• Nenhum resultado encontrado

RELAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA

Será abordado neste capítulo a relação entre a Lei 11.340/06 e a influência da mídia, no que tange as notícias de violência contra a mulher que são reproduzidas pela mídia. Além disso, será realizada uma reflexão acerca das problemáticas para a efetivação da lei citada, bem como o poder da mídia na construção do pensamento da sociedade.

2.1 Historicização da Lei Maria da Penha e suas Preconizações Sobre a Violência

A Lei 11.340/06 mais conhecida como Maria da Penha emerge como uma possibilidade jurídica com o intuito de preservar os direitos da mulher, que ao longo dos anos foram desconsiderados pelos homens, a qual reconhece que a violência contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. Portanto não se pode negar a relevância dessa lei como um mecanismo importante para garantir a proteção da mulher. É fundamental então, que seja discutida sua aplicabilidade, contextualizando-a.

A violência doméstica era julgada pela justiça como qualquer outro crime comum. Quando a mulher procurava a delegacia para registrar a ocorrência, muitas vezes era desacreditada ou tinha seu sofrimento minimizado pelos policiais que quase sempre, realizavam um atendimento sem o mínimo de empatia e consideração da mesma como um sujeito de direitos. Ainda na delegacia, a mulher agredida obtinha o entendimento de que seria ela mesma quem deveria entregar a intimação ao agressor. Quando o caso prosseguia e se chegava ao julgamento, a pena seria de no máximo um ano, em caso de lesões graves e mesmo nestes casos o agressor poderia responder com penas pecuniárias, que é o pagamento da “dívida com a justiça” através de multas e entregas de cestas básicas (MARTINS,2015).

A mulher é subjugada como um sujeito sem direitos ou poder voz, não só pelo seu companheiro no contexto familiar como também, por exemplo, servidores públicos tais como polícias no que tange o atendimento das mulheres em situação

de violência antes da promulgação da lei Maria da Penha caracterizando então uma violência institucional, que foi definida a partir da lei Maria da Penha.

Nesse contexto, vale ressaltar que a mídia foi de suma importância no que concerne a visibilidade do caso da senhora Maria da Penha, porque a mídia divulgou amplamente o seu sofrimento e como a sua história de vida exerceu influência direta na criação e aprovação do referido diploma legal12.A resultante deste caso foi um processo feito pela OEA(Comissão Interamericana de Direitos Humanos) que condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica tendo como uma das punições a recomendação para que fosse criada uma legislação específica para este tipo de violência.

A partir do reconhecimento da gravidade e crescimento deste tipo de violência, o Brasil então criou e proclamou a lei Maria da Penha, contendo então o nome da mulher vítima de violência doméstica que obteve uma ampla visibilidade, tanto nacional como internacional.O que traz uma reflexão sobre o uso deste nome e quais os pontos positivos e negativos que a referida lei trouxe para a senhora da penha, haja vista que pode tender a encorajar as outras mulheres a realizarem denúncias como pode trazer um imagem apelativa por usufruir do nome da vítima para uma lei. Sobre a promulgação desta Lei, Pereira cita que:

A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva é uma das mais importantes conquistas para a sociedade e para as mulheres brasileiras, tornando-se um direito das mulheres e dever do Estado. Esta lei cria e estabelece mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, uma das formas mais graves de violação de direitos humanos. Conforme a Constituição Federal, em seu artigo 226, parágrafo 8°, a Lei Maria da Penha entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006 e veio reafirmar o que as mulheres brasileiras têm alertado o Estado brasileiro e a sociedade sobre a importância das políticas públicas que ponha fim a este comportamento que tem levado milhares de mulheres a morte dentro do seu próprio la(PEREIRA,2011 ,p.36).

12 É, mais uma vez, importante destacar que os casos de violência doméstica que sensibilizam a mídia e, consequentemente, “os lares” brasileiros são sempre de mulheres de classe média, “independentes” e “inteligentes” que foram mortas, ou sofreram tentativa, por seus companheiros pessoas extremamente possessivas como é o caso de Sandra Gomide, que foi assassinada em 2000 pelo seu namorado, o jornalista Pimenta Neves, e Patrícia Ágio Longo que foi assassinada em 1998 pelo seu marido, o promotor de justiça Igor Ferreira e Silva. Quando se fala de violência doméstica, esses dois casos, mais o de Maria da Penha, são uma das formas de justificar a necessidade do enrijecimento da lei penal para acabar com esse tipo de crime (MELLO,2010).

