• Nenhum resultado encontrado

Relação entre o turno escolar e roubos, furtos e crimes violentos na cidade de São Paulo

2006 – 2009

Fonte: Chioda, De Mello and Soares 2010.

Nota: Para facilitar a interpretação, as estimativas OQM são apresentadas. No entanto, a estimativa dos modelos binomiais negativos para dados de contagem não revelam nenhum impacto estatisticamente significativo.

Artigos

Por um Br

asil mais segur

o: uma análise da

dinâmica do crime e da violência

Rodrigo Serr ano -Berthe t e L aur a Chioda

de risco e às áreas de maior incidência criminal e de violência. Todas essas políticas foram norte- adas por estratégias integradas de segurança pú- blica subnacionais, envolvendo diversos atores. Esses programas são oferecidos como exemplos cujo estudo merece ser aprofundado. Cinco te- mas emergem como importantes na experiência dos Estados do Sudeste:

Redução da fragilidade juvenil. As cor-

relações sugerem que a manutenção dos jovens na escola pode ser um importante fator de proteção. Este texto apresenta con- clusões inéditas sobre o impacto das trans- ferências condicionais de renda (TCRs – como o Bolsa Família) na criminalidade violenta. Cada matrícula adicional atribu- ível a uma TCR de um aluno entre 16 e 17 anos, em determinada escola estadual, provoca redução de 6,5% em todos os cri- mes, 0,9% nos crimes violentos, 3,9% nos roubos e 1,1% nos furtos.

Desenvolvimento de amplas estratégias de prevenção à criminalidade, que combinem

intervenções territoriais dirigidas às áreas de maior incidência de crimes e violência com políticas generalizadas de redução das situações de risco.

Sequenciamento e integração das ativida- des de controle e prevenção à criminalidade nas áreas de maior incidência de violência.

Por um lado, um território pacificado faci-

lita o desenvolvimento de atividades sociais orientadas para a abordagem da crimina- lidade e dos fatores de risco de violência. Por outro, a demonstração dos benefícios resultantes do desenvolvimento social, imediatamente após a melhoria inicial na segurança pública, pode desempenhar um papel importante para tornar o processo de paz socialmente sustentável.

Introdução de uma estratégia com base em resultados, que recompense a inovação e a

responsabilidade pelo desempenho, como no policiamento orientado para resultados.

Criação de sistemas de monitoramento e avaliação, que possibilitem a realização de

diagnósticos compartilhados, assim como o aprendizado e o compartilhamento de experiências com políticas entre os princi- pais atores envolvidos na agenda de segu- rança pública.

Ao mesmo tempo, a agenda de pesquisas tam- bém deve se concentrar na compreensão da dinâ- mica da criminalidade violenta nos Estados que apresentaram rápido aumento nesse fator. Per- nambuco e sua capital, Recife, que durante gran- de parte da última década era a metrópole mais violenta do país, vêm apresentando declínio das taxas de homicídios desde 2008. Talvez não por acaso, Pernambuco tenha implementado subs- tanciais reformas na segurança pública baseadas nas experiências bem-sucedidas do Sudeste.

1. Os resultados da decomposição de Oaxaca-Blinder apresentados neste estudo não devem ser vistos como uma interpretação

causal dos mesmos; os fatores que estamos controlando podem ser endógenos. Caso isto seja verdadeiro, não poderemos definir se os homicídios são causados por alterações nesses fatores, ou se essas alterações são produzidas pelas variações na taxa de homicídios.

2. Entre 2001 e 2007, houve uma queda de 76% nos homicídios no bairro (MIZNE, 2008).

3. A avaliação do programa piloto em Morro das Pedras mostrou um levou a um declínio de 40% nos primeiros 12 meses de sua

Artigos

Por um Br

asil mais segur

o: uma análise da

dinâmica do crime e da violência

Rodrigo Serr ano -Berthe t e L aur a Chioda Referências bibliográficas

AGNEW, R. Foundation for a general strain theory of crime and delinquency. Criminology, v. 30, n. 1, p. 47-87, 1992.

ALDA, E. Social cohesion, neighborhood disorder and crim- inal victimization: evidence from São Paulo. 2011. Mimeo.

AMNESTY INTERNATIONAL. Eles entram atirando: policia-

mento de comunidades socialmente excluídas no Brasil. Londres: Amnesty International Press, 2005.

ANDERSON, D. M. In school and out of trouble? The

minimum dropout age and juvenile crime. 2010. Mimeo.

ANDRADE, M. V.; PEIXOTO, B. Avaliação econômica de programas de prevenção e controle da criminalidade no Brasil. In: BEATO FILHO, C. C. (Org.). Compreendendo e avaliando: projetos de segurança pública. Belo Horizon-

te: UFMG, 2008.

