES DE PESQUISA

5.4.2 Região de Origem

A análise multigrupo por região de origem do respondente será executada neste tópico com o intuito de verificar se a estrutura do modelo se mantém invariante nos diferentes grupos ou se a região de alguma forma influencia o comportamento dos respondentes em relação à aversão à perda. Região, neste estudo é utilizada como proxy para cultura. Devido à existência de poucos dados em algumas regiões, não foi possível a divisão em duas amostras e optou-se por agrupá-las em três grupos para que a análise fosse possível. Grupo 1: Regiões Norte e Nordeste; Grupo 2: Região Centro-Oeste; e Grupo 3: Regiões Sul e Sudeste.

A tabela 28 apresenta os resultados da análise multigrupos entre as Regiões.

Tabela 28. Resultados da análise multigrupos – Regiões

Análise do Grupo 1 x Grupo 2

Assumindo que o modelo sem restrições é correto

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais Fixos 27 41,027 0,041

Pesos Fatoriais e Coeficientes Estruturais Fixos 36 54,836 0,023 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais e Covariâncias, Fixos 37 56,011 0,023 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 48 67,698 0,032

Assumindo que o modelo com pesos de medida é correto:

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais e Coeficientes Estruturais Fixos 9 13,809 0,129 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais e Covariâncias, Fixos 10 14,984 0,133 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 21 26,671 0,182

Assumindo que o modelo com covariâncias estruturais é correto:

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 11 11,688 0,388

Assumindo que o modelo sem restrições é correto

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais Fixos 27 96,654 0,000

Pesos Fatoriais e Coeficientes Estruturais Fixos 36 129,532 0,000 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais e Covariâncias, Fixos 37 129,835 0,000 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 48 151,565 0,000

Assumindo que o modelo com pesos de medida é correto:

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais e Coeficientes Estruturais Fixos 9 32,878 0,000 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais e Covariâncias, Fixos 10 33,182 0,000 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 21 54,912 0,000

Assumindo que o modelo com covariâncias estruturais é correto:

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 11 21,730 0,027

Análise do Grupo 2 x Grupo 3

Assumindo que o modelo sem restrições é correto

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais Fixos 27 76,262 0,000

Pesos Fatoriais e Coeficientes Estruturais Fixos 36 93,788 0,000 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais e Covariâncias, Fixos 37 93,903 0,000 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 48 121,076 0,000

Assumindo que o modelo com pesos de medida é correto:

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais e Coeficientes Estruturais Fixos 9 17,526 0,041 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais e Covariâncias, Fixos 10 17,641 0,061 Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 21 44,814 0,002

Assumindo que o modelo com covariâncias estruturais é correto:

Modelo DF CMIN P

Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e

Resíduos Estruturais, Fixos 11 27,173 0,004

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

A tabela 28 mostra que o modelo estrutural de aversão à perda não se mostrou invariante nas análises multigrupos entre os Grupos 1 e 2, 1 e 3 e 2 e 3. Isso significa dizer que o modelo estrutural se altera entre os grupos, que os respondentes se comportaram de maneira distinta e, portanto, a hipótese nula deve ser rejeitada nas três análises. Além disso, para o Grupo 1, formado pelas Regiões Norte e Nordeste, e Grupo 2, formado pela Região Centro-Oeste, todos os fatores foram significantes, enquanto que para o Grupo 3, formado pelas Regiões Sul e Sudeste, dois fatores não foram significantes: o Fator 6 – Propensão a

riscos para perdas em mudanças e o Fator 8 – Prazer de ganhar maior que a dor por perder - Pequenas Quantias. As estimativas podem ser observadas nas tabelas 69, 70 e 71 do Apêndice B.

