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Região Sudoeste Do Paraná Lócus Da Pesquisa

O estado do Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado ao norte da região Sul. Faz divisa com Mato Grosso do Sul a noroeste, São Paulo ao norte e ao leste, Santa Catarina ao sul, Argentina a sudoeste, Paraguai a oeste e oceano atlântico a leste. Sua área é de 199.554 km2 e conta com 399 municípios (Paraná, 2018).

Seus indicadores econômicos apontam o estado como um dos maiores produtores do Brasil com cerca de 23% da produção brasileira de grãos, na qual destaca-se a produção de trigo, milho, feijão, algodão, soja, café, mandioca, cana-de-açúcar e erva-mate. É de grande importância a bovinocultura de leite e de corte, suinicultura, avicultura. No setor industrial destaca-se a agroindústria, empresas alimentícias, de fertilizantes, cimento, eletroeletrônica e a metalomecânica (Paraná, 2018).

A região Sudoeste do Paraná está situada na região Sul do Brasil, de acordo com os dados do IPARDES (2016), possui uma população estimada de 622.874 habitantes e é composta por 42 municípios situados em uma área territorial de 17.060,444 km².

Este território geográfico alberga os seguintes municípios: Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Bom Sucesso do Sul, Capanema, Chopinzinho, Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Coronel Vivida, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Honório Serpa, Itapejara d'Oeste, Manfrinópolis, Mangueirinha, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Palmas, Pato Branco, Pérola d'Oeste, Pinhal

de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antônio do Sudoeste, São João, São Jorge d'Oeste, Saudade do Iguaçu, Sulina, Verê e Vitorino. (IPARDES, 2012).

Tal afirmação pode ser visualizada no mapa a seguir, o qual apresenta a região Sudoeste do Paraná.

Figura 1- Mesorregião Geográfica do sudoeste do Paraná

Fonte: Mesorregião Geográfica do Sudoeste Paranaense, adaptado Ministério Público do Paraná (2018)

Os referidos municípios apresentam ligações com o Oeste de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul, devido a semelhanças de relevo, clima e colonização. O fato da região Sudoeste do Paraná estar próxima da capital Curitiba contribui para o desenvolvimento econômico e social da região. Os fatores regionais dialogam historicamente com o processo de expansão da Educação Superior, vivenciado nas últimas décadas e que contribuem com o processo de desenvolvimento regional. (MASSUCATTO et al, 2016)

Quanto a ocupação da região, Bernartt (2006) relata que a região sudoeste do Paraná tem sua formação e ocupação marcada por conflitos em torno da propriedade e da posse da terra, com base em uma agricultura familiar.

Desta maneira, de acordo com Turmena (2009), a economia da região Sudoeste, inicialmente, concentrou-se na extração de recursos naturais como a erva-mate, madeira e couro e criação de animais (gado e suínos). Algumas mudanças ocorreram, pois com a chegada dos sulistas, a região passou a se caracterizar pela produção agrícola, atrelada a uma forma de produção agroindustrial (milho, soja, feijão, aves, suínos, fumo, etc.).Quanto à industrialização, a mesma ocorreu tardiamente, tendo um aumento significativo de indústrias na década de 1980 e a partir da década de 1990 com o setor têxtil e de abate de aves concentrados principalmente em municípios como Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos que constituem um eixo articulado na região.

Para Perondi et.al (2007), a região demonstra interação entre as atividades agrícolas e não- agrícolas. Concordando com essa afirmação, pode- se ressaltar que atualmente a região caracteriza-se pela produção de milho, soja, trigo, bem como pela criação de suínos, bovinos, equinos, ovinos, galináceos. Apresentando um forte desempenho na área de serviços com a influência dos Arranjos Produtivos Locais – APL´s de confecção, alumínio metalurgia, moveleira e de produção de softwares.

Segundo Marini (2012, p. 119), os arranjos produtivos locais se caracterizam como “um sistema localizado de agentes econômicos, políticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econômica, que possuem vínculos produtivos e institucionais entre si, de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefícios relacionados com a aglomeração das empresas”.

Mas, tratando especificamente da expansão das instituições de ensino superior na região sudoeste do Paraná, pode-se relatar que essa expansão foi mais relevante a partir dos anos 1999 e 2002, quando a região passou a ter 13 instituições de nível superior a maioria de caráter privado, de acordo com Massucatto et. Al (2016).

Porém, o primeiro contato da região com as instituições de ensino superior ocorreu entre as décadas de 1960 e 1970 com a criação de três instituições.

A primeira instituição foi estabelecida na cidade Palmas, com o Centro Pastoral, Educacional e Assistencial Dom Carlos (CPEA), entidade mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFI), regularizada em 1969. Os principais aspectos que contribuíram para a instauração da ES em Palmas foram a ligação com o próprio Sudoeste, com outros municípios dos demais estados do sul, o pioneirismo da cidade e a presença católica ali presente. A segunda instituição criada na região também no município de Palmas em 1979 foi a Faculdades Reunidas de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas de Palmas (FACEPAL). Ainda na década de 1970 mais duas instituições de ES foram criadas, uma em Pato Branco, a Fundação Faculdade de Ciências Contábeis de Administração de Pato Branco (FACICON), que em 1982 passa pelo processo de alteração na sua denominação para Fundação de Ensino Superior e Pato Branco (FUNESP), e outra em Francisco Beltrão, Faculdade de Ciências Humanas de Francisco Beltrão (FACIBEL), inicialmente com dois cursos: Estudos Sociais e Economia Doméstica. Ambas as instituições eram fundações com estruturas cedidas pelos municípios. (MASSUCATO, 2016, p. 162- 163)

Até o final da década de 1990, tais instituições permaneceram como opções regionais para a formação em nível superior, quando a região vivenciou seu segundo processo de expansão. Na Região Sudoeste as instituições de ensino foram em sua maioria fundadas pela iniciativa de grupos empresariais e pela verticalização do ensino médio para o superior de escolas particulares.

“A região sudoeste possui 34 IES públicas e privadas, que contemplam 09 instituições públicas e 25 instituições privadas, com uma oferta aproximada a 10.300 vagas que estão disponibilizados em áreas diversas” (RUBIN-OLIVEIRA, PEZARICO e FREITAG, 2012). Duas dessas instituições representam conquistas recentes para a região, sendo elas a UFFS-Universidade Federal da Fronteira Sul, no município de Realeza e o IFPR- Instituto Tecnológico Federal do Paraná, no município de Palmas.

4.2 O método da Análise de Conteúdo: a coleta e a organização dos dados