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REGISTRO DO MDL

No documento O MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (páginas 66-72)

2%

A

B

Conta para a parte dos recursos a ser destinada para

adaptação Conta pendente

do Conselho Executivo

Conta dos partici- pantes de projeto autorizados pela Parte

não-Anexo I

A+B=98%

das RCEs. Somente então o ponto focal da atividade de projeto poderá requerer a transferência destas Reduções Certificadas de Emissões para uma conta (i) no Regis- tro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; ou (ii) em algum Registro Nacional. A transferência deve respeitar os acordos estabelecidos entre os participantes do projeto sobre a distribuição das RCEs. A figura a seguir resume esse processo:

Sistema de Registros

O sistema de registros foi estabelecido para garantir a transparência e a credibilida- de do sistema de transações das unidades do Protocolo de Quioto e é composto por três sub-sistemas: o Registro do MDL, os Registros Nacionais e o ITL (International Transaction Log). Passaremos, a seguir, por cada um desses subsistemas para escla- recer o seu funcionamento.

Registro do MDL

O Registro do MDL foi criado pelo Conselho Executivo para as emissões, posses e transferências de RCEs pelas Partes não-Anexo I e pelos participantes de projeto por elas autorizados. O Registro do MDL é um sistema eletrônico muito semelhante a um sistema bancário. As unidades são emitidas e transferidas para as contas dos participantes de projeto dos países não-Anexo I no Registro do MDL ou transferidas para as contas dos participantes de projeto dos países no Anexo I nos seus respectivos Registros Nacionais. Destaca-se que não é permitido transferir RCEs entre contas no Registro do MDL. A função de administrador do Registro do MDL é desempenhada pelo Secretariado. É também papel do Registro do MDL tornar públicas, na internet, informações não confidenciais acerca das contas, das atividades de projeto, das transações, entre outras. O Registro do MDL tem as seguintes contas:

(1) Conta Pendente do Conselho Executivo, para a qual as RCEs são emitidas antes de serem transferidas para outras contas. [CMP/2005/8/Ad1, p27 para3(a)] (2) Conta de uma Parte não-Anexo I que seja anfitriã de uma atividade de projeto do MDL ou solicite uma conta. Poderão ser abertas contas para os participantes de projetos autorizados pela Parte não-Anexo I. [CMP/2005/8/Ad1, p27 para3(b)] (3) Contas de cancelamento para RCEs emitidas em excesso, para cancelar uni- dades do Protocolo de Quioto iguais aos excessos de RCEs emitidos, conforme deter- minado pelo Conselho Executivo. [CMP/2005/8/Ad1, p27 para3(c)]

(4) Conta de cancelamento para RCEts e RCEls que tenham expirado em al- guma conta no Registro do MDL e para RCEls que tenham se tornado inelegíveis. [CMP/2005/8/Ad1, p80 para3]

(5) Conta para a parcela das receitas, criada para manter e transferir RCEs corres- pondente ao SOP-Adaptation. [CMP/2005/8/Ad1, p27 para3(d)] SOP vem do termo em inglês, share of proceeds, e corresponde aos 2% das RCEs que são enviadas ao fundo de adaptação.

Registros nacionais

Um Registro Nacional deve ser estabelecido e mantido por cada Parte no Anexo I com o objetivo de garantir a correta contagem de emissão, posse, transferência e aquisição das diversas unidades previstas no Protocolo de Quioto, sendo permitido o comércio de RCEs entre contas nos Registros Nacionais. Cada Parte designa uma organização como administrador de registro para manter seu Registro Nacional. Os Registros Nacionais podem ter regras nacionais próprias, mas devem respeitar as re- gras internacionais aplicáveis à transação de RCEs (fiscalizadas por meio do ITL) e ter a forma de uma base de dados eletrônica padronizada. Ademais, podem ser criados Registros Regionais, assim como o fez a Comunidade Européia.

Os Registros Nacionais devem tornar públicas, na internet, informações não confi- denciais referentes às contas, à quantidade total de unidades, às atividades de pro- jeto, às entidades autorizadas pela Parte a participar dos mecanismos do Protocolo de Quioto, entre outras.

