2.3 Vant para fins Fotogramétricos
2.3.6 Regulamentação Brasileira para voos não tripulados
De acordo com Furtado et al. (2008) a integração de VANTs no atual cenário da aviação civil ainda possui muitas limitações de acordo com a regulamentação seguida, atrelada a vaga experiência profissional para operar o mesmo.
No Brasil, a portaria da defesa normativa nº 606, de 2004 apresenta diretrizes para a obtenção de veículos aéreos não tripulados e as suas providências. Pegoraro (2013) apresenta as instruções utilizadas no manual do usuário fornecido no drone
mdCockpit utilizado em seu trabalho, acerca de recomendações para o uso do mesmo
em algumas áreas, dentre elas podem ser extraídas as seguintes informações:
● Calcular cuidadosamente o tempo de voo e o tempo necessário para pousar; ● Não voar nas proximidades dos aeroportos, instalações militares ou outras
fontes de fortes emissões eletromagnéticas. Permanecer pelo menos a cinco quilômetros de aeroportos;
● Não voar perto de redes elétricas e de pessoas;
● Antes de realizar a decolagem, certificar-se se as hélices estão apertadas. Uma fixação de forma incorreta pode causar correntes de ar que aumentam muito o consumo da bateria e, assim, reduzir o tempo de voo;
● Iniciar o voo com a bateria plenamente carregada;
● Evitar descer em linha reta, especialmente verticalmente. Descer em espiral ou fazendo “zig-zag”. Em uma descida vertical direta, o drone pode se desestabilizar ao se aproximar do chão.
● Ao precisar voar sobre a água, não se deve começar diretamente sobre a água, e sim manter sempre uma altura de pelo menos cinquenta metros acima da superfície.
No que diz respeito ao Brasil, a Instrução Suplementar (IS) nº 21/2012 – Revisão A da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC, 2012) considera como sendo VANT, os protótipos que operem a uma altura maior que 121,92 metros acima da superfície terrestre ou além da linha que corresponde ao campo de visão, mesmo que esteja abaixo desta altura. Deve-se considerar também, o peso máximo de decolagem sendo este 25kg, mesmo que esteja operando em uma linha de visada visual e abaixo de 121, 92 metros.
Luz (2015) ainda afirma que as classificações já aceitas a respeito dos VANT’s, levam em consideração os seguintes aspectos:
● Peso máximo de decolagem; ● Autonomia Operacional; ● Distância;
● Altura máxima de voo; ● Energia de impacto no solo.
No que se diz respeito a regulamentação dos voos, nenhum VANT civil tem a permissão de operar em território nacional sem a autorização da ANAC, do departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e determinados órgãos regulares, sendo um deles referente ao Ministério da Defesa.
No Brasil, existem atualmente três documentos oficializados que abordam sobre a regulamentação dos VANT’s no Brasil, sendo estes:
a) Circular de Informações Aeronáuticas – AIC nº 21/10 – DECEA Setembro/2010: tal circular tem como finalidade estabelecer as informações necessárias para o uso de veículos aéreos não tripulados no Brasil;
b) Decisão nº 127 – ANAC, Novembro/2011: autorização para operação aérea de Aeronave Remotamente Pilotada do Departamento de Polícia Federal;
c) Instrução Suplementar nº 21-002 - Revisão A - ANAC, Outubro/2012: Orienta aplicação da seção 21.191 do RBAC 21 (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil) para emissão de CAVE (Certificado de Autorização para Voo Experimental) para SISVANT de uso experimental (pesquisa e desenvolvimento, treinamento de tripulações e pesquisa de mercado).
As liberações relacionadas a regulamentação do uso de VANT’s para fins comerciais ainda tem sido alvo de discussões por parte da ANAC, apresentada neste item. O encontro mais recente realizado para debater tais aspectos foi realizado em 04 de abril/2017. Contudo, ainda não houve um parecer sobre o uso do VANT para estas finalidades, sendo solicitado um período maior para análises quando a viabilidade deste equipamento para tais objetivos.