O Estado não via a violência cometida contra as mulheres como uma das expressões da questão social, haja vista que o reconhecimento da questão social também se deu por meio de um longo processo de lutas. Apesar de, antes do então reconhecimento, já terem sido emitidos alertas ao estado sobre este tipo de violação de direitos femininos, a reação estatal sobre estes casos se manteve de maneira supérflua, a dar respostas que, ao invés de objetivar o fim dessas violências, se manteve de maneira a não se responsabiliza, dando o mínimo, que na verdade não foi suficiente para proteger as mulheres.

É de suma importância destacar aqui o antes e depois da lei Maria da Penha para que se possa observar o quão foram relevantes as mudanças que esta lei trouxe para a sociedade e principalmente para a mulher em todos os aspectos.

De acordo com o Observatório Lei Maria da Penha13, antes da lei citada

acima não existia uma lei específica sobre violência doméstica, e quando havia casos deste modelo era aplicado a lei 9.099/95, que estabeleceu os juizados especiais criminais, onde existiam os julgamentos dos crimes de “menor potencial ofensivo”(permanecendo a pena máxima de 2 anos). Vale salientar que esses juizados tratavam somente do crime na íntegra, e cabia mulher buscar a solução de outras pendências referentes ao caso de violência sofrido pela mesma sem auxílio de profissionais específicos da área, como por exemplo, as questões cíveis, sendo estas: a separação, pensão, guarda de filhos.Portanto para abarcar estas últimas era necessário ser aberto outro processo.

Cabe citar que a mulher ao sofrer algum tipo de violência obtinha por parte da justiça uma atenção limitada, que dada esta temporalidade que estava inserida a mulher não era vista como um sujeito portador de direitos, e ainda não é vista como tal apesar dos avanços legislativos, que transpareciam minimizar as relações abusivas a qual a mulher estava inserida e sofria agressões. Tendo em conta que

13

O Observatório para Implementação da Lei Maria da Penha desenvolve suas atividades através de um Consórcio liderado formalmente pelo NEIM/UFBA e composto por outras oito instituições, contando, ainda, com três redes parceiras, cobrindo as cinco regiões do país. As três Redes parceiras componentes do Consórcio são a REDOR (Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulheres e Relações de Gênero), o CLADEM/Brasil (Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres) e a Rede Feminista de Saúde (Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos). A seguir, inserimos a lista completa das organizações integrantes do Consórcio, com os correspondentes links para as páginas institucionais.Disponivel em: <httlp://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha>.

que neste período o sistema patriarcal já expressava-se de maneira suprema e irrevogável integralizando os pensamentos da sociedade como um todo e permanecendo nos juízos dos sujeitos apesar do progresso no que tange os debates voltados a esta temática, sem eximir a mulher. Pois está como pertencente da sociedade, não está isenta as influência patriarcais e machistas que culminaram nesta fase.

O site Observatório Lei Maria da Penha14 enfatiza que, com a lei 11.340/06 há uma tipificação e definição da violência doméstica e familiar contra a mulher, que fica conhecida como um ato que independe da orientação sexual da mulher,

estabelecendo suas formas, que não se restringe somente a violência física, mas contém também a violência psicológica, sexual, patrimonial, institucional e moral, bem como a criação de juizados especializados em violência doméstica e familiar contra a mulher abrangendo toda as questões, retirando então os juizados especiais criminais que atuavam durante a diligência da lei 9.099/95.

Com os movimentos feministas15, obtivemos um progresso no que concerne às lutas voltas aos direitos e proteção das mulheres, instigando então o Estado a prover meios para que a violência contra a mulher seja vista como um problemas social-histórico e cultural a ser combatido. E foi com essas lutas, e a visibilidade obtida com o caso da senhora Maria da Penha16, que foi construído e promulgado uma lei que visasse a proteção das mulheres.

Com base na promulgação desta lei voltada a proteção legal das mulheres reconhecendo-as então como sujeitos de direito e a organização dos movimentos

14

Disponível em: <http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha>.Acesso em:16 de Novembro de 2019

15

O movimento feminista levou ao âmbito público- meio político de correlação de forças- questões ,por muito tempo, foram tidas como de caráter privado, ou seja, as pessoas eram responsabilizadas e não havia necessidade de intervenção estatal.Diante de inúmeras reivindicações pelo fim da violência contra a mulher foram feitos vários pactos internacionais entre os estados nacionais.Sendo o Brasil incluído no rol dos estados que pactuaram com o fim da violência contra a mulher, passou a implementar uma série de políticas sociais públicas de enfrentamento à violência(ARAUJO,2013,p.131).

