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5. Discussão dos Resultados

5.2 Variáveis de Resultado

5.2.3 Relação entre as Variáveis em Estudo

Avançamos para a análise e discussão dos resultados das medidas de associação linear (coeficiente de correlação r de Pearson), entre as variáveis da CC e as provas de AFF. Os dados referentes à massa corporal, sugerem que quando há uma diminuição dessa mesma variável, ocorre uma melhoria positiva e significativa nas variáveis morfológicas e antropométricas em estudo. Existe, portanto, uma relação linear entre a massa corporal e todas as variáveis da CC (IMC, circunferência da anca e da cintura, RATIO e IAC). É conveniente realçar que não encontramos na literatura dados que nos sirvam de suporte para termos de comparação, relativamente à variável massa corporal.

Podemos evidenciar, de igual modo, uma associação positiva e significativa entre a variável IMC e as restantes variáveis morfológicas e antropométricas. Confrontando com a literatura, esta sugere-nos que o IMC é um indicador antropométrico importante para intensificar a existência de riscos cardiovasculares decorrentes da adiposidade central (Silva, 2017). Nesse mesmo estudo, verificou-se uma forte correlação entre IMC e a circunferência da cintura, dados que se encontram em consonância com o nosso estudo. De acordo com os nossos resultados, verificamos que não existe uma correlação entre IMC e as provas de AFF, à exceção com a prova flexão do antebraço, que revelou uma relação moderada, negativa e significativa (r = -0,557 p <0.05). Estes dados encontram-se em conformidade com o estudo de Silva e Santos (2018), que observou uma correlação fraca entre o IMC e o desempenho na AFF das idosas, demonstrando assim, que as variáveis em estudo não apresentam associações determinantes sobre a aptidão funcional. Corroborando com o estudo de Neves et al. (2015), que verificou a existência de uma relação inversa entre o IMC e a aptidão funcional, o que nos indica, que a CC contribui negativamente para a AFF.

A correlação que se verifica entre a circunferência da anca e a da cintura, sugere-nos que ambas diminuíram ao longo do período de aplicação do treino, são dados que corroboram com os resultados do estudo realizado por Neves (2015). Assim como, a relação forte que se estabelece entre o RATIO e a circunferência da cintura (r = 0.950, p <0.05), que nos indica que as participantes, na sua maioria, apresentavam valores de circunferência acima do recomendado. Estes dados estão em concordância com a

pesquisa de Oliveira (2016), que acrescenta que houve uma redução nos fatores de risco, após a aplicação do programa de exercício proposto, nomeadamente nas doenças cardiovasculares.

A variável antropométrica IAC apresentou uma correlação bastante forte e positiva com todos os outros parâmetros da CC em estudo, o que nos sugere, que quando existe uma diminuição do IAC, melhores expressões se manifestam da CC, na sua totalidade. No entanto, é conveniente salientar que não encontramos na literatura dados que nos possam servir de referência e comparação, pelo que a sua discussão limita-se unicamente à sua interpretação com base nas suposições formuladas.

Relativamente, às provas de aptidão motora e às variáveis da CC, não se verificam correlações entre si, à exceção da prova flexão do antebraço, que revelou uma associação com as variáveis antropométricas, IMC e circunferência da anca. No entanto, podemos constatar de acordo com a literatura (Neves et al., 2015; Gadelha et al., 2016), que as medidas antropométricas são importantes indicadores de AFF durante o processo de envelhecimento. Na qual, o excesso de adiposidade apresenta-se como um importante indicador da mobilidade e de certa forma, influência negativamente a CF nos idosos. No estudo de Neves et al. (2015), verificou-se que as mulheres com circunferência da cintura maior apresentavam piores desempenhos ao nível da aptidão funcional.

Ainda, no que diz respeito às provas de aptidão motora, existe uma correlação (r = 0.950, p <0.05), moderada, negativa e significativa entre a prova de Sentar, levantar e caminhar 2,44m e a prova de Caminhar 6 minutos. Estes resultados estão em conformidade com outras pesquisas evidenciadas na literatura, que observaram melhorias no equilíbrio dinâmico, associadas às melhorias nos níveis de resistência muscular nos membros inferiores, o que demonstra um progresso na coordenação dos movimentos, que permite maior estabilidade na passada e maior desempenho na capacidade cardiorrespiratória (Caldas et al. 2018). Posto isto, salienta-se a eficácia da intervenção de um programa de EF para a evolução de desempenho dos músculos envolvidos nos testes de agilidade e capacidade aeróbia (Silva et al. 2015).

Sintetizando, a relação que se estabelece entre as varáveis em estudo, podemos verificar que existem correlações significativas, nos parâmetros da CC, no segundo momento de avaliação, indiciando uma ferramenta valiosa para compreender a influência destas variáveis sobre o grau de autonomia das idosas para a realização de atividades do quotidiano (Silva e Santos, 2018).

Fazendo uma análise global dos resultados, e apesar de entendermos que os efeitos de um programa de TM na saúde em geral, e a sua aplicação com o objetivo de aprimorar as capacidades físicas e funcionais na mulher idosa, não estarem ainda muito bem esclarecidos, devido às lacunas presentes na literatura as evidências que o nosso estudo sugerem mostram que programas de EF planeados e acompanhados por um profissional competente da área do exercício e saúde, promovem efetivamente melhorias nos parâmetros da CC e na CF de idosas.

Através da experiência e vivência prática junto de pessoas da terceira idade, foi-nos possível constatar melhorias nas componentes da AptF relacionadas com a qualidade de vida e saúde em geral durante e após o período de intervenção.

No nosso entender, consubstanciado em diversos estudos (Neves et al., 2015; Leitão et al., 2015; Smolarek et al., 2016; Filho et al., 2016 e Caldas et al., 2018), podemos confirmar que o treino físico, em si, atende às necessidades básicas das pessoas idosas, e mostra-se dotado da capacidade de oferecer as condições físicas indispensáveis para desempenharem as funções diárias, com autonomia e independência, desde as tarefas mais simples às que exigem um esforço físico maior.

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