Os tipos de unidades existentes são os seguintes:

Sigla da Unidade, em inglês

Sigla da Unidade,

em português Significado

AAU UQA

Unidade de Quantidade Atribuída Unidades alocadas baseadas nos níveis de emissão a serem atingidos

RMU URM

Unidade de Remoção

Unidades adicionais criadas pelas Partes no Anexo I para remover CO2 ERU URE Unidade de Reduções de EmissõesUnidades convertidas sob o JI

Sigla da Unidade, em inglês

Sigla da Unidade,

em português Significado

t CER RCEt

Reduções Certificadas de Emissões temporárias

Unidades adicionais do MDL para florestamento e reflorestamento

l CER RCEl

Reduções Certificadas de Emissões de longo prazo

Unidades adicionais do MDL para florestamento e reflorestamento

É bom lembrar também que todas as unidades têm um número de série particular que será dado de acordo com o modelo abaixo:

1 XX 2 1 3 - 4 000,000,000,000,001 5 999,999,999,999,999 6 01 7 01 8 1 9 0000001 10 1 11 XX/YY/ZZ

Identificador Linha ou Código

1 Registro originário Códigos de países com duas letras na ISO3166, de janeiro de 2005

2 Tipo de unidade

1=UQA, 2=URM, 3=URE convertida de UQA, 4=URE convertida de URM, 5=RCE, 6=RCEt, 7=RCEl

3 Tipo suplementar de unidade

Espaço para unidades somente de Quioto ou definidas pelo STL (Supplementary Transaction Log)

4 Bloco serial de início de unidade Valores numéricos únicos designados pelo registro de 1 a 999,999,999,999,999

5 Bloco serial do fim da unidade Valores numéricos únicos designados pelo registro de 1 a 999,999,999,999,999 6 Período de compromisso original 1–99

7 Período de compromisso aplicável 1–99

8

Atividades de uso da terra, mudança no uso da terra, florestamento e reflorestamento

1=florestamento e reflorestamento, 2=desflorestamento, 3=manejo de floresta, 4=manejo de terra cultivada,

5=manejo de pasto, 6= revegetação 9 Identificador de projeto Valor numérico único designado pelo registro para o Projeto

10 Rastreabilidade 1 ou 2

11 Data de vencimento Data de vencimento para RCEt ou RCEl

Já os tipos de contas existentes dentro dos Registros Nacionais são os indicados abaixo: (1) Conta da Parte no Anexo I

(2) Conta de cada entidade autorizada pela Parte a manter sob sua responsabilidade unidades do Protocolo de Quioto.

(3) Conta de Cancelamento para as atividades de uso da terra, mudança no uso da terra e florestas, criada para cancelar as unidades do Protocolo de Quioto no caso de tais atividades resultarem em fontes de emissão de GEE.

(4) Conta de Cancelamento pelo não-cumprimento, para cancelar as unidades do Protocolo de Quioto iguais 1,3 vezes a quantidade de emissões em excesso no caso de a Parte não estar de acordo no primeiro período de compromisso.

(5) Conta de cancelamento para outros cancelamentos feitos pela Parte, criada para cancelar unidades do Protocolo de Quioto para motivos de cancelamento diferentes dos (3) e (4) acima.

(6) Conta de Substituição de RCEts, criada para cancelar UQAs, RCEs, UREs, URMs e/ou RCEts para propósitos de recolocação das RCEts antes que estas expirem. [FCCC/ KP/MP/2005/8/Add.1, p71 para43]

(7) Conta de Substituição de RCEls, criada para cancelar UQAs, RCEs, UREs, URMs e/ou tRCEls para propósitos de substituição das RCEls. [FCCC/KP/MP/2005/8/Add.1, p71 para47]

(8) Conta de Resgate, usada para retirar unidades do Protocolo de Quioto válidas para o período de compromisso em questão, com o objetivo de cumprir os compromissos quantificados da Parte. [FCCC/KP/MP/2005/8/Add.2, p27 para14] ITL

O nome ITL vem da sigla, em inglês, de International Transaction Log. O ITL é um componente essencial do modelo institucional do MDL, já que controla, numa base eletrônica de dados, a comunicação e a transferência e aquisição de unidades entre todos os registros.

Recentemente, o registro da Comunidade Européia (CITL) foi devidamente acoplado ao ITL, permitindo, assim, maior liquidez ao mercado de carbono.

Quem mantém o ITL é o Secretariado, e sua função é verificar a validade das transações de unidades estabelecidas no Protocolo de Quioto, sejam elas emissões, transferências, aquisições, cancelamentos, vencimentos, substituições, recolhimentos ou adiamentos. Dessa forma, tem o poder de interromper, automaticamente, qualquer negociação que quebre as regras estabelecidas pelo Protocolo de Quioto – garantindo a integridade do mesmo.

As Partes no Anexo I, podem efetuar transações entre si das unidades acima descritas por meio do ITL. Como o Brasil não é Parte no Anexo I, não tem registro nacional e, portanto, essas transações não se aplicam aos países em desenvolvimento. O Brasil, enquanto Parte não-Anexo I, tem apenas uma conta no registro do MDL, não possuindo um Registro Nacional.

No documento O MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (páginas 66-72)