16

Em 2001, a Convenção Americana de Direitos Humanos(CIDH) responsabilizou o Estado brasileiro por omissão, negligência e tolerância no caso da senhora Maria da Penha. Considerou que nesta se davam as condições de violência doméstica e de tolerância pelo Estado definidas na Convenção de Belém do Pará. A punição fora aplicada, dentre outras, como a necessidade de criação de uma lei adequada a este tipo de violência contra a mulher(LIMA,2017).

feministas, há um avanço no que concerne a busca por uma relação igualitária entre mulher bem como a não mais naturalização da violência contra a mulher.

A partir das explanações do site Observatório Lei Maria da Penha e a Cartilha da LMP(2013), entende-se que, anteriormente a lei em questão, cabia a vítima por vezes, entregar a intimação solicitada para o agressor, a fim do mesmo comparecer às audiências, enquanto a autoridade policial realizava um resumo dos fatos explanados pela vítima e ocorrendo então a produção de um registro num termo padrão (igual para todos os casos de atendidos).

Vale ressaltar que a mulher possuía a escolha de desistência da denúncia até então efetuada na delegacia. A referida cartilha da Lei Maria da Penha17 ainda

abrange o atendimento dado pela autoridade policial, que deve ter como base: a garantia da proteção da vítima, e o encaminhamento da mesma a um hospital caso seja necessário; o fornecimento de um transporte para para um casa abrigo no caso de risco de vida para esta e seus procedentes, e se necessário o acompanhamento da mesma e seus dependentes para sua retirada do domicílio ao qual se encontra; e também a disseminação de seus direitos com base na lei 11.340/06 a fim de esclarecer a vítima.

A mulher mesmo após a denúncia, mantinha uma relação de proximidade com agressor justamente por não haver especificidades na lei que obrigasse o homem a manter uma distância mínima da mesma, bem como a inexistência de casas abrigo, onde a mulher pode ficar protegida enquanto o processo contra o agressor estivesse em andamento e podendo ser solicitada pela vítima logo após a realização da denúncia.

Antes, o agressor podia continuar frequentando os mesmos lugares que a vítima frequentava e não era proibido de manter qualquer forma de contato com a vítima agredida, como afirma o site observatório Lei Maria da Penha 18citando ainda

que, com a lei 11.340/06, o Juiz passou a poder fixar o limite mínimo de distância

17

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO. CARTILHA LEI MARIA DA PENHA. 2. ed. Rio de Janeiro: Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, 2013.

18

OBSERVATÓRIO LEI MARIA DA PENHA.Aspectos Fundamentais da Lei.Disponível em:<http://www.observe.ufba.br/lei_aspectos>.Acesso em: 14 de setembro de 2019.

entre o agressor e a vítima, seus familiares e testemunhas. Como também proibir qualquer tipo de contato com a agredida, seus familiares e testemunhas.

Com a lei adveio uma proibição de que a mulher entregasse a intimação ao agressor e passou-se a ter uma parte específica voltada aos procedimentos da autoridade policial, no que se refere às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. E a desistência da denúncia com estas mudanças só pode ser feita perante um juiz. Havia ainda a aplicação de penas pecuniárias, como cestas básicas e multas, que com a lei passarão a ser proibidas.

A violência sofrida pela mulher era e ainda é fortemente veiculada nas redes sociais de maneira a expor as manifestações de naturalização de tais atos.Com a permanencia do entendimento deste tipo de violência como algo comum em meio a sociedade os relatos manifestados pelas vítimas ainda tendem a sofrer com a falta de relevância perante a lei, que não está isenta das influência externas e ideológicas de cunho machista, bem os prestadores de serviço nas delegacias especializadas. Sendo este um dos pontos mais relevantes no que tange o processo de reconhecimento legal da violência contra a mulher. Ressaltando-se que o atendimento dessas vítimas é de suma importância para a proteção legal da mulher. O distanciamento do agressor e a vítima é de suma importância para sustentar a segurança da mulher que está vulnerável a sofrer ameaças de seu então agressor, tendo potencial até para influenciar na desistência do processo contra este último. Haja vista que muitos dos agressores, quando se é solicitado esse distanciamento e não o cumprimento do mesmo, acaba resultando, muitas vezes, na morte da vítima, sendo entendidos então como um feminicídio. Como afirma o site G119 O casos de feminicídio representam 50% do número de homicídios dolosos ou qualquer outro crime doloso que resulte na morte de uma mulher, apenas no mês de maio de 2019 na paraíba.