A comparação entre os χ2 (CMIN) dos Grupos 1 e 2 e Grupos 2 e 3, indica que o

modelo com pesos de medida fixos, incluindo Pesos Fatoriais, Coeficientes Estruturais, Covariâncias e Resíduos Estruturais, obteve melhor ajuste que o modelo sem restrições (CMIM/DF = 3,235 e 2,879). Já para os Grupos 1 e 3, o modelo sem restrições demonstrou melhor ajuste que o modelo restrito (CMIN/DF = 2,899).

Esses resultados demonstram que a estrutura do modelo de aversão à perda se altera entre esses três grupos e, portanto, que os respondentes das regiões Norte e Nordeste (Grupo 1), Centro Oeste (Grupo 2) e Sul e Sudeste (Grupo 3) percebem de forma diferente os construtos que compõem à aversão à perda. Esses resultados confirmam os encontrados por Zola (1966), que descobriu que a percepção dos indivíduos em relação à dor é influenciada por fatores culturais; Blavatskyy e Pogrebna (2007), que evidenciaram que o nível de aversão à perda varia de acordo com o país de origem; e, Maddux et al. (2010), que mostraram que os indivíduos de origem oriental são menos sensíveis à aversão à perda que os de origem ocidental. Além disso, pode-se afirmar que o Grupo 3 se mostrou menos sensível à aversão à perda que os Grupos 1 e 2. A tabela 29 apresenta o teste Z para a observação de diferenças nos coeficientes estruturais por região.

Tabela 29. Resultados do teste Z para a identificação de divergências dos coeficientes

estruturais – Região

Grupo 1 versus Grupo 2

Variável (fator) Estatística Z Decisão (α=0.05) PGMDP (8) -0,69 Não difere entre os grupos

EDG (10) na na

ARGAP (1) 1,44 Não difere entre os grupos PRPAP (2) 0,47 Não difere entre os grupos PRGBP (3) -0,95 Não difere entre os grupos ARGM (5) -0,16 Não difere entre os grupos PRPM (6) -1,63 Não difere entre os grupos ABM (12) 0,67 Não difere entre os grupos EDP (11) 1,02 Não difere entre os grupos ARPBP (4) -0,31 Não difere entre os grupos

Grupo 1 versus Grupo 3

Variável (fator) Estatística Z Decisão (α=0.05) PGMDP (8) 0,07 Não difere entre os grupos

ARGAP (1) 2,24 Difere entre os grupos PRPAP (2) 1,43 Não difere entre os grupos PRGBP (3) 0,63 Não difere entre os grupos ARGM (5) 1,61 Não difere entre os grupos PRPM (6) -1,30 Não difere entre os grupos ABM (12) 1,38 Não difere entre os grupos EDP (11) 1,19 Não difere entre os grupos ARPBP (4) 2,02 Difere entre os grupos

Grupo 2 versus Grupo 3

Variável (fator) Estatística Z Decisão (α=0.05) PGMDP (8) 0,47 Não difere entre os grupos

EDG (10) na na

ARGAP (1) 1,69 Não difere entre os grupos PRPAP (2) 1,20 Não difere entre os grupos PRGBP (3) 1,10 Não difere entre os grupos ARGM (5) 1,66 Não difere entre os grupos PRPM (6) -0,22 Não difere entre os grupos ABM (12) 1,03 Não difere entre os grupos EDP (11) 0,65 Não difere entre os grupos ARPBP (4) 2,11 Difere entre os grupos

Fonte: dados da pesquisa (2014)

A tabela 29 mostra que foram identificadas divergências nos coeficientes estruturais na análise dos Grupos 1 e 3, com diferenças significantes nas relações das variáveis ARGAP (aversão a riscos para ganhos de alta probabilidade) e ARPBP (aversão a riscos para perdas de baixa probabilidade) e a aversão à perda, e na análise dos Grupos 2 e 3, com divergência na relação entre a variável ARPBP (aversão a riscos para perdas de baixa probabilidade) e a aversão à perda. Esses resultados indicam diferenças de percepção dos construtos que compõem a aversão à perda entre as regiões do país, utilizadas neste estudo como proxy para cultura.