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Relação entre o ensaio de consistência e o LL obtido pelo método de Casagrande

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.2 DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA PELA MESA DE ABATIMENTO

4.2.2 Relação entre o ensaio de consistência e o LL obtido pelo método de Casagrande

Quanto a obtenção do parâmetro LL pelo ensaio de consistência, considerou-se inicialmente Bicalho et al. (2017) que diz que a resistência ao cisalhamento não drenada de todos os solos no limite de liquidez tem um valor aproximadamente constante e numericamente igual a 2,5kPa.

Através da equação expandida de Hyun-Ki, Cortes e Santamarina8, (2007), calculou-se iterativamente a resistência ao cisalhamento de cada solo, para cada teor de umidade obtendo-se os dados já mostrados nos gráficos de 1 a 4. A curva tem geometria similar àquela trazida por Caputo (2012), (Figura 25). Através de um algoritmo de busca, encontrou-se o teor de umidade para o qual a resistência teórica ao cisalhamento dos solos é numericamente igual a 2,5kPa. Adotou-se então este como Limite de Liquidez obtido pelo ensaio de consistência. Consta na tabela 12 os valores obtidos para cada amostra.

Figura 25 - Curva umidade x resistência do solo.

Fonte: Adaptado de Caputo, 2012.Página 176

Tabela 12 - Resultados consolidados do ensaio de consistência.

Amostra LL obtido pelo

método Tradicional LL da obtido na mesa Diferença Absoluta Diferença relativa A1 38,00 35,61 2,39 6,29% A2 53,67 55,18 1,51 2,74% A3 50,35 54,91 4,56 9,06% A4 49,94 49,38 0,56 1,12%

Fonte: Autoria própria, 2019.

Os valores referentes às quatro amostras foram aceitáveis, segundo critério de Suits, et al. (2007) que consideraram como satisfatórios resultados que diferiram no máximo 10% daqueles obtidos por metodologia consagrada.

8 Página 35 deste trabalho.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível concluir que há pouca interferência do operador na execução do ensaio proposto, uma vez que a mistura e as medições são feitas mecanicamente.

Assumiu-se como hipótese inicial que solos distintos, estando no limite de liquidez, apresentariam o mesmo espalhamento na mesa de consistência. Esta hipótese foi negada.

Em contrapartida, constatou-se que o comportamento dos solos ensaiados na mesa de consistência pode ser analisado seguindo ao que propuseram Hyun-Ki, Cortes e Santamarina

(2007) para argamassas. Foi possível determinar o limite de liquidez de forma alternativa ao ensaio de Casagrande. Contudo, dada a natureza inovadora deste trabalho, são necessários

ensaios suplementares que corroborem os resultados aqui encontrados.

Sugere-se, então:

1 – Replicar o ensaio para um número maior de amostras verificando reprodutibilidade e repetitividade do mesmo;

2 – Avaliar o comportamento do solo para variações de umidade inferiores a 3% para umidades mais próximas ao LP prosseguindo-se para umidades altas;

3 – Avaliar o comportamento de solos menos argilosos;

4 – Montar um banco de dados que possa receber informações de diversos laboratórios em cooperação;

5 – Avaliar o efeito do ar incorporado durante a homogeneização da amostra nos resultados finais;

6 – Investigar a natureza do ponto de inflexão na curva umidade versus espalhamento;

7 – Avaliar experimentalmente os resultados de resistência ao cisalhamento do solo fornecidos pela equação de Hyun-Ki, Cortes e Santamarina (2007).

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APENDICE I - ANÁLISE DAS VISCOSIDADES DA ÁGUA OBTIDOS PELA

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