ANDRADE, S. C. P. de. Polícia bipartida: uma reflexão

sobre o Sistema Policial Mineiro. Dissertação (Mestrado). Belo Horizonte: Escola de Governo/Fundação João Pinhei- ro, 2006.

BATITUCCI, E. C. A emergência do profissionalismo na Polícia Militar de Minas Gerais (1969-2009). Tese

(Doutorado). Belo Horizonte: Faculdade de Filosofia e Ci- ências Humanas da Universidade Fedral de Minas Gerais − FAFICH/UFMG, 2010.

BEATO FILHO, C. Crime and violence diagnostics and in- formation for urban safety audits. Washington D.C.: World

Bank, 2005.

BECKER, G. S. Crime and punishment: an economic approach.

Journal of Political Economy, v. 76, n. 2, p. 169-217, 1968.

BECKER, G.; MULLIGAN, C. B. The endogenous determination

of time preference. Quarterly Journal of Economics, v. 112,

n. 3, p. 729–58, 1997.

BIDERMAN, C.; MELLO, J. M. P.; SCHNEIDER, A. Dry Law and homicides: evidence from the São Paulo Metropolitan Area.

Economic Journal, v. 120, p. 157-182, 2010.

BRAGA, A.; KENNEDY, D.; PIEHL, A.; WARING, E. The Boston Gun Project: impact evaluation findings. Cambridge: Har-

vard University, 2000.

_________. Pulling levers focused deterrence strategies and the prevention of gun homicide. Journal of Criminal Jus- tice, v. 36, n. 4, p. 332-43, 2008.

BRATTON, W. J.; SMITH, D. C. Performance management in New York City: Compstat an revolution in police manage- ment. In: DALL, W. F. (Ed.). Quicker better cheaper? Man-

aging performance in American government. Albany, NY: Rockefeller Institute Press, 2001.

BRICEÑO-LEÓN; ZUBILLAGA. Violence and globalization in Latin America. Current Sociology, v. 50, n. 1, p. 19-37, Janu-

ary 2002.

BUONANNO, P.; LEONIDA, L. Non-linearity between crime and education: evidence from Italian regions. University of

Milano-Bicocca, Department of Economics, 2005.

BUONANNO, P. The socioeconomic determinants of crime.

A review of the literature. University of Milano-Bicocca, De- partment of Economics, 2003 (Working papers, 63).

BUSHWAY, S. D.; COOK, P. J.; PHILLIPS, M. The net effect of the business cycle on crime and violence (July 13, 2010). Duke Department of Economics Research Paper. Disponív- el em: <SSRN: http://ssrn.com/abstract=1655741>.

Artigos

Por um Br

asil mais segur

o: uma análise da

dinâmica do crime e da violência

Rodrigo Serr ano -Berthe t e L aur a Chioda

CALDERÓN, V.; CHIODA, L. Trends, elasticity and hysteresis of crime in violence in Brazil (2003-2008). 2011, texto inédito.

CERQUEIRA, D.; MELLO, J. M. P. Menos armas, menos cri- mes: o emblemático caso de São Paulo (2009). Disponí-

vel em: <www.ence.ibge.gov.br/pos_graduacao/mestra- do/seminarios/res30.ppt>. Acesso em: 9 mar. 2011.

CHAVES, R.o A. D.; CESáRIO DE Sá, A. Public security in Rio de Janeiro. Presentation at the Wilson Center for

Scholar on March 16, 2011.

CHIODA, L.; MELLO, J. M. de; SOARES, R. Does education re- duce crime & violence? Evidence from Bolsa Família and

extending the school day in São Paulo. World Bank, 2010.

CHIU, H.; MADDEN, P. Burglary and income inequality.

Journal of Public Economics, v. 69, p. 123-41, 1998.

COOK, P. J.; LAUB, J. H. After the epidemic: recent trends in youth violence in the United States (2002). In: TONRY, M. (Ed.). Crime and justice: a review of research. Chicago:

University of Chicago Press, v. 29, 2003.

COOK, P. J.; LUDWIG, J. Gun violence: the real costs. NY:

Oxford University Press, 2002.

CORMAN, H.; MOCAN, N. Carrots, sticks and broken windows. National Bureau of Economic Research, 2002

(Working paper, n. 9061).

CRUZ, M. V. G.; BATITUCCI, E. C. Novos meios de articu- lação institucional na segurança pública: estudo de caso em Belo Horizonte, Minas Gerais”. In: SLAKMON, C.; MACHADO, M. R.; BOTTINI, P. C. (Orgs.). Novas direções na governança da justiça e da segurança. Brasília, DF:

Ministério da Justiça, 2006.

