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Regulamentação da EAD no Brasil

No documento MURILO - Dissertação final abril 2015 (páginas 33-36)

Capítulo II: Educação a Distância no Brasil: histórico, regulamentação e funcionamento

2. Educação a distância no brasil: histórico, regulamentação e funcionamento

2.2. Regulamentação da EAD no Brasil

De acordo com Lobo Neto “a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – em seu Art. 80, Título VIII: Das Disposições Gerais – trazia algumas determinações sobre o ensino/educação a distância, mas as remetia a futuras regulamentações.” (Lobo Neto, 2011, p. 399) O autor sintetiza ao elencar as principais determinações da LDB:

a. O Poder Público deve incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância.

b. O ensino a distância desenvolve-se em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada.

c. A educação a distância organiza-se com abertura e regimes especiais.

d. A educação a distância será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.

e. Caberá a União regulamentar requisitos para realização de exames para registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância.

f. Caberá aos sistemas de ensino normatizar a produção, controle e avaliação de programas e autorizar sua implementação.

g. Poderá haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.

h. A educação a distância terá tratamento diferenciado, que incluirá: custos reduzidos na transmissão por rádio e televisão; concessão de canais exclusivamente educativos; tempo mínimo gratuito para o Poder Público, em canais comerciais.

Na sequência faremos uma discussão sobre cada uma das regulamentações descritas: “O Poder Público deve incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância”. - Observamos que essa regulamentação não institucionaliza o órgão público que deve promover o incentivo, o desenvolvimento e a veiculação desses programas, de modo que, faz-se necessário um complemento para essa regulamentação que determine o órgão do poder público. “O ensino a distância desenvolve-se em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada”. - Essa regulamentação também deixa brechas no sentido da não especificação do envolvimento dos níveis, modalidades e formação continuada, por exemplo: acredita-se que nos ciclos iniciais seria inconcebível implantar-se um curso a distância, já na modalidade presencial há uma resistência nesse desenvolvimento por questões óbvias e referentes a modalidade presencial, exemplo: se o docente não se presencializa em sala está sujeito a sofrer punições já que o curso é estritamente presencial, enquanto que a formação continuada ainda está em estágio embrionário os programas EAD são quase inexistentes. Por isso faz-se necessário a delimitação dos níveis das modalidades e da formação continuada.

“A educação a distância organiza-se com abertura e regimes especiais”. - Iremos discorrer sobre essa regulamentação no tópico que trata do funcionamento da EAD.

“A educação a distância será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União”. - Como a União credencializa as Instituições por meio de autorizações de funcionamento faz-se necessário delegar uma diligência para o devido acompanhamento e manutenção dessa modalidade de ensino.

“Caberá a União regulamentar requisitos para realização de exames para registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância”. - Os requisitos para realização de exames e para registro de diplomas, ainda encontram-se pautados na modalidade presencial, com um sistema protocolar obsoleto que retarda a entrega da certificação.

“Caberá aos sistemas de ensino normatizar a produção, controle e avaliação de programas e autorizar sua implementação”. Essa regulamentação é de fato uma contradição, no momento em que se outorga aos sistemas a normatização, produção, controle e avaliação, não se deixa espaço para imposições, no caso aqui estudado a aplicação da avaliação presencial num curso a distância.

Poderá haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. - Essa regulamentação já esta em vigor, existem registros de algumas instituições que integraram e nessa fusão, surge outra modalidade de ensino a semipresencial.

“A educação a distância terá tratamento diferenciado, que incluirá: custos reduzidos na transmissão por rádio e televisão; concessão de canais exclusivamente educativos; tempo mínimo gratuito para o Poder Público, em canais comerciais”. - Essa regulamentação revela o impacto econômico a que se deve aplicar a EAD brasileira.

No intuito de prosseguir com os insumos referentes a essa investigação, focaremos doravante no processo de regulamentação da avaliação da aprendizagem na EAD do Brasil.

Segundo Fernandes (2011) foi por meio do decreto nº 5.622 de dezembro de 2005 que foi regulamentada a EAD no Brasil, e quanto à questão das avaliações da aprendizagem ficou determinado no artigo 4º que:

“Artigo 4º - a avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo mediante;

I – cumprimento das atividades programadas; e II – realização de exames presenciais.

§ 1º os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa.

§ 2º os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância.” (Decreto 5.622, 2005)

Enquanto que Lobo Neto (2011, p. 400) apresenta o Art. 7º absorvido pelo mesmo Decreto 5.622/2005, que exclusivamente se refere a avaliação do rendimento do aluno para fins de promoção, certificação e diplomação, essa se dará:

 No processo;

 Por meio de exames presenciais que “deverão avaliar competências descritas nas diretrizes curriculares nacionais, quando for o caso, bem como conteúdos e habilidades que cada curso se propõe a desenvolver” (Art. 7º § Único);

 E segundo procedimentos e critérios definidos no projeto autorizado;

Devemos considerar que a regulamentação da EAD em nível superior no Brasil teve um caráter eminentemente de política de vanguarda, pois se tratava de uma nova era política, aliás, política esquerdista que objetivava apresentar dados concretos de avanços não apenas na a economia, mas, principalmente na educação brasileira.

Devido a essa mudança política, foi preciso romper o paradigma da educação presencial tradicional, que era limitado e excludente. Com essa nova política educacional iniciou-se um processo de investimentos financiamentos, linhas de crédito para educação superior, programas educacionais sociais (Prouni3), entre outros, possibilitando aos segregados sem diploma, a oportunidade de cursar um grau superior. Nesse contexto houve o enfrentamento com outros problemas, por exemplo: como congregar tantos alunos absorvidos pelo mercado de trabalho? Como proporcionar cursos que funcionem de acordo com as necessidades desses alunos proativos? É nesse sentido que entra em cena a modalidade EAD para suprir a demanda de formação superior no Brasil. Por isso se faz necessário compreendermos a funcionalidade dessa modalidade de educação, assunto que será discorrido no próximo tópico.

No documento MURILO - Dissertação final abril 2015 (páginas 33-36)

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