Pode-se afirmar então que, a Lei Maria da Penha, ainda que precise de outras condições para sua efetivação, significou um avanço para a justiça brasileira, e principalmente as mulheres, que anteriormente a lei esta não era vista como

19

FECHINE,Dani.Casos de feminicídio são 50% dos assassinatos de mulheres em maio de

2019, na Paraíba.2019.Disponível

em:<https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2019/06/15/casos-de-feminicidio-sao-60percent-dos-assa ssinatos-de-mulheres-em-maio-de-2019-na-paraiba.ghtml>.Acesso em: 30 de outubro e 2019.

sujeito portadora de direitos e assim não possuía uma proteção por parte do estado. Vale salientar que a mesma ainda sofre as situações de impunidade que persistem nos tratamentos dado aos casos de violência doméstica, e isto acaba por influenciar de maneira negativa na decisão de executar o ato de buscar meios para que a justiça puna o agressor. Resultando então na criação de novas situações de violência que poderiam vir a acontecer.

A lei 11.340/06 tipifica a violência cometida contra a mulher, a fim de englobar todos os tipos de violência que vão além da física e parte para outras tipologias como a violência moral, que possam ser cometidos, para que a mulher seja amparada em todos os âmbitos. Sobre estas preconizações Pereira (2011) cita que :

A violência psicológica, artigo 7º, inciso II: a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; A violência sexual, artigo 7º, inciso III: a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; A violência patrimonial, artigo 7º, inciso IV: 36 a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades(PEREIRA,2011, p.35).

Estas definições que especificam os variados tipos de violência que possam vir a ser cometidos mostra que, a violência tanto pode chegar a acontecer no seio familiar como fora dele, abrangendo então todos os campos da vida das mulheres.

É de suma importância destacar que a violência contra a mulher tem como base a pretensa superioridade masculina que está intrínseco no patriarcalismo, estabelecendo, portanto, uma desigualdade de gênero, que ainda é reproduzida em meio a sociedade e que, apesar de ter se obtido um avanço no que concerne os

direitos iguais entre homens e mulheres, o mesmo possui o sistema patriarcal enraizado não só no pensamento dos homens como também nas mulheres. Ressalva-se que as mulheres ainda que sofram com o machismo e o patriarcado não estão imunes a serem socializadas dentro dessas estruturas.

Vale lembrar que há diversos fatores para que este tipo de juízo, fatores estes que vão além do que se faz presente agora, pois este pensamento advém de um arcabouço sócio-histórico cultural que está posto na sociedade e que apesar de terem sido feitas mudanças nestas ao longo dos anos, a mesma permanece nos indivíduos, na maioria das vezes de maneira velada e outras vezes de maneira gritante.

É significativo ressaltar que, a mídia teve um papel importante20 no que tange a exposição do caso Maria da Penha que deu origem a lei 11.340/06 que hoje representa um avanço na luta das mulheres. No entanto, a mídia tanto pode contribuir para a fim desta violência como também pode agir de maneira negativa. Pois esta tanto está para as classes que compõem a sociedade e seu desenvolvimento efetivo como também pode situar-se para o capital e seu respectivo domínio.

O conjunto de meios de comunicação é um importante edificador de opinião que prega na sociedade princípios que balizam o seu desenvolvimento no que tange o caráter crítico da população. A mídia por carregar um poder que influencia a sociedade é considerado de suma importância para os setores privados. Acerca do papel da mídia, Marques destaca que:

a mídia desempenha papel de destaque, na conformação e reprodução das relações sociais. Enquanto particularidade desta totalidade, ela expressa as contradições que marcam cada tempo histórico e, ao mesmo tempo, é perpassada por estas contradições(MARQUES,2017,p171).

Como a mídia acompanha o processo de evolução ao qual a sociedade integra, esta acaba expressando ao longo do tempo as características das mudanças que vão ocorrendo ao longo do tempo, tanto as alterações positivas como

20

A mídia acaba sendo um instrumento que potencializa e que concede visibilidade a violência, sendo a última uma “forma de linguagem (RONDELLI, 2000).Podendo tanto intensificar o debate sobre esta temática como colaborar para a reprodução de estereótipos e pensamentos acriticos sobre esta.

as negativas, como por exemplo a permanência das contradições que permeiam o seio da sociedade.

A partir disto é justo citar que a mídia, que sofre a influência do capital, acaba por realizar uma espetacularização da notícia veiculada. Pois a captação dos lucros advindos da população consumidora é de grande importância. Em suma, a partir das explanações de (DUARTE,2018) é possível afirmar que, esse consumo de notícias veiculadas pode ser entendido como espetacularização, ou seja, há uma transformação desta última em mercadoria espetacular. Atos violentos são transformados em mercadorias espetaculares21, e, é esse processo encontra-se dentro da sociedade burocrática de consumo dirigido.

Documentos relacionados