CUNNINGHAM, W.; MCGINNIS, L.; VERDU, R. G.; TESLIUC,

C.; VERNER, D. Youth at risk in Latin America and the Caribbean: understanding the causes, realizing the po-

tential. Washington, DC: World Bank, 2008.

DEFRANZO, J. Welfare and burglary. Crime and Delin- quency, v. 42, p. 223–229, 1996.

DEFRANZO, J. Welfare and Homicide. Journal of Research in Crime and Delinquency, v. 34, p. 395–406, 1997.

DOBKIN, C.; PULLER, S. The effects of government trans- fers on monthly cycles in drug abuse, hospitalization, and mortality. Journal of Public Economics, v, 91, n. 11-12, p.

2137-57, 2007.

DONOHUE, J.; LEVITT, S. The impact of legalized abortion on crime. Quarterly Journal of Economics, v. 116, n. 2,

p. 379-420, 2001.

DREYFUS, P.; PURCENA, J. C. Pegando o touro pelos chi- fres. Os efeitos de medidas de controle na indústria brasi-

leira de armas pequenas. Flacso Brasil, junho 2009.

EHRLICH, I. Crime, punishment, and the market for of- fenses. Journal of Economic Perspectives, v. 10, n. 1, p.

43-67, 1996.

EKBLOM, P.;; HO, L.; SUTTON, M. Safer cities and domestic bulgary. Home Office Research Study, London, Home Of-

fice, n. 164, 1996.

FAJNZYLBER, P.; LEDERMAN, D.; LOAYZA, N. What causes violent crime? European Economic Review, v. 46, n. 2,

p. 1323-1357, 2002.

FREEMAN, R.B. The economics of crime. Handbook of La- bor Economics, ch. 52, 3, 1999, p.3529-3571.

_________. Crime and the job market. In: WILSON, J. Q.; PETERSILIA, J. (Eds.). Crime. San Francisco: ICS Press, 1995.

Artigos

Por um Br

asil mais segur

o: uma análise da

dinâmica do crime e da violência

Rodrigo Serr ano -Berthe t e L aur a Chioda

_________. The labor market. In: WILSON, J. Q.; PETER- SILIA, J. (Eds.). Crime. San Francisco: ICS Press, 1995, p.

171-192.

_________. Crime and the employment of disadvan- taged youth. NBER, 1991 (Working paper n. 3875).

__________. Why do so many young american men commit crimes and what might we do about it?. Journal of Economic Perspectives, v. 10, n. 1, p. 25-42, 1996.

GLAESER, E.L.; SACERDOTE, B. Why is there more crime in cities?. Journal of Political Economy, v. 107, n. 6, S225-

S228, 1999.

GLAESER, E.L.; SCHEINKMAN, J. A. Crime and social interac- tions. Quarterly Journal of Economics, v. 111, p. 507-

548, 1996.

GOTTFREDSON, D.e C.; SOULÉ, D. A. The timing of property crime, violent crime, and substance use among juveniles.

Journal of Research in Crime and Delinquency, v. 42, n.

1, p. 110-120, 2005.

GOULD, E. D.; WEINBERG, B. A.; MUSTARD, D. B. Crime rates and local labor market opportunities in the United States: 1979–1997. Review of Economics and Statistics, v. 84,

n. 1, p. 45-61, 2002.

GROGGER, J. Market wages and youth crime. Journal of Labor Economics, v. 16, p. 756-791, 1998.

_________. Certainty vs. severity of punishment. Eco- nomic Inquiry, v. 29, p. 297-309, 1991.

_________. The effect of arrest on the employment and earnings of young men. Quarterly Journal of Economics,

v. 110, n. 1, p. 51-72, 1995.

HANNON, L.; DEFRANZO, J. Welfare and property crime.

Justice Quarterly, v. 15, p. 273-287, 1998.

HARTUNG, G. Ensaios em demografia e criminalidade.

Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2009.

HECKMAN, J. J.; STIXRUD, J.; e URZUA, S. The effects of cognitive and noncognitive abilities on labor market out- comes and social behavior. Journal of Labor Economics,

v. 24, n. 3, p. 411-482, 2006.

HELLER, S. B.; JACOB, B. A.; LUDWIG, J. Family income, neighborhood poverty, and crime. In: COOK, P., LUDWIG, J.; MCCRARY, J. (Eds.). Controlling crime: strategies and

tradeoffs. Chicago: University of Chicago Press, chapter 11 (no prelo).

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pes- quisa Nacional por Amostra de Domicílios. Caracterís-

ticas da vitimização e acesso à Justiça no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

IMROHOROGLU, A.; MERLO, A.; RUPERT, P. On the political economy of income redistribution and crime. Interna- tional Economic Review, v. 41, n. 1, p. 1-25, 2000.

IMROHOROGLU, A.; MERLO, A.; RUPERT, P. What accounts for the decline in crime? Federal Reserve Bank of Cleve-

land, wp 0008, 2001.

INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos. Segurança pública e cidadania: uma análise orçamentária do PRO-

NASCI. Brasília: Inesc, 2010.

JACOB, B. A.; LEFGREN, L. Are idle hands the devil’s workshop? incapacitation, concentration, and juvenile crime. American Economic Review, v. 93, n. 5, p. 1560-1577, 2003.

JACOB, B. A; LUDWIG, J. The effects of family resources on children’s outcomes. University of Michigan, 2010

(Working paper).

KEIZER, K.; LINDEMBERG, S; STEG, L. The spreading of disor- der. Science, v. 322, n. 5.908, p. 1681-5, 2008.

Artigos

Por um Br

asil mais segur

o: uma análise da

dinâmica do crime e da violência

Rodrigo Serr ano -Berthe t e L aur a Chioda

KELLING, G. L.; SOUSA JR., W. H. Do police matter? An

analysis of the impact of new york city’s police reforms. NY: Manhatan Institute for Police Research, 2001.

KHAN, T.; RIZZI, R. On the relationship between crime and economic performance in Brazil after 1994 using time series econometric techniques. 2010. Estudo inédito.

KHAN, T.; ZANETIC, A. O papel dos municípios na segu- rança pública. São Paulo: Secretaria Nacional de Segu-

rança Pública, 2005.

KOVANDZIC, T.; VIERAITIS, L. M.; BOOTS, D. Does the de- ath penalty save lives? New evidence from state panel data 1977-2006. (2006). A ser publicado em Criminology &Public Policy.

KVALSETH, J. O. A note on the effects of population density and unemployment on urban crime. Criminology Jour- nal, Criminology, v. 15, issue 1, p. 105-110, May 1977.

LEVITT, S.D.; LOCHNER, L. The determinants of juvenile crime. In: GRUBER, J. (Ed.). Risky behavior among youth:

an economic analysis. Chicago: The University of Chicago Press.Lima, R.S. (2010). Diagnóstico de la violencia y la criminalidad en las ciudades de São Paulo y Río de Ja- neiro. Serie Documentos Electrónicos N. 5, agosto 2010. Santiago de Chile: Flacso-Chile, 2001

LOCHNER, L. Education, work and crime: theory and evi-

dence. Center for Economic Research (RCER) – University of Rochester, 1999 (Working paper n. 465).

LOCHNER, L.; MORETTI, E. The effect of education on crime: evidence from prison inmates, arrests, and self-reports. NBER, 2001 (Working paper n. 8.605).

LOCHNER, L.; MORETTI, E. The effect of education on crime: evidence from prison inmates, arrests, and self-reports.

American Economic Review, v. 94, n. 1, p. 155-189, 2004.

LOCHNER, L. Education policy and crime. NBER, 2010 (Working paper n. 15.894).

LOTT, J. R. More guns, less crime: understanding crime

and gun-control laws. Chicago: University of Chicago Press, 2004.

LUALLEN, J. School’s out... forever: a study of juvenile crime, at-risk youth and teacher strikes. Journal of Urban Economics, v. 59, n. 1, p. 75-103, 2006.

MACHIN, S.; MEGHIR, C. Crime and economic incentives.

The Journal of Human Resources, v. 39, n. 4, p. 958-

979, 2004.

MELLO, J. M. de. Does crime affect economic decisions? An empirical investigation of savings in a high-crime envi- ronment” (with Eduardo Zilberman). The B.E. Journal of Economic Analysis & Policy, 2009.

MELLO, J. M. de; SCHNEIDER, A. Mudança demográfica e a dinâmica dos homicídios em São Paulo. Revista São Paulo em Perspectiva, 2007.

MIKI, R. A experiência de Diadema em políticas públicas e a segurança cidadã. In: VELOSO, F.; FERREIRA, S. G. (Orgs.).

É possível: gestão da segurança pública e redução da vio-

lência. Rio de Janeiro: Casa das Garças, 2008.

PAHO – Pan American Health Organization. <www.paho. org>. Acesso em: 12 mar. 2011.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Balanço da educação aponta avanços na rede de ensino pú- blico. São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.

prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index. php?p=34456>.

RAPHAEL, S.; WINTER-EMBER, R. Identifying the effect of unemployment on crime. Journal of Law and Econo- mics, v. 44, n. 1, p. 259-283, 2001.

Documentos relacionados